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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Tintim assinala entrada do euro
Uma amizade duradoura .
Segundo os correios belgas, "esta emissão pretende ser também uma modesta mas muito atraente contribuição para a amizade duradoura que une a Bélgica à República Democrática do Congo", pelo que estes dois selos do correio serão igualmente emitidos neste último país..
Esta não é, no entanto, a primeira vez que a célebre criação de Hergé é alvo de tal homenagem. A primeira aparição de Tintim em selos (conjuntamente com Milou e o Capitão Haddock), aconteceu em 1979, já na Bélgica, naquele que seria o primeiro selo da série "Philatélie de la Jeunesse," dedicada aos heróis dos quadradinhos daquele país, série essa que se tornaria anual a partir de 1986, e por onde já passaram, entre outros, Spirou, Lucky Luke, Blake e Mortimer, Boule e Bill, Gaston Lagaffe, Cubitus, Ric Hochet ou Luc Orient..
Vinte anos depois, 1999 podia quase ser classificado como o "ano Tintim" no que respeita à filatelia. De novo na Bélgica, numa folha intitulada "Volta ao século XX em selos", encontramos de Tintim, agora como o manipulador de uma marioneta que é nada mais nada menos do que... Hergé, o seu autor. No mesmo país, o bloco de nove selos comemorativo dos dez anos do Centre Belge de Bande Dessinée reproduzia criações de oito autores belgas já falecidos e uma fotografia com a réplica do foguetão em que Tintim foi à Lua. A viagem espacial de Tintim foi também o tema escolhido pela Holanda para um bloco com dois selos e, ainda no mesmo ano, em Angola, a emissão não oficial "Countdown to the Millenium" assinalava o ano de 1929 com um fotograma do desenho animado "Tintim e o Templo doSol"..
Também a França homenageou Tintim, no ano 2000, na segunda edição da sua "Fête du timbre", através da emissão de um selo, um bloco e uma folha miniatura. Esta "festa" anual tivera início um ano antes, com Astérix, e prosseguiu em 2001 com Gaston Lagaffe, estando previsto um selo dedicado a Boule e Bill para Março de 2002. Como curiosidade, refira-se que o selo com Tintim foi o de maior sucesso, pois vendeu 15 milhões de exemplares contra "apenas" 9,6 milhões do selo Astérix..
© 2001 Jornal de Notícias; Pedro Cleto
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Na sombra de Tintim
O contraste entre a fragilidade de Hergé e a força positiva de Tintim não podia ser mais gritante. Para quem foi habituado, através de aventuras sucessivas, a ver naquele herói da banda desenhada europeia um modelo de qualidades imutáveis, estes momentos de fraqueza pessoal são estranhos e, porventura, insuportáveis. Dizer que Tintim foi uma espécie de "alter-ego" superlativo e mesmo transcendente do desenhador - exprimindo, para todos os efeitos, o melhor do artista belga, mas sem estar sujeito às mesmas leis humanas que regeram a sua existência -, pouco ajuda a esclarecer este enigma fundamental: quem era Hergé e o que procurava ele exprimir através do seu herói?
Possivelmente, nenhum outro autor da BD mundial foi alvo de tantos estudos e análises académicas, ou de trabalhos jornalísticos. A reconstituição, ao longo dos anos, da história de vida do desenhador e argumentista belga parece não deixar espaço para zonas de sombra ou tempos de incerteza: sabe-se tudo sobre Hergé e nada se ignora sobre Tintim. E, contudo, continuam a surgir, com regularidade, livros centradas na obra e na vida do mestre belga. Um deles é este "As Aventuras de Hergé", com o qual o seu editor português decidiu assinalar, simultaneamente, os 20 anos da morte do autor (Março de 1983) e os 75 anos do aparecimento de Tintim, a celebrar no final de Janeiro do próximo ano.
O que singulariza este trabalho em relação aos demais é ser ele próprio uma banda desenhada, cujo protagonista, como o título sugere, é o próprio Hergé e não o seu personagem. Por outras palavras, os autores propuseram-se - e conseguiram-no plenamente, diga-se desde já - revisitar a vida do criador de Tintim numa sequência de quadros que traçam, de forma subjectiva e afectiva, o essencial do percurso do homem e do artista.
