sábado, 30 de dezembro de 2023

O meu objeto: o foguetão de Toli César Machado

“O foguetão do Tintin faz parte do meu homestudio há mais de 15 anos. A minha mulher comprou-o no Museu Hergé, na Bélgica, para me oferecer numa data especial.

Sou fã do Tintin desde miúdo, colecciono os livros todos e estou sempre atento às edições especiais e comemorativas. Passei muitas horas a ver os desenhos animados na RTP2, e lembro-me de esperar que a revista Tintin dos 7 aos 77 chegasse às bancas. Curiosamente, há dias vi que vai sair uma edição única desta revista, para assinalar o 77.º aniversário da editora Éditions du Lombard.

Este foguetão é uma peça em resina muito bonita, o único objeto de design que tenho no estúdio porque é, realmente, simbólico para mim.

O foguetão surge no 17.º volume das Aventuras de Tintin, ‘On a marche sur la Lune’, um dos mais populares de sempre, editado em 1953. Trata-se da primeira missão de foguete tripulado, da humanidade à Lua, com o Tintin, o Snowy, o Capitão Haddock, o Professor Cálculo e Thomson e Thompson a bordo.”

Toli César Machado, 62 anos, fundador, músico e compositor dos GNR, acaba de lançar “Noir”, o seu segundo álbum a solo, que será apresentado a 18 de Fevereiro de 2024 na Casa da Música, no Porto, e a 24 de Fevereiro de 2024 no Cinema Roma/Fórum Lisboa.

In Notícias Magazine

PS: O foguetão surge, pela primeira vez, no 16º volume "Objectif Lune". Na notícia, alguns dos nomes dos personagens estão em inglês. Em português têm os nomes de Professor Girassol (Professor Cálculus), Milou (Snowy) e Dupond e Dupont (Thomson e Thompson).

sábado, 23 de dezembro de 2023

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Chocolates Regina


O chocolate de leite produzido pela Fábrica de Chocolates Regina chegou a ter uma embalagem com Tintin e seus companheiros.

Com a compra dos chocolates eram oferecidos autocolantes. E quem recortasse os selos das embalagens tinha direito a um brinde que não sabemos se seria o jogo dos flippers. 


Agradecimento a Fernando Marques


(oferta de autocolantes)

https://tintinemportugal.blogspot.com/search?q=natal

Já tinha uma embalagem da Regina no cartaz https://tintinemportugal.blogspot.com/2018/10/mercado-de-coleccionismo-tintim.html


quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Retrato da semana - Sócrates


A primeira vez que o vi, de trajes desportivos, transpirado ma non tropo, com ar sorridente mas esforçado, calmo, rodeado de assessores e seguranças, algures entre Central Park, o Alto da Pimenteira e a Praça de Tiananmen, pensei imediatamente: "É o Tintim"! Basta levantar ligeiramente os cabelos da frente, de modo a fazer jeitosa poupa, e logo teremos o herói da banda desenhada que nos acompanha desde pelo menos os anos quarenta. Aquele ar a meio caminho entre o angélico e o determinado fica-lhe a matar. É um bom ícone eleitoral. Ainda por cima, seguido por uma trupe de pessoas que podem muito bem ser equiparados aos impagáveis companheiros do jornalista belga.

SÓCRATES ESTÁ FORA E acima dos seus ministros e dos seus problemas. Reserva para si o lado heróico. Denuncia privilégios, ameaça médicos, atinge juízes, aponta aos professores, acusa funcionários públicos, deixa organizar as emboscadas aos dirigentes desportivos e concebe o cerco aos autarcas. Depois, os ministros que resolvam. Tal como Tintim, tem apenas de tratar de algumas trapalhadas que os seus colaboradores inventam dia após dia. Quem não recorda os sarilhos que o Capitão Haddock (antigamente, no meu tempo, Capitão Rosa), os estúpidos detectives Dupont e Dupond (antes Zigue e Zague) e o formidável Professor Trifólio Girassol (anteriormente Professor Pintadinho de Branco...) lhe preparam todos os dias? Parece brincadeira, mas é muito sério. Pedra a pedra, imagem a imagem, Sócrates e os seus conselheiros construíram uma personagem, talvez a mais bem conseguida e mais artificial de toda a política democrática portuguesa. Nessa personagem, o jogging, o caderno Moleskine ou o tele-pronto transparente, introduções suas na política nacional, são apenas peças de mais vasto desígnio. Estão de parabéns os seus consultores: ninguém, até hoje, fez melhor. No que são ajudados pelos talentos do interessado, pois claro. Mas atenção! A repetição da imagem, devidamente preparada e solicitamente anunciada à imprensa, acaba por matar.

NA MESMA SEMANA EM QUE o Primeiro-ministro vai à China, logo a seguir a ter ido à Europa, e enquanto se prepara para ser o Presidente da União, as notícias portuguesas continuam a mostrar os desastres caseiros. O caos judicial e a degradação do sistema de justiça prosseguem diante de todos, mas o herói nada tem a ver com isso. São publicados os resultados da avaliação do ensino básico e secundário, que revelam a calamidade instalada, visível nas taxas de insucesso e de abandono a oscilar entre os 30 e os 50 por cento, mas o impoluto combatente não é tido nem achado. Apesar de o Sistema Nacional de Saúde não parecer ameaçado nos seus fundamentos, a verdade é que, com as taxas moderadoras em intervenção cirúrgica ou internamento e os aumentos de medicamentos que devem pagar os doentes idosos, há qualquer coisa que não está certa na administração da saúde, mas esses aspectos do economato não interessam particularmente ao cavaleiro andante. Os capitalistas portugueses zangam-se, associam-se a grupos internacionais, quase se insultam e procuram morder as jugulares uns dos outros, mas evidentemente nada disso diz respeito ao seráfico maratonista. Os preços dos bens de serviços básicos, como a electricidade, o gás e os combustíveis, aumentaram duas a três vezes mais do que a inflação e quatro a cinco vezes mais do que os salários, mas, uma vez mais, essa minudência não perturba o sono etéreo do nosso valente líder. O paralelo com o popular Tintim é gritante: o jovem militante das boas causas derrota impiedosamente os inimigos. Mas há diferenças: a Tintim, ninguém lhe pedia para depois administrar a casa ou o país. Mais: Tintim não ia a votos. Sócrates, mais tarde ou mais cedo, terá de ir.

JÁ SE PERCEBEU QUE SÓCRAtes vai querer alicerçar uma reputação internacional. Como Tintim. Por brio pessoal, com certeza. Por orgulho e curiosidade, como acontece sempre. Mas também, como é frequente, para trazer mais-valias pessoais e políticas para o país. Ou antes, para si, cá dentro. A visita à China não lhe saiu muito bem (as declarações disparatadas de Manuel Pinho não ajudaram muito). E a presidência da União, ponto alto desta sua estratégia, já se anuncia cinzenta. A cimeira entre a Europa e a África está difícil e, mesmo que se faça, dela já nada se espera de importante, a não ser uns apelos à paz e à generosidade. A senhora Merkel já lhe tirou todas as hipóteses de brilhar: será ela e a Alemanha que se ocuparão da questão constitucional e das instituições. A ideia de ir ao estrangeiro buscar méritos é sempre tentadora. Dá menos maçadas, não há sarilhos, custa mais barato e fica-se com a impressão de que basta dizer umas palavras bem colocadas para se obter êxitos rápidos. Há muitos exemplos de políticos que foram ao estrangeiro buscar algo que lhes faltava dentro do país. De Gaulle fez isso. Fidel Castro também. Margaret Thatcher não dispensou. Acontece que as circunstâncias é que mais ordenam. A inteligência, a encenação, a fotografia e a palavra não chegam. É preciso mais do que isso. É preciso um país, força, poder, uma grande querela ou aliados.

