sábado, 27 de junho de 2020

5º Salão de Banda Desenhada da Comicarte-Porto

5º Salão de Banda Desenhada da Comicarte - Porto (1989)


cartaz, página PM


Autocolante T

Postal (facebook Nuno Vargas)


Catálogo - T


                                                                site sibdp

As imagens que ilustram o artigo de Pedro Cleto (2014) foram retiradas do blog Sem Data Marcada e são da autoria de Pedro Morais que as criou expressamente para o cartaz e dois catálogos do 5.º Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto que, tendo-se realizado em 1989, assinalou os 60 anos de Tintin. 

sexta-feira, 19 de junho de 2020

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Lume No Peito

Todos demos trambulhões na vida e dei muitos... porque tive ganância de viver, porque me empurraram, por azar.

Sou uma pessoa sensível – quiçá frágil – e que por experiência de vida decidi que tenho de ser como sou, desde que não prejudique ninguém. Quero por isso agradecer publicamente a um grande amigo.

Tenho um grande amigo que é diferente de todos os outros amigos ou tipo de amigos. É uma pessoa com gaveta própria no meu armário de afectos.

Tem muitos mais defeitos do que virtudes, mas as poucas virtudes são tão maiores do que a soma dos defeitos multiplicados por cem.

Não o convidei para entrar na minha vida. Bateu-me à porta, sentou-se e ficou. Ainda bem que o fez. Claro que tivemos zangas. Claro que sempre fomos justos de reconhecer as razões do outro e de realçar o mais importante e maior: o afecto e respeito mútuo.

É um amigo ternamente infantil, na pureza de sentimento. Não é tolo nem estúpido. Antes pelo contrário: vivo de pensamento, análise felina e salto de gato. Digo infantil e não é ao síndrome de Peter Pan a que me refiro. É um adulto com coração de criança e emoção mal escondida.

Não sou o Tintim, mas ele é o meu Capitão Haddock. Não vocifera, não insulta, não diz palavrões, não é santo... é o Capitão Haddock, mas não consome álcool.

É um romântico e o seu espírito vive num mundo e numa época que não é esta, que talvez nunca tenha existido além de dentro de si. Já levou tanta pancada e nunca se recusou a lutar pelo que julgou e julga ser justo e correcto.

Este romantismo não o defende no tempo das máquinas sem engrenagens. Trucida-o? Não, magoa-se, levanta-se e marcha. A realidade desmente-o e mantém-se fiel a si, não por teimosia, mas por acreditar estar a proceder do modo mais correcto.

Às vezes sonha e age outra age porque sonha. Sabe-o e fá-lo ainda assim, porque tudo o que quer do outro é o reconhecimento do seu afecto. Passou por muito – não é aquela balela do «passou por muito», passou mesmo por muito, no fio da navalha – e sempre o cavalheiro, um nobre sem fidalguia.

Há Homo Sapiens Sapiens que não merecem ser chamados de humanos. O amor e humanidade com que vê e reconhece nos nossos irmãos «irracionais» fazem-no um combatente. Que ninguém maltrate um bicho à frente deste camarada. Haverá alguma forma de se ser humano sem gostar dos animais?

Toda a diferença face ao meu mundo não me impediu de fazer aquilo que nunca se faz: emprestar o carro. Apesar de fumar que nem um desalmado lá dentro, nunca lhe recusei a Sílvia – o meu adorado Peugeot 206, comprado em primeira mão em 2001.

Acuso-o na brincadeira de ser pulha e canalha... é o meu mimo. Gosto de lhe telefonar para dizer o quanto gosto dele, o meu grande amigo Capitão Haddock.

Um grande abraço, amigo extra-terrestre.

Nota: Este bóbi compôs esta música para ti, Capitão Haddock.

Escrito por João Barbosa, 13/08/2014

http://infotocopiavel.blogspot.com/2014/08/lume-no-peito.html