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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Cavaleiro Andante


A minha geração teve uma relação especial com a revista “Cavaleiro Andante”, dirigida por Adolfo Simões Müller. Apesar da resistência que encontrávamos em alguns dos nossos professores de Português relativamente às histórias aos quadradinhos, hoje referidas como 9ª Arte ou Banda Desenhada, pudemos encontrar no “Cavaleiro Andante” e na sua escola um bom aliado na demonstração de que era possível ter qualidade no uso da língua e no incentivo à leitura.  A revista que recebíamos ao sábado, com prazer e alvoroço, permitia termos bons argumentos a favor da qualidade das narrativas ilustradas. Recordo os debates amenos, mas incisivos, no Liceu Pedro Nunes, com alguns professores resistentes e a evolução no sentido do reconhecimento de que esse era um importante contributo para a boa leitura. E assim fomos vendo passarem para o nosso campo os antigos críticos.   

Na Exposição sobre Hergé na Fundação Calouste Gulbenkian recordei esse tempo com António Cabral, o grande impulsionador da iniciativa. Hoje reconhece-se a qualidade excecional do autor belga e o papel fundamental que desempenhou no campo cultural. Do mesmo modo, o introdutor de Tintin em Portugal, Simões Müller, pôde contribuir decisivamente para incentivar o prazer da leitura, com exigência de qualidade. E quando alguns de nós passámos a assinar a revista “Tintin” belga foram as nossas professoras outrora críticas as primeiras a reconhecer os efeitos positivos da BD nos progressos no ensino das línguas, como modo de ligar o multilinguismo, o enriquecimento pedagógico e a abertura de horizontes de um humanismo universalista. António Mega Ferreira já recordou, mais de uma vez, como o Tintin foi um marco de liberdade para a nossa geração. E no caso de Adolfo Simões Müller podemos lembrar os testemunhos de Luísa Ducla Soares, a afirmar que o jornalista e escritor foi um herói da sua infância – “que através dos seus livros, que não esqueço, me iniciou na literatura”; ou de Alice Vieira, a dizer da alegria que era no dia em que chegava o “Cavaleiro Andante”. E David Mourão-Ferreira, recordando o Serviço das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Gulbenkian, lembrava o papel desempenhado pelo diretor do “Cavaleiro Andante” “ao tornar acessíveis e aliciantes, a sucessivas gerações de jovens, algumas obras-primas da literatura universal e, particularmente, da literatura portuguesa”. E João Paulo Paiva Boléo refere Müller como “um dos monstros sagrados da direção de revistas juvenis e de banda desenhada, de que inicialmente nem gostava”.

Nas férias de verão, em casa de meus avós, no Algarve, como não tínhamos acesso ao “Cavaleiro Andante” ao sábado, recebíamos religiosamente, à segunda feira, pelo correio, enviado pelo nosso pai, um pequeno rolo, que era acolhido com entusiasmo. Os correios eram ciosos cumpridores dos prazos e a leitura da revista estava devidamente escalonada, para que, com os meus irmãos, pudéssemos usufruir daquele néctar escrito e ilustrado nas melhores condições. Era uma equipa heroica que cuidava com esmero da revista. Os nomes não podem ser esquecidos – Maria Amélia Bárcia, no secretariado da redação, e Fernando Bento, referência fundamental ao lado dos melhores europeus, na direção gráfica. Depois havia tudo o mais – e sobretudo a magia dos continuados e o “suspense” cuidadosamente cultivado de uma semana para outra. E assim tornámo-nos apaixonados da literatura, do cinema, das artes plásticas, da história e da ciência, acompanhando a mais bela das histórias de uma amizade em “Tintin no Tibete”, seguindo as pegadas no Yéti, o abominável homem das neves, como antes fôramos à lua ou partilháramos a luta pelos direitos humanos em “Coke en Stock”.

Guilherme d'Oliveira Martins, DN, 12/10/2021

 

terça-feira, 1 de junho de 2010

A vida dos livros (2009)

A VIDA DOS LIVROS

De 12 a 18 de Janeiro de 2009.

