terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Revista Tintin

Data de Publicação: 3 de janeiro de 1970.

A PARTIR DO PRÓXIMO NÚMERO:

28 PÁGINAS POR 7$50 MAS 28 PÁGINAS A 4 CORES E AINDA O SUPLEMENTO DE 4 PÁGINAS !!!

TINTINZINHOS:

Acabou por se dar o inevitável. Lutámos todos, durante ano e meio, para que a revista se pudesse manter ao preço de 5$00. Infelizmente, a crescente subida de preços e os encargos cada vez maiores de que se rodeia o nosso TINTIN exigem que o preço seja aumentado, a exemplo do que aconteceu recentemente com os jornais diários. A valorização da revista, com o suplemento de quatro páginas, ainda veio agravar a situação, embora nos mantivéssemos durante um certo período, ao preço de 5$00.


Assim, a partir do próximo número, o TINTIN será vendido por 7$50, verificando-se, entretanto, outra forma de valorização da revista: as páginas 2 e 27 serão a quatro cores, também com histórias aos quadradinhos, o que significa passar o TINTIN a contar com (além do suplemento) vinte e oito páginas totalmente a quatro cores, o que materializa um sonho nosso (e de muitos tintinzinhos) acalentado desde o primeiro número da revista.

"OLHE, CAPITÃO: INFORMAM DA REDACÇÃO QUE A REVISTA PASSA A CUSTAR 7$50, A PARTIR DO PRÓXIMO NÚMERO!" 

"RAIOS E CORISCOS! COM MIL MILHÕES DE MIL MACACOS! LÁ TENHO EU DE POUPAR NO "WHISKY" PARA COMPRAR O TINTIN!"

Aviso:  não obstante a subida de preço da revista não recái qualquer encargo sobre as assinaturas em vigor (portanto, até ao próximo n.º 52),

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Eco


Haddock responde a Eco: A imortalidade do pedantismo

(H)umberto Eco, esse eterno pedante da palavra, esse professor que pensa que é capaz de diluir o tempo em papéis! Então, ele diz que a leitura é uma “imortalidade de trás para frente”? Mas que estupidez gloriosa! Eu, que viajei por mares revoltos e consumi mais garrafas do que qualquer um pode contar, posso lhe garantir: a verdadeira imortalidade não vem dos livros, mas da experiência crua da vida. Aquelas viagens, sim, essas são a verdadeira universalidade. Não é dentro de quatro paredes com páginas e mais páginas amassadas pelo tempo que se encontra a verdadeira eternidade.

Você, Eco, com seu ar de mestre e seu chapéu de sabedoria, pode até falar de imortalidade literária, mas eu prefiro os mares tempestuosos que me ensinaram mais sobre a natureza humana do que qualquer obra de ficção. Eu, ao menos, vivi com os pés na terra (ou no convés!) e as mãos nas cordas. Vi e senti os ventos da aventura. Li alguns livros, claro, mas o que me eterniza são as histórias vividas, não as que alguém escreveu sentado numa poltrona de biblioteca. Ah, sim, e antes que me esqueça, se você acha que a leitura faz alguém viver 5 mil anos, então que me falem de alguma vez que uma garrafa de rum me devolveu a juventude! Quem me dera que Eco tivesse a capacidade de se perder numa noite de tempestade, no meio do oceano, e ver se o fato de ter lido mil livros o salvaria de um naufrágio! Que ele venha ver o que é viver de verdade, em carne e osso, e não como uma sombra entre as páginas.

A leitura pode até multiplicar a vida numa sucessão de histórias fantásticas, mas, meu amigo Eco, é no espólio das garrafas vazias e nas rugas de quem realmente enfrentou a tempestade que se encontra a essência da verdadeira imortalidade. Não, não estou aqui para argumentar sobre quantas vidas se pode viver através de livros. Eu sou a prova de que se pode viver várias vidas sem precisar de páginas. Eu sou um marinheiro, um homem de carne e osso, e o meu eterno é a memória dos mares que percorri, não das palavras que li.

