O queixoso, Bienvenu Mbutu Mondondo, considera que a obra de banda desenhada de Hergé "faz a apologia da colonização" e constitui "um insulto à população negra", solicitando assim que a justiça belga retire o álbum de circulação e o "proíba em todo o espaço público", conforme declarou antes da audiência, citado pela agência Efe.
"Tintin no Congo" já foi objecto de polémica no Estados Unidos, França, Suécia e Reino Unido - onde, por decisão judicial, inclui uma mensagem explicativa do contexto histórico da obra -, mas agora o processo desenrola-se no país natal do autor, Georges Remi, mais conhecido como Hergé (1907-1983), onde o herói de banda desenhada é um símbolo nacional.
A acusação apresentou hoje os seus argumentos na primeira instância do Tribunal Cível de Bruxelas, que vai ouvir a outra parte, a editora Casterman e a Moulinsart, sociedade gestora dos direitos de Tintin, dentro de duas semanas.
A decisão dos juízes belgas sobre a distribuição de "Tintin no Congo" no país é esperada para meados de Novembro.
O julgamento iniciou-se a pouco menos de um mês da estreia mundial do filme de Steven Spielberg e Peter Jackson, "As aventuras de Tintin: O segredo de Licorne".
In Diário de Notícias, 30/09/2011
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