quarta-feira, 9 de julho de 2025

À suivre

Continua

Se quisermos definir o que e a essência da banda desenhada, eu diria que ela esta na descontinuidade - nas imagens que faltam entre as imagens que existem. Como na vida, que e uma coleção de imagens descontínuas, o essencial e o que falta a unir essas imagens que contam a historia.

Para mim, o gosto pelas histórias começou com as bandas desenhadas. As BD.

Primeiro foram os livros da Disney, na versão brasileira da editora Abril, distribuídos em Portugal nos anos 1960. Histórias aos quadradinhos. No Brasil diz-se quadrinhos, ou gibis (por causa de uma personagem, um moleque, que deu nome a uma revista muito popular lançada no final dos anos 1930).

Em Espanha são os tebeos (também por causa de uma revista que durou décadas, TBO), soa igual a te veo", vejo-te. Em Itália, fumetto, fuminho, por causa dos balões de fala das personagens. No Japão, as mangas, que são lidas no sentido contrário ao do Ocidente, "de trás para a frente".

E na cultura anglo-americana os comic books, os comics.

Em Portugal ficou a tradução do francês, banda desenhada, BD.

Nos meus anos 1960, depois dos Patinhas da Disney veio a Turma da Mónica, de Maurício de Sousa, o "Disney brasileiro".

No fim da infância comecei a ler o Mundo de Aventuras, editado pela Agência Portuguesa de Revistas, com as histórias a preto e branco do Fantasma, do Rip Kirby, do Garth (que viajava no tempo), do Flash Gordon e do meu favorito, Mandrake.

E também o Falcão, com as aventuras da líder da resistência francesa Mam'selle X, ou do heroico piloto luso-britânico (na tradução portuguesa, Estado Novo oblige) Major Jaime Eduardo de Cook e Alvega, o Major Alvega.

A paixão pela banda desenhada, a "nona arte", tem o seu esplendor por volta dos meus 11, 12, 13 anos, uma revolução paralela à revolução de Abril e ao PREC, o meu período bedéfilo em curso.

Havia um boom de publicação de revistas de banda desenhada em Portugal, com a novidade de serem no modelo franco-belga de histórias em continuação, à suivre.

Ainda antes de 74 tinha havido o Jacto, havia o Jornal do Cuto e, sobretudo, havia o Tintin.

O Tintin trazia o melhor da banda desenhada franco-belga, da revista Tintin belga e do francês Pilote. Saía todas as quintas-feiras, trinta e tal páginas de histórias em continuação, duas páginas cada semana (com dois Tintins Super por ano, com o dobro das páginas).

Foi lá que li pela primeira vez, antes de ler depois em álbum, o Astérix, o Lucky Luke (e tudo o mais do genial Goscinny), o Blake e Mortimer, o Bernard Prince, o Bruno Brazil, o Alix, o Valérian, o Martin Milan, o Luc Orient, o Olivier Rameau, o Jonathan, o The Spirit (nos Tintins Super), e muitíssimos mais. E o Tintin, claro. E o Corto Maltese.

Era um ritual, a espera pela continuação das histórias. A alegria das quintas-feiras, era passar depois da escola pela tabacaria da minha rua, onde o senhor Antunes tinha reservado o meu exemplar, correr para casa e lanchar (pão com Tulicreme) a ler de uma ponta à outra a revista dessa semana. À noite, antes de deitar, ler de novo, na cama, de seguida, as histórias do início, a partir dos números anteriores da revista.

Na escola (Manuel da Maia), depois no liceu (Pedro Nunes) discutíamos com fervor os nossos heróis e histórias favoritas.

Logo aos 11 anos organizei um clube de banda desenhada, o Clube Kósmikus, com os amigos da preparatória. Reuníamo-nos para trocar revistas e planeávamos um fanzine com histórias nossas. No liceu fizemos a Etc., um fanzine impuro, meio revista literária (só depois soubemos que afinal havia outra, a &etc).

Por essa altura, em 1975, foi lançada uma revista de banda desenhada portuguesa, um empreendimento coletivo, só com autores portugueses, a Visão. Uma pedrada visual e visionária num charco que nem sequer existia.

