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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
Espólio de Hergé e as visões de Dante segundo Botticelli na Gulbenkian em 2021
A partir de 7 de Outubro, e até 10 de Janeiro de 2022, pode ser visitada na Galeria Principal a exposição “Hergé”, apresentada pela primeira vez no Grand Palais, em Paris.
Esta exposição reúne uma importante selecção de documentos, desenhos originais e várias obras criadas pelo autor de Tintin.
“Organizada em colaboração com o Museu Hergé de Louvain-la-Neuve, a mostra revela as múltiplas facetas de uma personalidade artística de referência, da ilustração à banda desenhada, passando pela publicidade, imprensa, desenho de moda e artes plásticas”, explicita a Gulbenkian, destacando que esta é “uma oportunidade única de descobrir os tesouros dos estúdios Hergé: pranchas originais, pinturas, fotografias e documentos de arquivo”.
Lusa
sábado, 19 de dezembro de 2020
Tintin na Juvebêdê
A revista Juvebêdê de Outubro de 2019 publicou um destaque ao álbum duplo das aventuras lunares de Tintin, editado pela ASA, comemorando os 50 anos do primeiro homem na Lua.
domingo, 6 de dezembro de 2020
Prendas de Natal 2020
Segue, por conseguinte, um combinado de sugestões devidamente ajustado à época, a de 2020. E não se fala mais nisso, no pasa nada.
Também não se passa nada, nada de nada, em As Jóias da Castafiore, a deliciosa -- de todas, talvez a mais deliciosa -- banda desenhada de Hergé. Ao contrário das outras aventuras de Tintim, trepidantes de viagens e vilões, nesta ninguém vai a lado algum, nem acontece coisa alguma. Ou acontece tudo, um tudo que é nada e um nada que é tudo, num delirante novelo de peripécias e mal-entendidos em que toda a gente se agita sem sair do sítio, o castelo de Moulinsart.
Ora esta comédia imóvel, a anti-aventura em huis clos a que até um filósofo famoso consagrou um extenso artigo em torno da impossível comunicação entre os seres humanos, é também uma engenhosa brincadeira inspirada no enredo de La Gazza Ladra (A Pega Ladra), uma ópera de G. Rossini que, essa, não é considerada nem cómica, nem séria, mas sim… “semi-séria”. E chamar a algo “semi-sério” é já por si mesmo, convenhamos, um nadinha cómico.
O que Hergé talvez desconhecesse – mas o acaso faz bem as coisas, como se sabe -- é a pequena história por detrás da própria criação da Gazza Ladra. Consta que o diretor do Scala de Milão, conhecendo como conhecia a incontível alegria de viver de Rossini e temendo não ter a ópera pronta a tempo da estreia, confinou o pobre compositor no quarto. Gioachinno não tinha o direito de sair e atirava as partituras da Abertura pela janela para serem distribuídas pelos músicos da orquestra.
Custa a crer que um tema que tanto nos induz a contemplar o teatro do mundo em modo divertido, a banda sonora que o transfigura, tenha sido composto nestas condições. É fazer a experiência logo na dita Abertura, a partir do minuto 4’20’’.
E as Jóias da Castafiore? Ah... nem tudo o que reluz é ouro. Mas que interessa isso à pega? Só mesmo a Castafiore, o Rouxinol Milanês, é que se aflige -- e nós com ela, mais os castiçais que ela estilhaça nos agudos ao cantar a “Ária das Jóias”, da ópera Fausto, de C. Gounod. Haverá alguém que tenha lido a banda desenhada e não tenha ardido de curiosidade de saber a que soava “AAAAAh je ris, de me voir si belle en ce miroir….”. Soa assim, a partir do minuto 2’20’’, na voz grande de Anna Netrebko.
Boas compras, como dizem no supermercado.
Manuela Ivone Cunha
in Blogue Malomil
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
Dupond e Dupont
Dupond e Dupont são dois célebres personagens de "As Aventuras de Tintin" do autor belga Hergé. São dois polícias (?), em tudo muito semelhantes. Por exemplo, Dupond diz "Não a um bloco central" e Dupond retorquirá "Direi mesmo mais: não a um bloco central".
Ontem, 4 de janeiro de 2018, assisti na TV a um frente-a-frente dos dois candidatos à liderança do PSD: Santana Lopes e Rui Rio. Foi o próprio Dr. Santana Lopes que mencionou a analogia com os personagens da BD, afirmando que não eram eles, mas sim o Dr. Rui Rio e o actual Primeiro Ministro. Na minha opinião são mesmo eles, Santana Lopes e Rui Rio, os mais parecidos com a famosa dupla.
Um deles será o líder de um dos maiores partidos políticos nacionais. Um partido que recebe milhões de votos. Pergunta: não encontram mais ninguém entre toda essa gente para liderar o partido?
Não sou "adepto" do PSD (antes pelo contrário), mas estou convicto que esse grande partido merecia melhor que as trapalhadas do Santana e as habilidades do Rui.
Se atendermos à Lei de Murphi isso é preocupante: se um deste homens tiver a possibilidade de cometer um erro, decerto o fará. E o assunto não interessa apenas aos simpatizantes daquele partido; interessa a todos. As pessoas, um pouco por todo o lado, têm vindo a demonstrar uma estranha tendência para eleger os piores candidatos. Cuidado: corremos o risco de um deles, Santana Lopes ou Rui Rio poder alcançar o cargo de primeiro ministro.
Deixo aqui o meu apelo às gentes do PSD. Rebusquem, investiguem, vasculhem entre os militantes, encontrem outros candidatos menos patuscos, mais compenetrados, mais credíveis. Por favor...
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Maceira
Em jeito de parabéns, a Biblioteca Escolar de Maceira, em articulação com as professoras de Francês, prestou-lhe homenagem com a exposição "O Mundo de Tintim" ( livros, filmes e trabalhos realizados pelos alunos do 3.º Ciclo) e o passatempo " Teste do Tintim.... és um verdadeiro perito em tintinologia?"
http://filhotedetecnologias.blogspot.com/2012/01/tintim-completou-83-primaveras-no-dia.html
terça-feira, 10 de novembro de 2020
Heróis da BD
Quer se queira, quer não, os protagonistas/heróis marcam o universo da banda desenhada. Em "Heróis da BD" Carlos Pessoa e Nuno Franco sugerem algumas boas pistas, portas de acesso a outros universos. O resto são critérios.
