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quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Até tu, Brutus!
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
A Capital da BD
Outras Terras
A capital da BD
TINTIM, Lucky Luke, Gaston Lagaffe, Boule e Bill, Spirou, Fantasio e Marsupilami, Blake e Mortimer, Bob e Bobette, Quick e Flupke, Nero, os Schtroumpfs e tantos outros heróis da banda desenhada são nados e criados na Bélgica, um pequeno país com apenas 170 anos de existência e um terço da dimensão de Portugal. Não admira pois que a Bélgica seja o país com mais desenhadores e argumentistas por metro quadrado e maior número de álbuns vendidos por ano: 40 milhões, dos quais 30 milhões são exportados.
Só Tintim e Bob e Bobette, por exemplo, já venderam cada um mais de 80 milhões de exemplares. Quando Daniel De Bruycker, poeta e ex-crítico do diário «Le Soir», afirma: «Somos o único país que se interroga sobre se existe realmente», apetece pedir-lhe que «não se preocupe» porque é essa aparente não-existência da Bélgica que lhe dá a criatividade, sentido de humor e irreverência que faltam a muitos países que se arrogam de instituições sólidas e velhas tradições e que vivem à sombra de troféus passados.
Quando o suíço Rodolphe Töpffer, professor num colégio interno, criou em 1827 a primeira série de histórias em imagens para distrair os seus alunos, estava longe de pensar-se que esta forma de expressão viria a ser considerada a nona arte e para muitos a mais universal de todas. Nem mesmo a Hergé passaria pela cabeça que as primeiras aventuras do repórter Tintim e do seu cão Milu, publicadas no «Petit Vingtième» em 1929, um suplemento infantil de um jornal diário de Bruxelas, dariam origem ao maior sucesso editorial de sempre de histórias aos quadradinhos, abrindo caminho a uma importante escola belga de banda desenhada. E se o facto de a Bélgica conviver com três línguas oficiais - francês, neerlandês e alemão - e um sistema político complexo, cria inegavelmente dificuldades de comunicação, tem a vantagem de estimular a imaginação e obrigar a formas de expressão alternativas. E a BD tem essa capacidade, única no mundo das artes, de saber superar, graças ao poder das imagens e à simplicidade dos textos, todas as barreiras: etárias, culturais, linguísticas ou geográficas.
O sucesso de tintim
O êxito imediato de «Tintim no País dos Sovietes», levou Hergé a publicá-la em livro, um ano depois, nascendo assim o primeiro álbum de BD. Em 1938, Rob-Vel funda o jornal «Spirou», que começa por publicar autores americanos, mas a II Guerra Mundial interrompe a importação de histórias americanas e os criadores belgas entram em cena, dando origem à escola de Charleroi, caracterizada por um estilo mais humorístico e uma linguagem mais desbocada do que a escola de Hergé. Entre eles estão Jijé, que desenvolve a personagem Spirou e acrescenta Fantasio; André Franquin, que retoma estas personagens, acrescentando-lhes o Marsupilami, e que mais tarde cria o hilariante Gaston Lagaffe; Roba, o autor de Boule e Bill; Morris, que cria Lucky Luke, e Peyo, o pai dos Schtroumpfs. Do lado de Hergé, que em 1946 criou o Jornal «Tintim», inteiramente dedicado à divulgação de autores belgas, estão E.P. Jacobs (Blake e Mortimer), Paul Cuvelier (Corentin), Jacques Martin (Alix), Vandersteen (Bob e Bobette), Tibet (Ric Hochet), entre outros. Nos anos 70 surgiram novos movimentos, nomeadamente as bandas desenhadas para adultos - a revista «A Suivre» divulga muitos deles - mas nessa altura já os velhos heróis infantis tinham sido lidos e amados por várias gerações de crianças e estavam irremediavelmente entranhados no imaginário dos leitores.
Uma visita a Bruxelas tem muitos pontos de interesse, mas em nenhum caso e sob nenhum pretexto poderá ser esquecida a arte maior dos belgas - a BD - presente em todos os cantos da cidade: murais, livrarias, lojas de objectos BD e o Centro Belga da Banda Desenhada, ponto de partida ideal para iniciar o roteiro. Este museu abriu ao público em 1989, nos antigos armazéns Waucquez, uma casa «Arte Nova» desenhada por Victor Horta e salva «in extremis» da demolição e transformação em parque de estacionamento. O edifício foi fielmente restaurado e hoje integra a maior bedeteca do mundo, o museu do imaginário, que conta com 650 autores, o espaço Saint-Roch, onde são mostradas pranchas originais (o museu possui cerca de 1500), exposições permanentes e temporárias (está a decorrer uma retrospectiva da obra de Roba, o autor de Boule e Bill) e ainda uma videoteca, a livraria Slumberland e o restaurante Victor Horta.
