terça-feira, 12 de novembro de 2024

Exposições Antigas

A primeira exposição séria sobre o percurso do autor de Tintim foi feito no decorrer do "Sobreda-BD 85".

Em 1989, a Comicarte leva a efeito a exposição "60 anos de Tintin", durante o 5º salão Internacional de Banda Desenhada.

Em 1993, tive o grato prazer de organizar a vinda da exposição  "O Mundo de Tintim" para Viseu. Era a primeira vez que estava patente ao público na Península Ibérica. Nessa altura fazia parte do núcleo de BD do GICAV, associação promotora do evento.

João Magalhães, Cincinato, Outubro de 1995

«Cincinato, o fanzine anual realizado em Viseu por João Magalhães, já se encontra em distribuição. Uma campanha de assinaturas que permitam viabilizar o projecto está também em marcha (Cincinato, Apartado 231, 3503 Viseu Codex). Neste número, são publicadas bandas desenhadas de Carlos Rocha e Agonia Sampaio, e textos sobre Spiegelman, o panorama editorial português e o salão de BD do Porto realizado no começo deste mês, e ainda um pequeno «dossier» sobre «Tintin em Portugal», além de abundante noticiário.»

Público, 24/10/1995

SOBREDA-BD 85

Realizou-se de 02 a 10 de Março de 1985.

Começou esta manhã na Sobreda da Caparica a IV Jornada de Banda desenhada de expressão latina, com iniciativas que se prolongam até ao próximo dia 10 de Março.

Estarão expostas criações de todos os países de expressão latina, e ainda de Moçambique e Guiné-Bissau.

A Sobreda-BD/85 vai ainda homenagear este ano Hergé (no segundo aniversário da sua morte, ocorrida a 3 de Março de 1983), Jacques Martin, Franco Caprioli e o português Fernando Bento.

Carlos Pessoa, Diário de Lisboa, 04/03/1985

60 ANOS DE TINTIN - 1989


A exposição realizou-se no Mercado Ferreira Borges, no Porto, entre 30 de Setembro e 8 de Outubro, por ocasião do 5º Salão Internacional de Banda Desenhada.

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/preparativos-do-5o-salao-internacional-de-banda-de-desenhada/

O MUNDO DE TINTIM - VISEU 1993


«O Mundo de Tintim» (Le Monde de Tintin) realizou-se em Viseu, no pavilhão C da Feira de São Mateus, entre 26 de Agosto e 19 de Setembro de 1993.

O "Mundo de Tintim" é uma exposição apresentada no Salão de Angoulême deste ano e foi montada para assinalar os 10 anos da morte de Hergé (em 3 de Março de 1993). Trata-se de uma visita guiada ao universo fascinante da principal criação do autor, dividida por quatro módulos temáticos, que abordam sucessivamente, "A Família Tintin", "As Portas do Mundo", "Os Sinais da Aventura" e "A Arte de Hergé". Este último evoca as diversas etapas que Hergé percorria na criação dos seus álbuns, desde a primeira ideia até á impressão, a partir de material existente do álbum "Vol. 714 Pour Sidney", material esse já editado (...). A exposição é complementada com diversas vitrines que reproduzem objectos extraídos das principais aventuras do "repórter que nunca escreveu uma linha".

Pedro Cleto, Clube Comicarte nº 47, Setembro 1993

A revista Cincinato nº 4 publicou uma reportagem de António Rocha sobre a exposição.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Luiz Beira

(recorte Cincinato)

A última entrevista feita a Hergé por um português foi realizada por Luiz Beira, sendo publicada na revista «O Mosquito» (V Série - nº 6) de Março de 1985. A entrevista fora realizada em 15 de Dezembro de 1982.

Luiz Beira já havia entrevistado o criador de Tintin em Outubro de 1966 nos Estúdios Hergé em Bruxelas, cujo trabalho foi publicado na «Plateia» nº 360 de 13 de Dezembro de 1966.

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Luiz Beira, pseudónimo artístico de Armando Corrêa, é o nome pelo qual o próprio prefere ser conhecido. Actor, escritor, jornalista e crítico de BD, amante incondicional de Viseu e das suas gentes, decidiu generosamente doar, numa primeira fase, uma pequena parte da sua bedeteca particular.