Para falar de banda desenhada todos os espaços são bons, todos os pretextos óptimos. A noção pode ser difícil de entranhar por quem se interessa por cinema ou literatura, formas com lugar garantido no caldo da Cultura. Não é o caso da BD. Presa num limbo variável que apenas se agita em momentos particulares (os Festivais da Amadora, Porto e Lisboa, por exemplo), à BD resta espreitar oportunidades. Foi o caso do desafio da PÚBLICA (revista dominical do PÚBLICO) aos jornalistas e críticos Carlos Pessoa e Nuno Franco. Uma página por semana, tendo como mote (definido pelos próprios) heróis que marcaram os quadradinhos. Agora coligidos num volume de arejado grafismo, esses textos constituem o miolo de "Heróis da BD". Como notam Pessoa e Franco, escrever sobre BD sem falar de heróis, que surgem repetidamente de aventura em aventura, é quase um contra-senso. Infelizmente, acrescente-se. Porque tal critério implica, no leitor ocasional, o vislumbrar automático
de lugares-comuns relacionados com actividades heróicas, monodimensionais, escapistas. Quando a BD não se resume a isso. Basta pensar num exercício semelhante feito em termos de cinema ou literatura. Quais as selecções possíveis, os heróis eleitos? Indiana Jones? Luke Skywalker? Miss Marple, Pepe Carvalho, Harry "Rabbit" Angstrom? Significativos, uns mais do que outros. Mas representativos das suas formas narrativas como um todo? Mais lógico seria citarem-se trabalhos, autores. Com a ressalva de que muitas obras se estendem por episódios, a BD merece o mesmo. Diga-se que Pessoa e Franco conhecem o espartilho, e sabem libertar-se dele. "Akira" de Otomo, por exemplo, é "apenas" isso, uma obra fulgurante (longa, é certo, mas não se considerarmos os códigos da BD japonesa) da qual a personagem-título nem sequer se pode considerar verdadeiro protagonista (Kaneda e Tetsuo dividem com ela o palco). Claro que, e aceitando-se o critério (defensável) dos autores, nada é mais estimulante do que listas e selecções. A razão é óbvia. São sempre, mas sempre, incompletas e discutíveis. E, nessa perspectiva, "obrigam" leitores a refazer o exercício na ânsia de uma selecção perfeita, utópica. A este respeito nada de ilusões: comentários aos critérios pessoais de outros são apenas reflexo de um outro critério, não menos pessoal.Logo à partida é interessante notar que as opções de Franco e Pessoa seguem de muito perto cânones que nos habituámos a reconhecer, não só em Portugal. A grande divisão é entre franco-belgas e norte-americanos; com um espanhol, dois italianos, dois argentinos, dois japoneses, e cinco portugueses à mistura. Mais: a chamada "BD clássica" resume-se, fora um ou outro incontornável ("Tintin", "Spirou"...), ao mundo das "strips" e "comics" norte-americanos, com as restantes escolhas a incidirem na contemporaneidade. É evidente que a operação tem de ter danos colateriais, como toda a BD inglesa e personagens clássicas das restantes ("Quim e Manecas", "O Boneco Rebelde", "Simão Infante", para apenas citar alguns portugueses). No entanto, nada há a dizer em relação às presenças nacionais. Gonçalves, Louro, Saraiva, Relvas são inquestionáveis, Fazenda e Marte mais do que promessas. De fora fica, por exemplo, José Carlos Fernandes, o mais espantoso autor português. Que, por ser mais anti-autor, apenas cria, como é óbvio, anti-heróis. Noutra perspectiva, da brilhante dupla Nuno Saraiva/Júlio Pinto resgata-se o formato mais clássico, e a criação menos interessante, pese embora o delírio inicial. É evidente que os autores concentraram escolhas naquilo que reconhecem como importante e, mais ainda, de que gostam. Não é difícil, de resto, distinguir uma coisa da outra. Veja-se, nomeadamente, o esforço efabulatório de Carlos Pessoa para que o leitor penetre nos universos ficcionados que descreve. A forte carga de assombro que se vive nessas entradas contrasta com outros textos de cariz mais informativo. (...)
João Ramalho Santos, Público, 13/10/2001
https://www.publico.pt/2001/10/13/jornal/o-regresso-dos-herois-162967
Heróis da BD, de Nuno Franco e Carlos Pessoa
Uma lista de 42 heróis da BD analisados pelos autores, cujas crónicas foram inicialmente publicadas no revista dominical do jornal «Público». Uma crónica é dedicada a Tintim.
Público - Lisboa, 2001 - 89 páginas, Cor, Brochado, 250x295 mm
A entrada sobre Tintin, "Repórter Andarilho", é da autoria de Carlos Pessoa.
Nome: Tintin
Criador: Hergé
Data de nascimento: 10-01-1929
Local: "Le Petit Vingtième", Bélgica
Época: século XX
Série: banda desenhada de aventuras e um dos grandes clássicos do género, que influenciou de forma muito vincada uma parte significativa da criação europeia contemporânea de BD Sinais particulares: Tintin é um jovem repórter, sempre vestido com calças de golfe e ostentando um inconfundível topete no alto da cabeça. É dono de um fiel e inteligente cão "fox-terrier", chamado Milou, e tem como companheiro inseparável, a partir de 1940, Haddock, um capitão de marinha colérico, beberrão e temperamental.
Carlos Pessoa
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
Caixa Tintin 2020
Pack Tintin 2020 - Hergé
Editora: ASA
Nas livrarias a 17 de novembro
149,90 €
ISBN 9782222248590
[+]
Uma fantástica caixa com 24 livros da coleção As Aventuras de Tintin, em edição limitada de 500 exemplares que qualquer fã vai querer ter na sua coleção.
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Escola de S. João do Souto
BÉLGICA
Os meninos da sala 3 saíram para a rua vestidos de Tintin e de Euro.
O Tintin é uma personagem belga mundialmente conhecida. Foi criada por Hergé, um dos mais famosos artistas da banda Desenhada.
Na Bélgica a Banda Desenhada é tão importante que até há um museu de B. D. em Bruxelas.
Escola de S. João do Souto (Braga) 1º Ciclo
http://www.eb1-n8-s-joao-souto.rcts.pt/eurolandia.html
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Último Round
BD publicada no número 4 do fanzine Efeméride, segundo o tema "Tintim no século XXI".
André Oliveira e Sofia Mota
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
Tintin e a publicidade
domingo, 11 de outubro de 2020
Rui Alves de Sousa
E ontem lá passou a minha participação no Saber Sabe Bem, programa da RTP2 apresentado por Inês Serra Lopes. Cada episódio trem um convidado e um tema, e eu decidi falar das aventuras do Tintin. Será que venci o desafio? É puxar para trás na box ou ver na RTP Play!
https://www.rtp.pt/play/p7086/e471621/saber-sabe-bem
https://abeiradoabismo.wordpress.com/2020/05/11/fui-a-rtp2/
Um dos meus heróis de infância não passava de uma figura fictícia que se aventurou por páginas de (geniais) álbuns de BD. Esse meu ídolo faz hoje 85 anos, e não perdeu, com o "envelhecimento", nenhum do espírito de aventura e mistério que o caracterizam desde sempre, continuando a conquistar miúdos e graúdos.
Hoje em dia, o repórter mais famoso do mundo está não só nos livros, mas também em múltiplos jogos, programas de televisão e filmes (e só o mais recente é que consegue captar a alma do personagem criado pelo magnífico Hergé), e permanece uma figura espectacular, e um exemplo para todos os contadores de histórias da contemporaneidade. Um moço cheio de audácia, e com o qual eu e milhões de leitores de todo o mundo aprenderam certas lições morais e sociais que nos poderiam ter escapado, não fossem as peripécias deste herói.
Não tenho um álbum preferido, mas este da foto («Os Charutos do Faraó») é um dos que mais vezes li em toda a minha "nerdice" de devorador de banda desenhada. A cada nova passagem encontro sempre pormenores novos e espantosos! Hergé fez uma obra não muito longa, mas cuja densidade e complexidade são inesgotáveis.