O grande dinamizador da banda desenhada em Portugal era o Vasco Granja, era ele o editor da revista Tintin (juntamente com o Dinis Machado, mal sabia eu que, nessa altura, ele estava a congeminar O Que Diz Molero, que viria a ser um dos livros da minha vida, e o Dinis, um querido amigo).

Eu bem queria ser autor de banda desenhada, argumentista (visto que para desenhador não tinha talento absolutamente nenhum).

Mas fiquei-me por meia dúzia de tentativas com o meu amigo Miguel Mallaguerra, desenhador, no Etc., o fanzine que não era bem fanzine.

Só na década de 1990 me estrearia por fim como argumentista a sério com o António Jorge Gonçalves como desenhador (que, curiosamente, eu tinha conhecido no final dos anos 1970 no Clube Português de Banda Desenhada). Foi no semanário Se7e, uma história em continuação, uma página por semana, a história chamava-se "Ana" e iniciava a série As Aventuras de Filipe Seems, da qual viemos a editar três álbuns.

Há certas coisas que demoram muito tempo a acontecer.

Nunca perdi completamente a ligação à banda desenhada, mas fui fazendo outras coisas noutras áreas de expressão.

Um dia, no início de 1996, recebo uma chamada inesperada. Era o António Mega Ferreira a contar-me que no âmbito da Expo'98 ia acontecer o Festival dos Cem Dias e a desafiar-me para escrever o guião para um musical de homenagem à banda desenhada. O convite era, claro, irrecusável.

A música seria do Pedro Abrunhosa. Lembro-me do entusiasmo que tínhamos os três nas primeiras reuniões a partilhar os nossos heróis e séries de BD favoritos (o Mega adorava o Mandrake, como eu; o Pedro também, mas preferia o Blake e Mortimer; eu o Philémon e o Corto Maltese). Era um entusiasmo juvenil, que eu sempre associei à banda desenhada, um regresso a um tempo de uma certa ingenuidade, uma disponibilidade para acreditar, uma desmedida "suspensão da incredulidade".

A peça veio a chamar-se O Rapaz de Papel (a versão que se estreou no Festival dos Cem Dias acabou por ser, por opção do encenador Juan Font, muito diferente da que eu escrevi. A peça que eu escrevi foi depois editada pela Cotovia, com o apoio da Bedeteca de Lisboa, ilustrada com desenhos do João Fazenda e diversos textos de muitas personalidades portuguesas sobre os heróis nela evocados).


Era a clássica história de um rapaz com um quotidiano banal e das suas aventuras sonhadas num mundo povoado de heróis e de aventuras.

Como Philémon (a maravilhosa personagem criado por Fred), que ele encontra perdido na ilha do A de oceano Atlântico e lhe diz: "... tens de pôr na cabeça que, numa ilha que não existe, tudo pode existir."

As bandas desenhadas são o sonho em papel dessas ilhas. Foi sempre esse contraste que me interessou nessa arte popular tão ao alcance de todos: as histórias com essas figurinhas desenhadas, sequências frágeis de papel que nos fazem sonhar sonhos maiores.

A vida é como as BD, somos todos frágeis figuras imaginadas, com as nossas luas de papel e os nossos corações e sonhos de papel.

Se quisermos definir o que é a essência da banda desenhada, eu diria que ela está na descontinuidade - nas imagens que faltam entre as imagens que existem.

Como na vida, que é uma coleção de imagens descontínuas, o essencial é o que falta a unir essas imagens que contam a história.

Hoje há as séries da indústria audiovisual, os jogos virtuais, a internet, toda a parafernália multimédia. O papel da banda desenhada, literalmente, já não é o que era.

O fascínio das histórias em imagens, porém, de uma ou de outra forma, permanece, hipnótico como nunca.

A elipse, suspensa entre uma e outra imagem. O fio da história que seguimos ou inventamos, como na vida.

E a curiosidade pelo que vem a seguir. O "e depois?", que enquanto houver vida, enquanto houver história, se remata, inconclusivamente, com a palavra: continua.