Vê-se claramente que Stanislas, Boucquet e Fromental estão afectiva e intelectualmente próximos de Hergé, que há uma aceitação e um esforço de demonstração da tremenda humanidade do artista, com as suas mais elevadas qualidades e mais densas fraquezas. Para quem pouco ou nada conhece do homem, esta é uma boa iniciação; para os outros, a leitura do livro permite estabelecer algumas cumplicidades em torno das diversas aventuras de Tintim, aqui e ali citadas ou apenas sugeridas. Para todos, esta excelente edição pode constituir um "aperitivo" à fruição dos álbuns que o PÚBLICO está a oferecer aos seus leitores.
As Aventuras de Hergé AUTORES Stanislas (desenho), Boucquet e Fromental (texto)
EDITOR Mais BD 64 págs., € 16,95
© 2003 Público; Carlos Pessoa
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Uma agitada aventura colonial

Ao contrário da história anterior ("Tintim no País dos Sovietes", que é também a primeira da série), Tintim é acolhido em África como um herói internacional e uma figura quase lendária. Aliás, a glória precede-o nessa saga africana, pois os representantes da grande imprensa internacional - curiosamente, Hergé inclui também o deferente delegado do "Diário de Lisboa"... - disputam entre si o privilégio de publicar em exclusivo as reportagens do herói. Mas este permanecerá fiel ao "Vingtième", onde esta BD será publicada entre 5 de Junho de 1930 e 11 de Junho do ano seguinte.
De um modo geral, o traço de Hergé apresenta-se mais firme, mas sem perda de espontaneidade. Quanto ao desenho dos animais, é o próprio autor a confessar que pediu "ajuda" às gravuras de Benjamin Rabier. Perante uma multidão de "pretos" preguiçosos, estúpidos e infantis que se exprimem em mau francês, Tintim louva os méritos e grandezas da mãe-pátria. Milu também não está pelos ajustes: ele aceitou ir a África para caçar grandes feras, no que é imitado pelo seu dono, que não tem o menor problema em matar animais a torto e a direito, eliminando até um rinoceronte com dinamite... No entanto, o herói não chega a ter adversários locais verdadeiramente maus, pois os negros desta história são demasiado pueris para serem perigosos.
Tal como acontecera a propósito de "Tintim no País dos Sovietes", o padre Wallez decide organizar uma recepção ao herói quando este regressa a Bruxelas. Uma multidão impressionante acolhe um Tintim de carne e osso e um Milu pedido de empréstimo ao dono de um café da cidade, que quase é esmagado no boulevard du Jardin Botanique por centenas de miúdos que lhe querem dar torrões de açúcar...
A publicação de "Tintim no Congo" não levanta qualquer polémica na época, de tal modo a história está conforme ao espírito da mentalidade europeia daquele tempo - por outras palavras, ter territórios ultramarinos é atributo dos grandes países e sinónimo de poder no concerto das nações. Só mais tarde, quando a questão colonial entra na agenda política, é que a aventura africana de Tintim passará pelo crivo da análise político-ideológica.
Esta BD valerá a Hergé acusações de colonialismo e racismo, das quais este se defende invocando a mentalidade reinante na sociedade belga dos anos 30 do século XX. É verdade, mas não o é menos, nesta fase inicial da sua obra, a colagem do artista aos valores culturais e ideológicos dominantes. E não deixa de ser curioso que, ao realizar a reformulação gráfica e de diálogos desta história, em 1946, o artista belga a deixe praticamente intacta em termos narrativos.
Hergé nunca escondeu o seu desamor por "Tintim no Congo". No entanto, querelas ideológicas e filosóficas à parte, permanece como um excelente documento sobre a imagem estereotipada que os europeus tinham do continente africano.

Hergé; Numa Sadoul
NUMA SADOUL:Foi dito e redito que era racista. Este é um bom momento para pôr as coisas a claro: que tem a dizer em sua defesa? Que responde quando o acusam de ser "racista"?
