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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Os Charutos do Faraó (versão fac-similada)

Os Charutos do Faraó (edição fac-similada) - Hergé (Difusão Verbo)

É o facsimil da versão original de “Os Charutos do Faraó”, que reproduz as 124 pranchas a preto e branco, tal como foram publicadas nas páginas do jornal “Le Petit Vingtième”, a partir de 8 de Dezembro de 1932. Para além de cenas omitidas na versão colorida, apresenta pela primeira vez os detectives Dupont e Dupond, aqui ainda sob o nome de código de X33 e X33bis, Rastapopoulos e o nosso compatriota Oliveira da Figueira.

Pedro Cleto, JN, 10/01/2004



Tintim à moda antiga em "Os charutos do faraó"

A Editorial Verbo, responsável pelas edições Tintim em Portugal, resolveu assinalar o 75º aniversário do herói com uma iniciativa bem original: lançou a versão facsimilada de “Os Charutos do Faraó”. Esta história chega assim às nossas mãos tal como saiu originalmente no “Petit Vingtième” entre 1931 e 1934.

É um verdadeiro regresso ao passado de Tintim, já que o reencontramos a preto-e-branco e com um desenho bem mais simples do que surgiria anos mais tarde. Trata-se assim de uma excelente oportunidade para revisitar uma história marcante na série Tintim pois foi a primeira em que houve um argumentos com verdadeira intriga, ao contrário dos mais simples Tintim na América ou no Congo.

Tem ainda um significado especial para nós já que é a primeira aventura em que aparece o senhor Oliveira da Figueira, um vendedor português que mereceu outras atenções em álbuns posteriores. Também surgiram em estreia os polícias gémeos Dupont e Dupond e o milionário Rastapopulos.

Droga, maldições...

Em “Os Charutos do Faraó” Tintim e Milu caem sem saber no meio de uma história de tráfico de droga, quando estava envolvido na descoberta de uns túmulos egípcios. Do Egipto até à Índia, provando a sua vocação de viajante, vai enfrentar diversos perigos, como maldições mortais, clãs secretos e traficantes sem escrúpulos.

“Os Charutos do Faraó” são a quarta aventura de Tintim, depois das histórias na Rússia, no Congo e na América. O álbum custa cerca de 18 euros.

Rui Azeredo, Comércio do Porto, 10/01/2004


Tintim nos anos 30

A obra de Hergé é o mais próximo que em banda desenhada se pode encontrar do work in progress. Vários títulos foram sendo retocados, mais ou menos profundamente, ao longo dos anos, sobretudo após a editora Casterman iniciar o lançamento da série em álbuns de 64 páginas a cores, nos primeiros anos da década de 40, optando por um formato que se mantém até aos dias de hoje. Essa decisão conduziu Hergé a reformular todas as aventuras iniciais de Tintim, excepto o mal amado Tintim no País dos Sovietes, que ele entendeu ser demasiado ingénuo e preferiu deixar cair.

Aliás, foi por causa desse ambiciosíssimo projecto de reformulação das aventuras iniciais do pequeno repórter que o caminho de Hergé se cruzou com o de Edgar Pierre Jacobs, autor essencial na reelaboração da mise en scène e na transformação de histórias de centena e meia de páginas em álbuns de 62 pranchas. Esse trabalho, sempre supervisionado pela mão férrea do criador de Tintim, seria posteriormente continuado pela equipa que viria a constituir os Studios Hergé, já na década de 50. E é esse processo hercúleo que permite a constituição do próprio conceito de linha clara - uma legibilidade e elegância extrema de traço; uma planificação cinematográfica com enorme atenção ao detalhe; uma coerência de estilo, enfim, que percorre todas as 22 aventuras canónicas de Tintim.