O QUE SE PASSOU ESTA SEMAna com os números da educação é talvez o mais importante. Nada demoverá os governantes. E nada os fará ver a realidade. A educação é prioritária, ponto final. A certeza substitui o pensamento. Tem de ter dinheiro. E muitos discursos. Há décadas que isto dura e não se vê resultado à altura da retórica. Mas Sócrates, tal Guterres ou Tintim, não se preocupa com os pormenores. Nem quer saber se os resultados correspondem ao esforço feito. Muito menos se é necessário alterar políticas ou estratégias. O discurso parece bastar. A famigerada TLEBS, já sobejamente condenada, tanto cultural, como científica ou pedagogicamente, permanece viva e não há meio de a liquidar pura e simplesmente dos programas. O problema é que há mais TLEBS. Muitas mais. Vejam-se os programas de quase todas as disciplinas e de quase todos os anos do currículo. Veja-se, por exemplo, como um aluno de 10 anos, do 5º do básico, tem de aprender tudo sobre os ambulacrários dos equinodermes, assim como sobre as palminérveas ou as fasciculadas tuberculosas. Há TLEBS aonde menos se espera. Os programas das escolas e, em consequência, os seus manuais, são desajustados e parecem destinados a provocar o insucesso, a levar à desistência ou, nos casos mais felizes, a serem esquecidos dias depois de terem sido aprendidos. Mas o Primeiro-ministro não quer saber da TLEBS. Tintim também não.

António Barreto, Público, 04/02/2007 - Retrato da semana

(imagem cartoon de Carlos Sêco)

https://tintinemportugal.blogspot.com/2011/06/socrates-no-pais-dos-sovietes-pastiche.html

https://tintinemportugal.blogspot.com/2011/10/socrates-no-pais-dos-sovietes.html

http://tintinofilo.over-blog.com/article-10859740.html


quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Dicionário ilustrado do Professor Girassol

 

Embora o Professor Girassol seja tão famoso, forçoso é admitir que o seu génio permanece desconhecido. Grandioso cientista, sem qualquer razoabilidade mantém-se ausente dos dicionários, das enciclopédias e, pior ainda, a História da Ciência ignora-o olimpicamente. Este é um livro do seu legado e serve como dicionário a todas as suas invenções e deliberações que aparecem em todo o universo dos livros do Tintin.

Esta obra da ASA, escrita por Albert Algoud em 1994, é a tradução portuguesa de "Le Tournesol Illustré - Éloge d'un oublié de l'Histoire des Sciences".

Dicionário ilustrado do Professor Girassol, Albert Algoud, ASA, 96 pp., cor, capa dura, 16,90€

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Tintin em Portugal

Para comemorar os 75 anos de publicação de Tintin em Portugal, CARLOS GONÇALVES escreveu um estudo que seria publicado na forma de encarte pela editora portuguesa ASA, acompanhando a nova coleção das aventuras de Tintin lançada por ela. Acontece que a Fundação Moulinsart, dona dos direitos de Tintin, não aprovou a inclusão do encarte junto aos álbuns (...)

AS PERSONAGENS DE HERGÉ

Só em ‘L’Etoile Mystèrieuse’ o Capitão Haddock terá um papel à sua altura, embora em ‘Le Crabe Aux Pinces d’Or’ ele tenha surgido pela primeira vez. Quase acabaria por arrebatar a Tintin o papel principal, no desenrolar da ação de cada história. (...)

A REVISTA “TINTIN” PORTUGUESA

Quando a revista “Tintin” portuguesa surgiu a 1 de junho de 1968, nos escaparates do nosso país, o seu aspecto gráfico logo viria a conquistar inúmeros leitores. A acrescentar a sua beleza de cores e ao seu papel de excelente gramagem, viria o seu leque de personagens apresentadas (algumas conhecidas, outras não), a qualidade dos seus desenhos e os seus excelentes argumentos, além das aventuras de Tintin, que seriam o maior triunfo da publicação. Evidentemente que as outras personagens iriam ajudar igualmente a revista a manter o seu êxito. Era pois uma panóplia de razões para que a longevidade da revista fosse assegurada desde o seu início e os 15 anos que completaria no seu itinerário editorial foi o resultado de um grande sucesso entre todos os leitores portugueses. Claro que para isso contribuiu muito também a orientação de Dinis Machado e de Vasco Granja, mais tarde.

OS ÁLBUNS PUBLICADOS EM PORTUGAL

Os álbuns com as aventuras de Tintin chegariam muito tarde ao nosso país, embora inicialmente tivéssemos acesso às edições brasileiras da Flamboyant/Editorial Aster e Record em capa dura e mole. O primeiro álbum de Hergé que seria editado em Portugal seria “O Vale das Cobras” de Jo, Zette et Jocko, em 1981. Posteriormente seriam publicadas as outras 4 aventuras destas personagens. Em 1985, já iremos ter acesso às aventuras de Quick et Flupke e de Jo, Zette et Jocko nas páginas da revista “O Correio Juvenil”, também editada pela Verbo. Só em 1988 apareceriam os álbuns de Tintin lançados por aquela editora. O primeiro seria “A Ilha Negra”, seguindo-se de “O Ceptro de Ottokar”. Depois, ao longo dos anos, seriam lançados todos os títulos das aventuras deste herói, incluindo algumas a preto e branco. Em paralelo a Verbo publicaria 12 pequenos álbuns com os episódios de Quick et Flupke também.

A partir de 19 de setembro de 2003 e até 27 de fevereiro do ano seguinte, numa parceria com o jornal “Público” e da Verbo, foram editadas as 24 aventuras da nossa personagem, a um ritmo semanal, igualmente com êxito. Presentemente a Asa/Leya publica de novo as aventuras de Tintin, desta vez em menor formato, tal como foram de novo publicadas originalmente.

Todos os álbuns de Tintin são e serão sempre um sucesso, já que muitas vezes além de serem lidos por novas gerações, voltarão a sêlo de novo mais uma série de vezes não só pelos mais jovens como pelos adultos.

TINTIN NOS JORNAIS PORTUGUESES

Não será novidade para ninguém que muitas personagens célebres da Banda Desenhada tiveram os jornais a apoiá-los e a divulgá-los de uma forma mais ou menos intensa. Os norte-americanos sempre foram especialistas nesse campo e seriam nos seus jornais que apareceriam inicialmente muitas aventuras de heróis que acabariam por alcançar grandes sucessos. Com o Tintin não aconteceria isso, já que em Portugal as suas aventuras publicadas nos jornais iniciaram-se em tiras (o que provocaria muito impacto junto do público, pois as suas aventuras foram criadas em pranchas e é assim que deverão ser lidas). No entanto, seria o jornal “Diário de Notícias” a publicar essas mesmas tiras a partir de 8/12/1971 até 11/8/1975, tendo apresentado 10 histórias desde ‘O Mistério da Orelha Quebrada’ até ‘O Mistério das Latas de Conserva’, passando pelas aventuras de ‘A Estrela Misteriosa’, ‘A Ilha Negra’, ‘O Templo do Sol’ e outras. “O Comércio do Porto” também arriscaria em publicar de 24/2/1974 a 5/6/1975, mas desta vez em meias pranchas e pranchas, algum material, mas com muitas falhas na sua periodicidade. Mais tarde e de novo “O Diário de Notícias” publicou de 8/3/1981 a 30/5/1982 a história ‘Tintin na Lua’, igualmente em pranchas.