Quando a personagem Tintim chega aos oitenta anos de vida, cumpre referir uma obra fundamental para o conhecimento do fenómeno. Falamos de “Hergé, Filho de Tintim” de Benoît Peeters (tradução de Paula Santana Leite; Verbo, 2007), livro publicado para assinalar o centenário do nascimento de Georges Remi. No ponto de partida desta biografia exaustiva, centrada na personalidade complexa do criador do herói de “Estrela Misteriosa” está a afirmação singularíssima de Hergé: “Tintim era eu, com tudo o que em mim existe de necessidade de heroísmo, de coragem, de sinceridade, de malícia e de desembaraço. Era eu, e garanto que nem perdia tempo a perguntar a mim mesmo se agradava ou não aos miúdos. E os temas que escolhia eram temas que me apaixonavam, sobre os quais havia algo a dizer, sobre os quais eu tinha algo a dizer”… E assim, na aparente simplicidade, Tintim é um caso especial.

 UM CASO À PARTE 

Tintim é, de facto, um caso à parte na história da banda desenhada. Em Portugal, “O Papagaio” em 1936 foi a revista que primeiro internacionalizou a personagem, graças ao Padre Abel Varzim e a Adolfo Simões Müller. As revistas “Diabrete”, “Cavaleiro Andante”, “Foguetão”, “Zorro” e “Tintin” continuaram depois essa tradição pioneira. A história é conhecida, está contada e reporta-se à estada do Padre Varzim em Louvaina (1930-1934), onde estudava Sociologia. O “Petit Vingtième” era o suplemento juvenil do jornal católico belga “Le Vingtème Siècle”, sendo dirigido pelo Padre Norbert Wallez, que o sacerdote português conhecia. Simões Müller, director de “O Papagaio”, revista juvenil da [Rádio] Renascença, foi alertado para a qualidade das aventuras de Tintim e assim apareceu “Tim-tim na América do Norte”. Foi a primeira tradução mundial e a primeira publicação a cores das aventuras do repórter do “Petit Vingtième”… Mas vamos ao que importa, no dia 10 de Janeiro de 1929, há 80 anos, nasceu Tintim e quando, na Bélgica, foram lançadas as aventuras deste jornalista de idade indefinida, mas com vontade muito determinada, Hergé (Georges Remi) estava convencido de que a nova figura era passageira e que talvez não tivesse vida longa. Surpreendentemente, o desenho impôs-se gradualmente por si e junto do público. E a verdade é que o autor teve a inteligência de abandonar o perfil amadorístico e incerto das primeiras produções, para passar a assumir, progressivamente, as marcas de uma nova escola e de uma nova arte. Nascia a “escola de Bruxelas” que viria a tornar-se inconfundível através da afirmação da “linha clara”, de que Hergé foi indiscutivelmente o chefe de fila. E a banda desenhada europeia ou as histórias de quadradinhos, como se dizia em Portugal desde as origens, ganhou autonomia artística e de público.

RAZÕES DE SUCESSO 

Pode dizer-se, simplificando, que há dez razões para o sucesso de Tintim. Antes de mais a ideia de aventura. Tintim representa, de facto, a emergência da aventura em estado puro – ora não temendo ir ao encontro das situações mais complicadas, ora garantindo estar à altura dos acontecimentos, agindo e vencendo. Além da aventura, mas fazendo parte desta, deve referir-se ainda a importância da viagem. O mundo é percorrido pelo jovem repórter, e Tintim é um viajante incansável, desde o início – o País dos Sovietes, a África (Congo) e a América. E depois vem o Egipto (“Os Charutos do Faraó”) e o fascínio do Oriente, em especial da China, e a adopção de uma nova técnica de pintura e de desenho que se baseia na antiga cultura oriental. Tchang Tchong Jen, um dos jovens estudantes chineses que Hergé conhece em Bruxelas, exerce uma influência decisiva na evolução da nova arte, no sentido da maturidade. E é a técnica chinesa de desenho e de preenchimento de todos os espaços nos quadradinhos que torna a banda desenhada numa arte extremamente atraente, actual e com grandes virtualidades artísticas – já que relaciona intimamente as pessoas, as ideias e os lugares, desde o Médio Oriente à América do Sul, passando pela China e pela Índia, pela Europa Oriental (representada por dois países imaginários, Sildávia e Bordúria), com um desvio de rota que chega à Lua. Mas “O Lótus Azul” representa a viragem na obra de Hergé, porque apresenta em substância uma nova perspectiva no tratamento de um tema, fruto de maior rigor documental.