Nuno Artur Silva, DN, 11/09/2019

Opinião

@ Global Media Group

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Festa do Tintin

«Spirou» é o nome da nova revista portuguesa de banda desenhada ontem apresentada publicamente em salas de espectáculos de Lisboa e Porto. Tal como «Tintin», «Spirou» é essencialmente a tradução de uma publicação belga com o mesmo nome, embora contenha também produções de autores portugueses. Lançamento semanal da Editora Bertrand, tem como director Vasco Granja e como chefe de redacção Dinis Machado.

«Spirou» é de formato médio e tem 32 páginas, a maior parte das quais a cores. O seu lançamento coincidiu com as comemorações dos 50 anos da publicação de «Tintin», realizada simultaneamente em Lisboa, no cinema Monumental e no Porto cinema Rivoli.

Na primeira das salas foi exibido o filme «A Quimera de Oiro» e na segunda «Tempos Modernos», ambos de Charlie Chaplin, a que, aliás «Spirou» homenageia com a publicação a partir deste número inicial, de uma biografia em banda desenhada subscrita pelo português José Ruy.

A celebração do aniversário de «Tintin» incluiu ainda sorteios de álbuns de banda desenhada.

Diário de Lisboa, 09/04/1979


Para participar na Festa do Tintin bastava levar a edição nº 47 da Revista Tintin. Além da comemoração dos 50 anos de Tintim foi apresentada a Revista Spirou.

A 2ª série da edição portuguesa da revista Spirou começou em Abril de 1979 mas terminaria no mesmo ano com apenas 32 números editados. Na capa aparecia Tónius o Lusitano. Custava 17$50 e tinha 32 páginas. A Tintin custava 20$00 e tinha 36 páginas.

A primeira série da Spirou, iniciada em 21 de outubro de 1971, tinha tido apenas 26 edições. Custava 5$00 por isso menos do que os 7$50 da revista Tintin.


quinta-feira, 26 de junho de 2025

Tuntun, repórter do "Sem Vintém"


Pastiche criado a partir das vinhetas de Hergé e adaptado pelos cronistas Lurdes e Bento.





- para quem quiser ver mais:

https://almadodiabo.blogs.sapo.pt/quadradinhos-48254

https://almadodiabo.blogs.sapo.pt/quadradinhos-47870

https://almadodiabo.blogs.sapo.pt/quadradinhos-47237


sexta-feira, 20 de junho de 2025

H de Haddock


Dicionário de Literatura Infantil e Juvenil

Personagem secundária de um incontornável universo imagético literário, visual e cultural do século XX: a internacionalíssima coleção de banda desenhada Tintin, a preferida do seu genial criador Hergé (Georges Remi, 1907 / 1983). Talvez inspirada em Edgar P. Jacobs (autor de Blake & Mortimer), em Bob de Moor ou num irmão militar de Hergé, nem os críticos e especialistas estão de acordo quanto às origens deste anti-herói que tantas vezes rouba protagonismo ao jovem repórter. Apesar de ter nascido na 15ª edição da revista Le Soir Jeunesse (2 de janeiro de 1941), apenas na nona aventura, "O Caranguejo das Tenazes de ouro" (1941), assume as funções de capitão do cargueiro Karaboudjan, sofrendo com delirium tremens e com alucinações em formato de garrafas de whisky Loch Lomond. Só em "Tintim e os pícaros", em 1976, ficamos a saber que o seu nome próprio é Archibald.

Personagem complexa e controversa, a merecer a atenção prolífera, muitas vezes acusatória, de especialistas das mais diversas áreas (médicos, psiquiatras e psicanalistas, filósofos, linguistas, biógrafos, críticos e tintinófilos), o Capitão Haddock sofre de múltiplas patologias: alucinações, falhas de memória, perturbações de visão e alcoolismo. Tem propensão para o acidente e é irascível e temperamental. Mas, com mil milhões de macacos, Haddock é também a personagem mais deliciosamente malcriada e cavalheiresca, generosa, mal humorada, leal, distraída, cómica, corajosa, viciada, rude, nobre, paternal, fanfarrona, imaginativa, poética, bondosa, humana, pluridimensional e inesquecível do universo da banda desenhada (enquanto literatura, ilustração e texto contando uma história, em inextricável ligação).