Finalmente o jornal “O Independente”, em 1995, publicaria duas séries de fascículos a cores e em pranchas as seguintes histórias de Tintin: ‘As Sete Bolas de Cristal’, ‘O Templo do Sol’, ‘O Segredo do Licorne’ e ‘O Tesouro de Rackham O Terrível’ na primeira série, e ‘No País do Ouro Negro’, ‘Rumo à Lua’ e ‘Explorando a Lua’ na segunda. Duas capas cartonadas para encadernar cada série foram oferecidas aos leitores do jornal

AS AVENTURAS DE TINTIN EM PORTUGAL POR REVISTA

Títulos Revistas Nºs das Revistas e Datas Títulos Originais

Tintin na América “O Papagaio” 53 (16/4/36) ao 110 (20/5/37) Tintin en Amérique

Aventuras de Tim-Tim no Oriente “O Papagaio” 115 (24/6/37) a 161 (12/5/38) Les Cigares du Pharaon

O Lótus Azul “O Papagaio” 166 (16/6/38) ao 205 (16/3/39) Le Lotus Bleu

Tintin em Angola “O Papagaio” 209 (13/4/39) ao 244 (14/12/39) Tintin au Congo

A Orelha Quebrada “O Papagaio” 247 (4/1/40) ao 298 (26/12/40) L’Oreille Cassée

A Ilha Negra “O Papagaio” 301 (16/1/41) ao 359 (26/2/42) L’Ile Noire

Tintin no Deserto “O Papagaio” 366 (16/4/42) ao 426 (10/6/43) Les Crabe aux Pinces

(...)

QI - Quadrinhos Independentes nº 114, Março/Abril 2012

http://www.marcadefantasia.com/revistas/ego/qi/qi111-120/qi114/qi114.pdf





Edição 2019  - 90 anos de Tintin, 112 anos do nascimento de Hergé, 50 anos Apollo 11


versão Largo dos Correios

50 - 1 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/07/25/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta/

51 - 2 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/01/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-um/

52 - 3 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/08/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-dois/

53 - 3 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/15/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-tres/

57 - 4 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/09/12/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-sete/

54 - 5 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/22/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-trinta-e-um/

55 - 6 -https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/29/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-cinco/

56 - 7 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/09/05/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-seis/

58 - 8 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/09/19/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-oito/
 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

As Jóias da Castafiore (versão da revista Tintin) visto pel' As Leituras do Pedro

Mal amado por muitos, o álbum As Joias da Castafiore é possivelmente o mais original e desafiador da série. Com ele, nele, Hergé assumiu sempre querer contar uma história em que nada acontece ou, mais exactamente, em que nada do que parece é realmente.

Para mais com toda a acção a ter lugar num espaço fechado, o Castelo de Moulinsart - na acepção ampla de edifício, jardins e terrenos adjacentes, o que não inviabiliza o escrito atrás.

Com o preconceito latente e evidente para com os ciganos, os sucessivos desaparecimentos das jóias da diva do belcanto, as confusões provocadas pela surdez do professor Girassol e as constantes quedas devido ao degrau partido, este é um relato em que todos parecem correr de um lado para outro, como baratas tontas, sem objectivo definido, mas em que o leitor é mantido em suspense página após página, supondo ou adivinhando o que nunca se concretiza, apontando o dedo a (vários) inocentes e pensando antecipar o que nunca chega a acontecer, pois os olhos de quem lê vêem mais do que o autor alguma vez mostra, num exercício de estilo sublime, que deve ser lido de espírito aberto, pela desvio inegável aos outros álbuns da série, sem que de alguma forma, alguma vez, renegue o espírito, a forma ou o modo como sempre encaramos Tintin.

Introduzindo - há mais de 60 anos! - paparazzi e televisão a cores - e hoje, para o bem e para o mal, hoje não vivemos sem eles - Hergé comprovou também ser o autor visionário que sempre foi, para além de um mestre incomparável na eficácia narrativa do seu desenho.

Não me quero repetir, por isso remeto ao desenvolvimento do que atrás fica escrito para este outro texto sobre As Jóias da Castafiore, obra-prima da banda desenhada e de um autor genial.

A Edição

Este recurso a versões de revista, álbuns duplos, fac-simils ou livros com novas cores - com as devidas diferenças entre estas opções editoriais, que tanto revelam a forma de trabalhar do autor como traem aquilo que ele fez (ou deixou de fazer…) - não são mais do que a tentativa desesperada que a Moulinsart e, por arrastamento, a Casterman estão a fazer para tentarem colocar no mercado, novidades de um herói que, em boa verdade, já não as tem há quase 50 anos.

No caso presente, a edição abre com uma introdução que contextualiza o álbum na linha cronológica da série e na vida autoral e pessoal de Hergé, apontando algumas das parcas diferenças que a versão mais popularizada tem em relação à que agora é apresentada. Curiosidades sim, mas nada de mais, na verdade - e noutras aventuras a versão revista Tintin fará muito mais sentido - pelo que esta edição será mais para os indefectíveis de Tintin e Hergé, embora possa soar a ‘novidade’ para o leitor comum.

Fica como principal nota distintiva, para lá de uma capa diferente, o aumento significativo da mancha impressa em relação à versão em álbum até agora disponível, o que permite uma maior fruição da obra.

in As Leituras do Pedro

sábado, 2 de dezembro de 2023

A raça do Milou do Tintin está em vias de extinção

Estão a nascer menos de 300 fox terrier por ano. O que coloca a tradicional raça britânica, a do cão Milou, famoso companheiro das aventura do Tintin, em risco.


A 10 de Janeiro de 1929 nascia uma das bandas desenhadas mais icónicas do século XX. E se o rapaz repórter de cabelo ruivo com uma poupa permanente ganhava milhões de fãs, Milou, o seu cãozinho de pelo branco, companheiro de tantas aventuras do Tintin, tornava-se igualmente numa estrela mundial. Não admira pois que cães fox terrier se tenham tornado num “must have”, de aquisição quase obrigatória, nas décadas que se seguiram. Agora, quase 95 anos depois, a raça tradicional britânica pode ter os dias contados, pois estão a crescer menos de 300 por ano no Reino Unido.

As Aventuras de Tintim, do cartoonista belga Hergé, despertaram o interesse pelos fox terrier no país, e não só, que reivindicaram o primeiro lugar no ranking de popularidade canina em 1947. A raça foi historicamente uma das favoritas da família real britânica na era eduardiana, com o rei Eduardo VII e a rainha Vitória a terem um fox terrier. Mas não só: o reputado cientista Albert Einstein também o escolheu para companhia. Mais tarde foi o favorito da não menos célebre escritora Agatha Christie e do conhecido actor e realizador Clint Eastwood.



Flippers Tintim na Lua - Chocolates Regina

(imagem do jogo ainda dentro da caixa)


Os chocolates Regina comercializaram no final dos anos 70 do século XX um pequeno jogo de flippers com o nome "Tintim na Lua". 