Com as revistas originais onde Tintim foi publicado antes das várias operações plásticas transformadas em valiosíssimos itens de colecção, a Casterman acabou por se decidir a lançar, na primeira metade dos anos 80, edições fac-similadas das versões originais de Tintim, de forma a satisfazer os admiradores mais ferranhos da série. Ao todo são nove os títulos fac-similados, de Tintim no País dos Sovietes a O Caranguejo das Tenazes de Ouro. A aventura de Tintim na União Soviética já estava editada entre nós pela Verbo, mas a publicação em Portugal da versão original de Os Charutos do Faraó é um marco: o público português pode finalmente comparar as duas versões da história e entreter-se a detectar as suas imensas diferenças.

Os Charutos do Faraó, quarta aventura de Tintim,é um bom modo de iniciar a edição dos livros originais (embora não se saiba se a Verbo está decidida a publicar os restantes sete tomos, já que só tem previsto para 2004 o lançamento de Tintin et l'Alph-Art, a obra inacabada de Hergé), porque se trata do primeiro grande trabalho do autor belga. Não é tão bom quanto o álbum que se seguirá - a obra-prima O Lótus Azul -, mas está já a anos-luz de Tintim no Congo e Tintim na América, obras ainda a tactear a linguagem da BD, e onde o que sobra em preconceitos falta em documentação.

É também neste livro que surgem pela primeira vez três das personagens mais emblemáticas da série: o temível Rastapopoulos e os detectives Dupond e Dupont, que aqui ainda se chamam X33 e X33 bis, são ligeiramente mais inteligentes do que se revelarão no futuro e ainda não dizem as frases em eco. Já agora: é também aqui que aparece o comerciante lisboeta Oliveira da Figueira, e há uma frase de Milu que se perderá na versão de 1955: «Um português? Os portugueses estão sempre bem-dispostos! Boa! Vamo-nos divertir.»

Seria impossível listar aqui todas as diferenças entre edições, de tantas que são - 116 pranchas passam para 62, e o original tem por página cerca de metade das vinhetas -, mas vale a pena realçar que não se trata apenas de uma melhoria gráfica. A própria história tem alterações significativas, sempre para melhor. Afinal, quando Os Charutos do Faraó foi reformulado Hergé era já um mestre incontestado da banda desenhada.

João Miguel Tavares / Diário de Notícias. 02/02/2004

Aventuras originais de Tintin chegam a Portugal : Versão facsimilada de “Os Charutos do Faraó” já disponível

A Editorial Verbo, detentora dos direitos das aventuras de Tintin para Portugal, acaba de editar o facsimil da versão original de “Os Charutos do Faraó”, com 124 pranchas a preto e branco, tal como foram publicadas nas páginas do jornal “Le Petit Vingtième”, a partir de 8 de Dezembro de 1932.

Estas edições, iniciada há alguns anos no mercado franco-belga, permitem aos admiradores da obra de Hergé - e não só - a descoberta das versões originais das histórias que têm encantado gerações de leitores em todo o mundo. As principais razões para a existência de duas e, nalguns casos, três versões da mesma aventura são a pressão, a partir de 1940, por parte da Casterman, a editora original da obra, para que Hergé uniformizasse as aventuras de Tintin em álbuns coloridos de 62 páginas, e a constante busca da perfeição e da autenticidade por parte do autor, o que o levou a redesenhar diversos álbuns para os actualizar ou expurgar de aspectos menos conseguidos ou capazes de ferir eventuais susceptibilidades.

“Os Charutos do Faraó”, é o quarto álbum protagonizado por Tintin, e foi “construído semana após semana, sem sombra de um argumento pré-concebido, representando a quinta-essência do registo folhetinesco, no qual encontramos numerosos temas chave do romance popular: uma maldição misteriosa, uma temível sociedade secreta, um génio do mal de identidade desconhecida, o veneno que enlouquece e tráficos de todo o género”, escreveu Benoit Peeters, um estudioso da obra de Hergé. Nele surgem pela primeira vez os detectives Dupont e Dupond, aqui ainda sob o nome de código de X33 e X33bis, e também o malvado Rastapopoulos e o nosso compatriota Oliveira de Figueira.