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O registo discursivo haddockiano gora sistematicamente as expetativas do desprevenido leitor: à rudeza convencional do linguajar dos marinheiros sobrepõe-se a mestria das imprecações mais enfáticas, dos mais bizarros palavrões, de científicos insultos, de invetivas eruditas e musicais, de injúrias operísticas, de ofensas misteriosas e sofisticadas; cultor da arte do insulto, em explosões intrincadas, criador de neologismos, arcaísmos e de outros termos merecedores de rigorosa exegese e investigação comparativa em estudos de tradução. Os diálogos magistrais, de uma expressividade vigorosa e cénica, os júbilos imagéticos, as sonoras onomatopeias barrocas e as inesperadas metáforas, em nuances surrealistas, tornaram desafiadora a tarefa de tradução, hoje em dezenas de línguas, mas expandem o longo e fabuloso glossário.

Nota: dedicamos esta entrada aos ectoplasmas, protozoários, mamelucos, zuavos, fariseus, catacreses, anacolutos e apotegmas, bibelôs, cataplasmas, brontossauros, canibais emplumados, polichinelos grotescos, extratos de hidrocarboneto, piratas de água doce e afins que porventura dúvidas possam ter acerca dos benefícios linguísticos, nomeadamente sobre o impacto da leitura da obra de Hergé, no desenvolvimento da consciência fonológica e interlinguística, ou sobre os contributos da leitura de banda desenhada para a ampliação do léxico de crianças, jovens e adultos.

Paula Pina, Professora universitária, co-autora do blogue Cria-Cria

versão integral de um texto originalmente publicado na revista Blimunda n.º 27, de agosto 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Lego

já tinha sido comentado por aqui mas agora foi aprovada a construção de um set da lego com o foguetão das aventuras de Tintin.

FOGUETÃO

Projeto português torna-se produto oficial da LEGO

A construção de um português vai tornar-se, oficialmente, um produto LEGO. O foguetão do Tintim, criado por Alexis Dos Santos, de 39 anos, foi esta terça-feira confirmado como um dos próximos conjuntos a integrar o catálogo oficial da marca dinamarquesa.

O projeto foi submetido por Alexis em agosto de 2022 na plataforma LEGO Ideas, um espaço oficial onde fãs de todo o mundo podem partilhar as suas criações, reunir apoios e, eventualmente, ver os seus modelos transformados em produtos comerciais. O foguetão do repórter mais famoso da BD franco-belga reuniu 10.000 apoiantes em junho de 2023, passando à fase de revisão interna. Em março deste ano, avançou para o chamado Parking Lot, uma segunda fase de avaliação, e agora chega a consagração final.

Apesar de ainda não haver data de lançamento, design final ou preço definidos, o projeto já tem lugar assegurado na coleção oficial da LEGO. Como recompensa, Alexis terá direito a 1% das vendas líquidas do conjunto, conforme estipulado pelas regras da plataforma.

Alexis Dos Santos é webdesigner e programador informático. Em declarações à SIC, em abril, o criador admitia que o foguetão do Tintim não era a sua construção favorita, mas sim a que mais se assemelhava, tecnicamente, a um conjunto oficial da LEGO.

O interesse pelos blocos começou na infância, mas foi interrompido durante a adolescência. “Não construía nem comprava conjuntos. Só depois de visitar, já em adulto, uma exposição da Comunidade 0937 é que voltei a sentir o bichinho. Percebi que o hobby também se estendia aos adultos, que criavam coisas magníficas. A partir daí, também eu quis fazer parte desta aventura”, contou à SIC.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Luis Diferr (1956-2025)

Em Novembro de 1991 publicou, nas Edições ASA, o seu primeiro álbum de BD, “O Homem de Neandertal”, da série Aventuras de Herb Krox, e do qual é responsável pelo argumento, pelo desenho e pela côr. O artista teve, no decurso dos anos, pranchas e ilustrações publicadas em revistas e fanzines diversos, e expostas em alguns salões de BD: Lisboa, Sobreda e Porto (Comicarte). Em particular, em Novembro de 1992 teve honras a uma significativa exposição individual no Salão de BD da Amadora, proposta pelo fanzine “Banda”.