Ao longo dos anos voltei várias vezes ao universo deste detetive e dos seus inesquecíveis e hilariantes comparsas, e felizmente, não é um universo infantil. Que tentem os mais velhos tentem aos livros, e encontrarão mensagens absolutamente surpreendentes de sátira e crítica social e ainda muito atual, reveladoras da inventividade e do génio do Criador.
Muitos parabéns Tintin. Que contes mais 85, e mais 85, e assim por adiante. Até à eternidade.
P.S. - E que estreie rapidamente o segundo filme da trilogia do Spielberg e do Jackson!
domingo, 4 de outubro de 2020
Luís Menezes Leitão
sábado, 10 de janeiro de 2009
Tintin e Astérix.
Como é aqui assinalado, faz hoje 80 anos que Tintin partiu pela primeira vez para a União Soviética, o que veio a ser o início de uma extraordinária história de sucesso de uma personagem, que viajava por todo o mundo, passando pelos Estados Unidos, América Latina, Egipto, Índia, China, Congo, Peru, Tibete, e até a Lua. Tintin percorreu mesmo países imaginários como a Sildávia, já justamente qualificada como uma espécie de Bélgica no coração dos Balcãs. Na Bégica como em Portugal, Tintin foi mesmo objecto de uma saudosa revista que se qualificava como destinada aos jovens dos 7 aos 77 anos.
A meu ver, a explicação para o sucesso de Tintin resulta da crítica brutal, por vezes a atingir a caricatura, que aparece nos seus primeiros álbuns. Na Rússia assistimos à denúncia das brutalidades da revolução soviética. Nos Estados Unidos, vemos a criminalidade em Chicago, bem como a expulsão dos índios das suas reservas por causa do petróleo. Na China, assistimos ao vício do ópio e à denúncia das barbaridades praticadas pelo exército de ocupação japonês e por cidadãos ocidentais sobre chineses indefesos. Na América Latina vemos os múltiplos golpes de Estado praticados por generais de opereta, que precisamente por esse motivo acabam como artistas de music hall. A única excepção é Tintin au Congo, onde Hergé exprime posições colonialistas de um racismo brutal, mas que é explicada por uma tentativa de defesa da posição da Bélgica no Congo, a qual já tinha sido demolida por Joseph Conrad no Heart of Darkness.
Hergé não quis que Tintin lhe sobrevivesse, o que me parece ter sido a decisão correcta, face ao que está a acontecer a outra grande personagem da BD, que é Astérix. Astérix foi uma criação genial de Goscinny, a que se associou um grande desenhador que é Uderzo. Depois da morte de Goscinny, Uderzo decidiu assumir sózinho a continuação da personagem, mas a verdade é que não conseguiu produzir mais nenhum álbum com o humor que caracterizava os trabalhos de Goscinny. É verdade que, graças a um grande trabalho de marketing, aumentou brutalmente o sucesso comercial das personagens, mas a qualidade dos textos nunca mais foi a mesma, tendo os seus leitores ido de desilusão em desilusão. Surge agora a notícia de que a série vai continuar depois da morte de Uderzo, já tendo sido cedidos os direitos da mesma. É uma má notícia pois os novos álbuns só irão contribuir para uma ainda maior descaracterização de uma série de BD genial. Comparando as decisões dos seus autores, acho que Tintin acabou por ter melhor sorte que Astérix.
Luís Menezes Leitão, 10/01/2009
https://arquivo.pt/wayback/20190917163942/http://lei-e-ordem.blogspot.com/2009/01/tintin-e-astrix.html
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
Biblioteca escolar
Na biblioteca da Escola General Humberto Delgado. em Loures, decorreu uma pequena exposição sobre os 90 anos do Tintin.
Becre, 22/01/2019
https://becre-esjcp.blogspot.com/2019/01/tintin-fez-90-anos.html
sexta-feira, 11 de setembro de 2020
sexta-feira, 4 de setembro de 2020
A Sul do Tejo
Podia ser o aspeto das guardas de "Les aventures de Tintin sur la rive gauche du Tage" pois quase todos os personagens nasceram a Sul do Tejo (Almada, Seixal, Mértola, Olhão)!
Obrigada, Pedro, ao abrires o livro de Hergé, ganhaste uma fã da tua oficina! (e não só por isso, é claro!)
Manuela Rolão, 17/04/2020
https://urbansketchers-portugal.blogspot.com/2020/04/caras-e-mais-caras.html
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
Tintin Match chega ao Android e iOS a 31 de Agosto
Após o bem-sucedido lançamento-beta na Google Play, a 5th Planet Games em colaboração com a Moulinsart tem o orgulho de anunciar o lançamento de Tintin Match, um empolgante e divertido jogo de combinação tripla para telemóvel que é lançado mundialmente no Android e iOS dia 31 de agosto.
O Tintin Match é um jogo de combinar peças, impulsionado por uma história, onde o jogador avança através de quebra-cabeças divertidos construídos em torno do universo do personagem. Ao seguir o famoso repórter nas suas aventuras, o jogador enfrentará desafiadores quebra-cabeças para desbloquear e colectar locais e personagens icónicos conhecidos dos livros de Tintin.
The Crab with the Golden Claws é a primeira aventura que o jogador irá encontrar no jogo: O dia começa como qualquer outro para Tintin e Milou, mas um mistério pode estar sempre à espreita! Milou fica com o focinho preso dentro de uma lata de caranguejo, Dupont e Dupond estão investigando falsificações de dinheiro, e um estranho é sequestrado antes de poder entregar uma carta a Tintin. Será que todos esses acontecimentos poderiam levar a um mistério muito maior?
Com o intuito de desvendar o intrigante mistério de Tintin, o jogador terá que resolver uma selecção de três quebra-cabeças de combinação feitos à mão, cada um deles certamente desafiando o jogador! Obstáculo no caminho? Uma peça inacessível? Está a ficar sem tempo? Utilize-se as melhores estratégias para a conquista das 3 estrelas!
domingo, 9 de agosto de 2020
CRÓNICAS DA IDADE MÍDIA - Censura
No dia 3 de Março de 1983, data da morte do cidadão belga Georges Remi, que todo o mundo conheceria pelo pseudónimo de Hergé, o quotidiano francês Libération apresentou uma edição que ficou na história da imprensa como exuberante demonstração da indissolúvel ligação da cultura popular urbana do século XX à vida da Humanidade das últimas décadas. Ao longo das suas páginas desse dia, o Libé ilustrou todas as peças, do noticiário internacional ao boletim meteorológico, dos acontecimentos da política quotidiana aos fait divers parisienses exclusivamente com desenhos retirados dos vinte e três álbuns de banda desenhada criados por Hergé e tendo Tintim como figura central.
Com acontecimentos assim e muitos outros, a banda desenhada tem vindo a adquirir uma respeitabilidade que lhe faltava, a que se acresce um interessante movimento editorial de estudos, análises e antologias.
Inclui-se neste último caso a edição do volume sobre o «Cavaleiro Andante» da autoria de Leonardo de Sá e António Dias de Deus dado à estampa em Novembro do ano passado (1).
Julgo que o resultado terá ficado aquém do desejado pelos autores e que os mais de 550 números do semanário editado pelo «Diário de Notícias» teriam permitido resultado mais denso e completo, fosse na análise, fosse no levantamento iconográfico. Seja como for, a somar-se aos já editados álbuns sobre o «Mosquito» e a obras de maior fôlego (2), este trabalho sistematiza uma série de conhecimentos até agora dispersos e acrescenta outros relevantes.
