sexta-feira, 14 de maio de 2010

Tintin Aventures

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sábado, 8 de maio de 2010

Avanço Proletário

Uma "fonte" - anónima, como é regra em Portugal - fez-nos chegar às mãos o relato de um diálogo em telemóvel proveniente do Echelon, a rede de satélites espiões anglo-americanos que é suposta boicotar as exportações eurocontinentais. Segue a transcrição.

Ministro do reino Franco Oriental - Viste que os pequeno-burgueses irlandeses querem boicotar o avanço proletário para a unificação europeia?

Chefe de governo da Sildávia - Dizes bem. Tão a subir na vida e não querem o alargamento.

Franco Oriental - Os nossos camaradas gaélicos já tomaram medidas. Viste que já estão a meter os votantes na ordem? Querem novo referendo, novo tratado de Nice...

Sildávia - Foram os nossos camaradas?

Franco Oriental - Quem havia de ser? Aqui, já estamos no poder, com a ajuda discreta do Sr. Coronel Kadhafi. Não confiamos no voto burguês. Ainda por cima o referendo, um instrumento bonapartista para enganar as massas... e não viste anteontem na TV5, o nosso camarada chefe de governo Cisalpino disciplinar os célticos, acolitado pelo premier, o da Bética Cisguadiana a sorrir, todo caladinho?

Sildávia - Vi, até fiquei um pouco preocupado. Pareceu-me que os pequenos países estavam a ser tratados por cima da burra, desculpa a franqueza.

Franco Oriental - Ó camarada, estás com um desvio nacionalista e pequeno-burguês...

Sildávia - Fui eleito pelos sildávios para melhorar as liberdades e o nível de vida deles com o apoio da União Europeia.

Franco Oriental - Hão-de melhorar. Mas só se se integrarem na fase actual da luta de classes à escala mundial.

Sildávia - Que nova fase é essa?

Franco Oriental - Não tens estudado a nossa imprensa... O imperialismo yankee domina o mundo. Só a Europa o combate. Na Europa, estão no poder os militantes mais qualificados da nova classe operária, dos trabalhadores científicos, informáticos e de serviços. Vimos que o estalinismo falhou. Estamos na vanguarda da nova classe operária: nos partidos socialistas, nas burocracias nacionais, na burocracia europeia...

Sildávia - É isso a nova fase da revolução?

Franco Oriental - Estamos a criar um Estado social que será um modelo para o mundo. Os partidos da burguesia democrática também apoiam esta nova fase da revolução mundial porque são anti-yankees.

Sildávia - Talvez, mas nós precisamos de independência nacional e de mais fundos europeus. Com esta Política agrícola comum, com os exíguos recursos próprios da União Europeia, vamos é reconstruir o Império Austro-Húngaro.

Franco Oriental - Nada de aventureirismo... A fase actual da revolução é o federalismo. A dos impostos comuns e das eleições europeias será no século XXII.

Pelo que o leitor viu, o Echelon trocou a espionagem económica pela política e dedica-se a identificar os revolucionários infiltrados. Os donos do Echelon lá sabem.

A Revolução Proletária

Luís Salgado de Matos, Público, 11 de Junho de 2001