ELIXIR DE JUVENTUDE

Mas há ainda a referir uma terceira razão de sucesso. Tintim representa a juventude (generosa e disponível) sem ter um discurso tradicional e moralista (apesar do começo…), com uma atitude alegre, aberta, capaz de entender a inovação e as diferenças. Trata-se de uma juventude de espírito e de atitude, que será caracterizada como indo dos 7 aos 77 anos. Por isso, Hergé fala de heroísmo, de coragem, de sinceridade, de malícia e de desembaraço… Mas se Tintim é jovem, usa a imaginação. Em cada aventura há novas ideias, novos ingredientes e uma quase loucura (saudável e inconformista) que o leva a arriscar tudo, generosamente. Aliás, não é possível fazer a história da pop-art sem referir Hergé, referido expressamente por Andy Warhol e Roy Lichtenstein. E quem fala de imaginação, terá de referir também a ligação íntima da banda desenhada ao cinema. Cada uma das pranchas e os respectivos quadradinhos têm um sentido e um ritmo propositadamente cinematográficos – desde os grandes planos ao uso dos balões para os diálogos, o campo e o contra-campo e, nos continuados, o corte das cenas para dar o “suspense”. A história mistura-se com a técnica de ilustração, e essa simbiose vai ser característica da “escola da linha clara”. A partir de 1946, as reedições a cores das obras dos anos 30 vão ser marcadas pela ligação muito feliz entre uma narrativa palpitante e uma estética cuidada (que chegará ao seu auge em “Tintim no Tibete”, no final dos anos cinquenta, onde Hergé faz a invocação do seu amigo Tchang, que perdera de vista, mas cujo contacto retomará). Refira-se ainda a participação fundamental, quanto ao cuidado formal, do desenhador e colorista Edgar P. Jacobs (o autor de Blake e Mortimer, amante de ópera, que levou à criação da inconfundível Bianca Castafiore com a sua ária das jóias do “Fausto” de Gounod) e do argumentista Jacques Van Melkebeke, quanto aos enredos e às referências históricas (por exemplo em “O Segredo do Licorne” e “O Tesouro de Rackham o Terrível”). A sexta razão de êxito tem a ver com o culto do ar puro, num sentido ecológico avant-la-lettre, que é uma das marcas de aventura de Tintim e dos seus companheiros. O sétimo motivo diz respeito à liberdade com sentido de justiça – como vários leitores têm referido (António Mega Ferreira tem insistido, e muito bem, neste tema). De facto, há um essencial sentido de autonomia e liberdade de espírito e de ideias no herói de Hergé, muito mais forte do que todas as tentativas de falar e insistir no suposto “colaboracionismo” do seu autor com os fascismos. Basta vermos o anti-racismo com Tchang ou lermos com atenção “O Ceptro de Otokar”, observando que o vilão se chama Müsstler, para percebermos que, apesar de qualquer cedência circunstancial, há na personagem Tintim marcas de inconformismo, universalismo e cosmopolitismo. Para essa liberdade contribui ainda a ironia (oitavo motivo), sempre bem presente, capaz de fazer compreender melhor o mundo e os outros (Haddock, Girassol, Oliveira da Figueira, etc. etc.). Por fim, a curiosidade resulta não da convergência de um sentido geral de modernidade, segundo o qual nada do que é humano nos pode ser estranho (lembre-se, de novo, o lugar de Tintim na pop-art). Esse mesmo sentido de modernidade leva-nos ainda à compreensão da complexidade, que Hergé cultiva, ligando vida e mundo, razão e emoção, e projectando na sua obra angústias e dificuldades existenciais, como em “Tintim no Tibete”… Benoît Peeters segue, a par e passo, o atribulado percurso de Hergé, que nos permite compreender a sua personalidade muito complexa, os seus dramas e o modo como estes se projectaram na figura de Tintim. E faz uma análise minuciosa, por exemplo, das vicissitudes pós-guerra em virtude de Hergé ter publicado vasta colaboração no “Le Soir”, cabendo um papel fundamental a Raymond Leblanc, editor vindo da Resistência, na ilibação de Georges Remi quanto às acusações de colaboracionismo. O rigor histórico dá-nos, assim, o “genoma mítico” de Tintim.

A VIDA DOS LIVROS

De 26 de Janeiro a 1 de Fevereiro de 2009.

Na sequência da referência em "A Vida dos Livros" à obra de Benoit Peeters "Hergé Filho de Tintim" recebi mensagem do Dr. João Paulo Paiva Boléo, a que respondo gostosamente:

Meu Prezado Amigo

Fico-lhe gratíssimo pela mensagem que me enviou (...). Permita-me que publique em "A Vida dos Livros" da próxima semana esta missiva, onde darei conta dos seus justíssimos reparos. 