Mas o que deu pretexto a estas linhas foi o casual cruzamento de leitura do álbum sobre o «Cavaleiro Andante» e de um trabalho mais antigo, datado de 1990, não seguramente o mais exaustivo sobre Hergé, mas dos mais interessantes: Le Monde de Hergé, de Benoît Peeters (3).
Peeters organiza a sua obra em função dos sucessivos álbuns de Hergé, situando-nos no tempo, nas motivações e condicionantes, esclarecendo aspectos de influência documental ou iconográfica e nos períodos de vida pessoal do desenhador.
Lendo os textos com os quais Dias de Deus e Leonardo de Sá acompanham a sua antologia, recorda-se a conhecida hostilidade do responsável pelo «Cavaleiro», Adolfo Simões Muller, à produção de BD norte-americana, dicotomia que constituiu aliás um traço distintivo entre os contemporâneos «Mundo de Aventuras» e «Cavaleiro «Andante».
Escritor para crianças e adolescentes a que é justo reconhecer alguns méritos, Muller foi contudo uma peça importante da produção «educativa» do Estado Novo, não apenas mediante a sua produção própria em livro e como responsável de publicações, mas noutras bem menos aceitáveis funções como a de membro da comissão censória que em 1950 elaborou umas «Instruções Sobre Literatura Infantil» cujo conteúdo facilmente se prevê.
Este lamentável pendor censório de Simões Muller fez-se sentir doutras formas, além, é claro, do critério de selecção das séries incluídas no «Cavaleiro» (largamente influenciado pela produção italiana ligada ao Vaticano e por encomendas portugueses na linha do patrioteirismo salazarista, embora por vezes de real qualidade gráfica e narrativa). Dias de Deus e Leonardo Sá recordam que a sanha do director do «Cavaleiro» o levou a inqualificavelmente truncar o final da série «Kevin the Bold» («Pela Cruz e pela Espada», em português...) do americano Kreigh Collins (eventualmente pela violência das cenas ou pelo evidente erotismo da figura que dera início à série, a capitosa «Mitzi McCoy...), tanto quanto o inconfundível traço de Alex Raymond e as histórias de Dashiell Hammet tinham sofrido no «Diabrete» idênticos tratos de polé de Muller no «Agente Secreto X9».
O recordar destas desventuras trouxe à memória um episódio narrado por Benoit Peeters sobre um dos mais famosos álbuns de Tintim, traduzindo em português por «Explorando a Lua». Os que a leram, recordar-se-ão que parte da intriga se passa em torno da tentativa de uma «potência estrangeira» para se apoderar do foguetão inventado por Tournesol, nesse sentido sendo aliciado um dos técnicos envolvidos, um engenheiro com um conveniente apelido de «Wolf»... Acossado por dívidas de jogo, Wolf, uma das poucas figuras dramáticas das personagens de Hergé, vê-se forçado introduzir no foguetão um assaltante, num conflito de consciência que o leva, em pleno espaço, a abandonar a nave no regresso à terra para tentar poupar oxigénio e salvar os restantes tripulantes.
Wolf deixa uma mensagem e sobre ela Peeters cita as confidências que Hergé fez a Numa Sadoul (4):
«Na sua mensagem de adeus, [Wolf] escreve nomeadamente: "Quanto a mim, talvez um milagre me permita também escapar... Isto foi fruto da intervenção de personagens bem pensantes, perturbados pelo facto de que se tratava de um "suicídio". De forma alguma, repliquei eu, é um sacrifício! O soldado que faz ir uma ponte pelos ares e vai com ela, a Igreja recusa-lhe a entrada no Paraíso? Mas era preciso sair deste impasse e acabei por ceder e escrever este disparate: Talvez um milagre me permita escapar. (...) Não havia nenhum milagre possível: Wolf estava condenado sem apelo e ele sabia-o melhor do que ninguém.»
E a memória é implacável: até 25 de Abril de 1974, na imprensa portuguesa também ninguém se suicidava. Os coronéis da Censura velavam para que esse alguém «aparecesse morto».
Como não haviam de estar condenados quantos nem no sacrifício reconhecem ao homem a liberdade?_____
1) Edições Época de Ouro – Editorial Notícias. Lisboa, 1999
2) FERRO, João Pedro. História da Banda Desenhada Infantil Portuguesa. Editorial Preseça. Lisboa, 1987; DIAS DE DEUS, António. Os comics em Portugal. Cadernos da BEDETECA. Edições Cotovia. Lisboa, 1997
3) Bibliotheque de Moulinsart. Casterman. Paris, 1990
4) SADOUL, Numa. Entretiens avec Hergé, édition definitive. Bibliotheque de Moulinsart. Casterman. Paris, 1989
Ruben de Carvalho, «Avante!» Nº 1375 - 6.Abril.2000
http://tintinofilo.over-blog.com/archive-01-12-2007.html
https://arquivo.pt/wayback/20090725130040/http://tintinofilo.over-blog.com/archive-01-12-2007.html
sábado, 1 de agosto de 2020
sexta-feira, 31 de julho de 2020
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Cidades de Papel - Separatas e construções de armar
quarta-feira, 15 de julho de 2020
Os alunos celebraram os 80 anos do Tintin!
Em janeiro de 2009 foi lançado um desafio aos alunos da Escola EBI da Glória (Aveiro) para fazerem um desenho sobre o Tintin.
A promessa foi cumprida e os desenhos dos alunos foram publicados no blogue http://assocpais-eb1-gloria.blogspot.com/search?q=tintin.
Mas primeiro tiveram de puxar pela imaginação e pegar nos lápis de cor!
sábado, 4 de julho de 2020
Calendário
Grupo Desportivo e Cultural do Banco de Portugal
Calendário comemorativo dos 100 anos do nascimento de Hergé (2007).
sábado, 27 de junho de 2020
5º Salão de Banda Desenhada da Comicarte-Porto
5º Salão de Banda Desenhada da Comicarte - Porto (1989)
sexta-feira, 19 de junho de 2020
Revista Milou
Brincadeira com a Revista Tintin - 1972
Revista Milou - O Jornal dos Cães dos 7 aos 77 meses
quinta-feira, 11 de junho de 2020
Lume No Peito
Todos demos trambulhões na vida e dei muitos... porque tive ganância de viver, porque me empurraram, por azar.
Sou uma pessoa sensível – quiçá frágil – e que por experiência de vida decidi que tenho de ser como sou, desde que não prejudique ninguém. Quero por isso agradecer publicamente a um grande amigo.
Tenho um grande amigo que é diferente de todos os outros amigos ou tipo de amigos. É uma pessoa com gaveta própria no meu armário de afectos.
Tem muitos mais defeitos do que virtudes, mas as poucas virtudes são tão maiores do que a soma dos defeitos multiplicados por cem.
Não o convidei para entrar na minha vida. Bateu-me à porta, sentou-se e ficou. Ainda bem que o fez. Claro que tivemos zangas. Claro que sempre fomos justos de reconhecer as razões do outro e de realçar o mais importante e maior: o afecto e respeito mútuo.