Os murais foram uma ideia de um grupo de autores de BD, que no início dos anos 90 decidiram pintar uma série de empenas e fachadas de edifícios em mau estado, a fim de chamar a atenção do público para o estado de degradação do património arquitectónico da cidade. Desde então, este movimento não parou de crescer e hoje existe já um percurso oficial da banda desenhada. No centro, na zona da Grand Place, é possível observar alguns destes murais, que reproduzem cenas conhecidas da BD belga: Lucky Luke, Rue de la Buanderie, Quick e Flupke, Rue Haute, Victor Sackville, Le Passage e Broussaille, Rue du Marché au Charbon, são alguns exemplos. Quanto às livrarias especializadas, o problema é escolher; há-as de todas as tendências e para todas as bolsas. Como diria o capitão Haddock, o companheiro de Tintim, «Com mil milhões de macacos!!!»
Informações:
Centro Belga da BD
Rue des Sables, 20 - Tel. 2191980
Percurso da Banda Desenhada
Mapa e informações no TIB
(Turismo de Bruxelas) - Tel. 5138940
Festival do Desenho Animado
Passage 44 - De 29/02 a 11/03 de 2000
Livrarias especializadas
La Bande des Six Nez, a maior e a mais reputada de Bruxelas.
BD's novas e em segunda mão. Chaussée de Wavre, 179 http://www.labandedessixnez.com
Brüsel, bd. Anspach, 100
Sans Titre, Av. de Stalingrad, 8
Ziggourat, Rue Dejoncker, 34
The Skull, Chaussée Waterloo, 336
ISABEL MARGARIDA DE SOUSA, Expresso, 11/12/1999
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Quim e Filipe - Quick & Flupke
As travessuras de Quick et Flupke iniciaram-se no «Le Petit Vingtième» em 23 de Janeiro de 1930.
Os protagonistas são dois garotos das ruas de Bruxelas, que adoram inventar toda a espécie de engenhocas.
Contudo, as suas travessuras só lhes criam problemas, metendo-se em grandes sarilhos com os seus pais e com as autoridades, particularmente com o agente nº 15.
As histórias são apresentadas numa prancha, inicialmente a preto e branco, mas após a Segunda Guerra Mundial foram coloridas e compiladas em álbuns. Os dois primeiros foram editados em Janeiro de 1949 e o 11º em Janeiro de 1969.
Mais tarde, entre 1975 e 1982, foi feita uma nova edição das mesmas histórias, «Les exploits de Quick et Flupke», agora em seis volumes.
Em 1984, a série foi adaptada ao cinema de animação, com 260 filmes de um minuto cada.
Paralelamente, os álbuns foram retocados por Johan de Moor. A colecção foi publicada pela Casterman, em 12 volumes, entre 1985 e 1991.
A Difusão Verbo editou, entre 1982 e 1987, uma colecção de 12 álbuns com as aventuras já retocadas por Johan de Moor, baptizando-os de Quim e Filipe. As Aventuras de Quim e Filipe foram reeditadas no ano 2000.
Também o boletim «Correio Juvenil» da Verbo publicou nos anos 80 e 90 as histórias dos heróis, tendo o calendário de 1986 lhes sido dedicado.
(https://tintinofilo.weebly.com/as-revistas1.html)Tropelias de Trovão e do Relâmpago - Diabrete (1941/1942)
Aventuras e desventuras de Quim e Filipe (1982-1987)
(duas capas onde nas paredes estão imagens de Tintim e Milou)
https://arquivo.pt/wayback/20090427133802/http://br.geocities.com/bdnostagia/Quick_Flupke.htm
ROL DE LIVROS: detalhe da recensão
Aventuras e desventuras de Quim e Filipe. 11
de Hergé
recenseador: Guilherme Castilho (Gulbenkian)
Rol de Livros é o nome pelo qual se designa o vasto conjunto de recensões críticas sobre o que de mais relevante entre nós se edita desde os anos 60 do passado século, quer se trate de originais portugueses, quer de traduções. Actualizada mensalmente, esta rubrica inclui apreciações feitas por quarenta e seis personalidades, cujos nomes poderá encontrar no campo Autor Recenseador, na pesquisa.