Em meados de 1993 o artista fez-se professor de Desenho e Geometria Descritiva. Nesse mesmo ano redesenhou e coloriu as quatro primeiras pranchas de um projecto com o argumentista belga Benoit Despas, para as Editions du Lombard.

Resta assinalar que: em Março de 1997 foi publicado o álbum “O Lago Iluminado”, o primeiro tomo das Aventuras de Dakar, o Minossauro, com argumento do artista e desenhos de José Abrantes (a segunda parte desta aventura também já foi publicada); neste momento decorre a pré-publicação numa revista para a juventude do segundo tomo das Aventuras de Herb Krox, “Os Deuses de Altair”, cujo lançamento em álbum ocorreu em 1998 no Festival BD da Amadora.

(Biografia de Luís Diferr, 1998)

O desenhador português Luís Filipe Diferr está a ilustrar o segundo tomo da série “Les Voyages de Lois”, escrito por Jacques Martin, o criador de Alix, um dos grandes clássicos da banda desenhada franco-belga. Inicialmente anunciado pela Casterman para finais de Março o álbum só deverá chegar ao mercado francófono próximo do Verão, pois Diferr, que já concluiu o desenho a preto e branco, revelou ao JN que ainda está a trabalhar na aplicação da cor.

Nesta colecção, Martin explora os ambientes mágicos e faustosos das mais poderosas nações do mundo nos séculos XVII e XVIII, sendo este volume, subintitulado “Le Portugal”, sobre a vida na capital lusa naquele período. A par do cuidado posto na reconstituição de época, ao nível do vestuário, veículos e utensílios, é dado especial ênfase a monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém ou o Convento de Mafra.

Diferr, nascido em Angola em 1956, é diplomado em arquitectura, professor de desenho e autor de bandas desenhadas como “As aventuras de Herb Krox” ou “Dakar o Minotauro”. De momento não está prevista a edição portuguesa desta obra.


Herb Krox
 
Um homem que conhece a vida e quase todas as profissões. Cosmopolita por opção, Mensageiro da Legião Planetária, Inventor, Compositor e Astrónomo galardoado com a medalha do Gran Copernicus, já foi lutador de boxe, comandante de dirigível e criador de focas no Ártico.

Luis Filipe Diferr lançou em 1991 o álbum "O Homem de Neandertal" que foi o primeiro volume de "As Aventuras de Herb Krox". 

O álbum "Os Deuses de Altair - I", o segundo volume das aventuras de Herb Krox, foi lançado em 1998.   

Em 2003 tivemos "As Aventuras do Capitão Hackrox e Jinjin" na BD "Corina Alpina Bonina" incluída no álbum colectivo "Vasco Granja, uma vida... 1000 imagens".

Corina Blitz surgiu ao público no álbum “O Homem de Neandertal” (1991, Edições ASA), 1º das Aventuras de Herb Krox.

Corina Liechtenstein (nome de código: Lady Blitz) é uma loura (genuína), explosiva e sensual, que concilia uma fulgurante carreira de top-model com a de espia/mercenária de alto gabarito. Defronta-se frequentemente com Herb Krox, o seu grande rival – que, não obstante, deve nutrir por ela uma contraditória admiração, já que é presidente do Lady Blitz Fan-Club.

Uma espécie de Olrik no feminino? Não verdadeiramente… mesmo se Félix Sartorius, o seu companheiro de aventuras, se parece com o célebre celerado.

O autor trabalhou depois numa edição revista de O Homem de Neandertal" nunca editada.

Comentário de 2018: «A edição revista nunca foi editada; também não foi aumentada. Na verdade, isso só se justificaria se houvesse um novo despertar da série HERB KROX, o que é pouco provável. Estou agora muito mais envolvido com o projeto KALLILEA e com outros ainda inéditos. Mas, no que toca a projetos e intenções, e ao que realmente acontece, nunca se sabe!»