A empresa Dinamização foi fundada em 09/11/1976 por J. Sousa Guimarães. Tinha a sua sede na Rua A, à Rua de D. João de Castro, lote 3, frente, freguesia de Lisboa. O seu objecto social era o comércio e fomento de brinquedos, sua dinamização como instrumento pedagógico e até como elemento auxiliar na recuperação de diminuídos físicos. Os sócios eram Maria Manuela da Cruz Florindo Guimarães, Carlos Alberto Florindo Guimarães e Alberto Henrique Martins dos Santos. Este último já tinha saído em janeiro de 1979. A esposa e o filho de J. Sousa Guimarães também eram sócios da loja Modelismo - Comércio de Brinquedo Técnico,Lda [500653852], situada no Centro Comercial do Rossio, Lojas 515 e 516, 5 Piso 1100-200 Lisboa.

Um dos produtos de maior sucesso da Dinamização foi a marca de construções Pino semelhante à Lego.




Se recortassem os selos das embalagens do chocolate Regina tinham direito a um brinde que não sabemos se seria o jogo dos flippers.

agradecimento a Fernando Marques

domingo, 26 de novembro de 2023

Oliveira / Castafiore

A loja Oliveira / Castafiore fica situada na Rua Freitas Gazul, nº5, Campo de Ourique, Lisboa

«Quando [a loja] Oliveira e Castafiore abriu as portas, da antiga drogaria em Campo de Ourique, a ideia era mostrar os tesouros que temos vindo a recolher um pouco por todo o mundo.

O norte de África faz parte desse itinerário, pelas suas paisagens extraordinárias, pela sua cultura vibrante, e não menos pela sua produção de ornamentos em matérias naturais.»


https://www.facebook.com/oliveiraecastafiore

https://www.instagram.com/oliveiraecastafiore/

"Tudo o que é antigo, curioso, antiguidades ou vintage"

2ª a 6ª | 13h às 19h


cartão antigo do Sr Oliveira da Figueira 

Sr Oliveira da Figueira

Vende, Compra, Troca e Restaura - Tudo Antigo e Curioso

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Castafiore

Casacos, Carteiras, Bijuteria, Lenços e até Gravatas


quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Chico Alcagoita 1000

 

largodoscorreios, 09/11/2023
https://largodoscorreios.wordpress.com/2023/11/09/venturas-e-desventuras-do-chico-alcagoita-mil-um-milhar/

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Editorial Verbo


Hergé (1907 - 1983), criador belga de banda desenhada. Foi o criador do Tintim e a Editorial Verbo tem vindo a editar toda a sua magnífica obra. É um dos mestres da "escola belga" de banda desenhada. Os seus desenhos testemunham uma sólida cultura histórica, geográfica e científica.

Tintim faz 75 anos

Após a comemoração do 20º aniversário da morte de Hergé -- o criador de Tintim -- em Março do ano passado, chegou a vez do próprio Tintim fazer anos!

Dia 10 de janeiro de 2004 faz 75 anos que o Tintim surgiu pela primeira vez na revista “Petit Vingtième”, a preto e branco, onde se manteve até 1940, data em que se mudou para outro jornal, o “Le Soir”, até 1944.

A partir de 1942 todos os livros do Tintim passaram a ser publicados a cores e a maioria das antigas histórias a preto e branco, foram coloridas e reduzidas para se adaptarem ao novo formato.

Em 1946, Tintim já aparece na sua própria revista, e a partir daí todas as histórias recebem tratamento colorido.

Esta data é mais uma oportunidade para relembrarmos e revivermos este fantástico personagem, do qual existe um pouco dentro de cada um de nós.

Seja o gosto pela aventura, o espirito distraído do Prof. Girassol ou o bom coração do fiel capitão Haddock, As Aventuras de Tintim despertam algo em todos os leitores dos 7 aos 77... Vinte anos após a morte do seu criador Hergé, as aventuras do pequeno repórter de poupa levantada continuam a cativar e fascinar milhões de leitores pelo mundo inteiro.

Traduzido em 50 línguas e com mais de 200 milhões (milhões!) de exemplares vendidos, As Aventuras de Tintim estão hoje reconhecidas como revolucionárias no desenvolvimento da banda desenhada. A documentação profunda, o perfeccionismo, o impulso aventureiro do jovem herói e a clareza dos desenhos são características principais do trabalho de Hergé.

retirado do antigo Site da Editorial Verbo [2004]

A Editorial Verbo comemora os 75 anos de Tintim com a publicação de um álbum facsimilado, que reproduz a edição de 1934 publicada no “Petit Vingtième”- “Os Charutos do Faraó” e com a edição de um livro muito especial “Tintim e a Alph-Art”!

Nesta aventura “Petit Vingtième”- “Os Charutos do Faraó” Tintim vê-se implicado, por acaso e contra a sua vontade, num tráfico de estupefacientes que o vai levar até à India. Na luta contra os traficantes de droga, do Egipto à India, Tintim cruza-se com personagens que mais tarde vamos voltar a encontrar nas suas aventuras: o enigmático Rastapopoulos, os polícias Dupont e Dupond, o senhor Oliveira da Figueira, um português, entre outros.

Tintim e a Alph-Art é o último trabalho do criador de Tintim. Trata-se de um álbum com uma «quase» aventura, uma série de pranchas onde se vê o desenho e o texto do que, com tempo, haveria de ser mais um álbum para os fãs de Tintim.

Aqui se encontram muitos personagens já conhecidos de outras histórias, implicados desta feita numa intriga que envolve o mundo da arte moderna. Apesar de incompleta, não faltam a esta aventura os ingredientes habituais de humor, os trocadilhos, as críticas inteligentes, as alusões a factos verdadeiros e os mal-entendidos, que geram sempre, por parte do leitor, reacções de surpresa e de gargalhada.

É um livro inédito, indispensável a qualquer fã, coleccionador ou apreciador da obra de Hergé!

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Ainda em ano de comemoração do 75º aniversário desta célebre personagem da BD, a Editorial Verbo quis presentear todos os fãs e admiradores do Tintim com 3 fantásticas novidades:

Agenda de Bolso 2005 - 144 páginas - 9,3 X 16,40 cm - 7,45 €

Agenda de Secretária 2005 - 144 paginas - 16,8 X 21,50 cm - 14,95 €

Calendário 2005 - 26 páginas - 30 X 30 cm - 13,00 €

Todos eles têm imensas ilustrações e reproduções de tiras de algumas aventuras do Tintim.

A partir de Outubro de 2004 disponíveis nos nossos circuitos comerciais habituais.

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«A Editorial Verbo associa-se ao centenário do nascimento de Hergé, cujos álbuns do Tintim edita, com a publicação da uma biografia, por Benoît Peeters, que foi lançada em 2007.»

retirado do antigo Site da Editorial Verbo

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PRIMEIRAS EDIÇÕES

Para quem gosta de colecionar as primeiras edições de qualquer álbum como eu, tentar encontrar as primeiras edições do Tintim em português de Portugal não foi tarefa fácil!!

Como todos sabemos a Verbo foi a primeira a publicá-lo.

Como curiosidade os três primeiros álbuns saíram com o fundo da contracapa em branco. [E a reedição da Ilha Negra saiu ainda com o fundo da contracapa em branco.]

Para chegar a eles foi preciso primeiro tentar descobrir o primeiro de todos publicados e ao saber que saiu em 1988, fui procurar por esse ano no Depósito Legal de cada álbum que eu encontrava e após várias tentativas o primeiro foi a Ilha Negra, o seguinte O Ceptro de Ottokar e o terceiro O Caranguejo das Tenazes de Ouro e depois é só seguir a ordem de publicação original através do título que aparece na contracapa na parte onde diz "A Publicar:".