É um amigo ternamente infantil, na pureza de sentimento. Não é tolo nem estúpido. Antes pelo contrário: vivo de pensamento, análise felina e salto de gato. Digo infantil e não é ao síndrome de Peter Pan a que me refiro. É um adulto com coração de criança e emoção mal escondida.
Não sou o Tintim, mas ele é o meu Capitão Haddock. Não vocifera, não insulta, não diz palavrões, não é santo... é o Capitão Haddock, mas não consome álcool.
É um romântico e o seu espírito vive num mundo e numa época que não é esta, que talvez nunca tenha existido além de dentro de si. Já levou tanta pancada e nunca se recusou a lutar pelo que julgou e julga ser justo e correcto.
Este romantismo não o defende no tempo das máquinas sem engrenagens. Trucida-o? Não, magoa-se, levanta-se e marcha. A realidade desmente-o e mantém-se fiel a si, não por teimosia, mas por acreditar estar a proceder do modo mais correcto.
Às vezes sonha e age outra age porque sonha. Sabe-o e fá-lo ainda assim, porque tudo o que quer do outro é o reconhecimento do seu afecto. Passou por muito – não é aquela balela do «passou por muito», passou mesmo por muito, no fio da navalha – e sempre o cavalheiro, um nobre sem fidalguia.
Há Homo Sapiens Sapiens que não merecem ser chamados de humanos. O amor e humanidade com que vê e reconhece nos nossos irmãos «irracionais» fazem-no um combatente. Que ninguém maltrate um bicho à frente deste camarada. Haverá alguma forma de se ser humano sem gostar dos animais?
Toda a diferença face ao meu mundo não me impediu de fazer aquilo que nunca se faz: emprestar o carro. Apesar de fumar que nem um desalmado lá dentro, nunca lhe recusei a Sílvia – o meu adorado Peugeot 206, comprado em primeira mão em 2001.
Acuso-o na brincadeira de ser pulha e canalha... é o meu mimo. Gosto de lhe telefonar para dizer o quanto gosto dele, o meu grande amigo Capitão Haddock.
Um grande abraço, amigo extra-terrestre.
Nota: Este bóbi compôs esta música para ti, Capitão Haddock.
Escrito por João Barbosa, 13/08/2014
http://infotocopiavel.blogspot.com/2014/08/lume-no-peito.html
quarta-feira, 3 de junho de 2020
segunda-feira, 25 de maio de 2020
Corrida espacial 2.0: De novo o grande jogo das potências
sexta-feira, 22 de maio de 2020
Aniversário de Hergé e da Livraria Timtimportimtim
https://www.facebook.com/livrariatimtimportimtim/
sexta-feira, 15 de maio de 2020
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https://www.facebook.com/photo/?fbid=10219843765463665&set=a.1596461430541
Rui Sousa
1 de Maio de 2020 ·
#sixfanarts
O João Morais Ribeiro obrigou, coagiu, chantageou cinco amigos maluquinhos da b.d. a trabalharem no 1º de Maio: Ricardo Blanco, Pedro Brito, Osvaldo Medina e Nuno Maldonado Tuna e eu próprio. Seis personagens do mundo da nona arte retratados por cada um dos seis maluquinhos. A minha versão ... Major Fatal, Tintin, Torpedo, Philemon, Sangue Violeta, Vampirela ...
e assim vai o mundo ...
Espaço Tintin
À esquerda, também junto à janela/parede de vidro existem duas poltronas pequenas a rodear uma mesa baixa meia marroquina. Este é um sítio mais isolado e parece mais apropriado para pessoas que só querem sentar, conversar e beber qualquer coisa.
Se em vez disso decidirmos olhar em frente, então temos três hipóteses possíveis: descer as escadas ao centro, que nos levam à loja de material Tintin e às casas-de-banho. Contornar as escadas pela esquerda, o que faz com que nos situemos num estreitíssimo corredor junto ao vidro com duas mesas altas e quadradas, com cadeiras a condizer, e também uma pequena estante de cartão com literatura portuguesa que deve fazer parte de um projecto que desconheço, mas que pelos vistes é possível tirar um livro e ficar a ler.
Se contornarmos as escadas pelo lado direito vamos directos ao balcão de pedidos passando pelas mesas rectangulares, mais próprias para refeições ou para estudantes que tenham de fazer um estendal para trabalhar.
Mas ainda não acaba aqui, chegados ao balcão temos ainda um outro local que só abre às 20h da noite: a mezzanine! A essas horas passa a ser possível chegar ao fundo do estabelecimento, virar à direita e subir as escadas, chegando a uma espécie de lounge com mini bar e uma narguila de chicha que pelo que me disseram fica a 5€ para quem quiser (parece barato, pergunto-me se é mesmo este o preço). Os cocktails passam também a estar disponíveis e devem rondar os 5€, o costume.
https://tarzanurbano.blogspot.com/2012/05/espaco-tintin.html 14/05/2012
Espaço Tintin
Lisboa, Avenida de Roma, 39 A
Telefone 214054639
Horário Segunda a Sábado das 08:30 às 23:00
Website http://www.lojatintin.com
TINTIN NA AVENIDA DE ROMA
Faz amanhã – domingo – 81 anos que o intrépido Tintin surgiu pela primeira vez, de partida para O País dos Sovietes, nas páginas de um suplemento de um jornal belga.
Tintin pode nunca ter escrito uma notícia mas, prestes a celebrar 81 anos – este domingo – continua sempre a ser notícia. A 12 de Janeiro de 1929 este ícone mundial nascia, por obra e graça do mestre Hergé na páginas do Le Petit Vingtieme (um suplemento para jovens do jornal belga Le Vingtieme Siecle). Passaram-se oito décadas, viveram-se 24 aventuras e Tintin está aí para as curvas: não só se aguarda pela chegada ao mercado editorial português da sua obra completa revista e retraduzida (pela Edições Asa), como os fãs já anseiam (embora só tenha data de estreia marcada para finais de 2011) pela adaptação cinematográfica assinada por Steven Spielberg. E isto tudo na exacta altura em que o corajoso repórter arranjou casa própria oficial em Lisboa, o Espaço Tintin, com direito a café-Iounge e loja, onde habita, de várias formas, a galeria de inesquecíveis personagens que o acompanharam em tanta aventura: do espevitado cão Milou ao irascível capitão Haddock, do distraído professor Tournesol (ou Girassol) aos impagáveis Dupond e Dupont, da diva Castafiore ao mui luso comerciante Oliveira da Figueira.
E é, naturalmente, muito graças ao comércio que o Espaço Tintin, que já veio dar um novo brilho à Avenida de Roma (no mesmo edifício onde outrora existiu um conhecido café, o Trevi), nasceu e continua a crescer e a ter novidades para apresentar.
Erigida graças a Paulo Ferreira Almeida, representante oficial da marca Tintin em Portugal, obviamente fã da personagem ("mas não um daqueles fanáticos que sabe tudo", sublinha), a nova casa do herói de Hergé começou por ser apenas um acolhedor café, aberto em Maio passado no rés-do-chão deste edifício marcado por sinais "tintinófilos" por todo o lado. Em Dezembro, chegou a vez de inaugurar a loja na cave; e em breve, deverá ter um lounge (havia também a possibilidade de restaurante, mas nada ainda concreto). Paulo, que começou por coleccionar os Tintin, como meio mundo, acabou por fazer evoluir a colecção para uma homenagem viva entre quatro paredes, por onde, aliás, se encontram até alguns itens da sua colecção particular.
Entra-se para a parte do café e já temos Tintin a receber-nos. o espaço, marcado pela transparência das suas paredes-vidro e por tons quentes, impera um grande painel de BD com sinais e balões de diálogo alusivos, obviamente, ao herói da casa. Mas não há lugar a excessos Tintin por aqui, até porque o próprio também primava pela discrição. Há lugar, isso sim, a outros detalhes de bom gosto: as mesas e cadeiras bem escolhidas e aprumadas, um miniespaço lounge com sofás e mesa de inspiração marroquina, uma espécie de caixa de vidro a separar áreas ou uma zona mais elevada, um "palco" com vista para a rua. Na decoração, o destaque vai ainda para uma série de litografias de pranchas originais de Hergé. O café é a sala de estar do Espaço e, para além de todo os básicos que se desejem (incluindo pratos do dia, saladas, etc.), ressalte-se que propõe cervejas (obviamente) belgas. Uma das grandes vantagens deste novo poiso é que não só está aberto grande parte do dia (abre cedinho e só fecha pelas 23h ou, se for fim-de-semana, à 1h) como abre ao domingo (excepto, por agora, a loja). A sala há-de ainda ganhar uma nova atracção, quando for disponibilizada a parte superior, que abre em mezanino e permite vistas amplas. Outros eventos virão para trazer mais animação, entre tertúlias e concertos.
Mas o "real" mundo de Tintin mostra-se em todo o seu esplendor no underground. Descendo umas escadinhas, entra-se na loja - que, embora pequena, não defraudará nenhum admirador de Tintin.
Com uma decoração alusiva a um dos álbuns, O Lótus Azul ("o meu preferido", admite Paulo Almeida), expõe itens e "memorabilia" de todo o género, incluindo a colecção de vestuário com a marca oficial (t-shirts são para todos mas as outras peças são exclusivas para os pequenos grandes fãs até aos 16 anos). À escolha do freguês, há postais e pins, agendas, bolsas, lápis ou porta-chaves, figuras em PVC mas também peça "escultóricas", não faltando bonequinhos do Tintin, do Milou ou dos gémeos Dupont e Dupond.
Entre as peças mais apelativas, um belo teatro de fantoches, exemplares do foguetão com que o herói foi à Lua (em Rumo à Lua e em Explorando a Lua), uma peça de porcelana com Tintin e o seu fiel cão dentro de um pote (tal como se vê na capa d' OLótus Azul) ou miniaturas de belos exemplares de carros antigos usados em diversas aventuras pelo jovem repórter: o carro de corrida d' Os Charutos do Faraó, clássicos Ford, Jaguar ou Land Rovers, limusinas, táxis, etc. etc. - não há veículo utilizado por Tintin ou surgido nas pranchas que não tenha sido já reproduzido.
E depois há Tintin a passear com Milou, Tintin mini, médio e maxi, Tintin em camelo... E, refira-se, há merchandising para todas as carteiras, desde os económicos (os postais e pins andam pelos € 1,25/€ 1,50; as agendas há-as de € 3,50 a € 6,00) até exemplares destinados a verdadeiros coleccionadores, casos do grande e lendário foguetão lunar (pelos 085; há um pequeno por € 44,50) ou de uma recriação "escultórica" de Tintin no Tibete (€ 430,00).
Naturalmente, é de esperar que o que está em exposição e venda e vá renovando e ampliando, até porque há muitas outras peças disponíveis (jogo , mochilas, tapetes de rato, loiças, etc. etc. no site da loja poderá admirar o extenso portfólio).
Antes de surgir o "Fim" nesta incursão ao mundo luso de Tintin, é obrigatório um passeio pelo corredor das casas de banho: as paredes mostram uma exposição de capa das aventuras de Tintin, parte da colecção pessoal de Paulo Almeida.
Espaço Tintin
Av. de Roma nº 39A
1700-341 Lisboa
Tel.: 217993139
www.lojatintin.com
tintin@lojatintin.com
Horários: A loja abre de 2ª. a sábado das 10h30 às 19h30.
O café abre de 2ª. a 5ª. Das 8h30 às 23h, à 6ª. e sábado das 8h30 à 1h; ao domingo das 14h00 às 19h00.
Tintin também come e bebe
O serviço de café propõe sempre um prato do dia (€ 4.90) e não faltam pastelaria, saladas (há até uma salada baptizada em honra do velho marinheiro Haddock), tostas. sanduíches. quiches ou sopas. Nas bebidas. além de cocktails ou variações de caipirinha. há cervejas belgas (casos das Dubbel ou Artois. € 3,00). Os preços sobem ligeiramente à noite (por exemplo: o café passa de € 0.75 para € 1,10; a imperial sobe de € 1,40 para € 1,60).
Luis J. Santos, Público – Fugas, 09/01/2010
Luís J. Santos (texto) e Shamila Mussá (fotos) foram celebrar o aniversário do herói de Hergé à novíssima casa portuguesa do corajoso repórter, o Espaço Tintin, em Lisboa, onde se interligam café e loja.
Copyright: © 2010 Público; Luís J. Santos
http://kuentro.blogspot.com/2010_01_01_archive.html
https://tarzanurbano.blogspot.com/2012/05/espaco-tintin.html
https://lisboasecreta.co/paragens-obrigatorias-na-avenida-de-roma/
https://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g189158-d4947002-Reviews-Tintim_cafe-Lisbon_Lisbon_District_Central_Portugal.html
https://nicelocal.pt/lisbon/shops/tintin_lisboa/
https://lifecooler.com/artigo/comer/tintin-lisboa/417882
https://pt.foursquare.com/sandrat7235959/list/caf%C3%A9s-esplanadas--bares
Espaço Tintin
Há um novo café na Avenida de Roma dedicado ao herói de BD criado por Hergé. Chama-se Espaço Tintin e por enquanto ainda é só café (durante o dia) e bar (à noite), mas até ao final do ano vai abrir mais um piso: a única loja oficial a vender produtos do Tintim em Lisboa.
Para já, está a funcionar a cafetaria, onde há saladas (uma delas foi baptizada com o nome do capitão Haddock), tostas, quiches, batidos e sumos naturais, scones, muffins e – mais por graça do que outra coisa – cervejas belgas. À noite também há mojitos, caipirinhas e em breve terão cocktails com saké.
Paulo Almeida, o proprietário, acha que faziam falta mais espaços na Avenida de Roma que devolvessem a esta zona o movimento que já teve mas nos últimos tempos tem vindo a perder. Este café do Tintin é, por isso, “uma mais-valia e espero que faça mais gente sair de casa e vir até cá”, diz o dono, que quis criar um espaço acolhedor, onde se pudesse conversar ou ler um livro (também há revistas e jornais para consulta) e a decoração fosse “uma mistura de coisas antigas e novas, porque o Tintin também é retro”.
Daí as mesas de madeira, as cadeiras todas diferentes e o mega candeeiro no tecto, estilo aranha de 16 patas com um projector em cada uma. Espalhadas pelo café há algumas referências discretas ao Tintin – quadros nas paredes, balões de BD desenhados atrás do balcão e, subindo os olhos até ao tecto, até se encontra uma miniatura do foguetão vermelho (inseparável da célebre frase “Objectif... lune!”).