HERGÉ: - Respondo que todas as opiniões são livres, incluindo a de pretender que eu sou racista... Enfim, seja!... Há "Tintim no Congo", admito-o. Isso passou-se em 1930. Do país eu só conhecia aquilo que as pessoas diziam na altura: "Os negros são crianças grandes... Felizmente para eles, nós estamos lá!, etc..." E eu desenhei os africanos de acordo com esses critérios, no mais puro espírito paternalista que era o daquela época, na Bélgica. Mais tarde, pelo contrário, em "Carvão no Porão" - e isso, apesar de se falar na história em "pretoguês" - parece-me que Tintim dá provas sobejas do seu anti-racismo, não?... (...) Em "Tintim no Congo", tal como em "Tintim no País dos Sovietes", o que se verifica é que eu me alimentava com os preconceitos do meio burguês em que vivia. De facto, estas duas histórias foram pecados de juventude. Não é que eu os renegue. Mas, enfim, se tivesse que refazer as histórias, fá-las-ia de outra forma, isso é certo. Seja como for, todos os pecados têm redenção!...
Passemos então directamente a "Tintim no Congo".
- "Tintim no Congo"... Por que é que eu fiz "Tintim no Congo", e como é que o fiz?... Na realidade, depois do seu regresso da Rússia eu preferia ter enviado Tintim directamente para a América. Mas o padre Wallez persuadiu-me a começar pelo Congo: "É a nossa maravilhosa colónia, que tem tanta necessidade de nós, e além disso é necessário despertar vocações coloniais" e patati e patatá! Nada disso me inspirava muito, mas eu rendi-me a esses argumentos e pronto, lá fomos em força para o Congo! Como disse, fiz esta história na perspectiva da época, ou seja, de acordo com um espírito tipicamente paternalista... que era, posso afirmá-lo, o de toda a Bélgica. Passemos sem mais demora ao próximo álbum.
("Entretiens avec Hergé", de Numa Sadoul, Éditions Casterman).
© 2003 Público; Carlos Pessoa
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Sexto!
A 22 de Maio de 1907, nasceu em Bruxelas o criador de Tintim cuja criação, em 1929, estabeleceu uma forte ligação entre Hergé, o desenhador, e o jovem repórter aventureiro, a personagem: «Tintim sou eu.», disse Hergé.
Tintim é até hoje a mais famosa personagem da banda desenhada europeia.
Já no ano de 1930, Hergé tinha criado as Aventuras de Quim e Filipe, publicadas em Portugal, aventuras essas que reflectem a Bruxelas dos anos 30. Em 1935, desenhou Joana, João e o macaco Simão, série de ficção científica também editada em Portugal. As aventuras de Tintim a cores foram editadas em Portugal no jornal O Papagaio, em 1936.
Hergé morre aos 76 anos, deixando expresso que ninguém poderia continuar a sua obra.
A Bélgica comemora o centenário do nascimento de Hergé, assinalando-o com a colocação da primeira pedra do futuro Museu
Hergé, em Louvain-la-Neuve, cidade onde o cartoonista faleceu.
Em Portugal, a Editorial Verbo e o Festival de Banda Desenhada de Almada assinalam este centenário com uma exposição em parceria com a Fundação Hergé. E, para 2009, está planeada uma exposição retrospectiva, a mesma que o Centro Georges Pompidou acolheu até ao passado mês de Fevereiro.
Professora Maria de Lurdes Goulão, Jornal Toque de Saída, 2007 (Externato de Benedita)
https://arquivo.pt/wayback/20091219135818/http://www.externatobenedita.net/jornal/6_numero/pdf/n6_final.pdf
Sexto!
A Castafiore é um pequeno detalhe tintinesco, muito saboroso.
Evocá-la em acção num espaço confinado, a propos do centenário de Hergé é muito bem lembrado!
Aliás, a tira evoca muito bem Hergé e Tintim: os espaços abertos, a natureza como palco das acções humanas, o herói e as personagens próximas mas inquietantes que o rodeiam, os cálculos mentais rápidos...
Como as cerejas, outra diva me ocorre a propósito da transitoriedade e da, que contracena com Fernando Trueba em Belle Époque...
Obrigada pela tira online.
