sexta-feira, 20 de março de 2015

Avião que homenageia Tintin aterra em Lisboa


Aterrou hoje, em Lisboa, o novo avião da Brussels Airlines que faz homenagem ao herói de Banda Desenhada Tintin. A companhia tem três aviões pintados com os tesouros belgas. Os outros dois representam a selecção do país e um festival de música.




sábado, 14 de março de 2015

As imprecações do Capitão Haddock

É frequente os mais carismáticos heróis da Banda Desenhada terem um parceiro, um inseparável amigo e companheiro de aventuras, que serve quase sempre de seu contraponto, distinguindo-se por possuir outros dons e outras características (que também caem no goto dos leitores), mostrando uma faceta mais humana, com defeitos e virtudes — o que contribui para elevar o padrão das suas aventuras, sem prejuízo do estatuto mítico do herói principal. Isto tanto nas séries realistas como nas humorísticas…
Nesta peculiar categoria de personagens secundárias que rapidamente ascendem também ao “estrelato”, vem-nos de imediato à memória a incontornável figura do Capitão Haddock, talvez o mais famoso de todos os comparsas que enriqueceram criações emblemáticas, onde a aliança entre duas personagens, mesmo que diametralmente opostas, pede meças aos heróis solitários… embora já sejam poucos os que seguem por este caminho.
Tintin conheceu-o na aventura “O Caranguejo das Tenazes de Ouro”, em que Haddock fazia o papel de um marinheiro alcoólico e embrutecido, com frequentes acessos de cólera, alucinações e perdas de memória, mas que graças à amizade com o jovem aventureiro conseguiu regenerar-se, passando a ter hábitos mais moderados. Excepto quanto à linguagem… que, pelo contrário, se tornou ainda mais irascível, recheada de extravagantes expressões oriundas de um copioso “jargão” que o velho marinheiro se compraz em refinar, somando-lhe novas injúrias, como uma espécie de glossário que não se cansa de rever e enriquecer.
Mais tarde, ao desvendar o segredo da “Licorne”, Haddock herdou um nome aristocrático e um sumptuoso palacete em Moulinsart, onde habita, em boa paz e harmonia, juntamente com Tintin, o professor Tournesol e o mordomo Nestor… mas nem por isso aprendeu a refrear os seus excessos de linguagem.
Aqui têm mais um hilariante exemplo (à boa maneira de Hergé) dessas intempestivas manifestações de mau humor — quase sempre provocadas por peripécias que bulem com os seus sentimentos e a sua noção de justiça, mas também, sob o efeito do álcool, com o seu vício e o seu feitio brigão —, extraído igualmente do episódio “O Caranguejo das Tenazes de Ouro” (Le crabe aux pinces d’or), que é um autêntico festival de impropérios!
Ninguém consegue ter como Haddock, na ponta da língua, um vocabulário tão truculento, tão vivo, tão espontâneo, de tão grande riqueza e variedade verbal, lembrando uma torrente que jorra de um geiser fumegante ou uma cascata que rola fragorosamente por uma encosta, abafando todos os outros ruídos. Sobretudo quando ele usa um megafone, como na cena seguinte, a todos os títulos memorável, de Coke en stock.

Esta página foi publicada no Cavaleiro Andante nº 405, de 3/10/1959, revista onde Haddock ficou conhecido como Capitão Rosa, nome que o Diabrete tinha sido o primeiro a consagrar entre os leitores portugueses.


Jorge Magalhães in Blogue O Gato Afarrabista

terça-feira, 10 de março de 2015

Hergé em versão animada

A vida e obra do criador de Tintin, Georges Rémi (1907-1983), mais conhecido como Hergé, vão ser tema de uma série animada que deverá estrear dentro de dois anos.
A concepção está entregue ao estúdio de animação francês Normaal, já responsável pelas recentes versões em desenhos animados de Gaston Lagaffe e de Snoopy.

Segundo Alexis Lavillat, um dos responsáveis do estúdio, foi estabelecido um acordo com a sociedade Moulinsart SA, que gere os direitos da obra de Hergé, para a realização de uma obra de ficção, que abordará não apenas a vida do desenhador belga mas também as suas principais criações em banda desenhada. Assim, para além de Tintin, poderão também ser recordados Quick et Flupke (Quim e Filipe na versão portuguesa) ou Jo, Zette et Jocko (Joana, João e o macaco Simão).

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 27 de Fevereiro de 2015)

Pedro Cleto em As Leituras do Pedro

segunda-feira, 9 de março de 2015

Cartaz da exposição sobre Vasco Granja


A exposição Vasco Granja e o Cinema de Animação, patrocinada pela Fundação D. Luís I, patente no Centro Cultural de Cascais até ao próximo dia 19 de Abril tem no panfleto de promoção as personagens Tintin e Milou.

domingo, 8 de março de 2015

Capa original de 1938 de Tintim vendida por 453 mil euros

No segundo leilão que a Sotheby's dedica à banda desenhada bateram-se uma dúzia de recordes mundiais.

A prancha original de uma capa de 1938 da revista Le petit Vintième que tinha como protagonista Tintin, criado por Hergé, foi vendida neste sábado em Paris por 453 mil euros, anunciou a leiloeira Sotheby's.
A capa, que comemorava o 10.º aniversário da revista, e em que aparecia Tintin, bem como Milou, Quick, Flupke, Jo, Zette e Jocko, assim como um auto-retrato do próprio Hergé, estava num lote dos 288 que estiveram a leilão, referiu um porta-voz da Sotheby's citado pela agência EFE. O preço final ficou abaixo da estimativa inicial, que era, no máximo, de 480 mil euros.
No total, o conjunto desses lotes de banda desenhada — entre os quais havia muitos outros autores consagrados, como Enki Bilal, Moebius, Hugo Pratt ou Albert Uderzo — foi vendido por um total de 3,8 milhões de euros.
O segundo lote mais caro foi outra obra de Hergé, em concreto uma prancha do seu período preto e branco, em 1939, do álbum intitulado Le Sceptre d'Ottokar, adquirida por 327 mil euros, acima da estimativa de 270 mil euros.
Em terceiro ficou a capa de Corto MalteseLes Celtiques, publicada por Hugo Pratt em 1980, e que as várias ordens de compra fizeram subir o preço até aos 315 mil euros, quando os especialistas tinham calculado um preço de 240 mil euros.
Outra das estrelas da sessão foi uma página original desenhada por Albert Uderzo para Asterix, la grande traversée, publicada em 1975, que se vendeu por 243 mil euros, disparando muito acima dos 155 mil euros estimados.
A Sotheby's destacou que neste leilão, o segundo de banda desenhada organizada pela leiloeira em Paris — a primeira foi em Julho de 2012 —, bateram-se cerca de uma dúzia de recordes mundiais.

O mais elevado desses recordes foi uma prancha original de Winsor McCay de 1907 da sua série Little Nemo, adjudicada por 50 mil euros.