Estórias de Ourém, 11/11/2025


terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Inteligência Artificial

O escritório de Mário Freitas não deixa dúvidas a quem o visita. Com uma parede totalmente revestida com capas de edições especiais, o autor e editor de bandas desenhadas não esconde o seu apreço por romances gráficos. Bateria e guitarras no canto, a arte é mais que um mero capítulo na sua vida pessoal e profissional.

O vencedor do Melhor Argumento dos Prémios Nacionais do Amadora BD (2016) conhece bem os cantos da casa criativa. Fala-me das suas obras publicadas e do (pequeno) mercado de livros ilustrados em Portugal, onde considera que a banda desenhada "se faz por carolice". Momentos depois, solta uma voraz crítica a Stan Lee, o homem por trás da Marvel, a quem apelida de "o maior usurpador de criações à face da Terra".

Inserido neste mundo “desde que se lembra", aventurou-se por terras desbravadas em 2022, ao publicar o primeiro livro de banda desenhada portuguesa ilustrado com o auxílio de inteligência artificial (IA) - A Polaroid em Branco.

Uma "não cara" e a Fada do Bigode

Não era sua intenção. Frustrado com a demorada adaptação de alguns dos seus guiões, decidiu fazer umas brincadeiras com o MidJourney, um programa que gera imagens através de descrições pormenorizadas. Já não se recorda do que pesquisou ao certo. "Foi qualquer coisa a ver com o Tintin e o Professor Girassol" diz-me, reiterando de seguida que "o MidJourney raramente faz aquilo que gostaríamos que fizesse".

Não obstante o braço de ferro com o programa de IA, começou a surgir-lhe em catadupa a premissa da história, um ser com uma crise de identidade. "A cara dele era como se fosse uma não cara, e ele a imaginar o que é que a cara dele podia ser na realidade, se ele adotasse diferentes estilos de bigodes e de barbichas e não sei quê, e de repente começou-me a formar a imagem" diz-me, apontando para o livro aberto na mesa. "Isto teve muito trabalho com o photoshop. Esta era uma espécie de bola que não se percebia se era um olho, se era uma bola de pelo". A dado momento, a obra brinda-nos com uma personagem misteriosa que o próprio inventou e trabalhou com o programa de edição, a Fada dos Bigodes.

Mário olha para este projeto como um "devaneio criativo". Uma espécie de diálogo com a inteligência artificial deu origem a uma obra que, de outra forma, "não existiria". Por isso mesmo, considera que "aqui, a inteligência artificial não roubou trabalho a ninguém".

Ainda que a história tenha sido escrita na totalidade por si, e as imagens tenham sido editadas, trabalhadas e organizadas, o argumentista confessa que já foi insultado. "Não te trates não" e "tu não criaste nada" foram algumas das palavras hostis de que foi alvo. "Acho que são pessoas que não têm noção do que é o ato criativo, e concebem apenas a arte como ilustração, como se não houvesse arte na escrita" desabafa.

Um momento ou uma revolução?

Embora admita que o recurso a IA levante alguns problemas éticos, não hesita em afirmar que "são principalmente os artistas medíocres que eu vejo a queixarem-se". Para o argumentista, muitos dos artistas que se sentem ameaçados por esta revolução tecnológica "não mais fizeram ao longo da carreira do que replicar, copiar e clonar a arte de outros produtos".

O escritor reconhece que o MidJourney cria resultados a partir de imagens criadas por autores reais, mas assume dificuldade em traçar uma linha no que é ou não reprovável. "É um pau de dois gumes, porquê? Por um lado, todos nós humanos, tudo o que fazemos também é uma síntese de tudo o que nos influencia, de tudo o que já foi criado. A questão é que nós demoramos anos a fazê-lo; a inteligência artificial fá-lo em segundos" remata.

"Sou eu que decido a montagem: se há três, quatro ou cinco vinhetas por página, como é que elas estão montadas, sou eu que faço isso tudo. Fui eu que fiz tudo em photoshop." - Mário Freitas

"Eu desenhei estas três vinhetas, que eram fundamentais para a história. Era impossível que a inteligência artificial me desse isto." - Mário Freitas

A fada dos bigodes. Amigo ou inimigo?