Quando é que há jornal?
por Ana Luisa Q - Quarta, 28 Novembro 2007, 15:59
Responder
Ainda bem que gostaste da Castafiore. Eu tinha escolhido os Dupond & Dupont; a Castafiore foi ideia do Samuel, e uma excelente ideia, como viste! A arte de ajustamento ao confinado espaço foi do Paulo. E a produção do artigo, da Milú (da nossa). Trabalho colaborativo, né? sorriso
Gostaríamos de ter o jornal amanhã, embora a previsão fosse 2ª feira. Mas dava mesmo muito jeito tê-lo amahã "nas bancas". No entanto a gráfica está cheia de trabalho. Vamos ver.
por Soledade Santos - Quarta, 28 Novembro 2007, 20:03
https://arquivo.pt/wayback/20081022134918/http://ecb-m.ccems.pt/mod/forum/discuss.php?d=1660
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Amigos de Hergé portugueses
I Reunião-Convívio dos Amigos de Hergé portugueses
Lisboa - 7 de Julho de 2006
Realizou-se no dia 7 de Julho de 2006, a primeira reunião dos amigos de Hergé.
O encontro teve lugar na Cervejaria Solmar e estiveram presentes ao jantar: Fernando Gomes, mulher, filha e filho, Francisco Duarte Sousa, João Paiva Boléo e mulher, José Victor Silva, Joaquim Talhé e mulher e José Azevedo e Menezes e mulher.
Dos treze sócios indicados por Gérald Dewinter, director dos ADH, apenas dois não responderam a duas cartas enviadas: Miguel Silva, de Lisboa e Carlos Seco, da Lousã.
Registe-se para a história a ementa:
Entradas, massada de cherne ou entrecosto com açorda, vinhos, sobremesa e café.
O jantar decorreu animado, tendo a conversa estado naturalmente centralizada na figura e na obra de Hergé, que tanto nos fez sonhar em crianças e o motivo do nosso encontro.
As fotografias foram tiradas pela filha de Fernando Gomes.
Foi por alguém sugerido que, para facilitar a vinda de outros sócios, a próxima reunião se efectuaria no Bombarral, no próximo mês de Outubro.
Foi enviada a Gérald Dewinter notícia do nosso encontro histórico, com fotos.
Já nos respondeu, felicitando-nos pelo evento. Confirmou-nos, também, a morada dos dois sócios acima citados. Sobre os amigos de Jacobs, disse-nos que também ele é sócio, e que não tem notícias e explicações para o silêncio prolongado destes. Foi-lhe também perguntado se tinha registos da data de admissão dos membros portugueses. Disse-nos que não.
José Menezes
II Reunião-Convívio dos Amigos de Hergé portugueses
Bombarral - 21 de Outubro de 2006
Decorreu no passado dia 21 de Outubro, o segundo convívio dos ADH portugueses.
O ponto de encontro foi no largo do Município, no Bombarral.
Às 13 h, arrancámos atrás do nosso anfitrião, José Victor Silva, que nos conduziu até ao Restaurante Mãe de Água, a pouca distância da vila.
Estiveram presentes:
António Monteiro e mulher
João Paiva Boléo e mulher
Francisco Sousa
José Victor Silva
José Menezes
Durante o almoço, que decorreu animado (de destacar uns excelentes Alvarinho e Sanguinhal, Touriga 2003), falou-se do nosso boletim.
O António Monteiro sugeriu que fosse digital, o que foi bem aceite.
Elimina-se assim o maior problema, que seria o de arranjar uma tipografia que fizesse o boletim a um preço acessível, tarefa quase impraticável, dado o tipo de material de colaboração, em muitos casos sem sentido se não for a cores.
Assim, os ADH só terão que o imprimir em suas casas.
Quanto à altura da sua edição, apontou-se o mês de Abril de 2007, vésperas da celebração do centenário do nascimento do nosso herói.
O António Monteiro ofereceu-se para tentar fazer a paginação das colaborações recebidas.
Portanto, amigos ADH, é tempo de começarem a pensar nos vossos artigos.
Disto não se falou, mas penso que a maneira mais prática será a de os enviarem para o António Monteiro.
O meu trabalho sobre as alterações e eliminações de quadradinhos do Papagaio nos álbuns Casterman circulou pelos presentes. Será publicado no nosso boletim.
Depois do café, o António Monteiro leu um questionário de cinquenta perguntas, sobre Hergé e Tintim, que os presentes foram preenchendo em folhas de papel. O brilhante vencedor deste concurso foi o Francisco Sousa, largamente destacado, com trinta e uma perguntas certas. Estas perguntas sairão no nosso boletim.
