Se bem que mestre Hergé nunca tenha chegado a visitar Portugal, ele nutria uma grande simpatia pelo nosso país, onde até tinha vários amigos pessoais.
Nas aventuras de Tintin, há alguns personagens de «nacionalidade portuguesa», o que é uma gentileza de Hergé. Destes, o mais famoso e popular é o «senhor Oliveira da Figueira».
É um gorduchito muito afável, que terá nascido em Lisboa e não na Figueira (da Foz?!...) e com um talento espectacular para vender tudo e mais alguma coisa... No entanto, sendo português, parece que não canta o fado. Reside, teoricamente, num fictício país árabe, o Khemed. Bom conversador e quase tagarela, é prestável, generoso, extremamente amável e está sempre pronto a ajudar.
Aparece pela primeira vez na aventura «Les Cigares du Pharaon» (Os Charutos do Faraó). Aqui, do encontro um tanto burlesco com Tintin, nasce uma amizade entre ambos. Depois, reaparece em «Tintin au Pays de l’Or Noir» (Tintin no País do Oiro Negro), onde salva o jovem repórter mascarando-o e fazendo-o passar pelo «sobrinho Álvaro», acabado de chegar de Portugal para passar umas férias com ele. A terceira e última intervenção de Oliveira da Figueira acontece em «Coke en Stock» (Carvão no Porão).
No entanto, Hergé não o arrumou para o «sótão». Em «Les Bijoux de la Castafiore» (As Jóias da Castafiore), Oliveira da Figueira é um dos primeiros a felicitar o comandante Haddock pelo seu anunciado casamento com a tão exibicionista soprano Bianca Castafiore.
Mas este «português hergeano» figura ainda em algumas ilustrações soltas (mormente em cartões de Natal) e num belo e grande mural com todo o «mundo de Hergé».
Aplausos, pois, ao seu criador e a este seu personagem!
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