Se na contracapa o primeiro título que aparece na zona de álbuns já publicados for a Ilha Negra, é garantido que seja uma primeira edição do titulo que está na capa desse álbum. Ou seja, a Verbo começou a publicar a partir da Ilha Negra e seguiu a ordem cronológica de publicação do Tintim a partir daí e sempre aparece nas primeiras edições como sendo a Ilha Negra o primeiro da lista de publicados na contracapa até ao álbum Tintim e os pícaros inclusive. Tendo chegado ao último álbum da coleção, o próximo foi a Orelha Quebrada que é mencionado no "A Publicar:" a seguir foi os Charutos do Faraó, Lotus Azul, Tintim na América, Tintim no Congo e por último o Lago dos Tubarões, este último já com uma contracapa diferente.

Outra dica, se na contracapa tiver os álbuns todos publicados mas tendo fotos das capas, são todos reedições.

José Oliveira, Facebook Bd Rara em Português, 2023

A Verbo Publicações Periódicas começou por lançar os livros com as Aventuras e Desventuras de Quim e Filipe (1982-1987) e as Aventuras de Joana, João e o Macaco Simão (1981-1982). Em 1988 publicou os primeiros livros de Tintim. A ligação terminou em Janeiro de 2009.

A Ilha Negra - 271501 - 1988

O Ceptro De Ottokar - 271502 - 1988

O Caranguejo Das Tenazes De Ouro - 271503 - 1989

A Estrela Misteriosa - 271504 - 1989

O Segredo Do Licorne - 271505 - 1989

O Tesouro De Rackham O Terrível - 271506 - 1989/1990

As 7 Bolas De Cristal - 271507 - 1990

O Templo Do Sol - 271508 - 1990

No País Do Ouro Negro - 271509 - 1990

Rumo À Lua - 271510 - 1991

Explorando A Lua - 271511 - 1992

O Caso Girassol - 271512 - 1992

Carvão No Porão - 271513 - 1992

Tintim No Tibete - 271514 - 1992

As Jóias Da Castafiore - 271515 - 1992

Voo 714 Para Sidney - 271516 - 1993

Tintim E Os Pícaros - 271517 - 1993

A Orelha Quebrada - 271518 - 1993

Os Charutos Do Faraó - 271519 - 1994

O Lótus Azul - 271520 - 1994

Tintim Na América - 271521 - 1995

Tintim No Congo - 271522 - 1996

O Lago Dos Tubarões - 271523 - 1999

No País Dos Sovietes - 271524 - 1999

Tintim E A Alpha-Art - 271527 - 2004

24 vezes Tintim

Entre 10 de Janeiro de 1929 e 13 de Abril de 1976 foram publicadas as primeiras versões das 24 aventuras de Tintim e Milou (os títulos são os da edição portuguesa da Verbo).

Tintim no País dos Sovietes - “Le Petit Vingtième”, de 10-01-1929 a 11-05-1930.

Tintim no Congo - “Le Petit Vingtième”, de 05-06-1930 a 11-06-1931.

Tintim na América - “Le Petit Vingtième”, de 03-09-1931 a 20-10-1932.

Os Charutos do Faraó - “Le Petit Vingtième”, de 08-12-1932 a 08-02-1934.

O Lótus Azul - “Le Petit Vingtième”, de 09-08-1934 a 17-10-1935.

A Orelha Quebrada - “Le Petit Vingtième”, de 05-12-1935 a 25-02-1937.

A Ilha Negra - “Le Petit Vingtième”, de 15-04-1937 a 16-06-1938.

O Ceptro de Ottokar - “Le Petit Vingtième”, de 04-08-1938 a 10-08-1939.

O Caranguejo das Tenazes de Ouro - “Le Soir”, de 17-10-1940 a 18/19-09-1941.

A Estrela Misteriosa - “Le Soir”, de 20-10-1941 a 21-05-1942.

O Segredo do Licorne - “Le Soir”, de 11-06-1942 a 14-01-1943.

O Tesouro de Rackham, o Terrível - “Le Soir”, entre 19-02-1943 e 23-09-1943.

As 7 Bolas de Cristal - “Le Soir”, entre 16-12-1943 e 02/03-09-1944 (publicação interrompida pela libertação de Bruxelas, durante a Segunda Guerra Mundial, e só retomada mais tarde nas revistas “Coeurs Vaillants” e “Tintin”).

O Templo do Sol - “Tintin” (edição belga), entre 26-09-1946 e 22-04-1948.

Tintim no País do Ouro Negro - “Tintin”, de 16-09-1948 a 23-02-1950.

Rumo à Lua e Explorando a Lua - “Tintin”, de 30-03-1950 a 30-12-1952. É uma única aventura, que só aparecerá em separado na edição em álbum, respectivamente, em 1953 e 1954.

O Caso Girassol - “Tintin”, de 22-12-1954 a 22-02-1956.

Carvão no Porão - “Tintin”, de 31-10-1956 a 01-01-1958.

Tintim no Tibete - “Tintin”, de 17-09-1958 a 25-11-1959.

As Jóias da Castafiore - “Tintin”, de 04-07-1961 a 04-09-1962.

Voo 714 para Sydney - “Tintin”, de 27-09-1966 a 28-11-1967.

O Lago dos Tubarões - 1973, adaptação em álbum (Casterman) do filme de animação com o mesmo título.

Tintim e os Pícaros - “Tintin”, de 16-09-1975 a 13-04-1976.

https://arquivo.pt/wayback/20100809090846/http://static.publico.clix.pt/coleccoes/tintim/indexLISTAcoleccao.htm

https://tintinofilo.weebly.com/difusatildeo-verbo.html

No País dos Sovietes - FS - Cartonada, Setembro de 1999

Os Charutos do Faraó - FS - 271526 - Cartonada, Julho de 2003 

Outras edições:

Livro de Colorir 1, 2

Tintim O Sonho e a Realidade - 2005 - Código: 271528 - ISBN: 972-553-437-9

Tintim Livro Jogos - 2006 - Código: 271729 - ISBN: 972-22-2577-4

Hergé - Filho de Tintin - 2007

EDIÇÕES ASA ADQUIREM OS DIREITOS DE TINTIN E ANUNCIAM RELANÇAMENTO DA SÉRIE NA PRIMAVERA DO PRÓXIMO ANO

Por Carlos Pessoa, Público, 27/09/2009


Insatisfação com as vendas é a principal razão para pôr fim ao contrato. O herói da BD franco-belga vai mudar de nome na nova colecção de aventuras

Depois de figurar durante mais de 20 anos no catálogo da Editorial Verbo, Tintin passará a ser publicado pela Edições Asa a partir de 2010. A editora Casterman, detentora universal dos direitos das aventuras do herói belga, pôs termo em Janeiro passado ao acordo que a ligava à Verbo desde 1988.

A principal razão, explicou ao PÚBLICO Willy Fadeur, director do departamento de direitos internacionais daquela editora, foi a "insatisfação" com as vendas dos álbuns, consideradas "insuficientes tendo em conta a notoriedade do herói e do seu criador".

As diligências para encontrar um sucessor começaram de imediato e terminaram com a escolha da Asa. "Para nós, o mercado português, francófilo e bedéfilo, é de primeira linha", diz Fadeur. "Sempre mantivemos com ele excelentes relações profissionais e de amizade. Iremos fazer tudo para relançar Tintin em Portugal com grande entusiasmo", garantiu. Os valores do negócio não foram divulgados.

