CAVALEIRO ANDANTE
As histórias do Tintin publicadas no «Cavaleiro Andante» foram as seguintes:
1 - O templo do sol (#1 de 05/01/1952 ao #27 de 05/07/1952) (continuou no suplemento «O Pajem» do #1 de 05/07/1952 ao #86 de 22/08/1953)
2 - Tim-Tim na Lua (Rumo à Lua / Explorando a Lua) (#94 de 17/10/1953 ao #209 de 31/12/1955)
3 - Tim-Tim na América do Norte (Tintin na América) (#210 de 07/01/1956 ao #269 de 23/02/1957)
4 - O caso da arma secreta (O caso Girassol) (#270 de 02/03/1957 ao #331 de
5 - O lótus azul (#340 de 05/07/1958 ao #401 de 05/09/1959)
6 - Mercadores de ébano (Carvão no porão) (#405 de 03/10/1959 ao #466 de 03/12/1960)
7 - Tim-Tim no Tibet (Tintin no Tibete) (iniciou n' «O Foguetão do #1 de 04/05/1961 ao #13 de 27/07/1961) (#516 de 18/11/1961 ao #553 de 04/08/1962)
https://tintinemportugal.blogspot.com/2011/06/tintin-no-cavaleiro-andante.html
https://tintinofilo.weebly.com/cavaleiro-andante.html
EMPRESA NACIONAL DE PUBLICIDADE
- A revista «Diabrete» durou de 4 de Janeiro de 1941 a 29 de Dezembro de 1951.
«Cavaleiro Andante» foi publicado de 5 de Janeiro de 1952 a 25 de Agosto de 1962.
- «O Pajem» foi um suplemento destacável do «Cavaleiro Andante» que começou no nº 27 de 5 de Julho de 1952 (a partir do nº 238 só em números pares - os ímpares correspondiam ao suplemento «Desportos») e durou até ao nº 326. A partir deste número passou a ser uma secção da revista, tendo terminado em 19 de Novembro de 1960.
- A revista de grande formato «Foguetão», propriedade da ENP, com direcção de Simões Muller, teve a duração de apenas 13 números (04/05/1961 a 27/07/1961). Teve a particularidade de publicar as legendas do episódio do Tintin em francês, com a tradução para português em rodapé.
- Também da propriedade da ENP e com direcção de Simões Muller, o «Zorro» começou em 13 de Outubro de 1962 e terminou em 11 de Junho de 1966 com 192 números publicados semanalmente. Publicou unicamente uma aventura do Tintin: As jóias de Prima-Dona (As jóias da Castafiore) do #26 de 06/04/1963 ao #87 de 06/06/1964)
Na revista Cavaleiro Andante, os desenhos de autores portugueses alusivos ao Tintin são os seguintes:
#13; 29 Março 1952; Capa sobre o «Templo do Sol»; Tintim, Milou, Tournesol e Haddock; Fernando Bento
#15; 12 Abril 1952; Capa; Tintim e Milou; Fernando Bento
#23; 7 Junho 1952; Capa; Tintim; Fernando Bento
#100; 28 Novembro 1953; Capa; Tintim e Haddock; Artur Correia
#418; 2 Janeiro 1960; Capa; Tintim; Fernando Bento
https://tintinemportugal.blogspot.com/2011/06/tintim-visto-pelos-desenhadores_12.html
Capas
#13 - 29 de Março de 1952 - Capa de Fernando Bento - OTDS
#93 - 10 de Outubro de 1952 - TNL
#154 - 11 de Dezembro de 1954 - TNL
#212 - 21 de Dezembro de 1956 - TNADN
#270 - 2 de Março de 1957 - OCDAS
#283 - 1 de Junho de 1957 - CCP FIAT600
#291 - 27 de Julho de 1957 - CCP FIAT600
#405 - 3 de Março de 1959 - MDE
#418 - 2 de Janeiro de 1959 - Capa de Fernando Bento - NOVO ANO 1960
#516 - 18 de Novembro de 1961 - TNT
Era uma espécie de Benfica/Sporting, porque quem comprava o "Mundo de Aventuras" (1949-1987), não comprava o "Cavaleiro Andante" (1952-1962): os orçamentos familiares eram limitados... E as revistas de BD eram semanais. O meu preferido foi sempre o "Cavaleiro Andante", que saía ao sábado e, inicialmente, custava Esc. 1$80. Tenho exemplares seguidos desde o nº 28 (12/7/1952) ao nº 241, de 11 de Agosto de 1956, que já custava Esc. 2$00. Dirigida por Adolfo Simões Müller (1909-1989), a revista tinha um grafismo de excelente qualidade, para a época, e bem caracterizado. Fernando Bento, Stuart, José Manuel Soares, Vitor Péon, eram alguns dos mais conhecidos ilustradores. Müller e Artur Varatojo, dois dos autores de textos que eram, normalmente, pedagógicos.
