sábado, 26 de novembro de 2022

A Porta da China

Pedro Rolo Duarte é o jornalista responsável pelo suplemento DNa que o Diário de Notícias inclui na sua edição de Sábado.

E sem qualquer pré-aviso, não é que, subitamente, no dia 24 de Julho de 1999, P.R.D. faz publicar naquele suplemento que dirige a primeira parte (32 páginas), de uma banda desenhada intitulada A PORTA DA CHINA. E para aguçar o apetite do leitor, bedéfilo ou não, nada mais nada menos que uma capa a cores com o título Macau, acompanhada da legenda: A PORTA DA CHINA, PRIMEIRA PARTE DE UMA HISTÓRIA EM BANDA DESENHADA INÉDITA, EXCLUSIVA, NO ANO DERRADEIRO DA PRESENÇA OFICIAL DOS PORTUGUESES NO TERRITÓRIO.

Note-se que a edição aparece no grande formato 39x27,5 cm, o que valoriza imenso o grafismo, tipo linha clara, em que foi realizada esta excelente banda desenhada.

O seu autor é Paulo Carmo, pintor, 36 anos de idade, e desconhecido até agora no mundo da BD. Na realidade, esta sua estreia faz-se com uma banda desenhada que tinha na gaveta desde 1992. A história que ele conta em dois episódios - Macau, parte I e A Porta da China, parte II - passa-se, obviamente, naquele território.

O herói da história é o jornalista Reinaldo Neves que, de súbito, se deixa envolver numa trama policial onde entra a máfia que domina o sub-mundo do jogo, e onde se movem algumas interessantes personagens que vale a pena conhecer: Laura Lay Lee, uma charmosa morena; Suzana, uma outra rapariga, desta vez loura (com um rosto e um cabelo que lembra o estilo de Milo Manara), esta desaparecida e que é preciso encontrar; James Ray, um americano, conhecimento recente do nosso amigo jornalista, que o ajuda a desembaraçar-se de furiosos perseguidores; e, como não podia deixar de ser, também participa um adivinho, que sabe muita coisa, mas que se chama Nou Sei.





Escusado será dizer que qualquer bedéfilo que se preze, se não comprou tem de comprar os exemplares de 24 e 31 de Julho do Diário de Notícias (passe a publicidade), visto que os dois episódios que compõem a banda desenhada são destacáveis e encadernáveis. UM LUXO INVULGAR! Vê-se que o responsável pelo DNa fez aquilo que muitas vezes desejou que lhe fizessem: uma bd que se poderá guardar como peça rara.


Paulo Carmo 1992 publicado em 1999 no DNa. Com cheiro a Lotus azul e visita do Sr. Georges Remi. (imagens e descrição de Marcelo Andrade)

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

José Ruy

Faleceu José Ruy (1930-2022).

«Já com 4 páginas a mais na revista [Tintin], embora com impressão só a preto e branco, o Dinis Machado ficou com mais espaço para poder anunciar as histórias que iam substituindo as que acabavam entretanto. Deu-me carta-branca para essas apresentações.

Acontece que nas variadas peripécias que aconteciam na redação, por vezes (muitas vezes) caricatas e de grande comicidade, em dez segundos eu riscava num papel a situação, caricaturando a cena, sempre com uma legenda adequada. O Dinis Machado achou que seria interessante passarmos a fazer o mesmo nessas apresentações das histórias.

(...)

Nesta história dos «Charutos do Faraó», substituímos os balões com a frase atribuída a cada um, por hieróglifos. O Henrique Trigueiros tinha uma espiga, o Dinis Machado tinha o machadinho, eu tinha o Coquer, o Vasco Granja que exibia diariamente uma nova gravata ultrapassando-se nos mais inimagináveis padrões, deixava-a pender das ligaduras de múmia e o Mário Correia espalhava todo o conteúdo da sua pasta de couro, concorrente à «Caixa de Pandora». Gostava de tirar partido dos contrastes existentes entre nós, principalmente entre a diminuta altura do Mário Correia e do «pé direito» do Vasco Granja. O António Ramos sempre a ligar, ou a tentar fazê-lo, para a Lombard, a Maria Quirino preocupada com os contratos e à procura do sítio em que os tinha guardado da última vez, o Luís Nazaré a saborear o seu cafezinho, o que ia repetindo ao longo do dia, e o Mário Correia com a sua pasta a despejar mais coisas do que a sua capacidade estimada.»

Apresentação Tintin: Os Charutos do Faraó - 1972
BDBD

Lembramos aqui também um artigo que José Ruy publicou com as peripécias para a ida, em 1958, à Exposição Universal e Internacional em Bruxelas. Numa das fotografias podemos ver o stand dedicado a Tintin.

Bloguedebd



terça-feira, 8 de novembro de 2022

Tintim contra Bush


Odeio o Bush! arghhh! Granda camelo FDP! (perdão aos dromedários e afins), desenho de 2003 como se pode ver. (Gonçalo Pena)

http://goncalopena2.blogspot.com/2008/04/tintim-contra-bush.html