 

Em "O Homem de Neandertal" há uma casa comercial chamada "La Licorne" onde Herb Krox toca piano e à entrada podemos ver alguém vestido do "Chevalier François de Hadoque".

https://luisdiferrart.blogspot.com

https://www.lambiek.net/artists/d/diferr_luis.htm

https://juvebede.blogspot.com/search/label/Lu%C3%ADs%20Diferr

https://divulgandobd.blogspot.com/search/label/Lu%C3%ADs%20Diferr

http://lindagirassol2.blogspot.com/2013/08/a-bd-de-luis-diferr.html

Geraldes Lino foi personagem de muitas bandas desenhadas, entre as quais Abdalino do álbum Menatek Hara, de Luís Louro e Tozé Simões e também Capitão Ardina Mango do álbum As Aventuras de Herb Krox - O Homem de Neandertal de Luís Filipe Diferr.


sexta-feira, 6 de junho de 2025

O Oliveira da Figueira

O que vendem os políticos portugueses? Projetos. E apoios. A democracia é isto

Alguém se lembra do senhor Oliveira da Figueira? O rechonchudo que vendia tudo aquilo de que ninguém precisava, o vendedor de banha da cobra que vendia radiadores no deserto? Se quisesse. 

Hergé tentou matá-lo nas histórias do Tintin e foi obrigado a ressuscitá-lo. A personagem era demasiado preciosa. Por razões nunca suficientemente esclarecidas, ou talvez por pensar que a personagem se ajustava à ideia que o criador tinha dos portugueses, grandes comerciantes e aventureiros na versão histórica piedosa, Oliveira da Figueira era um nativo de Lisboa. Ou seja, um português. Um português dotado de uma capacidade sobrenatural para impingir objetos e fantasias materiais. O próprio Tintin, numa vinheta inesquecível carrega às costas mil inutilidades enquanto medita consigo que escapou aos encantos persuasores de Oliveira da Figueira e saiu ileso do encontro. Sem ter comprado, adivinharam, inutilidades.

(...)

Clara Ferreira Alves (Escritora e Jornalista), Expresso, 29/04/2025

António Martinó de Azevedo Coutinho fez um post recente, no seu blog Largo dos Correios,  para falar sobre Oliveira da Figueira e sobre o artigo de opinião de Clara Ferreira Alves publicado no Expresso de 02/05/2025.

terça-feira, 3 de junho de 2025

As Telas de Ana Faria

A exposição "As Telas de Ana Faria" pode ser vista no Palácio Baldaya entre 31 de Maio e 10 de Junho de 2025. Trata-se de uma homenagem à vida e obra de Ana Faria (1949-2024) — figura inesquecível da música e cultura infantil portuguesa, e também uma apaixonada das artes visuais. 

Tintin e Milu foram retratados pela artista assim como outras personagens de banda desenhada. 

Aproveitamos para relembrar que António Costa ofereceu o seu espólio sobre Tintim ao Palácio Baldaya da Junta de Freguesia de Benfica que pode ser visto desde Dezembro de 2024.



segunda-feira, 2 de junho de 2025

K7


Animais mesmo são estes tais de DJ Divinal e MC Primitivo que se estreiam com a k7 Destino Hipérborea (Rasga + Rotten \ Fresh; 2025)! Animais niilistas que sabem da sua impotência para mudar o mundinho e preferem estrategicamente acelerar, ir em frente com força para bater contra o muro, espatifando tudo. Ficarão os restos mortais. Devia ser Favela Funk mas facilmente estes boémios entram em Gabber, glitch, fake samples, noise pobreta, electro-metal onde Death Grips largou as botas, tudo num estilo cartoon que será acusado de apropriação cultural e o catano pelo woke-nation. Quisifodam, está aqui mais um passo à frente para o abismo da Humanidade nem que seja porque faz iconoclastia do Tintin!

MMMNNNRRRG, 04/05/2025

É o novo single de DJ DIVINAL & MC PRIMITIVO e a primeira amostra de Destino Hiperbórea, álbum que será lançado no dia 25 de abril, fruto de uma colaboração entre a Rotten \ Fresh e a editora Rasga. Composto por 9 temas, o álbum de estreia deste duo ocultista luso-brasileiro alimenta-se do baile funk, ritmos gabba e tonalidades industriais desarmantes. Destino Hiperborea já pode ser comprado antecipadamente no Bandcamp da editora, em cassete [edição limitada a 50 unidades] e formato digital.

Video youtube https://www.youtube.com/watch?v=xoOKbWnW_QU

Threshold Magazine


quinta-feira, 29 de maio de 2025