Maria José Pereira, responsável pelo departamento de BD da Asa, assegura que os primeiros álbuns estarão nas livrarias na Primavera de 2010. O objectivo do editor português é pôr no mercado toda a colecção de aventuras de Tintin (24 álbuns) antes da saída, prevista para 2011, da longa-metragem que o cineasta americano Steven Spielberg está a rodar.

O editor português já trabalha em novas traduções e assegura que o herói vai recuperar o seu nome original - Tintin em vez do Tintim que surgia nos álbuns da Verbo: "É o nome da personagem e uma marca. Não há razão para não fazermos a alteração."

Maria José Pereira confirmou também que está a ser preparado um ambicioso programa de lançamento da série, cujos detalhes só começarão a ser conhecidos em Novembro.

A mudança de editor, negociada com êxito num período de tempo relativamente curto, é uma boa notícia para toda a gente. As Edições Asa ganham para o seu catálogo uma das séries mais emblemáticas (e também mais lucrativas) da banda desenhada mundial. Os fãs da série, por seu lado, podem contar com uma presença mais agressiva do herói no mercado português, onde sempre teve um lugar relativamente discreto.

A Casterman ganha alguma margem de manobra relativamente à sociedade Moulinsart, gestora dos direitos mundiais de Hergé, que rendem mais de 16 milhões de euros por ano. Nick Rodwell, marido de Fanny Vlaminck (segunda mulher de Hergé e herdeira do património do artista) e administrador da Moulinsart, exprimiu em Abril o seu descontentamento com a forma como o editor franco-belga tem gerido os direitos sobre os álbuns de Tintin. Nunca foi oficialmente afirmado, mas admitia-se nos meios ligados à BD que as divergências pudessem acabar em divórcio entre os dois parceiros.

Passados quase seis meses, não houve novos desenvolvimentos e Willy Fadeur, interpelado sobre o assunto, foi lacónico: "A Casterman é contratualmente o gestor mundial dos direitos das aventuras de Tintin e tenciona continuar a sê-lo".

Portugal foi o primeiro país não francófono a publicar Tintin, em 1936 (revista O Papagaio). Foi também o primeiro país do mundo onde se puderam ler as aventuras do famoso jornalista a cores, ainda antes de isso acontecer na Bélgica ou em França. O herói surgiu mais tarde em outras publicações periódicas, como O Diabrete, Cavaleiro Andante, Foguetão e Zorro. A partir de 1968 teve uma publicação própria - a revistaTintin- que saiu até 1982.


(Maria José Pereira saiu da Asa em 2013 e entrou para a Babel que tinha comprado a Verbo)


sexta-feira, 10 de novembro de 2023

As jóias de Castafiore [versão da revista Tintin]

Numa edição da ASA, vamos poder ver e ler "As jóias de Castafiore", na versão pré-publicada na revista belga e francesa Tintin, em 1961. Essa versão também foi publicada em Portugal na revista Zorro.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

João Pedro George

«Eu e o meu irmão mais velho viemos para Portugal numa altura em que os meus pais estavam em Luanda e já aqueles três exércitos de libertação se digladiavam nos bairros. Decidiram mandar-nos para Portugal ao cuidado de uma hospedeira de bordo, porque eles queriam ficar e ver se ainda era possível continuar. A minha primeira memória, tinha três anos, é essa separação dos meus pais. Lembro-me que levava o Tintim – O Templo do Sol e cada vez que vejo um álbum do Tintim é a minha Madalena de Proust. É a imagem que mais me remete para a infância. (...)»

Entrevista a Ana Sá Lopes, Público, 02/06/2023

O livro "Não É Fácil Dizer Bem" (Tinta da China, 2006) de João Pedro George inclui um texto inédito "Raios E Coriscos!", que abre a secção "Obsessões", com várias referências a Tintim. Algumas ideias do texto foram depois usadas em algumas crónicas de 2022 da revista Sábado. As Edições 70 lançaram este ano o livro de crónicas "Viajar na Maionese" que  também engloba essas crónicas recentes.

Tintim em Luanda, Revista Sábado,  03/02/2022

Tintim Em Portugal, Revista Sábado,  10/02/2022

Tintim No Brasil, Revista Sábado,  17/02/2022

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Tintim em Luanda  . 03/02/2022

QUANDO EM MAIO de 1975, aos três anos de idade, desembarquei em Portugal, vindo de Angola, trazia debaixo do braço um álbum das aventuras de Tintim (O Templo do Sol), naquelas edições brasileiras da Record.

(...)


Pequenino e dócil, com os olhos assustados e tensos, mas sempre com aquele livro do Tintim debaixo do braço: apertava-o como se fosse um objecto precioso, o único existente à minha volta, a única prova tangível de que não seria recusado e abandonado.

Tintim em Portugal  . 10/02/2022

Quando do aeroporto da Portela me levaram para o 9º andar de um prédio de Benfica, não fazia a mais pequena ideia do que era Portugal.

(...)


il. Miss Inês https://www.instagram.com/p/CaAzeNHqLIi/
 

Tintim no Brasil . 17/02/2022

Hoje, uma época eivada de cinismo e pragmatismo, repórteres como Tintim ou Robert Mitchum seriam considerados ingénuos, uns tolos idealistas que se julgam incorruptíveis e têm a pretensão de conseguir escapar à manipulação e às iniciativas de sedução ou anexação dos donos do dinheiro.

Na semana passada, obedecendo a um impulso confessional, contei-vos como os álbuns do Tintim fazem emergir do meu passado toda a espécie de reminiscências inesperadas da infância (a paixão pelo Tintim contrai-se nesse período, mas ataca mais tarde ainda com mais força)

(...)

https://www.sabado.pt/opiniao/cronistas/joao-pedro-george/detalhe/tintim-no-brasil


Com Mil Raios e Coriscos!

O capitão Haddock foi o primeiro herói da minha infância. Quando aos três anos de idade desembarquei em Portugal, vindo de Moçambique, trazia debaixo do braço um álbum do Tintim, O Templo do Sol, naquelas edições brasileiras da Record. Não me esqueço. Nunca mais me vou esquecer. Viemos sozinhos, eu e o meu irmão mais velho, ao cuidado de uma hospedeira de bordo amiga da família, enquanto os meus pais se deixavam ficar para trás, em Lourenço Marques. A violência da separação e a chegada a uma terra estranha, onde nunca pusera os pés, marcaram-me para toda a vida. Talvez por isso as minhas primeiras memórias coincidam com essa época. E talvez por isso me tenha afeiçoado tanto àquele marinheiro rabugento e eternamente zangado.

Há tempos decidi finalmente ir buscar a casa dos meus pais os livros de BD que durante anos, comigo já aqui no bairro da Graça, tinham ficado esquecidos no sótão. Durante meses andei entretido a reler esses velhos álbuns aos quadradinhos, vasculhando a memória, suspirando nostalgicamente pelo passado. Não tenho dúvidas, o capitão Haddock é uma personagem fabulosa, talvez das mais extraordinárias de toda a banda desenhada. Haddock surgiu pela primeira vez em O Caranguejo das Tenazes de Ouro (1940), o álbum nº 9 das aventuras do jovem repórter do Petit Vingtième. Tintim já tinha ido entretanto ao País dos Sovietes, ao Congo do Rei Leopoldo III, à América de Al Capone, à China da guerra sino-japonesa, à terra dos Faraós e às ditaduras de opereta da América Latina. Tintim e Haddock conhecem-se a bordo do cargueiro Karamboudjan, que transportava nos porões caixas de conserva com ópio (facto que o capitão, obviamente, ignorava). Haddock é um alcoólico, com uma sede pior que a de Tântalo. É um vulgar bebedolas com maus vinhos que tem comportamentos autodestrutivos e violentos, chegando mesmo a ameaçar a vida de Tintim. Logo ali, ainda mal se conhecendo, Tintim diz ao capitão: “Vai prometer-me não beber mais. Pense na sua dignidade, capitão! Que diria a sua velha mãe se o visse nesse estado?...” Haddock rompe em soluços, desata a chorar pelas barbas abaixo: “BU-UH... BU-U-UH... MAMÃ!... M-MAMÃ-Ã!” Tentado constantemente pelo álcool (de preferência o uísque velho, de malte, mas também rum, conhaque de três estrelas ou champanhe, tudo menos água, esse líquido nauseabundo), Haddock é fraco mas com bom coração. O livro termina com Haddock a dar uma palestra para a Rádio Centro sobre o tema “o álcool, inimigo do marinheiro”.