Na transição do preto e branco para a cor, as diferenças mais significativas entre as duas versões agora disponíveis em português passam pelo desaparecimento dos textos de apoio, pela correcção das incongruências em termos de sentido do movimento, pela maior dinâmica e equilíbrio da narrativa, devido à remontagem que a redução do número de páginas implicou, pela perda de ingenuidade e apuramento do humor, pela perda de protagonismo dos Dupond/t e pela alteração ou mesmo corte de algumas cenas, nomeadamente as duas em que Tintin era ameaçado por serpentes. Como curiosidade, refiram-se dois “anacronismos” da versão colorida: o primeiro, a homenagem a E.P: Jacobs, presente num dos sarcófagos na pirâmide, que Hergé ainda não conhecia em 1932; a segunda, o álbum “Rumo à Lua” que o xeque mostra a Tintin, escrito apenas em 1950!

Pedro Cleto, JN, 25/10/2003


imagens https://www.bedetheque.com/BD-Tintim-As-aventuras-de-Fac-simile-Os-charutos-do-farao-424270.html

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Há muito tempo, queria mostrar esta versão de As Aventuras de Tintin: Os Charutos do Faraó que saiu apenas em Portugal, no ano de 2003.

A publicação traz a versão fac-simile que reproduz a edição de 1934 que foi publicada no suplemento infantil Le Petit Vingtième, parte integrante do periódico belga Le Vingtième Siècle.

São incríveis 129 páginas em preto e branco, mostrando uma história diferente daquela colorida que está à venda, hoje em dia, nas livrarias de todo o mundo.

Nesta aventura, Tintin se encontra envolvido, à revelia, com o tráfico de drogas. Isso o levará a enfrentar perigosos bandidos, passando pelo Egito e Índia. Tintin encontrará figuras mais tarde vistas em outras de suas empolgantes narrativas, como: o vilão Rastapopoulos, os atrapalhados detetives Dupont e Dupond, o português Senhor Oliveira da Figueira, entre outros.

A HQ tem a marca do antigo editor lusitano do personagem, a VERBO, que perdeu os direitos do herói para a ASA. Este luxuoso Os Charutos do Faraó (Les Cigares du Pharaon).

E me desculpem por não escrever Tintin com a letra M no final, como está impresso na capa da HQ, mas simplesmente, não consigo! Sigo o nome, de acordo com o original.

Se a crise brasileira não te afetou ainda, vale a pena comprar o livro, se conseguir achá-lo!

Por PH / Tujaviu, 2016/07

Nota: Curiosamente foi um dos 3 volumes fac-similados lançados em 2016 pela Globo Livros


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Tintin #4 – Os Charutos do Faraó

Hergé (argumento e desenho)

Edições ASA (Portugal, Setembro de 2010)

160 x 220 mm, 142 p., cor, cartonado

4 (ou talvez mais...) +1 Razões para ler este álbum [na nova versão da ASA]

1. A longa sequência inicial (até à página 32!), plena de movimento, acção, perseguições, mistério, suspense e humor! A mestria de Hergé no seu melhor no que à legibilidade e sequência narrativa diz respeito.

2. Duas sequências notáveis que fazem parte do melhor que Hergé fez em Tintin:

2a. O percurso no túmulo do faraó Kih-Oskh (pp.7-9), no qual Tintin descobre o seu próprio sarcófago e tem uma horrível alucinação provocada pela droga que o fazem inalar. Uma (curta e inesperada) mas autêntica sequência de terror!

2b. A bem construída cena da reunião da sociedade secreta (pp. 53-56) pelo elevado suspense criado e pela forma simples mas brilhante como é resolvida.

3. Pelas três cenas invulgares e de todo inesperadas no Tintin (sóbrio e mais adulto) que (mais tarde) nos habituámos a (re)conhecer (e a admirar):

3a. Tintin a “falar” com os elefantes (pp. 34-37);

3b. O artificio utilizado pelo herói para saltar o muro do hospício (p. 46);

3c. A forma como o repórter domina o tigre que ataca o marajá de Rawhajpoutalah (p. 51).

