quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Edições Asa


Texto do Diário Digital, divulgado após a sessão de lançamento, ocorrido em 29 de Setembro de 2010, no espaço "Tintin", em Lisboa.

Nuno Artur Silva: «Tintin percorreu todo o século XX»

O espaço Tintin, em Lisboa, acolheu como era esperado a apresentação dos seis primeiros livros das aventuras do jornalista mais famoso do Mundo (até Outubro de 2011 deverão estar publicados todas as 24 obras). Há dois aspectos a reter nesta nova colecção: o nome do herói perdeu a letra «m» no final e voltou à sua versão original e, principalmente, as histórias ganharam um formato diferente (mais pequeno e de capa dura), o primeiro do Mundo, o que preenche de orgulho a responsável pela banda desenhada da ASA e também tradutora das obras, Maria José Pereira. Profundo admirador da BD criada pelo belga Hergé, Nuno Artur Silva defendeu que a edição das aventuras de «um herói que não existiria nos nossos dias faz todo o sentido», recomendando a sua leitura num dia chuvoso e com bolachas como companhia…

Maria José Pereira considera que Nuno Artur Silva é uma das pessoas que «mais conhece» Tintin em Portugal e por isso foi convidado pela ASA para falar sobre as aventuras do jornalista. O argumentista recusou os elogios mas, durante a sua apresentação, foi notório verificar o seu conhecimento, falando sem recorrer à anotações e com uma grande clareza sobre alguns dos aspectos deste clássico da BD. «E um clássico serve de referência para várias gerações», defendeu.

A principal mensagem que Nuno Artur Silva procurou transmitir aos presentes no Espaço Tintin foi que a BD de Hergé consegue ser uma espécie de resumo do século XX, «atravessa por inteiro o século passado».

«Tintin marca um paradigma na BD, o paradigma da linha clara, que deixou muitos discípulos, não só no desenho, mas também no design e na própria história. Tintin é um tipo de herói que não encontra o seu espaço nos nossos dias devido a sua clareza. Hoje o mundo é mais complexo. Portanto, agora as aventuras de Tintin não seriam possíveis.»

Aventuras que levaram o jornalista pela América, por África, pelo Tibete mas também pela Lua. «As suas andanças esgotaram o Mundo», considera Nuno Artur Silva. «Esse Mundo já não existe e por isso faz todo sentido a publicação das suas aventuras. Um Mundo onde ainda existia uma certa ingenuidade.»

O argumentista acredita que o «quadradinho da BD mais importante é o que não está lá, é o que existe na nossa cabeça, o que está no meio de dois quadradinhos, a nossa imaginação». E ler Tintin é um caminho para esse estado imaginário, já que estamos sempre à espera do que vai acontecer no próximo quadradinho.

Nuno Artur Silva salientou também na sua apresentação os personagens secundários dos livros, que, para si, ganham mais corpo que o próprio Tintin, «que não tem existência pessoal, é apenas um veículo que faz rodar a aventura, uma figura idealizada. As figuras de carne e osso são os outros, que têm interrogações, que mostram as suas dúvidas, a raiva, as suas emoções».

Sobre o novo formato, o apresentador das Aventuras de Tintin foi franco e considerou a posição da ASA de «ousada», embora considere que o risco deverá ser recompensado.

Sobre as suas aventuras de sempre, Nuno Artur Silva nomeou «Tintin no Tibete» (salientou o valor da amizade), «O Segredo do Unicórnio» (o primeiro dos três filmes adaptados por Steven Spielberg, com estreia marcada para o próximo ano) e «As Sete Bolas de Cristal», entre outros.

«Num dia de chuva é uma óptima alternativa a televisão, a internet e ao computador. Voltar ao papel com um prato de bolachas, reconciliarmos com o caos e a confusão do Mundo».

Pedro Justino Alves, Diário Digital, 29/09/2010

Texto oportuno, a fazer algo pouco vulgar: uma reportagem escrita relacionada com um evento de BD.

Geraldes Lino, 4 de outubro de 2010

LANÇAMENTO DE “TINTIN”, COM NOVA TRADUÇÃO E NOVO FORMATO, PELA ASA

AGÊNCIA LUSA

A edição é o passo visível de um negócio que aconteceu em 2009, quando a Asa passou a deter os direitos em Portugal das histórias de Tintin, detidas internacionalmente pela chancela belga Casterman.