·         MidJourney: plataforma de inteligência artificial que transforma descrições textuais em representações visuais de alta qualidade;

·         ChatGPT: modelo de inteligência artificial que responde, via mensagem escrita, às mais variadas perguntas ou pedidos, com recurso a uma enorme base de dados.

·         Prompt: estímulo dado para ajudar a criar uma resposta ou ação; termo usado para se referir a um sinal ou mensagem que aparece numa interface de linha de comandos (contexto informático).

Ricardo Gonçalves, 5 de junho de 2023

Mário Freitas: “É uma BD curta, mas nem por isso menos ambiciosa”

Tem por título A Polaroid em branco, foi lançada no Amadora BD que decorre até dia 30 no Sky Skate Amadora Park e é a primeira banda desenhada portuguesa ilustrada com recurso a Inteligência Artificial (IA).

Motivos mais do que suficientes para uma conversa à distância por e-mail com Mário Freitas, simultaneamente seu autor e editor no novo selo Mário Breathes Comics, da Kingpin Books.

Fica já a seguir a versão integral que esteve na base do artigo O trabalho dos desenhadores não está em perigo, publicado na página online do Jornal de Notícias a 19 de Outubro de 2022

As Leituras do Pedro - Faz um breve resumo da história.

Mário Freitas - Ao deparar-se com uma velha polaroid, o protagonista recorda um período da vida em que ostentava com orgulho um bigode, antiquado que fosse. Acabou por ceder a pressões sociais e cortou-o, o que o arrastou para momentos de incerteza e angústia. Em seu auxílio, surgiu então a Fada dos Bigodes, que o conduziu através de um mundo feito de bigodes diversos, em busca de um com o qual se identificasse.

As Leituras do Pedro - A Polaroid em branco foi ilustrado com recurso a IA. Explica como funciona isso.

Mário Freitas - Executo um comando com aquilo que pretendo e a IA cria 4 imagens com base nisso. A partir daí posso gerar variações de cada uma dessas imagens.

Depois de escolher a que pretendo, faço várias alterações e retoques em Photoshop, alterando cores se necessário, e desenhando eu próprio alguns detalhes. Também sou eu , naturalmente, que defino o layout das páginas e monto as imagens em função disso. O que é fundamental perceber é que uma IA não faz BD sozinha, nem sequer ilustra sozinha o resultado final que se vê. Pelos comentários que leio, há quem não perceba isto de todo, e não tenha noção da intervenção humana que é necessária para tornar a experiência numa BD real e, esperamos, de qualidade.

As Leituras do Pedro - Principais prós e contras do processo?

Mário Freitas - O resultado dos comandos é ainda muito imprevisível e raramente se obtém exactamente o que se pretende. Isso abre por outro lado outras possibilidades, e obriga a ser muito criativo na construção da história. A IA é quase um parceiro temperamental que desenha o que lhe apetece e, sobretudo, como lhe apetece. Esta história, aliás, partiu de uma ideia que me surgiu com base nalgumas imagens que estava a gerar como experiência. Diria que a principal vantagem é que alguém como eu, que não domina o desenho mas faz tudo o resto na BD, possa ter uma história completa e pronta num espaço de tempo muito mais curto do que aquilo que leva um ilustrador a desenhar (a não ser que seja o Osvaldo [Medina], claro, que é quase tão rápido como a IA).

As Leituras do Pedro - O trabalho dos desenhadores está em perigo?

Mário Freitas - De forma alguma. Jamais no médio prazo e diria que nunca. A IA sintetiza informação, pelo que incorpora os estilos de todos os ilustradores que já existiram. Para haver arte nova, estilos novos, estaremos sempre dependentes de humanos criativos. Diria que é mais uma vertente criativa que surge, que tanto pode ser aproveitada por argumentistas, como também pelos próprios artistas. A IA ainda é fraca a gerar imagens de pessoas, mas cria cenários espantosos, pelo que isso pode ser perfeitamente incorporado nas ilustrações feitas por humanos.