4. Porque, apesar de algumas derivações, esta é a primeira aventura de Tintin que segue uma linha condutora sólida e bem desenvolvida, desde o início até ao final.

Pedro Cleto, 11/11/2010

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

75 anos de Tintin - 2004

A Associação Juvemedia e a Biblioteca Municipal Almeida Garrett organizaram, em 2004, a exposição Bibliográfica "75 Anos de Tintin" que esteve patente, de 10 de Janeiro a 21 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto.






Juvebedê nº 29 - Maio 2004

O JuveBêdê sofre mais umas remodelações, desta vez no grafismo do título e algumas mudanças na paginação, da responsabilidade de Paulo Fernandes. Nesta edição os destaques editoriais foram para o 31.º Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, um novo artigo sobre os selos e a BD, a Exposição “Bandas Desenhadas de Arlindo Fagundes” em Braga e a Exposição Bibliográfica “75 anos de Tintin”, realizada no Porto. E foi precisamente o tema dos 75 anos da mítica personagem belga o grande ênfase deste número, com um artigo de duas páginas e o Tintin a fazer capa.


artigo de 2 páginas da autoria de Miguel Coelho muito focado na bibliografia de Tintin e com alguns recados para a Verbo por não estar a aproveitar a efeméride.



 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Tintin em Portugal

Para comemorar os 75 anos de publicação de Tintin em Portugal, CARLOS GONÇALVES escreveu um estudo que seria publicado na forma de encarte pela editora portuguesa ASA, acompanhando a nova coleção das aventuras de Tintin lançada por ela. Acontece que a Fundação Moulinsart, dona dos direitos de Tintin, não aprovou a inclusão do encarte junto aos álbuns (...)

AS PERSONAGENS DE HERGÉ

Só em ‘L’Etoile Mystèrieuse’ o Capitão Haddock terá um papel à sua altura, embora em ‘Le Crabe Aux Pinces d’Or’ ele tenha surgido pela primeira vez. Quase acabaria por arrebatar a Tintin o papel principal, no desenrolar da ação de cada história. (...)

A REVISTA “TINTIN” PORTUGUESA

Quando a revista “Tintin” portuguesa surgiu a 1 de junho de 1968, nos escaparates do nosso país, o seu aspecto gráfico logo viria a conquistar inúmeros leitores. A acrescentar a sua beleza de cores e ao seu papel de excelente gramagem, viria o seu leque de personagens apresentadas (algumas conhecidas, outras não), a qualidade dos seus desenhos e os seus excelentes argumentos, além das aventuras de Tintin, que seriam o maior triunfo da publicação. Evidentemente que as outras personagens iriam ajudar igualmente a revista a manter o seu êxito. Era pois uma panóplia de razões para que a longevidade da revista fosse assegurada desde o seu início e os 15 anos que completaria no seu itinerário editorial foi o resultado de um grande sucesso entre todos os leitores portugueses. Claro que para isso contribuiu muito também a orientação de Dinis Machado e de Vasco Granja, mais tarde.

OS ÁLBUNS PUBLICADOS EM PORTUGAL

Os álbuns com as aventuras de Tintin chegariam muito tarde ao nosso país, embora inicialmente tivéssemos acesso às edições brasileiras da Flamboyant/Editorial Aster e Record em capa dura e mole. O primeiro álbum de Hergé que seria editado em Portugal seria “O Vale das Cobras” de Jo, Zette et Jocko, em 1981. Posteriormente seriam publicadas as outras 4 aventuras destas personagens. Em 1985, já iremos ter acesso às aventuras de Quick et Flupke e de Jo, Zette et Jocko nas páginas da revista “O Correio Juvenil”, também editada pela Verbo. Só em 1988 apareceriam os álbuns de Tintin lançados por aquela editora. O primeiro seria “A Ilha Negra”, seguindo-se de “O Ceptro de Ottokar”. Depois, ao longo dos anos, seriam lançados todos os títulos das aventuras deste herói, incluindo algumas a preto e branco. Em paralelo a Verbo publicaria 12 pequenos álbuns com os episódios de Quick et Flupke também.