No álbum seguinte, A Estrela Misteriosa, aquele em que Haddock se torna verdadeiramente numa das personagens principais do mundo de Hergé, o capitão reaparece como Presidente da Liga dos Marinheiros Antialcoólicos. Claro que vai ter muitas recaídas, e esse será um dos seus traços característicos, o que aliás o torna muito mais humano que Tintim. Este, pelo contrário, é uma personagem perfeita, logo menos complexa. Tintim raramente tem dúvidas quando se trata de ir socorrer alguém, mesmo que na outra ponta do planeta. Haddock protesta, hesita, “que estupidez, ir à Lua!”, por ele ficaria sempre no sumptuoso castelo de Moulinsart. Mas acaba por partir, mesmo que contrariado e furioso. Tintim nunca se irrita, nunca chora, nunca tem medo. O capitão é espontâneo, efervescente, não se contém, é ruidoso, descabelado, solta faíscas. São famosas as suas cóleras. Épicas. Os insultos fervem-lhe na boca, fica escarlate de raiva. Blasfema. Explode como um vulcão. Como Hergé confessou a Numa Sadoul, “Haddock sou eu quando preciso de me exteriorizar”. Até em termos gráficos, Haddock é uma personagem mais complexa. A cara de lua cheia de Tintim nunca muda de expressão, ao passo que o rosto do capitão assume múltiplas formas e o corpo é muito mais flexível e elástico.

Haddock “escolhe cuidadosamente as palavras, como um poeta. Sim, como um poeta, gosta das palavras que soem bem, de palavras sonoras e raras” (Jacques Marny). Os seus ataques de nervos são verdadeiros compêndios de insultos. Aqui fica uma selecção, que podem utilizar abundantemente no vosso quotidiano:

Flibusteiros, marinheiros de água doce, mercenários, açambarcadores, judas, renegados, esquizofrénicos, rizópodos, ectoplasmas, emplastros, trogloditas, aztecas, sapos do deserto, vendedores de tapetes, iconoclastas, zulos, parasitas, bexigosos, sacripantas, esclavagistas, tecnocratas, vegetarianos, quadrúpedes, corsários, hidrocarbonetos, canacas, giroscópios, doríferos, zuavos, antropopitecos, anacolutos, invertebrados, tocadores de gaita-de-foles, bichos-de-conta, velho pepino, sinapismo, escolopendras, velho cachalote, coleópteros, atarracados, anacoretas, bichas-solitárias, piróforos, colocíntidas, zigomicetes, gargarejos, cataplasma, saguins, espécie de iconoclasta míope, fanfarrão de orquestra, cretinos dos Alpes, equinodermes, fagote de Madagascar, galináceos, espécie de babuínos, cercopitecos, velhacos feitos de extracto de cretino, turcos, saltimbancos amestrados, espécie de analfabeto diplomado, bacalhau atlético, zebróide, protozoários, lagarto desmontável, bando de zapotecas, patagónios, micróbio, ornitorrinco, espécie de logaritmo, ratos neurasténicos, ciclotrão, pepino em conserva, pedaço de morcego, cabeça de martelo, emplastro em banha de ouriço, concentrado de mexilhão bexigoso, viviseccionistas, torcionários, antropófagos, astronauta de água doce, espécie de selvagem interplanetário, subproduto de ectoplasma, bugre subnutrido, cretino dos Balcãs, autodidactas, bugre de creme de emplastro à base de idiotice, polígrafos, bazucas dos Cárpatos, selvagens preparados com molho tártaro, incendiários, fenómeno de canibal, anticristo, barroco, coloquinta, visigodos, pedaços de energúmenos com nariz de coco, espécie de equilibrista, cretinos do Himalaia, espécie de Cró-Magnon, mamelucos, macrocéfalos, rocambole, filoxera, megalómano, sátrapa, espécie de lobisomem com gordura de ranúnculo, pirómanos, baco, belzebu, velha coruja enferrujada, oficlídio, espécie de diplodocus escapado directamente da pré-história, pterodáctilo.

João Pedro, blog Espanar, 27/08/2004

http://esplanar.blogspot.com/2004/08/com-mil-raios-e-coriscos.html

+

As fúrias verbais do capitão Haddock são compêndios de insultos. Deixo aqui alguns, que os líderes políticos poderão sempre utilizar: rizópodos, ectoplasmas, coleópteros, equinodermes, protozoários, colocíntidas, zigomicetes, zapotecas, ornitorrincos, macrocéfalos, anacolutos, hidrocarbonetos, vendedores de tapetes, tocadores de gaita-de-foles, escolopendras, espécie de iconoclastas míopes, fanfarrões de orquestra, saltimbancos amestrados, lagartos desmontáveis, espécie de logaritmos, astronautas de água doce, espécie de selvagens interplanetários, ratos neurasténicos, autodidactas preparados com molho tártaro...

João Pedro, blog Espanar, 14/02/2005


sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Dupond Et Dupond

Imagens autocolantes encontradas, já há alguns anos, nas paredes da cidade do Porto referente a algum grupo de dj's. O nome era Dupond Et Dupond.

 Música bestial - primeiro estranha-se, depois entranha-se...

Música improvável - Brevemente num bar perto de si...





segunda-feira, 30 de outubro de 2023

A partir de Hergé e Tardi

Alguns resultados dos exercícios 02, 03 e 04 da Disciplina de Banda Desenhada, Nível 1, Curso IL/BD 2013/14

Ar.Co Centro de Arte e Comunicação Visual

A PARTIR DE HERGÉ E TARDI - orientador Nuno Saraiva 



terça-feira, 24 de outubro de 2023

Quadro

 


“Capitão Haddock”, estudo, 29,7 x 42 , óleo em papel telado. da autoria de David Benasulin

«Experimentei outra abordagem, mais solta, desenho à vista de uma referência … mais caótico e selvagem talvez.»

https://www.facebook.com/artedavidbenasulin Faz música, desenho e recentemente apaixonou-se pela pintura a óleo.