Os álbuns de Tintin que estavam no mercado português tinham, desde finais dos anos 1980, a chancela da Editorial Verbo e a personagem principal tinha sido traduzida para Tintim (com “m” no fim).

Maria José Pereira, responsável pela banda desenhada na Asa, não revelou o valor envolvido no negócio de transferência, mas admitiu que a edição da nova tradução de Tintin era "um sonho pessoal de há muito tempo".

"Bati-me muito por este contrato e as negociações não foram fáceis, arrastaram-se por mais de um ano", disse.

A nova edição chega ao mercado num formato mais pequeno (19,5 x 28 cm), "mais apelativo para um público mais novo" e com outra tradução de Maria José Pereira e Paula Caetano a partir do original.

"Quisemos dar mais atenção à linguagem, dar-lhe uma sequência, condensar as ideias sem encher muito os balões", disse a editora, garantindo que os nomes das restantes personagens não sofrem alterações.

Neste mês de Setembro foram editados os seis primeiros volumes, numa sequência cronológica de publicação, referiu Maria José Pereira, sendo disponibilizados, por exemplo, "Tintin no país dos sovietes", "Tintin no Congo" e "Tintin na América".

Em Novembro serão editados outros seis volumes, prevendo-se que toda a coleção de 24 álbuns esteja disponível no mercado até Outubro de 2011, mês em que se espera a estreia da adaptação de Tintin ao cinema por Peter Jackson e Steven Spielberg.

Para Maria José Pereira, as aventuras de Tintin são uma "obra de grande qualidade" e alguns volumes são "documentos históricos" criados há mais de setenta anos por George Remi, mais conhecido por Hergé.

A Asa, que integra o grupo Leya, tem atualmente o catálogo mais representativo de banda desenhada em Portugal, por juntar histórias de personagens como Astérix, Spirou, Alix, Gaston, Blake & Mortimer, Lucky Luke e autores como Hugo Pratt e Milo Manara.

Agência Lusa, 06/09/2010

As edições ASA lançaram no dia 29/09/2010 os primeiros seis álbuns do “Tintin”, de Hergé. Deixamos aqui dois textos – porque complementares (...) Kuentro

ASA TRAZ TINTIN DE VOLTA

A ASA adquiriu os direitos de publicação das aventuras de Tintin em Portugal e vai reeditar a colecção toda a partir de Setembro, mês em que sairão para as livrarias os primeiros seis títulos. O nome do herói nas edições em português (passa a ser Tintin, deixando de ser “Tintim”), um novo formato e novas traduções são, desde logo, as principais novidades. Serão muitas, no entanto, as surpresas em torno do regresso daquele que é um dos mais famosos heróis da BD europeia, criação do belga Hergé, e a editora anunciá-las-á mais próximo da chegada dos novos livros. Para meados de Setembro está a ser preparado um evento para o qual se espera contar com a presença e participação dos fãs de Tintin no nosso país.

Comunicado 23/08/2010

A edição do Tintin da ASA, é por ordem cronológica. Saiem em Setembro os 6 primeiros álbuns, que foram objecto de novas traduções e que vão ter um novo formato. f

Em relação às edições de BD, aprendi que muitas vezes o que queremos e o que propomos não corresponde ao que conseguimos concretizar até por razões que nos são externas. Assim, e porque não acho correcto alimentar nos leitores expectativas que não sei se algum dia concretizamos, opto sempre por confirmar o que no momento tenho como certo. Significa isto que, para já, não posso avançar nada em relação a edições fac-similadas e às edições dos livros dos filmes.

A curto prazo (que é final 2011) o objectivo é colocar no mercado os 24  álbuns da colecção. Até ao final de 2010 está prevista a edição dos primeiros 12 livros da "nova" colecção que iniciámos.

Em relação ao formato: é uma edição mais pequena, no formato do Tout Tintin, mas cartonada. Acho  que Portugal vai ser o primeiro país a ter este tipo de edição (na altura em que negociei o contrato só existia edição brochada neste formtato ou então uma edição cartonada que era ainda mais pequena; não sei se entretanto mais algum país já a considerou).

"Mais Valia" é um termo subjectivo e acho que só posso dar a minha opinião: para mim, esta será sempre a primeira edição Tintin na ASA, a "minha" primeira edição Tintin. Isto significa que se as primeiras edições podem ter algum valor "coleccionador", esta, terá sempre, para mim, um valor não mesurável que é o valor afectivo. Porque cada livro que publico e em que trabalho é a história que ele conta mais uma história que é minha e que só eu sei.