As Leituras do Pedro - Quais são as características da edição?

Mário Freitas - 16 páginas, cor, agrafos, 16,50 x 23,50 cm. É uma BD curta, mas nem por isso menos ambiciosa.

As Leituras do Pedro, 28/10/2022

sábado, 29 de novembro de 2025

Ano de 1961

1961-16 de JANEIRO

Hoje chegou à livraria do senhor Silvino o último álbum do Tintin, que tinha encomendado há umas semanas. Estou a fazer a colecção das aventuras originais do Tintin. Tenho os álbuns todos em francês, nas edições da Casterman. Com este, agora chegado, são já 19. Só falta a primeira das histórias desenhadas por Hergé, passada na Rússia, que pode talvez um dia ser editada também em álbum. A história "Tintin au Tibet", que agora adquiri, é gira sobretudo porque ele reencontrou um amigo de há muito, o chinês Tchang, que conheceu no "Lótus Azul".

Pode alguém achar estranho que um tipo como eu, com idade já para ter juízo, se ocupe ainda com coisas de gaiatos. E ainda por cima sou professor e, como quase toda a gente adulta e sábia diz, as histórias aos quadradinhos desviam os alunos das coisas sérias, dos estudos e da leitura como deve ser. Pois, talvez seja uma fraqueza minha, porque ninguém é perfeito e eu ainda menos. Mas há uma coisa que devo explicar: quando era gaiato, descobri o Tintin no sótão da casa do engenheiro Maldonado, ali no Rossio nos altos do café Luso. A minha mãe era muito amiga da mulher dele, a dona Judite, e íamos lá muito a casa e também a uma bela quinta deles na Fontedeira que ia por ali acima até à estrada da serra. Até andava lá de burro e o meu irmão também.

Aquela casa do Rossio era quase mágica, por causa do quintal e sobretudo por um túnel que partia de um falso armário na cozinha e depois descia até uma ruela que dava para a Estrada Nova. Mas o melhor da casa era o sótão onde conheci o Tintin e o Milou, que então se chamavam Tim-Tim e Rom-Rom, nas páginas coloridas de um antigo jornal chamado "O Papagaio", que durou desde 1935 até 1949 e depois ainda se manteve, meio morto, como envergonhada secção da revista "Flama".

Foi ali que nasceu esta minha amizade com o Tintin, que acompanhei nas suas idas à América, ao Oriente, a Angola, à China, aos desertos e aos mares sem fim.

A verdade é que nunca mais me esqueci do Tintin e ainda hoje, já crescido e ainda por cima professor, mantenho essa amizade. Se não me entenderem, que hei-de fazer?

Sabem que mais? Não me apetece hoje escrever aqui seja o que for. Bastou-me o Tintin, bom e velho amigo. Colo aqui a capa solta dum Papagaio que sobrou daqueles tempos…

António Martinó


https://largodoscorreios.wordpress.com/2016/01/16/mil-novecentos-e-sessenta-e-um-dia-016/

ver mais posts do Prof. António Martinó no seu blog ou na etiqueta largodoscorreios

1935+26=1961

Tintin au pays des Soviets

Tintin au Congo

Tintin en Amérique

Les Cigares du pharaon

Le Lotus bleu

L'Oreille cassée

L'Île Noire

Le Sceptre d'Ottokar

Le Crabe aux pinces d'or

L'Étoile mystérieuse

Le Secret de La Licorne

Le Trésor de Rackham le Rouge

Les Sept Boules de cristal

Le Temple du Soleil

Tintin au pays de l'or noir

Objectif Lune

On a marché sur la Lune

L'Affaire Tournesol

Coke en stock

Tintin au Tibet

Les Bijoux de la Castafiore

Vol 714 pour Sydney

Tintin et les Picaros


sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Tintin Integral


O primeiro volume da nova colecção dedicada às aventuras de Tintin deverá chegar às livrarias na próxima semana [18/11/2025], estando já disponível para pré-venda no sítio oficial da editora.

Esta edição inaugural reúne os tomos Tintin no País dos Sovietes (1930), Tintin no Congo (1931) e Tintin na América (1932), correspondendo às primeiras aventuras criadas por Hergé e publicadas originalmente no início da década de 1930.

Segundo fonte editorial, os restantes seis volumes da colecção deverão reunir, em média, quatro tomos cada um. Este primeiro volume inclui apenas três, devido à extensa dimensão de Tintin no País dos Sovietes, o que justificou uma organização diferente face aos volumes seguintes.

Os livros serão editados em capa dura e num formato superior ao das edições mais recentes lançadas pela mesma editora. Trata-se de uma edição especial, pensada tanto para coleccionadores como para novos leitores das aventuras do jovem repórter.

Com esta aposta, a editora procura valorizar a obra de Hergé numa apresentação cuidada, aproximando-se do espírito e da estética das edições originais que marcaram gerações de leitores.

As aventuras de Tintin - Integral #1, Hergé, ASA, 272 pp., cor, capa dura, formato 21,8 cm x 29,2 cm

Biblo  Bedeteca Portugal


quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Manuel João Ramos

 

O Major Alverca foi primeiro uma banda desenhada que fiz com o Rui Zink no Independente, e depois um conjunto de crónicas que viemos a publicar na Dom Quixote. Depois, passei a fazer um follow-up, Alverquinha, também no Independente. No total, foram 4 anos de desenhos e textos todas as semanas.

A Dom Quixote esteve para publicar as bandas desenhadas mas desistiram e perderam várias das pranchas, sem me pedir sequer desculpa.

É pena, porque era uma banda desenhada bastante louca. Entre outras coisas, destruímos as Torres Gémeas 8 anos antes da al-Qeida. 

Também fizemos várias coisas na revista Kapa.

O companheiro do Major Alverca, o Ângelo, é. literalmente, o Tintim quando se mascara de sobrinho do Oliveira da Figueira.

E sim, fui eu que fiz o Trumpintin.

MJR

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

O Caso Tornesol



(Revista Tintin, Portugal, 1969/1970)
 

Foi adiado o lançamento da edição especial de "O Caso Girassol" com base na revista Tintin. As edições internacionais devem ser todas iguais mas seria interessante que a edição portuguesa pudesse ter as informações sobre o aparecimento desta aventura no nosso país.

A primeira edição foi logo em 1957 na revista "Cavaleiro Andante" com  o título de "O Caso da Arma Secreta".


Curiosamente na edição da Revista Tintin portuguesa (1969/1970) teve o nome de "O Caso Tornesol" que foi o nome do professor nessa aventura. Já no filme da Belvision foi usado o nome "O Caso Tournesol". Mas ficou "O Caso Girassol" que era usado nas edições em álbum da Record (a partir de 1970) e nas posteriores edições lançadas em Portugal.

Também foi publicada no Diário de Notícias, em 1973, com o nome "O Caso do Invento Secreto".

O Caso Girassol (L'affaire Tournesol)

Álbuns: Record (Rio de Janeiro, 1970); Difusão Verbo (Lisboa, 1992); Círculo de Leitores (Lisboa, 2001); Público (Lisboa, 2004); Companhia das Letras (São Paulo, 2007) ASA (Lisboa, 2011)

Revistas: Cavaleiro Andante (O Caso da Arma Secreta) #270 de 2 de Março de 1957 ao #331 de 3 de Maio de 1958; Tintin (O Caso Tornesol) #27/2º ano de 29 de Novembro de 1969 ao #52/2º de 23 de Maio de 1970

Jornais: Diário de Notícias (O Caso do Invento Secreto) (21 de Janeiro de 1973 a 21 de Maio de 1973)

+

A distribuição dos álbuns de "O Caso Girassol: Edição Especial" (versão em português), prevista para 18 de Novembro, foi cancelada devido a problemas técnicos. Houve um problema técnico com algumas páginas e que por isso dificultava bastante a leitura do texto.

O cancelamento da distribuição desta edição especial teve repercussões internacionais, afectando todas as editoras que planeavam lançá-la nas respetivas línguas. De momento não há uma data de lançamento para esta edição.

SINOPSE

Quando chegou o momento de lançar a O Caso Girassol, Hergé reorganizou o seu método de trabalho. Em gabinetes fora de sua casa, em Bruxelas, o criador de Tintin acaba de instalar uma pequena equipa dedicada à realização dos cenários e da coloração.

Marcada pelo contexto da guerra fria, esta nova história inspira-se, com brilhantismo, nas fontes das histórias de espionagem, sem negligenciar as reviravoltas – por vezes, burlescas – que caracterizam As Aventuras de Tintin.

A versão original de O Caso Girassol, pré-publicada na revista Tintin de 23 de dezembro de 1944 a 22 de fevereiro de 1956, difere substancialmente da edição definitiva, nomeadamente, com as suas últimas vinte pranchas, expostas em páginas duplas, à italiana, oferecendo uma encenação espetacular da resolução do enredo.

Cuidadosamente restaurado a partir dos arquivos do desenhador, todos os elementos são reunidos, pela primeira vez, num álbum, acompanhado de um dossiê histórico profusamente ilustrado, e onde se reconstroem os bastidores da criação da aventura mais hitchcockiana alguma vez imaginada por Hergé. 

Editora: Asa

Categorias:

Livros > Banda Desenhada

Data de lançamento: 18-11-2025

Ano: 2025

ISBN: 9789892366777

Número de páginas: 96

Casaco: Casaco duro

https://www.almedina.net/as-aventuras-de-tintin-o-caso-girassol-1762394684.html

Nesta edição especial meticulosamente elaborada de O Caso Girassol, redescobrimos, quase setenta anos depois, a versão original desta aventura, publicada na revista Tintin, que difere consideravelmente da forma como a conhecemos até agora, particularmente nas últimas vinte páginas. Este álbum, passado durante a Guerra Fria, combina de forma primorosa elementos de romance de espionagem, sátira e espionagem científica, tudo num ritmo alucinante que demonstra, mais uma vez, o domínio de Hergé tanto do lápis como da caneta. A aventura mais hitchcockiana do artista belga inclui um dossier informativo que expande o contexto histórico deste episódio e relata também o restauro das ilustrações originais e o envolvimento da equipa dos Estúdios Hergé. (tradução do espanhol)

https://www.tintin.com/fr/albums/l-affaire-tournesol#


VERSÃO CINEMA BELVISION

Dobrado em português


Filme em português archive.org

Estreia RTP-2 - 31/12/2004




sexta-feira, 7 de novembro de 2025

As Jóias de Elisabete

Nas eleições legislativas de 2022 a cantora lírica Elisabete Matos surgiu em segundo lugar da lista por Braga do PS, tendo sido eleita deputada à Assembleia da República. No entanto, nunca assumiu o mandato por exercer as funções de diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos, tendo renunciado ao mandato a 22 de setembro de 2022. (wikipédia)

Foi encontrada por acaso a ligação porque a referência ao livro As Jóias de Castafiore não é das mais óbvias.

Movimento de Humor, 01/02/2022


- sugere-se que ocasionalmente experimentem as tags/categorias em cada post para verem posts semelhantes (por vezes pode haver tags idênticas como neste caso)

- podem comentar para informar se gostaram da página ou do post e até para dar sugestões


terça-feira, 4 de novembro de 2025

Tintim vive

 Autor: Derradé - Título do episódio: "Tintim Vive"

Tintim junta-se aos Bad Summer Boys numa interpretação rock da ária das Jóias (?).


segunda-feira, 3 de novembro de 2025

O Homem do Rio

Em finais de 1935, inicia-se no "Le Petit Vingtiéme", mais uma aventura de Tintin. Desta vez parte para a América do Sul, onde vai viver movimentadas peripécias num pais imaginário – San Theodoros – onde conhecerá 2 generais, Alcazar e Tapioca que alternam no poder. (...)

Tintin parte à procura de uma estatueta Arumbaya, roubada (logo no início da historia) de um museu. Mais tarde, na década de 60, Philippe de Broca, baseia-se nesta aventura para criar o mais “tintineano” filme de aventuras realizado, - "O Homem do Rio", com Jean Paul Belmondo - mesmo incluindo aqueles com a figura de Tintin e desempenhados por J. P. Talbot. A ver (ou rever) com urgência!

Em Portugal aparece no número 247, de 04/01/1940 de "O Papagaio" com o título de "O Mistério da Orelha Quebrada". A aventura cobre todo o ano de 1940, finalizando no número 298 de 26/12/40.

Mais tarde o semanário Tintin reinicia a sua publicação a partir de 13/10/1973 com o título "A Orelha Quebrada".

As editoras brasileiras Flamboyant e Record tinham já editado o álbum na segunda metade dos anos 60 desta vez com o título "O Ídolo Roubado". Mais recentemente a Verbo publicou-o como "A Orelha Quebrada".

Alberto Gonçalves, 27/03/2004

O HOMEM DO RIO

ESTREIA : 15/10/1964 CINEMA SÃO JORGE

- com lotações esgotadas entra em 2ª semana  e depois na 3ª semana -

Uma estatueta brasileira da civilização malteca é roubada ao Musée de l'Homme, em Paris. Fazia parte de um grupo de três estátuas, trazidas por três exploradores: o Professor Catalan (Jean Servais), que trabalha no Musée de l'Homme, o tragicamente falecido Professor Villermosa e André de Castro, um rico empresário brasileiro. O professor Catalan é raptado em frente ao museu. O soldado Adrien Dufourquet testemunha o rapto da sua noiva Agnès Villermosa, filha de um famoso etnólogo. Vai em busca dela, o que o leva ao Brasil...

A imaginação de Philippe de Broca foi expressa nos seus primeiros filmes num estilo ainda imbuído da Nouvelle Vague. Sem fazer realmente parte do movimento, a sua forma de dinamizar o romance e o marivaudage clássico ("Les Jeux de l'Amour" e "Le Farceur" (1960)) fazia parte do mesmo desejo modernista. Com "Cartouche" (1962), um grande filme de aventuras históricas, era possível adivinhar a reviravolta mais popular que libertaria as obras seguintes. "O Homem do Rio" estabelece, assim, uma ponte ideal entre o De Broca inicial e o De Broca mais abertamente mainstream do resto da sua carreira, onde a energia artística da Nova Vaga colide com um horizonte mais vasto, com fuga e grande aventura.

O filme nasceu inicialmente de um projeto de adaptação de Tintim, no qual De Broca esteve envolvido (após a saída de Alain Resnais, inicialmente prevista), mas o realizador rapidamente se apercebeu dos limites de uma transposição literal das vinhetas de Hergé e deitou a toalha ao chão. Em vez de uma adaptação verdadeira, considerará uma história original onde poderá misturar o seu próprio tom com a energia e o estilo das aventuras de Tintim. Uma estadia no Rio com Jean-Paul Belmondo para a promoção de "Cartouche" impôs-lhe imediatamente na mente esta estrutura para o futuro filme e, após uma longa sessão de argumento com o seu colaborador regular Daniel Boulanger e o seu amigo Jean-Paul Rappeneau, que ainda não tinha assumido a realização, "L'Homme de Rio" viu gradualmente a luz do dia.

A influência de Tintim é evidente, quer em termos visuais, narrativos ou narrativos. O roubo inicial da estatueta, a silhueta do ladrão e o cenário do Musée de l'Homme levam-nos imediatamente de volta a "A Orelha Quebrada". Os raptos e, mais tarde, a busca pelas estatuetas e pela maldição que as envolve, remetem, obviamente, para o díptico "As Sete Bolas de Cristal"/"O Templo do Sol".

O empréstimo mais belo, porém, será esta energia frenética e a velocidade da história e, da mesma forma que Hergé conseguia levar-nos de uma Europa acinzentada às terras mais exóticas em duas páginas e muitas aventuras, De Broca deixa Paris para o sol do Brasil em vinte minutos de introdução ideal.

Numa linha narrativa perfeita e clara, todas as informações e caracterizações das personagens são feitas num movimento perpétuo e jubiloso. Vai do mais explícito (o passado dos estudiosos, as três estátuas) ao mais subtil (o olhar furtivo e ligeiramente lascivo de Jean Servais sobre Françoise Dorléac, que nos permite suspeitar vagamente do que lhe acontecerá a seguir) e podemos sentir o toque de Jean-Paul Rappeneau, já tão hábil em casar anarquia e construção rigorosa. O casal Jean-Paul Belmondo / Françoise Dorléac traz o toque romântico adulto e atrevido que torna tudo tão brilhante.

Em vez do piegas Tintim, Belmondo estaria mais próximo de um Capitão Haddock juvenil, com este herói francês e rabugento dedicado a dois objectivos: salvar a sua noiva e regressar a tempo da sua licença em Paris.

É neste filme que nasce "Bébel", o herói ousado e debochado, mas mais do que o mecânico indestrutível dos anos seguintes, a sua silhueta frágil e elástica traz realmente este lado irresistível de banda desenhada/cartoon, fazendo-o levantar-se de cada queda, ripostar contra adversários muito mais imponentes. Françoise Dorléac está adorável como uma donzela caprichosa em perigo e as trocas tempestuosas entre o casal a meio da ação são uma delícia do início ao fim.

De Broca leva-nos numa viagem pelo cativante Brasil dos anos 60, explorando com igual brilhantismo a urbanidade moderna (com a sua quota-parte de edifícios de alta tecnologia) e os ambientes operários mais fervilhantes e festivos, mas também a natureza exótica e colorida (o lado da banda desenhada também não é esquecido, como o falso crocodilo à espera de Belmondo durante a sua aterragem de paraquedas). De Broca multiplica as aventuras e os ambientes com rara inventividade, sem nunca se cansar graças a pausas cómicas ou piadas em abundância (o carro cor-de-rosa com estrelas verdes!).

Este movimento perpétuo retoma também o princípio da linha clara que orienta o guião. Veremos que na sua perseguição frenética, Jean-Paul Belmondo terá sempre de seguir em frente para alcançar os malvados raptores de Françoise Dorléac.


Outra grande influência de "L'Homme de Rio" é a banda desenhada de inspiração belga, com Hergé e o seu Tintin à cabeça. Relembre-se nomeadamente "L'Oreille Cassée / O Ídolo Roubado", livro no qual o filme vai colher muita da sua inspiração, mas grande parte das sequências fazem lembrar situações de outras obras de Hergé.

Ambientado em locais exóticos (o Brasil é o cenário exótico por excelência para os franceses), a obra de Philippe De Broca (1933-2004) prenuncia de alguma forma a onda de aventuras que haveria de rebentar muitos anos depois pelas mãos de Steven Spielberg, quando este criou a personagem de Indiana Jones e o fez viver mil peripécias, como nos bons tempos dos serials americanos, onde o herói se vai encontrando sempre em situações cada vez mais difíceis e perigosas. Aliás, honra lhe seja feita, Spielberg nunca escondeu a grande influência que este filme teve na criação do seu arqueólogo aventureiro. 

O Rato Cinéfilo



IMDB


ESTE É UM FILME DE MOVIMENTO, E O MOVIMENTO É A LINGUAGEM DO CINEMA. O HOMEM DO RIO É, PORTANTO, UMA OBRA CINEMATOGRAFICAMENTE CERTA... (Diário Popular)

ESPECTÁCULO VIVO, DINÂMICO (Século)

CINEMA-DIVERTIMENTO A SUSCITAR PLENAMENTE A MELHOR DISPOSIÇÃO E AGRADO AO PÚBLICO (Diário Da Manhã)

...NÃO LHE FALTAM QUALIDADES PARA IMPOR-SE COMO UMA OBRA DE REAL MÉRITO (Diário De Noticias)