Ora vejamos, diz-me que  "o livro de Peeters é interessante, e até se lerá mais fluentemente, mas a biografia do centenário é a de Philippe Goddin, Hergé - Lignes de vie (Moulinsart, 2007), essa sim fundamental do ponto de vista documental, e que consegue equilibrar razoavelmente ser de algum modo oficial e procurar ao mesmo tempo ser independente. A de Peeters - é uma opinião pessoal - é interessante sobre a obra mas nem sempre gere bem a admiração/distância e inclui factos não (com)provados". Estou de acordo, de facto a biografia do Peeters saiu aqui com essa referência da editora, que não é correcta. Erro meu. Também concordo com o seu elogio a Peeters, que tem luz própria no mundo e na história da BD (basta lembrarmo-nos da feliz associação com Schuiten).  Nada a acrescentar.

Segundo ponto. Diz-me ainda que "a propósito da Castafiore, noutro ponto importante, (...), a intervenção de Jacobs na versão a cores do Ceptro de Ottokar foi importantíssima, só que essa aventura ainda foi das que saíram primeiro no Petit XXème a preto-e-branco, em 1938/39, história onde surge, como sabemos, a Bianca Castafiore, precisamente no virar de um ano para o outro. Ora Hergé e Jacobs só se conheceram - segundo todas as fontes - em 1941, e só começaram a trabalhar juntos em 1944, pelo que a criação da soprano não teve naturalmente nada a ver com qualquer influência de Jacobs (que aliás seria perversa - Jacobs adorava ópera e Hergé detestava...)". Tem toda a razão, o lapso também é meu. De facto Edgar P. Jacobs aparece nesta história (a de Georges Remi) só em 1941. Conheço bem a versão a preto e branco de "O Ceptro". É, aliás, uma das provas da aversão anti-totalitária de Hergé (Musstler...). Na versão a cores, o próprio Jacobs, entre outros (Hergé, Germaine etc.), é retratado na festa do palácio do rei da Sildávia... 

Por fim, diz-me ainda: "Estes são os pontos principais, mas permito-me chamar ainda a atenção para outro de carácter geral. A expressão histórias aos quadradinhos não existe «desde as origens», mas ao que tudo indica apenas desde os anos 1940". Também tem razão. Aí trata-se de verdura minha, uma vez que sendo dos anos cinquenta, tenho a memória dos "quadradinhos" como expressão consagrada... Ninguém falava de BD. Só quando me tornei assinante da revista "Tintin" belga passei a usar essa expressão francófona. O seu a seu dono, e quem sabe sabe... 

Agradeço-lhe muito os seus comentários e reparos, Dr. João Paulo Paiva Boléo e devo-me declarar seu fiel leitor e modesto aluno nestes temas. De facto, estas afinidades electivas são um prazer, e o importante é o diálogo que proporcionam. Um forte abraço muito grato do

terça-feira, 29 de maio de 2007

Câmara Clara

Na semana em que Hergé, o célebre criador de Tintim, faria cem anos, o Câmara Clara recebe João Paulo Cotrim e Miguel Portas, dois autores amantes de BD, para uma conversa sobre histórias aos quadradinhos que marcaram gerações, anteciparam acontecimentos e abalaram regimes. Um programa sobre histórias aos quadradinhos que nos fazem viajar pelo mundo, sonhar, tremer e rir. Uma emissão com  muito mais que grandes desenhos e grandes textos: para lá da tradução do percurso ideológico de Tintim por Guilherme d' Oliveira Martins e dos erros científicos de Tintim por Nuno Crato, para lá dos maiores nomes da história universal da BD e dos maiores talentos nacionais no género, trazemos-lhe, ainda, o escritor premiado Arnon Grunberg na sua única entrevista televisiva; a última exposição de Filipe Rocha da Silva; a exuberante cantora Lila Downs e a super-estrela do piano, Lang Lang.