Mas os primeiros livros estão quase a chegar ao mercado e os leitores poderão julgar e decidir.

Maria José M. Pereira, 26/08/2010




Lançamento da nova coleção Tintin - Blog Tintinofilo - Tintim em Portugal (over-blog.com)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Jornal Abarca - Oliveira de Figueira, de Lisboa


Orlando Ferreira, administrador da RN Tejo, publicou um arigo no jornal ribatejano ABARCA nº 270 (XX ano) , onde aborda a temática de Oliveira de Figueira.


1) Oliveira da Figueira, de Lisboa, comerciante invulgarmente esperto, consegue até vender areia em pleno deserto! Os seus dotes de persuasão são tais que nem as vítimas/clientes notam! Apesar da sua aparência - chapelinho, careca e bigode de pontas retorcidas - Oliveira da Figueira revela uma rara destreza e o bom lado português: é um rei do "desenrasca", do improviso e da arte de dar a volta em situações complexas.

2) Tintin, jornalista que nunca escreveu uma única notícia, é considerado um herói e um símbolo de generosidade e abnegação. No entanto, para fazer ressaltar as suas qualidades, Hergé, o seu criador, enriqueceu-lhe a personalidade de uma forma inteligente e subtil colocando ao seu lado personagens pitorescas. Sem elas, Tintin não teria o indispensável contraponto. Milu, o Capitão Haddock, o Professor Tournesol e os Detectives Dupond e Dupont, com as suas fraquezas, movimentos desastrados e constantes complicações que engendram, fazem-nos sorrir (com simpatia) e não conseguem evitar-nos uma boa gargalhada. Oliveira da Figueira de Lisboa é um desses personagens. Um comerciante dotado de uma grande facilidade para vender tudo e mais alguma coisa, designadamente, objectos inúteis ou não necessários para os seus compradores. Hospitaleiro, está sempre pronto servir “um copo de vinho de Portugal, do sol do meu país”, nas suas próprias palavras.

3) Foi muito interessante a "vinda" de Tintin para Portugal. "Tim-Tim na América do Norte" foi o primeiro a aparecer, em 1936, com uma tradução que, tendo sido efectuadada nos anos 30, se pode considerar aceitável à luz da cultura de então e do hábito que havia de tudo aportuguesar. Nessa primeira aparição, os protagonistas chamavam-se Tim-Tim, Capitão Rosa e Pom-Pom, mais tarde Rom-Rom (Tintin, Capitão Haddock e Milu, respectivamente) sendo Tintin apresentado como um português, repórter de "O Papagaio", revista juvenil da Rádio Renascença que comprara os direitos sobre estas aventuras. Esse aportuguesamento do herói levou a que o português Oliveira da Figueira, passasse a Olivera de Málaga, "caixeiro-viajante fugido aos horrores da guerra de Espanha".

4) Tendo em vista a liberalização do sector dos transportes, foi recentemente aprovado o regulamento comunitário - (CE) Nº1370/2007 - que fará com que, até 31 de Dezembro de 2019, acabem todas as concessões dos operadores rodoviários. Inclusivé as nossas, as da Rodoviária do Tejo. Com este novo regulamento pretende-se garantir serviços de transporte de passageiros seguros, eficazes e de elevada qualidade num ambiente de concorrência regulada que garanta a transparência e elimine todas as disparidades existentes entre empresas de transporte dos diferentes Estados-Membros susceptíveis de falsear substancialmente as condições de concorrência. Estamos, de facto, perante um novo e muito diferente desafio… Concluindo: Quando descemos ao terreno da maioria das organizações portuguesas o que encontramos é um “híbrido difuso”. Mantém-se ainda o paradigma histórico - somos mais comerciantes do que empreendedores - mas continuamos a revelar uma arte que nos diferencia - o improviso. O nosso verdadeiro desafio é saber se somos capazes de tornar virtuosa esta coabitação entre a capacidade de improviso e o crónico arquétipo empresarial que ainda tem como herói o Oliveira da Figueira.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Cartoon de Carlos Sêco

Carlos Seco, desenhador humorista do semanário Trevim, recorre, como tintinófilo, às personagens de Tintin para os seus trabalhos. Em Setembro de 2010, o seu blog publicou o  seguinte: