Hergé achou a ideia boa, mas Müller não encontrou apoios
Adolfo Simões Müller tinha "um plano gigantesco" e em Abril de 1939 escreveu uma carta a Hergé com a proposta: fazer-se uma aventura de Tintim em Portugal.
O filho de Simões Müller, Luís Müller, lembra-se do projecto. "Hergé chegou a falar com o meu pai, pedindo-lhe informação sobre a História de Portugal", contou ao P2 (Público).
Também se lembra de ouvir o pai dizer que a ideia era encontrar, para a história, um elo de ligação entre o Brasil, Portugal e a Índia. A resposta do criador belga foi prudente.
Achou boa a ideia, mas manteve alguma distância, pois queria assegurar o controlo das coisas.
Nomeou seu representante Jean-Louis Duchemin, do Syndicat de la Proprieté Artistique (SPA, Paris) que apresentou uma estimativa de custos a Simões Müller e propôs uma repartição dos encargos: 10 por cento do preço de cada álbum teria de ser suportado pelo português, e 40 por cento desse montante entregue directamente ao SPA.
A ideia não teve seguimento porque não houve capacidade financeira para investir no projecto, nem possibilidade de encontrar apoios públicos ou privados.
Carlos Pessoa / Público, 22/05/2007
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