RTP

https://arquivo.pt/wayback/20081021110622/http://camaraclara.rtp.pt/arquivo/070520.htm

+

João Paulo Cotrim, escritor e Miguel Portas, eurodeputado, falam do primeiro contacto que tiveram com o Tintim e ao longo do programa falam da banda desenhada de um modo geral. 06m05: Fotografia a preto e branco de Hergé a desenhar; capa do primeiro suplemento no "Petit vingtième" com "As aventuras de Tintim no país dos sovietes" de Hergé; capa e ilustrações dos livros "Tintim no Congo", "Tintim na América", "O Lótus azul", "O ceptro de Ottokar" de Hergé alternada com declarações de Guilherme d´Oliveira Martins, Presidente do Tribunal de Contas, que traça o percurso ideológico do Tintim; declarações Nuno Crato, cientista e professor, fala dos erros científicos de Tintim, alternado com a capa e ilustrações dos livros "O templo do sol" e "Explorando a lua". 10m51: João Paulo Cotrim e Miguel Portas falam das aventuras de Tintim e do seu criador. 18m17: Capa, comentários e páginas do livro "O Messias dos Judeus" de Arnon Grunberg; declarações de Arnon Grunberg, escritor. 27m30: Capa do livro "A Caçada" de Enki Bilal e Pierre Christin, com comentários e breve resumo feito pelos convidados. 30m11: Breve historial da banda desenhada, provocada pela competição dos jornais em Nova Iorque no início do Século XX; capa e ilustrações do livro "Litte Nemo in Slumberland" de Winsor McCay; desenhos do livro "Le docteur pestue" de R. Toepffer; declarações de Pedro Moura, crítico de BD alternada com imagens da BD de Tarzan, Flash Gordon, Superman, Príncipe Valente, série Spirou, Astérix nos jogos olímpicos, Maus e série Akira. 36m13: Capa dos livros "O Desejo de ser inútil" e "Corto Maltese: a casa dourada de samarcanda" de Hugo Pratt, "O Líbano: entre guerras, política e religião" e "O resto é paisagem" de Miguel Portas. 44m03: Breves imagens e historial da banda desenhada de autores portugueses, contada no livro, que apresenta a capa com o título "Das conferências do Casino à filosofia de ponta: percurso histórico da banda desenhada portuguesa" de João Paulo Paiva Boléo e Carlos Bandeiras Pinheiro; declarações de João Paulo Paiva Boléo, investigador e crítico de BD. 47m34: Capa e desenhos do livro "A Cidade nos Ecos da Semana" de Carlos Botelho; capa da obra "Rafael Bordalo Pinheiro: foto-biografia" de João Paulo Cotrim. 51m55: Capa dos livros "Salazar: agora, na hora da sua morte" de João Paulo Cotrim e Miguel Rocha e "Stuart: a rua e o riso" de João Paulo Cotrim. (...)

Arquivo rTP


Georges Rémi, 22 de Maio de 1907 - 22 de Maio de 2007

Georges Rémi é o nome verdadeiro de Hergé, genial criador de Tintin, e que nasceu faz hoje 100 anos.

Desde miúdo que adoro as aventuras do jovem repórter. Comecei a saboreá-las na mítica revista Tintim, cujo único demérito foi marginalizar entre nós a BD clássica americana, praticamente já só apresentada entre nós no Mundo de Aventuras. A ligação à revista-mãe Tintin e os contratos associados assim o provocaram (...) [LER TUDO]

https://arquivo.pt/wayback/20080215041557/http://www.alamedadigital.com.pt/n8/horizonte.php

COMBUSTÕES

O homem era fascista, que mal tem isso ? - por Miguel Castelo Branco

João Paulo Cotrim, Miguel Portas e Guilherme Oliveira Martins na RTP-2 e até o incansável Marcelo na 1 tratando infantilmente do tópico do dia: Tintin. Uma quase monomania em torno das ligações ideológicas e amizades fascistas de Hergé: obsessão, repetição, estreiteza de informação e visão, manipulação e ausência flagrante de gosto. É verdade, Hergé era fascista, pró-nazi, anti-semita, anti-americano, nostálgico dos universos pitorescos, dos povos irredutíveis e declarado inimigo do comunismo. É-me totalmente indiferente que fosse ou não seguidor de Léon Degrelle, de que, aliás, o jovem e heróico repórter é fiel (...) [LER TUDO]

https://arquivo.pt/wayback/20070830133227/http://www.alamedadigital.com.pt/n8/blogues.php

Manecas

Hoje a ouvir a Paula Moura Pinheiro no Câmara Clara sobre o Hergé, João Paulo Cotrim em conversa com Miguel Portas, lembrou as aventuras do Manecas que até o Lenine foi conhecer ao país dos Sovietes. Antes mesmo do Tintin.

No caso o Manecas, de Stuart Carvalhais o pai da banda desenhada portuguesa, vai conhecer os boches. Mas não se vai deixar enganar, não vai não.

Dias que Voam, 20/05/2007