quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Traduções Portuguesas


Castafiore - Branca Flor (Diabrete), Brancaflor (Zorro)

Cipaçalouvishni - Mal-Uki-Nho (Cavaleiro Andante)


Dupont & Dupond - Zigue & Zague (Cavaleiro Andante, Zorro), Zig & Zag (Diabrete)

General Alcazar - Manduca (O Papagaio)

Tournesol/Girassol - Pintadinho de Fresco (Cavaleiro Andante), Pintadinho de Branco, Professor Pintadinho

Haddock - Capitão Rosa (O Papagaio, Diabrete, CA, Zorro)

Hipollyte Calis - Hipólito Calisto (O Papagaio)

Milou - Rom-Rom (O Papagaio, Diabrete, Cavaleiro Andante, Zorro)

Muller -  Silva (O Papagaio)

Nestor - Ulisses (Cavaleiro Andante, Zorro) - em "Zorro" também parece indicado como Nestor

Oliveira de Figueira - Oliveira de Málaga (O Papagaio)

Tintin - Tim-Tim (O Papagaio, Diabrete, CA, Zorro)

https://tintinofilo.weebly.com/traduccedilotildees.html

As normas do Estado Novo para a publicação de literatura juvenil impunham, por vezes, a tradução para português dos nomes próprios.

[ver vários exemplos na ligação seguinte:]

https://tintinemportugal.blogspot.com/2011/06/o-caso-da-arma-secreta.html

«No entanto, fruto de uma imposição legal que vinha dos anos 50 (da qual Simões Müller seria um fiel cumpridor!), muitos nomes originais foram “nacionalizados”: Dan Dare foi o Capitão Marte; Michel Vaillant rebaptizou-se Miguel Gusmão; Valhardi deu em Valente; o crisma de Gaston Lagaffe transformou-o em Zacarias (!); e até ali alinharam Tim-Tim mais o cão Rom-Rom, o capitão Rosa (Haddock) e o professor Pintadinho (Tournesol)…» (AM/Largo)

Nota: alguns nomes traduzidos já vinham de antes da década de 1950.

TESE DE RICARDO LEITE PINTO

O aportuguesamento das personagens estrangeiros não foi introduzido com a Censura infanto-juvenil. Dos anos 30 e 40 vêm vários exemplos: Weary Willie e Tired Tim por Serafim e Malacueco, Lieutnant Daring e Jolly Roger por Pedro Lemos Tenente e Manel Dez réis de Gente, de Quick e Flupke por Trovão e Relâmpago ou Katzenjammer Kids por Necas e Tonecas, apenas para referir algumas das personagens publicadas no "Mosquito" e no "Diabrete". E são bem conhecidos os nomes pelos quais foram batizados entre nós alguns dos personagens de Hergé aquando da sua publicação nos anos 30 no semanário "O Papagaio" sob a égide de Adolfo Simões Muller. Se a grafia "Tintin" se trasmudou em "Tim-Tim" mais imaginativos foram os re-baptismos do cão que acompanha o jornalista, de Milou em Rom-Rom, do Capitão Haddock em Capitão Rosa ou do Professor Tournesol em Professor Pintadinho. E é claro que o "TinTin no Congo" foi transformado em "Tim-Tim em Angola".

O director da revista justificou a sua opção quase 50 anos depois da seguinte forma: "troquei os nomes de várias personagens do Tim-Tim com o consentimento dos editores e de outras histórias, não em obediência a quaisquer instruções de qualquer censura, mas porque sempre achei disparatado dar a ler aos compradores dos nossos jornais nomes que eles, muitas vezes, nem compreendem. Na adaptação do Tintin, comecei por substituir este nome por Tim-Tim. Na verdade, ou se lê o nome à francesa, ou então está mal escrito à portuguesa". [Entrevista de Adolfo Simões Muller ao Correio da Manhã de 16/01/1982]

(...) Uma campanha teve início em 1950 com a divulgação das "Instruções sobre Literatura Infantil” que previam a criação de uma Comissão Especial para a Literatura Infantil e Juvenil (CELIJ) encarregue de velar por essas instruções. A CELIJ foi efectivamente instituída em finais de 1950 tendo sido  substituída em 1952 pela Comissão para a Literatura e Espectáculos para Menores(CLEM).

«A Censura e as Publicações Periódicas Infanto-Juvenis no Estado Novo: o papel da Comissão Especial para Literatura Infantil e Juvenil e da Comissão para a Literatura e Espectáculos para Menores (1950-1968)» - tese de Ricardo Leite Pinto.

Mais Alguns:

Professor Topolino - Professor Ratola (CA)

Talho Sanzot - Talho Carneiro

Moulinsart - Mil Moinhos

Hergé "TinTin por TinTin" - TinTin em Portugal


A revista ”O Papagaio” fez algumas adaptações das aventuras de TinTin à situação portuguesa, aportuguesando igualmente o nome de algumas personagens, uma condição também para escapar à censura, que obrigou muitas vezes a esse tipo de adaptação de outras obras de banda desenhada estrangeira publicadas no país.

(...)

TinTin foi designado como Tim-Tim, um repórter “português”, o cão Milou transformou-se, primeiro em Pom-Pom e, depois, na “cadela” Rom-Rom, para que o seu nome não fosse confundido com a cantora Milú (...).

O Capitão Haddock foi transformado no Capitão Rosa que, em vez de beber Whisky, passou a beber Vinho do Porto, o professor Tournesol foi baptizado como senhor Pintadinho de Branco e, mais tarde, professor Girassol.

Um dos casos mais estranhos foi transformar um dos poucos “portugueses” originais da série, o “vendedor ambulante” Oliveira da Figueira, que apareceu pela primeira vez na aventura “Os Charutos do Faraó” (1934), num espanhol de Málaga, fugido da Guerra de Espanha (altura em que essa aventura foi editada n’”O Papagaio”), talvez porque fosse considerado uma figura pouco abonatória do ideal do “português” propagandeado pelo Estado Novo.

Venerando


Dossier Tintin 1971 - Tournesol 2







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