A partir de 19 de setembro de 2003 e até 27 de fevereiro do ano seguinte, numa parceria com o jornal “Público” e da Verbo, foram editadas as 24 aventuras da nossa personagem, a um ritmo semanal, igualmente com êxito. Presentemente a Asa/Leya publica de novo as aventuras de Tintin, desta vez em menor formato, tal como foram de novo publicadas originalmente.

Todos os álbuns de Tintin são e serão sempre um sucesso, já que muitas vezes além de serem lidos por novas gerações, voltarão a sêlo de novo mais uma série de vezes não só pelos mais jovens como pelos adultos.

TINTIN NOS JORNAIS PORTUGUESES

Não será novidade para ninguém que muitas personagens célebres da Banda Desenhada tiveram os jornais a apoiá-los e a divulgá-los de uma forma mais ou menos intensa. Os norte-americanos sempre foram especialistas nesse campo e seriam nos seus jornais que apareceriam inicialmente muitas aventuras de heróis que acabariam por alcançar grandes sucessos. Com o Tintin não aconteceria isso, já que em Portugal as suas aventuras publicadas nos jornais iniciaram-se em tiras (o que provocaria muito impacto junto do público, pois as suas aventuras foram criadas em pranchas e é assim que deverão ser lidas). No entanto, seria o jornal “Diário de Notícias” a publicar essas mesmas tiras a partir de 8/12/1971 até 11/8/1975, tendo apresentado 10 histórias desde ‘O Mistério da Orelha Quebrada’ até ‘O Mistério das Latas de Conserva’, passando pelas aventuras de ‘A Estrela Misteriosa’, ‘A Ilha Negra’, ‘O Templo do Sol’ e outras. “O Comércio do Porto” também arriscaria em publicar de 24/2/1974 a 5/6/1975, mas desta vez em meias pranchas e pranchas, algum material, mas com muitas falhas na sua periodicidade. Mais tarde e de novo “O Diário de Notícias” publicou de 8/3/1981 a 30/5/1982 a história ‘Tintin na Lua’, igualmente em pranchas.

Finalmente o jornal “O Independente”, em 1995, publicaria duas séries de fascículos a cores e em pranchas as seguintes histórias de Tintin: ‘As Sete Bolas de Cristal’, ‘O Templo do Sol’, ‘O Segredo do Licorne’ e ‘O Tesouro de Rackham O Terrível’ na primeira série, e ‘No País do Ouro Negro’, ‘Rumo à Lua’ e ‘Explorando a Lua’ na segunda. Duas capas cartonadas para encadernar cada série foram oferecidas aos leitores do jornal

AS AVENTURAS DE TINTIN EM PORTUGAL POR REVISTA

Títulos Revistas Nºs das Revistas e Datas Títulos Originais

Tintin na América “O Papagaio” 53 (16/4/36) ao 110 (20/5/37) Tintin en Amérique

Aventuras de Tim-Tim no Oriente “O Papagaio” 115 (24/6/37) a 161 (12/5/38) Les Cigares du Pharaon

O Lótus Azul “O Papagaio” 166 (16/6/38) ao 205 (16/3/39) Le Lotus Bleu

Tintin em Angola “O Papagaio” 209 (13/4/39) ao 244 (14/12/39) Tintin au Congo

A Orelha Quebrada “O Papagaio” 247 (4/1/40) ao 298 (26/12/40) L’Oreille Cassée

A Ilha Negra “O Papagaio” 301 (16/1/41) ao 359 (26/2/42) L’Ile Noire

Tintin no Deserto “O Papagaio” 366 (16/4/42) ao 426 (10/6/43) Les Crabe aux Pinces

(...)