Em 1991, em sessão pública, Luiz Beira entregou simbolicamente o primeiro álbum - Le Monde de Hergé - ao GICAV, desde logo um incansável intermediário, representativo dos mais de seiscentos volumes que iniciavam um primeiro acto de doacção. Era o início feliz daquela que viria a tornar-se numa das mais ricas bedetecas do país. A 31 de Maio de 2002, no acto de inauguração oficial da Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva, e numa justíssima prova de gratidão e reconhecimento por parte da Autarquia Viseense, a Bedeteca, parte integrante da Biblioteca Municipal, era dada a conhecer ao público com a designação BDteca Luiz Beira.

Desde então, o acervo documental da BDteca Luiz Beira tem vindo a crescer exponencialmente, tendo já ultrapassado mais de 5000 documentos. Integrada no espaço da sala de leitura de adultos, ela constitui, por si só, um núcleo de documentação autónomo muito significativo, colocando à disposição dos utilizadores/leitores e estudiosos desta arte, um manancial riquíssimo de literatura alternativa que, estamos certos, não defraudará as expectativas do público mais exigente.

Devemos salientar que a BDteca dispõe ainda de cerca de 400 álbuns que pela sua raridade e valor - desde exemplares únicos, obras com dedicatórias personalizadas pelos maiores autores de BD a nível mundial, primeiras edições, obras inexistentes no mercado livreiro não se encontram em livre acesso ao público. Exemplo disso é o volume que reproduz as pranchas originais de François Craenhals para o álbum Le Piège, da série Chevalier Ardent.

Os desafios são muitos, as exigências maiores ainda! Desde logo, as tarefas de tratamento técnico - a catalogação, classificação e indexação - que se impõem, para que seja permitida uma rápida e eficaz recuperação e difusão da informação para benefício dos utilizadores.

Outro aspecto diz respeito à dinamização da BDteca através da realização de actividades diversas como encontros com autores, debates, exposições temáticas, etc. para o qual estamos sensíveis, não só porque pretendemos ser dignos deste enorme gesto benemérito, mas também porque temos noção da riqueza do espólio que deve ser divulgado.

Um dia, assim esperamos, concretizaremos o sonho do Luiz Beira: a sua BDteca dará lugar a um Museu-BDteca já que estão a caminho de Viseu objectos vários, como fotografias, registos BD, quadros, pranchas, etc, que fazem parte da vida de um homem que desde cedo se dedicou ao mundo da BD. (Inserir fotografias da BDteca e eventualmente de algumas capas de álbuns raros)

https://arquivo.pt/wayback/20081021174302/http://www.cm-viseu.pt/portal/page?_pageid=402,1371246,402_1374171&_dad=portal&_schema=PORTAL

BDteca Luiz Beira

A BDteca Luiz Beira está integrada na Sala de Adultos e constitui por si só um núcleo de documentação de reconhecido valor. A BDteca coloca à disposição de todos os utilizadores e estudiosos desta arte um manancial riquíssimo de literatura alternativa, designadamente álbuns de BD, revistas, fanzines, recortes de jornais, etc.

Pela sua raridade, singularidade ou pelas dedicatórias exclusivas a Luiz Beira, alguns exemplares encontram-se nos reservados com acesso limitado. Bedeteca é, por definição, uma biblioteca de Banda desenhada (BD) que pode - e deve integrar diversos tipos de suportes, designadamente revistas, jornais, fanzines e material não livro, como CD, cartazes, postais, pranchas, etc.



quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Guilherme Lucas

Eu comecei a colecionar os álbuns do Tintin, bem como a revista semanal com o mesmo nome, tinha exatamente 10 anos, em 1974...

O MEU 25 DE ABRIL DE 1974

Não tive noção do que esse acontecimento histórico ia significar para todos os portugueses nesse momento, pois não tinha até então o mínimo de consciência de que vivíamos num regime repressivo, de cariz fascista. A minha família era muito conservadora e sempre fez por esconder da educação e da vivência com os seus filhos qualquer questão política que desse azo a ter essa perceção da situação política nacional. Percebi mais tarde, que houve momentos e assuntos, que eram imediatamente interrompidos pelos meus pais, tia e avós, quando terceiros começavam a falar sobre o Américo Tomás ou sobre Marcelo Caetano. Eu vivia numa bolha onde falar de política era um não assunto. A única coisa que fazia sentido para mim nesse período era comprar semanalmente a revista Tintin e convencer o meu pai para me oferecer mais um álbum do Tintin para ir completando a sua coleção. 

Quando a minha mãe foi-me buscar à escola, foi uma surpresa agradável, porque foi ótimo saber que não ia ter mais aula nesse dia, apesar da preocupação que ela demonstrava, dizendo-me que tinha havido um golpe de Estado e que havia soldados na rua, podendo haver uma “guerra” – nesse momento, enquanto caminhávamos os dois, algo apressados, para casa, procurava ver alguns, mas nada, não vi nenhum, era uma manhã perfeitamente normal até esse momento.

Chegados a casa, passei o dia a reler as revistas do Tintin e a acompanhar na RTP1 o noticiário do que ia acontecendo. Fiquei chateado porque não foram para o ar os habituais desenhos animados diários que nunca perdia de os ver, sendo estes substituídos pelas imagens do que estava a acontecer nas ruas em todo o país. 

Não estava nada preocupado, tinha os Tintins comigo, por isso o resto do mundo podia ir dar uma volta, que era-me igual.



CARTA 1977

Alguém aqui da geração X que na sua adolescência escreveu uma carta ao Hergé? Fiz isso em 1977, e fiquei surpreso por ele me ter respondido. Guardo religiosamente essa carta, pois o Tintin era em termos de BD tudo para mim... ainda é, mas de outra forma. (FB, 2023)

(...) e durante esse tempo, pelo menos até 1977 (ano em que escrevi ao Hergé), não consegui encontrar o "Perdidos no Mar" [Coke En Stock] em capa dura.



                                                                       Psycho Tintin

Desenho de Neno Costa feito ainda nos anos 80. Partilhado no facebook pelo amigo Guilherme Lucas.

CURIOSIDADE

Os Rackham apresentaram-se, na noite de 05/10/2019, no Woodstock 69. Este quarteto instrumental de Monção, cujo nome foi inspirado na personagem de um pirata relacionado a dois álbuns de banda desenhada do meu herói de sempre, o Tintin, (O Segredo do Licorne e o Tesouro de Rackham, o Terrível), ofereceu ao público presente os temas do seu mais recente EP, de nome Tchim Plim! As espadas soam assim, editado em Fevereiro último, bem como um punhado de outros temas que seguramente farão parte do seu próximo registo discográfico.

Os Rackham são um grupo de rock de fusão, para os classificar de forma muito objetiva, formados em 2017. Os seus temas evidenciam uma composição que deriva do rock progressivo e que denota muito bom gosto e competência. (...)

domingo, 3 de novembro de 2024

Foguetão


A revista juvenil de banda desenhada Foguetão – Semanário Juvenil para o Ano 2000 publicou-se do número 1, em 4 de Maio de 1961, até ao número 13, em 27 de Julho de 1961. Portanto foi mesmo digna do nome, isto é, desapareceu das nossas vistas num ápice…

Era impresso em papel de jornal, com 16 páginas de grande formato (35x50cm), algumas impressas a cores. Depois de ter sido pioneiro na apresentação nacional de Tintin (desde o saudoso O Papagaio) e de Lucky Luke, o director da publicação apostava agora na estreia de outro famoso herói: Astérix, de Goscinny e Uderzo.

O conteúdo do Foguetão era muito variado pois, para além das histórias aos quadradinhos, de continuação, apresentava contos (alguns de Yves Duval, famoso argumentista), concursos, secções temáticas diversas -futebol, cinema, filatelia, actualidade, história, biografias, ciência, etc.- e passatempos. Entre as aventuras desenhadas, para além de Astérix, ali surgiriam Dan Dare, Sexton Blake, Michel Vaillant, Blake e Mortimer, Gaston Lagaffe, Jean Valhardi, Tanguy e Laverdure e outros, e também uma história de Tintin (Tintin au Tibet) no original em língua francesa, para ajudar os jovens na sua aprendizagem escolar. Para os que tivessem mais dificuldades na tradução, era-lhes fornecida uma relação de legendas e balões, devidamente numerados, em português.

Mas a concorrência era feroz e o preço do semanário, 2$50 (dois escudos e cinquenta centavos, pouco mais de um cêntimo, hoje!), provou ser caro para a época. Embora O Mosquito já tivesse desaparecido, também o Diabrete e outros títulos, havia ainda O Mundo de Aventuras, o Cavaleiro Andante, o Camarada (da MP) e O Falcão (2.ª série), pelo que o lançamento do Foguetão se revelou falhado…

No entanto, houve dignidade na despedida, pois as suas histórias de continuação seriam prosseguidas no Cavaleiro Andante (também “herdeiro” do Bip-Bip), que ainda lhe sobreviveu alguns meses, para dar lugar ao Zorro.

O número 13 foi mesmo de azar e o dia 27 de Julho de 1961 assistiu ao final do ambicioso mas curto voo do Foguetão.

Fora lançado no dia 4 de Maio…

https://largodoscorreios.wordpress.com/2014/05/04/um-foguetao-que-voou-baixinho/

Comandado por um homem com provas dadas na área, Adolfo Simões Müller, teve um percurso difícil na competição com os seus adversários, sobretudo O Mundo de Aventuras, o Cavaleiro Andante, o Camarada (da Mocidade Portuguesa) e O Falcão (na sua 2.ª série).

O Foguetão surgiu com expressas pretensões de marcar a diferença, disponibilizando uma revista inovadora sob o lema: Um jornal crescido para os novos; um jornal novo para gente crescida.

Era impresso num grande formato (35x50cm), estreando entre nós um famoso herói: Astérix, de Goscinny e Uderzo. Para além das histórias aos quadradinhos, de continuação, publicou contos (alguns de Yves Duval, um famoso argumentista), concursos, secções temáticas diversas -futebol, cinema, filatelia, actualidades, história, biografias, ciência, etc.- e passatempos. Entre as aventuras desenhadas, para além de Astérix, apresentou Dan Dare, Sexton Blake, Michel Vaillant, Blake e Mortimer, Gaston Lagaffe, Jean Valhardi, Tanguy e Laverdure e outros, e também uma história de Tintin (Tintin au Tibet) no original em língua francesa, para ajudar os jovens na sua aprendizagem escolar. Aos que tivessem mais dificuldades na tradução era fornecida uma relação de legendas e balões, devidamente numerados, em português.

(...)

António Martinó

Cópia das revistas em formato pdf e html na Hemeroteca Digital


http://www.bdportugal.info/Comics/Col/ENP/Foguetao/index.html

https://operadepapel.blogspot.com/2014/10/foguetao-semanario-juvenil-para-o-ano.html

https://outrasleiturasdopedro.blogspot.com/2011/05/asterix-50-anos-em-portugal-i.html

https://outrasleiturasdopedro.blogspot.com/2011/05/asterix-50-anos-em-portugal-iii.html

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

TinTin e eu

Tintin é uma das raras personagens da BD cuja fama atravessou várias gerações ao longo de quase cem anos, êxito e conhecimento talvez ultrapassado pelo universo de Walt Disney.

Pessoalmente, o meu primeiro contacto com Hergé fez-se, não pelas aventuras de Tintin, mas de outra das séries da sua autoria, quase esquecidas pelo êxito do célebre “repórter”, os trapalhões Quick e Flupke, traduzidos para português como o Quim e o Filipe, cujas tropelias foram publicadas em Portugal na revista Diabrete, entre 1941 e 1943, sob a designação de “Tropelias do Trovão e do Relâmpago”,  e que eu descobri no espólio da minha mãe, que possui 4 álbuns encadernados dessa revista, que eu desfolhei avidamente durante a  minha infância.

Encontrei as primeiras imagens do Tintin num número solto do suplemento Pajem, da revista Cavaleiro Andante, onde se publicou a aventura “O templo do Sol”, a mesma aventura que acompanhei de forma mais continuada na revista Foguetão (*), editada em 1961, cujos 13 exemplares publicado cheguei a receber, quando tinha os meus 5 anos, mas cuja aventura nunca se completou nessa revista de curta duração.

Ainda antes de começar a conhecer as aventuras completas de TinTin, conheci as aventuras de uma outra série de Hergé, Jo, Zette e Jocko, publicada noutra das minhas revistas de infância, o “magazine para a juventude” Zorro, série publicada entre 1962 e 1966 nesta revista, exactamente nos anos em que ela me foi oferecida.

Só mais para meados dos anos 60 comecei a ler histórias completas do TinTin, umas em álbuns, de edição brasileira, que me eram emprestados pelo amigo “Zico”, lidos avidamente nas tardes de Verão na praia de Santa Cruz e, pouco depois, quando, a partir de 1969, o meu avô me começou a oferecer, semanalmente,  a revista TinTin, fundada em Portugal em 1968.

Lembro-me, igualmente, de ter recebido o meu primeiro álbum de TinTin por essa altura, em 1968 ou 1969, o “Voo 715 para Sidney”, que me foi oferecido na 1ª edição em francês, com o objectivo pedagógico de aprofundar o meu francês, álbum editado em 1968 e hoje muito valorizado no mercado franco-belga.

Nesses anos pensava que as aventuras de TinTin eram recentes, só mais tarde descobrindo que a série tinha sido criada quase 30 anos antes de eu nascer. Também não tive a noção, na altura, da ordem cronológica dessas aventuras.

Penso que entre as primeiras aventuras que li de TinTin, estiveram o “TinTin no Tibet” e o “Caso Tornesol”, esta última aventura, curiosamente, editada em álbum em França no ano do meu nascimento.

Se me perguntarem quais as aventuras de que mais gostei, a escolha é difícil, mas penso que o “Objectivo Lua” e “TinTin na Lua” foram marcantes, pela actualidade do tema na década de 60, embora ambos tenham sido escritos e desenhada na década de 1950, ainda antes do meu nascimento. Pela originalidade, penso que a melhor história da série tenha sido, quanto a mim, “As Jóias de Castafiore”, original de 1963.

Pessoalmente, sempre preferi as séries Blake e Mortimer e Astérix, pois considerava TinTin um personagem muito certinho. Penso que o interesse da TinTin está mais relacionada com a profundidade psicológica de personagens “secundárias”, como o Capitão Hadock, o meu preferido, ou o professor Tournesol, entre tantas outras, e, muitas vezes, foram os pequenos apontamentos humorísticos, colocados por Hergé no meio da história principal, que mais as valorizaram. 

Venerando António Aspra de Matos, Blog BêDêzine

(*) No Foguetão apenas foi publicada a versão em francês de Tintin au Tibet. Zorro foi publicada de 1962 a 1964

Nasceu em Torres Vedras em 1956, é licenciado em história pela Faculdade de Letras de Lisboa, Mestre em história social contemporânea pelo ISCTE, e docente na Escola Henriques Nogueira, em Torres Vedras.

No total foram criadas por Hergé 24 aventuras de TinTin, a última delas incompleta e a primeira, “Tintin no País dos Sovietes”, a única que nunca foi revista e colorida pelo autor, renegada por Hergé que só autorizou a sua edição, como curiosidade, à beira da morte.

Num dos seus blog tem mais posts sobre Tintin e Hergé.

https://bedezine.blogspot.com/2021/10/herge-tintin-por-tintin-1-parte-tintin.html

https://www.blogger.com/profile/14847848207009444566

https://bedezine.blogspot.com/search/label/Herg%C3%A9


sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Os Grisalhos

Os Grisalhos visitaram no museu da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, a exposição dedicada ao belga Georges Remi, mais conhecido como Hergé, nascido em 1929 e autor de Tintin, o mais icónico personagem da banda desenhada do século XX. 

Zépestana registou o encontro do casal de aposentados com Tintin e Haddock aquando da visita à exposição de 2021.

Da imaginação fecunda de Hergé brotaram aventuras inesquecíveis, que deliciaram, ao longo dos últimos noventa anos, gerações de leitores, dos 7 aos 77 anos. 

E do seu talento criativo nasceu uma vasta galeria de heróis singulares e de sinistros vilões. 

Para lá do protagonista - o jovem repórter Tintin -, quem não se lembra do capitão Haddock, irascível marinheiro de impropério fácil, dos gémeos detectives Dupond & Dupont, da temperamental diva Bianca Castafiore, do circunspecto mordomo Nestor, do colérico General Tapioca, do absorto Professor Girassol (surdo como uma porta), de Serafim Lampião, angariador de seguros, de Tchang, o amigo asiático, ou até de um nosso compatriota, o lisboeta Oliveira da Figueira, persuasivo vendedor ambulante de quinquilharias inúteis, capaz de vender uma cama de casal ao papa?

Pela mão de Tintin, Hergé levou-me ao fundo dos oceanos e ao espaço sideral, às neves eternas dos Himalaias e aos tórridos desertos das arábias, às ditaduras sul-americanas e à misteriosa selva africana. 

Hergé foi o indiscutível e verdadeiro pai da banda desenhada europeia. Mas não só. Destacou-se ainda, assim o mostra esta exposição, como ilustrador, fino humorista, publicitário e artista plástico de múltiplos talentos.

Os seus 24 álbuns de aventuras do Tintin estão traduzidos em mais de cinquenta línguas. Incluem títulos tão sugestivos como aqueles que se seguem: “Os Charutos do Faraó”, “As Jóias de Castafiore”, “O Tesouro de Rackham, o Terrível”, “Explorando a Lua”, “O Lótus Azul”, “O Ídolo Roubado”, “O Segredo do Licórnio”, “Tintin e os Pícaros”, “O Caso Girassol”, “A Estrela Misteriosa”, “As Sete Bolas de Cristal”, “Perdidos no Mar”, “O Ceptro de Ottokar”, “O Voo 714 para Sidney”, “O Caranguejo das Tenazes de Ouro”, “Tintin no Tibete”…

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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Tin-tin por Tin-tin


Tin-Tin por Tin-Tin em África - Nuno Saraiva

14/04/2010

Nuno Saraiva, desenhador português de BD, teve no semanário Sol, na sua revista Tabu, uma rubrica semanal de duas pranchas intitulada «Na Terra e no Céu». Na edição de 12 de Março de 2010, Nuno parodiou o Tintin com a história «Tin-tin por Tin-tin em África».



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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Uma aventura em portugal



Hergé achou a ideia boa, mas Müller não encontrou apoios

Adolfo Simões Müller tinha "um plano gigantesco" e em Abril de 1939 escreveu uma carta a Hergé com a proposta: fazer-se uma aventura de Tintim em Portugal.

O filho de Simões Müller, Luís Müller, lembra-se do projecto. "Hergé chegou a falar com o meu pai, pedindo-lhe informação sobre a História de Portugal", contou ao P2 (Público).

Também se lembra de ouvir o pai dizer que a ideia era encontrar, para a história, um elo de ligação entre o Brasil, Portugal e a Índia. A resposta do criador belga foi prudente.

Achou boa a ideia, mas manteve alguma distância, pois queria assegurar o controlo das coisas.

Nomeou seu representante Jean-Louis Duchemin, do Syndicat de la Proprieté Artistique (SPA, Paris) que apresentou uma estimativa de custos a Simões Müller e propôs uma repartição dos encargos: 10 por cento do preço de cada álbum teria de ser suportado pelo português, e 40 por cento desse montante entregue directamente ao SPA.

A ideia não teve seguimento porque não houve capacidade financeira para investir no projecto, nem possibilidade de encontrar apoios públicos ou privados.

Carlos Pessoa / Público, 22/05/2007




domingo, 6 de outubro de 2024

Cão ou cadela?

 


Texto de Rui Garcia (RG)

A primeira Bedeteca portuguesa foi inaugurada em 1990, na sede da Comissão de Jovens de Ramalde (CJR), no Porto, como um dos projectos do Comicarte que então também organizava o Salão Internacional de BD do Porto. Com a saída daquele núcleo de BD do seio da CJR, em 1995, a Bedeteca estagnou, apesar do acervo ainda existir. - JN

A Bedeteca do porto voltou a funcionar sendo de destacar também o site.