Dado o sucesso desta iniciativa, decidiu-se que para o próximo encontro se fará novo concurso, também sobre Hergé e Tintim, mas respeitando apenas a três histórias, a anunciar oportunamente.
Deste modo, não haverá desculpas para falhas clamorosas de alguns dos participantes, nos quais me incluo.
Eu fiquei encarregado de arranjar as perguntas para o próximo concurso.
Finalizámos o encontro com o desejo de nos voltarmos a reunir em Janeiro, em dia e local a combinar.
Depois do almoço, já sem a presença do Francisco Sousa, o José Victor Silva teve a amabilidade de nos mostrar o solar dos Loridos, referência da região e actual propriedade de Joe Berardo. Foi muito interessante esta visita: Paradigma de casa bonita senhorial e de atroz mau gosto, com a adição recente de umas estátuas e estatuetas orientais e gregas, com predominância de um grande lote de Budas, feitos em massa.
Por enquanto, o solar mantém as características. Esperemos que as estatuetas se fiquem pelo exterior.
José Menezes
III Reunião-Convívio dos Amigos de Hergé portugueses
Algés - 3 de Fevereiro de 2007
No dia 3 de Fevereiro no Restaurante Caravela d’Ouro, em Algés, os PADH juntaram-se, pela terceira vez, numa refeição/convívio, a mais concorrida até agora.
Embora tenhamos a lamentar a ausência, por motivos imperiosos está bem de ver, dos nossos amigos João Paiva Bóleo e esposa, José Victor Silva, Fernando Gomes e Pedro Silva (estimamos rápidas melhoras), contámos, desta vez e esperamos que sempre daqui em diante, com as presenças de António Mata, de Viseu (e seu sobrinho), Luís Sotero, do Funchal (e seu filho) e António Cabral, de Bruxelas. Para além destes estiveram presentes os já habituais José Azevedo e Menezes, primeiro promotor dos nossos convívios, e sua esposa, António Monteiro e Helena Monteiro, excelentes organizadores deste nosso 3º Encontro, Joaquim Talhé e esposa e Francisco Sousa.
O repasto e consequente convívio, decorreram animados, com as conversas a rondar, como seria natural, a banda desenhada, o coleccionismo, Tintin e Hergé. Foram contadas várias histórias e postas em dia conversas que vinham desde o nosso último encontro do Bombarral.
Foi aflorado, ainda que muito “pela rama”, o nosso futuro boletim, o que poderá e deverá ser discutido através dos nossos e-mails, de forma a podermos ter algo mais consistente no nosso próximo encontro.
Depois do jantar foi realizado aquele que já começa a ser considerado um dos pontos altos dos nossos encontros, o concurso/questionário, que, desta feita, teve direito a um prémio simbólico, mas muito valioso, uma miniatura de uma viatura de Tintin na América.
O autor das questões foi José Azevedo e Menezes, e o tema foram as Aventuras: Tintin na América, Os Charutos do Faraó e o Lótus Azul, num total de 32 perguntas.
Pela 2ª vez o vencedor foi Francisco Sousa com 16 respostas certas, pelo que foi congratulado por todos os presentes e muito orgulhoso ficou.
Foi depois acordado que a próxima reunião se deverá realizar em data próxima ao centenário de Hergé (22 de Maio), pelo que ficou já marcado o dia 26 de Maio (sábado) em Viseu, numa organização do nosso amigo António Mata. Tudo será confirmado em tempo útil.
Também oportunamente será divulgado o tema para o próximo concurso/questionário, cujo autor será Francisco Sousa.
Depois de mais um belo convívio, resta-nos desejar que possamos estar todos juntos em Maio, em Viseu, para que o nosso grupo PADH se fortaleça e possamos concretizar a ideia do nosso boletim.
Saudações Tintinófilas»
IV Reunião-Convívio dos Amigos de Hergé portugueses
Viseu - 26 de Maio de 2007
Conforme estava previsto, realizou-se no passado dia 26 de Maio o quarto encontro dos ADHP. Recordemos, a talhe de foice, que o primeiro encontro teve lugar em Lisboa, o segundo no Bombarral e o terceiro novamente em Lisboa. Está desde já previsto que o próximo tenha lugar no Porto, em dia a combinar por volta de Outubro próximo, estando a organização local do evento a cargo do nosso amigo Pedro Correia da Silva. Devemos observar que, deste modo, ao prazer do convívio e da amena conversa sobre temas de interesse tintinófilo, se acrescenta uma faceta turística muito agradável.