O Espaço Tintin fica na Avenida de Roma, 39 A. Está aberto todos os dias: segunda a quinta das 08.30 às 23.00, sexta e sábado das 08.30 à 01.00, domingo das 14.00 às 19.00.
Les aventures de Tintin
A roupa do carismático Tintin vai estar pela primeira vez disponível em Lisboa a partir de três de Dezembro, quinta-feira, na primeira loja da marca, situada na avenida de roma. Estará à venda a colecção de merchandising Tintin, assim como a colecção têxtil Outono/Inverno 2009.
Revista Máxima, 09/12/2009
Tintin na Avenida de Roma
Por enquanto, o Espaço Tintin é só café e bar, mas brevemente irá ser também loja dedicada ao universo do "intrépido repórter". Durante a semana, é mais calmo e tom é o do easy listening, ao fim de semana há mais animação, festas e os ritmos aceleram um pouco.
Fica no nº 39 da Avenida de Roma.
Seg. a Qui : 8h30 - 23h, Sex e Sáb : até à 1h, Dom : 14h-19h.
Publicada por LUIS BARATA
Chamava-se, nos anos 70, café Trevi. Depois foi, até há pouco uma loja de roupa.
MUDANÇA DE INSTALAÇÕES
Aquando do 80º Aniversário do Tintin, Rui Lagartinho realizou uma reportagem para a RTP. Podemos vê-la através do seguinte link.
Ficámos também a saber que Paulo Almeida da Loja Jelly Fish (representante dos artigos Tintin na Avenida de Roma em Lisboa) vai inaugurar uma loja no centro de Lisboa com 180 m2 dedicada ao merchandising tintinófilo,
http://tintinofilo.over-blog.com/25-index.html
NOVOS SITES
As nossas lojas têm agora endereços próprios, por favor actualize os seus links !
www.jellyfish.pt
www.lojatintin.com
We are an independent company. We have no relation whatsoever with the Swatch Group.
We are the official Tintin distributor in Portugal.
Copyright Relogiomania, Jelly Fish, Jelly Fish Net
1998-2008; e-mail: swatch@jellyfish-net.pt
ADDRESS
Avenida de Roma, 43 A / Lisboa
PHONE 21 799 3139
EMAIL swatch@jellyfish.pt
SITE www.jellyfish.pt
JELLY FISH
Jelly Fish foi o primeiro relógio plástico totalmente transparente. Teve tanto sucesso que foram feitas várias reedições com variações de ponteiros e mecanismo.
A Jelly Fish (est. 1998) é uma loja especializada em produtos Swatch: relógios, braceletes, bijoux e outros acessórios.
Aqui pode encontrar relógios e braceletes de todas as colecções desde 1983, bem como edições especiais de coleccionador.
É possível também pedir artigos que não estejam disponíveis na loja.
Av de Roma, 43A Lisboa
tel. 217993139
metro: Roma
2ª a 6ª 10h30m - 19h30m
sáb 10h30m - 18h30m
https://arquivo.pt/wayback/20091218094419/http://www.jellyfish.pt/loja_swatch.html
quinta-feira, 14 de maio de 2020
Separados à Nascença
Fernando Seara com bigode / Dupond
(Um reencontro de irmãos proporcionado por Luís Meireles)
https://www.facebook.com/separadosanascenca
22/05/2014
domingo, 10 de maio de 2020
Ilustradores Ilustrados
Em encomenda da Bedeteca de Lisboa e do seu director, João Paulo Cotrim, em 2000, a que deu o nome de Ilustradores Ilustrados, um ilustrador munido de uma máquina fotográfica [João Francisco Vilhena] fixou as caras (e corpos) de alguns dos mais eminentes ilustradores portugueses contemporâneos, em corte diagonal de gerações e notoriedades.
São 25 viagens ilustradas por mundos ocultos ou assumidos na obra pública e publicada. Há referências eternas e há referências efémeras. Fragateiro é a sardenta Pipi das Meias Altas, Morais um explorador tintinesco, Cavalheiro mima o seu ídolo Bocage, Geirinhas assume uma replicante do filme Blade Runner, Letria é quadro de Magritte, Ruivo encarna o seu americaníssimo Bug do Milénio e Pott figura um Capuchinho Vermelho pouco ortodoxo. São imagens de um tempo e um lugar que celebraram o triunfo da ilustração editorial portuguesa e de um futuro otimista que o nosso inquietante presente remeteu para a gaveta da memória.
Pedro Morais é um explorador tintinesco neste conjunto de retratos de ilustradores nacionais.
quinta-feira, 30 de abril de 2020
As desventuras de Tintim na Rússia
O primeiro e, por enquanto, único livro de aventuras de Tintim chegou aos leitores russos apenas em 2004 e chama-se “Os Charutos do Faraó”.
Os especialistas russos em história da banda desenhada não têm dúvidas de que este enorme atraso na chegada das aventuras de Tintim à Rússia se deveu ao primeiro álbum de Hergé “Tintim no País dos Sovietes” (1929), obra que esteve proibida na União Soviética por ser considerada “anticomunista” e que pelo mesmo motivo continua a não chegar às mãos dos leitores chineses.
Georges Remi (Hergé) coloca os seus heróis, Tintim e Milú, no período revolucionário em que os comunistas instauravam o poder pela força, tendo-se baseado na obra “Moscou sans voiles”, de Joseph Douillet, diplomata belga que viveu e trabalhou durante nove anos na Rússia soviética.
Alguns episódios do primeiro álbum de Hergé são uma ilustração exacta de episódios descritos por Joseph Douillet, como, por exemplo, “as eleições democráticas” na aldeia com uma pistola apontada à cabeça.
Sendo o diplomata belga um anticomunista, os estudiosos russos de banda desenhada europeia consideram aí residir uma das causas da “falta de qualidade” dessa obra.
“Não obstante a abordagem extremamente pormenorizada [da situação na Rússia soviética], a primeira experiência falhou, pois deu origem a uma banda desenhada bastante primitiva que contém numerosos disparates", como a existência de um agente da polícia política soviétiva OGPU que adora bananas, considera Elena Bulakhtina, reconhecendo, porém, que “há lugares divertidos”.
Opinião semelhante tem Mikhail Khatchaturov, chamando a atenção para o facto de “Tintim no País dos Sovietes” ter sido “o único volume da série das Aventuras de Tintin que não foi posteriormente trabalhado e que, durante muito tempo, não foi reeditado”.
“Só recentemente ele voltou a ser publicado, muitos anos após a morte do autor, e por isso agora surge orgulhosamente no catálogo da série como o número um”, sublinha Khatchaturov.
Não obstante o comunismo ter caído na União Soviética/Rússia há quase 18 anos, Tintim continua a ser desconhecido entre o grande público russo, ao contrário de outros heróis da banda desenhada como Astérix.
“Os Charutos do Faraó” foi a primeira e única das aventuras de Tintim a chegar à Rússia com uma edição de cinco mil exemplares, o que é extremamente pouco para um mercado livreiro tão imenso como é o russo.
Tintim parece ter-se irremediavelmente atrasado na sua chegada à Rússia, mesmo sem sovietes.