#capitaohaddock  #tintin @tintin 

Aic Ixh Xan

Als Ich Can

@davidbenasulin

@dbenasulin

@theartofdavidbenasulin

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Pedro Morais


O TEMPO DO SOL - Aventuras de Tantam + 1000U
BD publicada a cores no fanzine "Efeméride" #4

(A3, 66 p., 100 ex., Outubro 2009)

https://www.pedromorais.net/b_otempodosol.php

https://semdatamarcada.blogspot.com/2009/10/585-tintim-no-seculo-xxi-7.html




5 - https://semdatamarcada.blogspot.com/2009/10/583.html

6 - https://semdatamarcada.blogspot.com/2009/10/584-tintim-no-seculo-xxi-6.html

7 - https://semdatamarcada.blogspot.com/2009/10/585-tintim-no-seculo-xxi-7.html

1 - https://semdatamarcada.blogspot.com/2009/10/579.html


segunda-feira, 2 de outubro de 2023

O aventureiro mais famoso do mundo está no Público

DESBANDA - INIMIGO PÚBLICO

Parece que foi ontem. E no número 1 (do suplemento Inimigo Público, 26/09/2003) estreava também a minha crónica, partilhada como o LPN (Luís Pedro Nunes). Uma tira humorística, a jeito de comic strip, a que demos o nome de Desbanda. Numa brincadeira com os cronistas residentes do jornal, à época, metíamo-nos com o maior de todos - Eduardo Prado Coelho.

Nuno Saraiva, 01/10/2021

https://www.publico.pt/2003/08/29/jornal/o-orgasmo-vertical-204744

http://tintinofilo.over-blog.com/article-22966578.html (2008)


terça-feira, 26 de setembro de 2023

O alfarrabista que quase só vende Tintin


Alberto Gonçalves tem, na Baixa do Porto, uma loja que vende raridades ligadas às histórias criadas por Hergé, que começou a coleccionar há mais de meio século.

A porta da loja que Alberto Gonçalves, formado em Matemática, explora há sete anos na Baixa do Porto tem, por estes dias, um cartaz de promoção ao novo filme de Steven Spielberg, “As Aventuras de Tintin: o segredo do Licorne”.

É apenas mais uma referência à personagem criada pelo belga Hergé, num espaço cuja montra deixa poucas dúvidas quanto ao que ali dentro pode ser encontrado.

Livros, revistas, suplementos de publicações, DVD e produtos de "merchandising" que vão desde as figuras de Tintin e o seu fiel Milu, a protótipos do foguetão que leva o herói à lua ou dos automóveis imortalizados nos “quadradinhos” de Hergé. Muito do que diz respeito a Tintin, desde que a personagem foi criada, em 1929, está ali.

Entre as raridades que podem ser encontradas na “Timtimportimtim” estão os fascículos semanais que começaram a ser publicados como suplemento do jornal belga “Le Vingtième Siècle”. São as primeiras páginas das tiras que dariam origem aos livros das Aventuras do Tintin.

Uma colecção, diz Alberto Gonçalves, pode atingir os cinco mil euros, uma vez que tem um ano completo da publicação: 52 fascículos.

A “frescura” do herói

O empresário tinha 10 anos quando descobriu que estava apaixonado pelo “herói do século XX”, como classifica. Alberto Gonçalves explica que “era conhecido como o Tintin” pelos alfarrabistas do Porto. Era entre eles que procurava, todas as semanas, as “revistas belgas do Tintin”, que só começariam a ser publicadas em português na década de 1950.

Alberto Gonçalves conta que, nos anos 60, chegava mais tarde à escola para aproveitar os cinco minutos da série de desenhos animados da Belvision, baseados na personagem criada pelo belga Hergé. “Eram francamente maus, mas, para mim, eram deliciosos”, desabafa.

O empresário acredita que o novo filme norte-americano, em 3D, será bem aceite entre as camadas mais jovens que não cresceram “a ler Tintin”. Alberto Gonçalves acredita que "a frescura da personagem" garante a admiração de diferentes faixas etárias.

O filme é a oportunidade, diz ainda, para introduzir “As Aventuras de Tintin” em mercados que ainda estão por conquistar, nomeadamente o americano e o asiático.

Letícia Amorim, RR, 26/10/2011

Pertence à geração que cresceu com Tintin e, por isso, fizesse chuva ou sol, Alberto Gonçalves, enquanto adolescente, percorria tudo quanto era livraria e alfarrabista do Porto à procura da revista "Tintin".

Já todos o conheciam, até que mais tarde, e depois de se envolver com maior profundidade na área, decidiu, em 2003, abrir uma loja de banda desenhada usada, a que deu o nome "Tintim por Tintim".

Há oito anos instalada na Rua da Conceição, no Porto, a loja tem praticamente toda a banda desenhada editada em Portugal e muitos títulos estrangeiros. Grandes estantes apinhadas de álbuns, revistas, jornais e bonecos de plásticos encontram-se por todo o lado, nas duas salas deste espaço, que é, já, ponto de encontro de muitos aficionados de BD, com idades entre os dez e os 80 anos.

JN, 27/10/2011

Lux

TSF

domingo, 24 de setembro de 2023

Tintim Café @ ambrosio

O estabelecimento lisboeta Tintim Café tem uma página no facebook https://www.facebook.com/tintim.cafe

Mas foi noutra página que encontramos algumas das reproduções da Efeméride que estão em exposição nesse estabelecimento.


Tintin Café / Espaço Tintin

Av. de Roma nº 39

Tintin na Avenida de Roma

Faz 81 anos que o intrépido Tintin surgiu pela primeira vez, de partida para O País dos Sovietes, nas páginas de um suplemento de um jornal belga. Fomos celebrar o aniversário do herói de Hergé à novíssima casa portuguesa do corajoso repórter, o Espaço Tintin, em Lisboa, onde se interligam café e loja.

(...) o corajoso repórter arranjou casa própria oficial em Lisboa, o Espaço Tintin, com direito a café-lounge e loja, onde habita, de várias formas, a galeria de inesquecíveis personagens que o acompanharam em tanta aventura: do espevitado cão Milou ao irascível capitão Haddock, do distraído professor Tournesol (ou Girassol) aos impagáveis Dupond e Dupont, da diva Castafiore ao mui luso comerciante Oliveira da Figueira. E é, naturalmente, muito graças ao comércio que o Espaço Tintin, que já veio dar um novo brilho à Avenida de Roma (no mesmo edifício onde outrora existiu um conhecido café, o Trevi), nasceu e continua a crescer e a ter novidades para apresentar.

Erigida graças a Paulo Ferreira Almeida, representante oficial da marca Tintin em Portugal, obviamente fã do personagem ("mas não um daqueles fanáticos que sabe tudo", sublinha), a nova casa do herói de Hergé começou por ser apenas um acolhedor café, aberto em Maio passado no rés-do-chão deste edifício marcado por sinais "tintinófilos" por todo o lado. Em Dezembro, chegou a vez de inaugurar a loja na cave; e, em breve, deverá ter um lounge (havia também a possibilidade de restaurante, mas nada ainda concreto).

Paulo, que começou por coleccionar os Tintin, como meio mundo, acabou por fazer evoluir a colecção para uma homenagem viva entre quatro paredes, por onde, aliás, se encontram até alguns itens da sua colecção particular. Entra-se para a parte do café e já temos Tintin a receber-nos. No espaço, marcado pela transparência das suas paredes-vidro e por tons quentes, impera um grande painel BD com sinais e balões de diálogo alusivos, obviamente, ao herói da casa.

Mas não há lugar a excessos Tintin por aqui, até porque o próprio também primava pela discrição. Há lugar, isso sim, a outros detalhes de bom gosto: as mesas e cadeiras bem escolhidas e aprumadas, um mini- espaço lounge com sofás e mesa de inspiração marroquina, uma espécie de caixa de vidro a separar áreas ou uma zona mais elevada, um "palco" com vista para a rua. Na decoração, o destaque vai ainda para uma série de litografias de pranchas originais de Hergé.

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Por Luís J. Santos , Fugas, 09.01.2010