Desta vez, o anfitrião era o amigo António Mata, residente em Viseu. O encontro foi marcado para as 13:00 horas, no Largo da Sé, em Viseu, que é, diga-se, um local de rara beleza e dignidade, assente sobre o forte granito beirão.
Presentes à chamada estavam António Mata, Francisco Sousa, Teresa e João Paulo Paiva Boléo, Hermínia e Fausto de Almeida (convidados do amigo João Paulo) e António Monteiro, sucedendo que alguns problemas mecânicos atrasaram ligeiramente o José Azevedo e Menezes, que chegaria um pouco mais tarde ao restaurante para onde nos dirigimos.
Para abrir o apetite para a reunião, cerca de meia hora antes alguns de nós tiveram ainda a oportunidade de ouvir, na TSF, a prometida emissão de 6 minutos sobre Hergé e a sua obra, preparada pela jornalista Maria Miguel Cabo a partir da conversa que três de nós – João Paiva Boléo, Francisco Sousa e António Monteiro – tínhamos tido com ela em tempos, nos estúdios daquela emissora radiofónica. Embora a entrevista tenha durado quase hora e meia e possa à primeira vista parecer que meia dúzia de minutos seriam insuficientes para resumir convenientemente o seu conteúdo, a verdade é que em rádio um período de seis minutos é ainda assim considerável e que o resumo acabou por ficar bastante bem feito, dando claramente a ideia do tom geral das intervenções e salientando alguns dos aspectos mais importantes que tivemos oportunidade de focar.
Mas voltemos ao nosso encontro.
Uma vez reunidos os participantes, com a excepção já assinalada, cada um foi para o seu automóvel e seguimos em cortejo até Póvoa Dão, aldeia situada a uma dezena e meia de quilómetros da cidade.
A povoação, debruçada sobre o vale cavado pelo rio que lhe dá nome, encontrava-se praticamente deserta desde meados do século vinte, por força da emigração que levou para África, para o Brasil e, mais tarde, para diversos destinos europeus uma grande parte da população jovem do interior norte do nosso país.
Em 1995, o empresário Vítor Catarino dos Santos soube que a aldeia medieval – fundada por volta do ano de 1258 e que possui uma via romana bem conservada –, onde restavam apenas três habitantes, se encontrava para venda na sua totalidade.
A recuperação de Póvoa Dão levou, como é natural, alguns anos, pois ali não havia nem electricidade, nem água canalizada, nem rede de esgotos montada. Os resultados, porém, são louváveis, pois as fachadas tradicionais em granito, e os telhados vermelhos escondem os mais variados confortos modernos: piscina, campos de ténis, televisão por cabo, aquecimento central, etc.
Do empreendimento faz ainda parte um amplo restaurante e foi justamente para lá que nos dirigimos. As condições do local permitiram que dispuséssemos de uma sala para nosso uso exclusivo, tendo o António Mata tido o cuidado de a enfeitar com duas estatuetas artesanais, de madeira, representando Tintin e duas reproduções emolduradas de páginas de álbuns. Estava pois preparado o ambiente ideal para umas horas bem passadas. Tanto assim que, tendo lá chegado pouco depois da uma e meia da tarde, o Sol se punha já quando saímos.
Sobre o encontro propriamente dito, pouco há a contar que não seja já habitual e familiar a quantos participaram nos anteriores. A conversa fluiu facilmente, não fosse o assunto – quase exclusivo – tão do agrado de todos os presentes. Vão sempre surgindo ideias, comentários, aspectos novos encontrados aqui e acolá numa obra tão rica como a de Hergé. De referir que, antes da refeição, o nosso amigo António Mata distribuiu por todos uns alfinetes (desses internacionalmente conhecidos por pins) onde, sobre a reprodução de uma cena de Tintin en Amérique, tinha aposto os dizeres “Viseu Maio 2007”. Esses alfinetes, pelo reduzidíssimo número de exemplares produzidos, constituirão doravante uma grande raridade no coleccionismo tintinófilo e todos os colocaram ao peito com orgulho!