PUBLICADA POR JOSE MILHAZES, 02/06/2009
http://tintinofilo.over-blog.com/article-32078666.html
terça-feira, 28 de abril de 2020
A Paixão da Aventura
Painel sobre o herói e a sua múltipla expressão
No passado sábado, conforme anunciado aqui, decorreu na Sociedade Histórica da Independência de Portugal um encontro sobre Tintin e a paixão da aventura, com a presença do Mário Casa Nova Martins e do Eurico de Barros e a compreensível ausência do João Marchante. Uma óptima experiência da qual saliento o conhecimento e clareza nas exposições dos oradores, que colheram a atenção dos presentes e motivaram a troca de opiniões que se seguiu. Está de parabéns o Núcleo Infante D. Henrique e todos os que contribuíram para este evento. Venham mais!
terça-feira, 14 de abril de 2020
Comic Sans Serif
Mais uma do baú dos belos tesourinhos! Tintin regressa no Século 21, e depara-se com um mundo bizarro, minado pela estética dominante do repelente Comic Sans.
Um Haddock rendido à abominação; uma Castafiore proxeneta de profissionais ciberaumentadas; Dupond/t-Cops nos seus aero-Dupond/t-mobiles; um Milu embalsamado num skate voador; e para rematar, a horrível revelação e o destino final de Nestor e do Professor Girassol. Tudo isto envolto numa técnica narrativa Eisneriana que tanto gozo me deu escrever, e que o Carlos Pedro ilustrou na perfeição.
Isto foi publicado no fanzine temático do saudoso Geraldes Lino, e terá cerca de 10 anos, numa fase profundamente criativa da minha vida, em que disparava aparentemente (boas) ideias em todas as direcções. E perdoem-me aqui a imodéstia, mas sempre tive enorme orgulho nesta curta, em que eu e o Carlos usámos e demonstrámos as inúmeras técnicas narrativas que a BD permite.
E sim. De propósito, e uma vez na vida, legendei parcialmente uma BD a Comic Sans
sábado, 11 de abril de 2020
Hergé, obra aberta
Hergé, obra aberta
Um livro que estuda as influências de Júlio Verne sobre Hergé
TINTIN CHEZ JULES VERNE
Lefrancq Ed., 1998, 165 págs., 3830$00
EM 7 de Janeiro de 1989, a Revista do EXPRESSO evocava, através de uma longa cronologia comentada e ilustrada, os 60 anos da criação de Tintin que, ao tomar o comboio para o País dos Sovietes, estava longe de adivinhar o leque de aventuras em que se veria envolvido. E não só aventuras propriamente ditas, numa vasta geografia pluricontinental, que vai das profundezas dos mares até à Lua, doseando habilmente política, história, exotismo, fascínio pelos diferentes povos e civilizações, respeito etnográfico pelo Outro, problemas sociais de incidência universal, enriquecidas por um conjunto inesquecível de personagens tipificadas envolvidas em situações em que progressivamente sobressaem os valores humanistas sob um relativizante e fino fio de humor. Mas também a aventura do próprio século XX, que perpassa por toda a obra de Hergé, com uma meticulosidade, uma amplitude e um poder de síntese que lhe advêm de se enraizar profundamente no seu tempo e simultaneamente o transcender e sublimar.
Não menos fundamental foi a aventura estética que, se não fundou propriamente a BD europeia, lhe deu indiscutivelmente das primeiras, mais fecundas e sólidas «lettres de noblesse», numa meditada e feliz conjugação de legibilidade, «claridade», simplicidade, fluência, economia, atenção ao pormenor significativo e um espantoso sentido gráfico, cujas ramificações ainda hoje perduram, sem prejuízo do natural surgimento de mais escolas igualmente férteis.
E entre outras aventuras desencadeadas, permanece viva e inesgotável a aventura ensaística e crítica sobre o herói e o autor de BD objecto da mais vasta bibliografia de sempre. E que não esmorece.
Assim, 10 anos passados, a efeméride, assinalada um pouco por todo o lado e no EXPRESSO-Revista de 16/01, continua a justificar-se, não tanto na reevocação de dados básicos conhecidos (embora haja precisões e esclarecimentos novos importantes), não propriamente por chegar aos 70 anos o herói «dos 7 aos 77» (a expressão, aliás, foi criada por volta de 1950 como «slogan» da revista belga Tintin, «Le Journal des jeunes de 7 à 77 ans», que fora criado em 26/09/46), mas pelos imensos contributos que continuam a interrogar a obra e a tentar construir esse «puzzle» fugidio e enigmático, delicado e secreto, arguto e mistificador, pragmático e contraditório, que dá pelo nome de Hergé (22/05/1907 – 03/03/1983), pseudónimo, aliás, como se sabe, a partir das iniciais invertidas (RG), de Georges Prosper Remi Remi (é verdade, duas vezes - e, por favor, ao contrário do que saiu incorrectamente no recente EXPRESSO-Revista referido, escreva-se e leia-se REMI com e mudo e sem acento).
Estes 10 anos viram, entre tantas coisas, a edição integral portuguesa em álbum, pela Verbo, das «Aventuras de Tintin» (excepto Tintin au Pays des Soviets, há muito anunciado), viram a consolidação do «império hereditário» de Hergé nas mãos do inglês Rodwell, segundo marido da «segunda viúva» de Hergé, Fanny, viram obras que, se não trouxeram a síntese definitiva, juntaram mais umas pecinhas ao «puzzle» que persiste em permanecer incompleto.
Foi o caso, em 1996, da biografia de Pierre Assouline, algo polémica, que, apesar de ser uma referência obrigatória, não evitou uma excessiva «exterioridade», não inspirando total confiança quando as simples referências a Portugal balançam entre o erro e o improvável.
Mais estimulante e inovador é Tracé RG de H. van Opstal, tradução francesa de 1998 da edição neerlandesa de 94, que, embora com uma estrutura estranha, é iconográfica e documentalmente muito rico, atraente e importante.
Sirva no entanto de símbolo da obra de Hergé como «obra aberta» entre todas, projectada no futuro, sobre a qual nunca está tudo dito, a recentíssima e muito curiosa análise da significativa influência da obra de Júlio Verne (e, nomeadamente, a iconografia das primeiras edições) nas «Aventuras de Tintin», não tanto sobre o essencial, mas inspirando sequências, episódios, ideias, personagens, o lastro romanesco de que um universo ficcional também é feito. Mistificada pelo próprio Hergé e subestimada por praticamente toda a bibliografia com excepção de Les Amis de Hergé (a revista semestral desta associação criada em 1985 reúne um conjunto fundamental e inacreditável de informação, da mais importante à mais «louca»), a agora mais patente influência de Verne acaba por entreabrir mais um campo de investigação e reflexão, ficando no ar o que terá sido bebido directamente no escritor francês e o que poderá fazer parte da cultura e de um fundo comum de literatura de aventuras, de ciência, de descoberta do mundo, de viagens.
De qualquer forma, alguns confrontos são tão convincentes, que o que admira não é tanto a identidade entre os dois visionários, os dois «romancistas da viagem», mas a subestimação de Verne por Hergé, lembrando-nos a velha lição de que, se os testemunhos dos autores são interessantes, é tão importante o que dizem como o que escondem ou esquecem...