Ao efectuar a sua pesquisa, encontrará duas espécies de fichas na base de dados: no formato original; ou em texto digitalizado. Este procedimento resulta da preocupação sentida pela Fundação Calouste Gulbenkian em preservar a autenticidade de cada conteúdo, tendo sido digitalizadas somente as fichas susceptíveis de serem revistas pelos respectivos autores.
https://arquivo.pt/wayback/20070612133123/http://www.leitura.gulbenkian.pt/index.php?area=rol
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Quem é quem. As personagens de Tintim da política portuguesa
Do extrovertido Serafim Lampião/Marcelo ao mordomo Nestor/Durão.
Portas diz-se Oliveira da Figueira. Mas a vida pública portuguesa tem outras pesonagens do Tintim.
Marinho e Pinto / Capitão Haddock
É o mais bruto dos políticos no activo, à imagem do capitão Haddock. Embora ninguém o tenha ouvido dizer “com mil milhões de mil macacos” nem chamar a nenhum adversário “ectoplasma”, andou lá perto. Haddock é corajoso (Marinho e Pinto também), mas contraditório (idem). Não vive no castelo de Moulinsart, mas não larga o conforto de Bruxelas.
Passos Coelho e Paulo Portas / Dupont e Dupond
Passos Coelho é primeiro-ministro e é o gémeo liderante da coligação. Durante muito tempo, principalmente nos primeiros dois anos e até à crise da demissão irrevogável de Portas, PSD e CDS distiguiram-se notoriamente, com o CDS a pedir crescimento e Vítor Gaspar a enfurecer os centristas. Mas as coisas mudaram: hoje Passos Coelho e Paulo Portas actuam como Dupont e Dupond. E assim será até 4 de Outubro.
Paulo Portas / Dupond
Quem conhece Paulo Portas sabe que ele não gostaria de estar no papel em que está: no Dupond, que praticamente se limita a repetir as frases já utilizadas previamente pelo gémeo Dupont. Mas foi o que se passou nos últimos dois anos e agravou-se ainda mais nos últimos tempos, desde que PSD e CDS decidiram concorrer em coligação. Se houver derrota, Portas pode deixar a posição de Dupond – até pode ser libertador...
Cavaco Silva / Professor Tornesol
O professor Tournesol é desastrado – como Cavaco Silva sempre foi – e muitas vezes diz coisas incompreensíveis. Mas, por muitas trapalhadas em que se tenha metido ao longo de todas as aventuras de Tintim (como Cavaco durante toda a sua vida política), todos lhe reconhecem sabedoria. Na realidade, não reconhecer sabedoria a Cavaco, que está no poder há mais de 30 anos, seria um erro de análise. Mas Tournesol poderia falar do sorriso das vacas nos Açores...
Ana Gomes / Bianca Castafiore
Bianca Castafiore, “o rouxinol milanês”, tem uma legião de admiradores em todo o lado por onde passa, mas aparece muitas vezes na hora errada e diz as coisas mais inconvenientes para o establishment do momento. Ana Gomes não é uma cantora lírica, mas muitos no PS olham-na como uma mulher excessivamente interventiva, que vem estragar os momentos consensuais.
Marcelo Rebelo de Sousa / Serafim Lampião
Serafim Lampião é o mais extrovertido das personagens das aventuras de Tintim. Está sempre em casa, em qualquer lado onde esteja, exactamente como o professor e futuro candidato a Presidente da República. Serafim Lampião não é institucional: entra no Castelo de Moulinsart como se fosse a sua casa. É vendedor de seguros e vende-os em qualquer lado. Marcelo vende outras coisas com facilidade.
Durão Barroso / Nestor
Quem pode ser o mordomo do Castelo de Moulinsart, residência do capitão Haddock nas aventuras de Tintim? Afinal foi Durão Barroso que teve o papel de receber os grandes líderes nos Açores antes de partirem no dia seguinte para a invasão do Iraque. Foi aí que ficou conhecido como o “mordomo” das Lajes, o que lhe permitiu o salto para Bruxelas, onde na realidade quem manda é a Alemanha e Angela Merkel.
Ricardo Salgado / Rastapopoulos
É um dos vilões das aventuras de Tintim. Rastapopulos é um milionário que se envolve em negócios pouco claros. No momento em que se prepara a venda do Novo Banco – que ainda pode vir a custar muito dinheiro aos contribuintes –, é claro que a figura da vida pública portuguesa só pode ser Ricardo Salgado, o outrora dono disto tudo, que neste momento está preso em casa vigiado pela polícia.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
A propósito de Oliveira da Figueira
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Quem é quem? As personagens de Tintim da política portuguesa!
Capitão Haddock
Professor Tornesol
Dupont/Dupond
Dupond
Nestor
Rastapopoulos
Bianca Castafiore