Ainda hoje teria dificuldade em escolher as histórias que mais me empolgaram e de que mais gostava, mas terei de referir, à cabeça: "Beau Geste", adaptado por Fernando Bento, do livro de Percival Christopher, e "O Mistério da Grande Pirâmide", com Blake e Mortimer, de Edgar Pierre Jacobs. Mas, também, "O Tesouro de Valverde", Tim-Tim, "Quo Vadis", ou a adaptação de "Ala dos Namorados", de Campos Júnior, feita por Artur Varatojo, com belíssimas ilustrações de José Manuel Soares. O "Cavaleiro Andante" era um mundo de aventuras, inesquecível na memória.
O Meu Professor Inesquecível - Artur Tomé
Foi com o Cavaleiro Andante que aprendi a ler. Tinha o Tim-Tim e o Templo do Sol e O Mistério da Grande Pirâmide, com o Blake e Mortimer, que iriam ser os meus heróis por muitos anos.
Pessoal da minha geração formou-se culturalmente com aquela revista editada pelo Adolfo Simões Muller, e, os que não iam muito à bola com aquilo que viria a ser conhecido como a escola franco-belga, viravam-se mais para o Mundo de Aventuras com o Mandrake, o Fantasma e o Flash Gordon.
Eu alinhava em ambas as correntes.
Normalmente, ao entrar na puberdade, o pessoal largava os quadradinhos e virava-se mais para o desporto e para o sexo oposto. Comigo não foi bem assim. Na rua onde nasci, a vizinhança mais próxima da minha idade era toda ela do sexo oposto. Cresci entre miúdas, com consequências que não vêm agora para o caso.
O desporto foi-me proibido pelo médico, tinha eu 11 anos, graças a um diagnóstico de coartação da aorta. O liceu Pedro Nunes tinha uma excelente biblioteca e passei o horário da Educação Física lá metido a ler Mosquitos, primeiro, e depois as colecções de Júlio Verne, Tarzan, Sherlock Holmes e Cavaleiro de Lagardère.
Os professores do Pedro Nunes eram óptimos - fui aluno do Palma Fernandes a Matemática e do Rómulo de Carvalho a Físico-Químicas, um luxo de ensino. Mas a cultura do Simões Muller marcou-me tanto ou mais que o Eça ou Trindade Coelho.
Talvez por isso, não renunciei a tais leituras ao crescer. Ainda era fã do CA quando apareceu a história da Marca Amarela que criou uma histeria entre a miudagem da altura, com o símbolo a aperecer grafitado em todas as paredes ( sendo que entre a Estrela e a Pampulha, a autoria dos rabiscos era aqui do je.)
A família contribuía para o vício. A minha avó tinha um sotão com folhetins de cordel do final do séc. XIX, um primo que vivia com ela tinha os primeiros livros da Argonauta, uns tios com quem passava férias tinham uma colecção de Gibis brasileiros com as primeiras histórias do Capitão América, Homem de Borracha e Capitão Marvel.
Apanhei o vício de toda essa literatura menor e não o larguei até hoje.
E não é que nessa literatura "menor" se encontram pérolas de alto valor cultural?
É disso que conto falar aqui no Cavaleiro Andante. Autores que marcaram o nosso imaginário, com uma criatividade e humor muito pouco reconhecidos. Venham daí comigo.
Artur Tomé, 23/11/2009
(...) Fernando Bento foi um desenhador incansável, dando a conhecer grandes obras aos mais novos como Beau Geste, por exemplo. Claro que há o Garcês, com desenho mais à Harold Foster do Príncipe Valente, mas a produção e qualidade de Bento sempre foi mais da minha simpatia. (...)
A banda desenhada cria heróis e personagens que se embebem em todos nós, por vezes sem que nos apercebamos de tal. Mas deixam marcas, moldam sonhos, criam modelos de comportamento que nos acompanham pela vida fora. Mesmo quando pensamos que não ligamos àquela forma de expressão.
http://www.truca.pt/cavaleiro_andante.html
Sem comentários:
Enviar um comentário