Ao sabor dos pratos típicos da região, onde não faltaram o cabrito e os rojões, jóias da culinária beirã, sempre valorizadas pela excelência das matérias-primas utilizadas por aquelas bandas, a troca de impressões foi-se estendendo e abrangeu temas tão variados como a comparação e a definição da importância relativa da obra de Hergé e de outras obras-primas da banda desenhada europeia, a escolha dos álbuns preferidos de cada um e até as desventuras que o nosso amigo João Paiva Boléo teve nos seus recentes contactos com a imprensa escrita e falada.
Inevitavelmente, um dos pontos altos da sessão consistiu no já usual questionário, desta vez preparado pelo Francisco Sousa – disso encarregado por todos desde a última reunião, num esforço fracamente disfarçado de evitarmos que tornasse a ser ele o vencedor... – e que se baseava exclusivamente nas capas dos vinte e pouco álbuns das aventuras de Tintin, nas suas versões finais, com exclusão de Tintin aux pays des Soviets e do incompleto Alph-Art. Apesar de os presentes terem, na sua generalidade, feito os trabalhos de casa, o certo é que o “ponto” não era fácil.
Os que não puderam estar presentes encontrarão a respectiva lista de perguntas no final do presente relato. A pontuação foi organizada de modo muito simples: cada resposta certa valia 1 ponto. Assim, se uma determinada resposta requeria a referência a cinco capas distintas, quem acertasse em todas teria 5 pontos, quem acertasse apenas em quatro teria 4 pontos, etc., não se descontando pontuação por respostas eventualmente erradas.
Quem quiser testar os seus conhecimentos que procure responder ás 35 perguntas sem consultar a colecção dos álbuns! Na circunstância, o vencedor foi António Monteiro, com um total de 82 pontos, ficando João Paiva Boléo em segundo lugar, com 80. Parece ter-se já instituído o princípio de que o vencedor de cada concurso preparará o próximo e assim se fará no caso presente.
Um assunto ainda abordado, já perto do final da tarde, referia-se à possibilidade de se admitir a presença, nas nossas reuniões, de pessoas interessadas na banda desenhada e apreciadoras da obra de Hergé em particular, ainda que não façam parte dos Amis de Hergé. Embora houvesse opiniões levemente diferentes sobre o assunto, acabou por se estabelecer consenso sobre a seguinte solução: em princípio, qualquer dos ADHP poderá fazer-se acompanhar de algum amigo, a título de convidado (como foi o caso do encantador casal Hermínia e Fausto de Almeida que desta vez acompanhava o casal Paiva Boléo); no entanto, para passar a ser considerado como “membro efectivo” do nosso grupo – com direito a ser convocado para os encontros e a receber automaticamente o BoleTim-Tim – qualquer interessado deverá, por princípio, inscrever-se nos ADH. A título de exemplo, ainda há pouco tempo fomos contactados por Jorge Macieira, que acabou por não poder estar presente (enquanto convidado) desta vez, mas prometeu já registar-se na associação belga, para passar a ser dos nossos com carácter permanente.
Eram cerca de 19:00 horas quando finalmente abandonámos Póvoa Dão. Na memória de todos, a recordação de uma tarde excelentemente passada num belo ambiente em que impera a beleza natural das serranias beirãs, o silêncio e a pureza do ar, isento da feia poluição das grandes cidades.
António Monteiro
Fonte: http://clientes.netvisao.pt/jvictors/PADH.htm
Sócios portugueses do Clube Belga «Amis de Hergé»
Nº 153 Francisco Duarte Sousa, Lisboa
Nº 228 Miguel Silva, Lisboa
Nº 270 José Azevedo e Menezes, Lisboa
Nº 415 António Monteiro, Lisboa
Nº 577 João Paiva Boléo, Lisboa
Nº 645 António José Cabral, Bruxelas (Bélgica)
Nº 724 Pedro Correia Silva, Porto
Nº 773 Carlos Seco, Lousã
Nº 944 José Vitor Silva, Bombarral
Nº 1011 António Mata, Viseu
Nº 1184 Luís Sotero Gomes, Funchal
Nº 1206 Fernando Gomes, Cascais
Nº 1278 Joaquim Talhé, Lisboa
Nº 1304 Fernando Reis Cardoso, Pinhal Novo