quinta-feira, 24 de junho de 2021

Exposição "Tintin por Tintim" (1990)

O "Espaço Litoral - Novo Século", situado em Lisboa na Rua do Século 4 B, organizou uma exposição de pintura, escultura, fotografia e vídeo denominada "Tintin por Tintim". Decorreu no período de 6 de Abril a 9 de Maio de 1990.



Reportagem publicada no Diário de Lisboa de 09/04/1990






(imagens retiradas da reportagem da RTP)


 Fotografia de Luísa Ferreira

ESPAÇO LITORAL - NOVO SÉCULO - Rua do Século 4-B-C 1200 Lisboa Tel. 327712

Posteriormente existiu a "Loja Tintin por Tintim" na Rua do Século, nº 4 conforme postal já aqui publicado. (https://caisdoolhar.blogspot.com/2010/12/e-permitido-afixar-anuncios_27.html) Mudou depois de nome para Tom Tom Shop.

«A outra onde comprámos móveis, na Rua do Século, passou a chamar-se TomTom.» fvv, abril/2018

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Rui Reininho

Um dos temas do disco "Independança" dos GNR, editado originalmente em 1982, chama-se "Dupond & Dupont". 

Curiosamente, a letra do tema apareceu publicada no livro "Líricas Com & Onianas" de Rui Reininho, editado em 2007 pela Palavra, mas onde aparece erradamente como "Dupond & Dupond". 

Noutro livro, "Afectivamente GNR", aparecem comentários de Reininho sobre alguns dos temas. Diz que era habitual brincar com os títulos das canções, tal como nesse tema e em "The Light".



O novo disco a solo de Rui Reininho, editado esta semana, inclui um tema chamado "Tan Tan No Tibet".  Por coincidência também é a terceira faixa do disco.


Texto de apresentação de concerto:

Os vislumbres do futuro parecem ressoar sempre de paisagens ancestrais. Nada é bem deste mundo tirando, talvez, todas as coisas mágicas; as percussões, as vozes, o Himalaia lá ao fundo, Tantan pós Tibet. Um olho é uma nau imaginária que avista 20.000 éguas submarinas. 

Em 2008 ele escreveu um artigo no JN, onde colaborava periodicamente, a que deu o nome de "Tchin tchin no Tibetche".

Tchin tchin no Tibetche
É óbvio que para quem percebe pouco de reencarnações, mesmo que acredite, como a maioria dos nossos não praticantes que o messias reapareceu na maior ao fim de três dias, dificilmente entenderá o que se passa no tecto do mundo, num Tibete.

Em verdade vos digo que caso não haja um derramamento insano de espiritualidade, a encarnação do famoso marquês de Coubertin, inventor da olimpíada moderna, industrializada e convenientemente polvilhada com esteróides pouco ou nada tem a ver com os jogos gregos, a halterofilia, a pedofilia mais os homens de saiotes ou completamente nus.

Agora que captamos a atenção dos nossos leitores mais devassos, convém lembrar que há reencarnados e encarnados no meio de nós pensar que Sócrates anda por aí, sem Platão nem Zico e Tostão nem IVA e Adam, que o índio Jerónimo abandonou as eternas pradarias de caça para se insurgir contra a invasão na Abissínia, vulgo Iraque e se esqueceu (coitado, é da idade) que os seus camaradas Jin tau tau nos pobres dos monges vai para décadas. O Dalai Lama, o XIV, qual rei sol é das personas mais gratas, com mais sentido de humor do que os encarnados que ainda acreditam numa reviravolta, para cima, no topo Norte da tabela e é uma espécie de punk suave com as suas botas dr. Martinez a quererem dialogar com um dos mais cruéis, sanguinários e amarelentos regimes de comuna pura e dura; só o Jerónimo, o de Sousa como os Paços, pode apoiar a economia selvagem, vulgo chinatown que arruina o preguiçoso e datado comércio tradicional das nossas decrépitas cidades e serras.

Mas há mais o desporto contemporâneo enche a blusa e os calções para não falar da sapatilha de milhões de criancitas que trabalham escravizadas pelos orientes e nós os outros só divisamos a crista da onda, guerreiros Spice, Old and Beckham.

Mas sem retenções na fonte, com equipas que jogam sem treinar e fingem que têm jogadores que não viram as bundas uns dos outros mais gordas, como as equipas do titio Scolari que a gente puxa da caixa, que isto de re-evoluir para um ser mais puro, de uma minhoca para um lagarto, de uma águia careca e para um dragão mitológico vai um passo, de pardal.

Os monges, franciscanos, artistas ou budistas, são gente corajosa que não espera recompensa depois de sair do governo do mundo e para acordar com uma reforma por inteiro no Tibete não há tachos nem peditórios, nem santuários de vendilhões do templo.

Há uma fé, inabalável, de que seremos melhores do que antes. E gostamos de champagne, de amor e gelo. Tchin tchin!