O autor do mundialmente famoso Tintin deu os primeiros passos na banda desenhada ainda no Escutismo, ao qual pertenceu.
Georges Remi nasceu a 23 de Março de 1907, em Etterbeek, perto de Bruxelas, na Bélgica. Em 1920, passou a estudar no colégio católico de Saint-Boniface, entrando para o Grupo de Escuteiros ali existente. O seu totem pessoal era Raposa Curiosa, embora tenha sido Guia da Patrulha Esquilo.
Os seus primeiros desenhos foram publicados no jornal escutista do seu grupo, o “Jamais Assez”. Em 1923 já tinha os seus trabalhos publicados na revista mensal “Le Boy-Scout Belge” e, no ano seguinte, começou a assinar as suas bandas desenhadas com o pseudónimo de Hergé. O seu pseudónimo provém das iniciais do seu nome, por ordem inversa: R.G.
Depois de sair da escola, passa a trabalhar no jornal diário “Le XXe Siècle”, em 1925, na área das assinaturas de clientes, continuando a desenhar as “Extraordinárias aventuras de Totor” (banda desenhada criada em 1926) na revista escutista “Le Boy-Scout Belge”.
Em 1927 cumpriu o serviço militar obrigatório e no ano seguinte regressa ao jornal, sendo nomeado redator-chefe do “Petit Vingtième”, um suplemento semanal para jovens do “Le XXe Siècle”.
Em Janeiro de 1929 nasce “Tintim e Milú”, neste mesmo suplemento. O primeiro álbum de Tintim, “Tintin, reporter au pays des Soviets” publicou-se em 1930, lançando-o definitivamente no caminho do sucesso.
Hergé colaborou durante vários anos com os Escuteiros belgas, ilustrando revistas, calendários e postais. Faleceu em Março de 1983, em Bruxelas.
in "Carolas", boletim do Clube Português de Coleccionadores de Objectos Escutistas, Abril 2006
O desenho de Totor apareceu em Portugal logo em 1927 no número único de "Scout Luzitano" publicação editada na Covilhã.
«De resto, conta-nos João Paiva Boléo, na referida brochura, que, mesmo antes da chegada de Tintin, já a BD de Hergé tinha sido apresentada em Portugal por intermédio do seu herói-escuteiro Totor, numa aparição pontual na revista Scout Lusitano, logo em 1927 (Boléo, Hergé em Portugal, 2021, pp. 9-11).» FCG
Escoteiros - em Portugal, a palavra escoteiro escrita com o refere-se à componente laica, visto que os pertencentes à componente religiosa escrevem-se com u, escuteiros. GL
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