O L’Osservatore Romano saudou o pequeno repórter como um “herói Católico” e disse ser rídiculo a banda desenhada ser “tratada como uma revista pornográfica e colocada na secção de adultos” nas livrarias do Reino Unido.
O jornal, que geralmente reflecte a posição do Vaticano, perguntou se o acto de censura – com base no livro ser racista – seria “uma protecção apropriada das crianças indefesas de Sua Majestade, ou loucura politicamente correcta à sombra do big Ben.”
O livro, publicado pela Egmont, tem sido vendido em Inglaterra com uma tira protectora em volta, avisando que o retrato feito dos africanos ofenderia alguns leitores e que foi baseado nos “estereótipos burgueses e paternalistas da altura”.
Mas um editorial do L’Osservatore Romano disse: “É essencial ter em conta o contexto histórico para evitar entrar no ridículo”, argumentando que o livro do Herge, o artista belga cujo verdadeiro nome era George Remi, reflectia os valores prevalentes na Europa entre as guerras.
“O livro foi publicado nos anos 1930, e por essa razão expressa os valores da época – mas perturbará realmente os jovens bretões de hoje em dia, criados como são com a Internet, video games e fish and ships?”
Se a correcção política retroespectiva fosse levada a um extremo então o Escutismo devia ser banido porque o movimento foi fundado pelo Lord baden powell, que para além de ser “um homem militar e escritor era também racista e eugenista”, disse o jornal.
“E pensar que o fizeram Barão e Lorde. Mas sim, era Inglês.”
Antes um jornal apenas de registo para cardeais e padres, o L’Osservatore Romano tem virado a sua atenção para a cultura popular nos últimos anos e com um novo editor.
A defesa do livro é feita uma semana antes da visita do Papa a Benin em África e a semanas do lançamento do filme de Spielberg sobre o rapaz e o seu cão.
in Destak
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