QI - Quadrinhos Independentes nº 114, Março/Abril 2012

http://www.marcadefantasia.com/ego/qi/qi111-120/qi114/qi114.pdf

https://www.marcadefantasia.com/ego/qi/qi111-120/qi114/qi114.pdf





Edição 2019  - 90 anos de Tintin, 112 anos do nascimento de Hergé, 50 anos Apollo 11


https://www.marcadefantasia.com/ego/livros-revistas/outras_edicoes/tintin_em_portugal/tintin_em_portugal.pdf

versão Largo dos Correios

50 - 1 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/07/25/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta/

51 - 2 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/01/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-um/

52 - 3 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/08/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-dois/

53 - 3 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/15/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-tres/

57 - 4 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/09/12/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-sete/

54 - 5 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/22/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-trinta-e-um/

55 - 6 -https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/08/29/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-cinco/

56 - 7 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/09/05/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-seis/

58 - 8 - https://largodoscorreios.wordpress.com/2018/09/19/a-bd-vista-por-carlos-goncalves-cinquenta-e-oito/
 

quarta-feira, 26 de julho de 2023

O Repórter em Sintra - 2004


MUSEU DO BRINQUEDO LEMBRA 75 ANOS DE TINTIN

O Museu do Brinquedo, em Sintra, promove até ao próximo dia 29 (de agosto de 2004), uma exposição comemorativa dos 75 anos de ‘Tintim’.

CM, 10/08/2004

“O Repórter em Sintra”

Exposições Temporárias

Exposição comemorativa dos 75 anos de Tintim, intitulada “O Repórter em Sintra”, composta por peças do Museu do Brinquedo (fundação Arbués Moreira) e do coleccionador Alberto Gonçalves.

Esta exposição estará presente ao público de 28 de Março a 29 de Agosto de 2004, na sala de exposições temporárias do Museu do Brinquedo de Sintra. A inauguração foi no dia 27/03/2004.

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O Museu do Brinquedo, em Sintra, vai ser palco de uma exposição comemorativa dos 75 anos de Tintim, intitulada “O Repórter em Sintra”, composta por peças do próprio Museu e do coleccionador Alberto Gonçalves, de 28 de Março a 29 de Agosto.

Esta exposição inclui uma enorme variedade de items. Desde brinquedos criados a partir dos vários personagens da banda desenhada de Hergé, primeiras edições portuguesas, edições raras, peças de decoração, jogos educativos, capas de fascículos até aos desenhos originais de Hergé, com motivos de Natal, Páscoa e outros.

“O Repórter em Sintra” inclui ainda calendários com desenhos exclusivos (nunca publicados noutras formas e não incluídos nas aventuras publicadas), e edições mais recentes do ilustre repórter.

Esta exposição estará presente ao público de 28 de Março a 29 de Agosto, na sala de exposições temporárias do Museu do Brinquedo de Sintra.

https://tintinemportugal.blogspot.com/2011/07/convite-para-exposicao-o-reporter-em.html

Museu do Brinquedo

Rua Visconde de Monserrate, 28 - 2710-591 Sintra (ENCERRADO desde agosto de 2014)

Os brinquedos que integravam a colecção do museu faziam parte de uma recolha feita ao longo de mais de 40 anos pelo coleccionador João Arbués Moreira. Partindo dos seus próprios brinquedos, começou a coleccionar, atingindo um número de mais de 20.000 brinquedos diferentes. Criada em 1987, a Fundação Arbués Moreira ficou com o legado de toda a colecção, tendo celebrado um acordo com a Câmara de Sintra, em 1989, para a cedência de um espaço para a instalação do Museu do Brinquedo de Sintra.

TOYBROKER

Para quem não sabe ou não anda por cá há assim tanto tempo, o Ricardo Leite (Toybroker) foi comissário da exposição "75 anos de Tintin" no Festival Internacional de BD da Amadora em 2004. 

Antes disso, já tinha feito a 1ª exposição de artigos Tintin em Portugal, mais exactamente no extinto Museu do Brinquedo de Sintra (no ínicio do mesmo ano), em colaboração com outro tintinófilo conhecido, da cidade invicta e proprietário de loja de BD que se recomenda - Alberto Gonçalves da casa "Tintimportintim".

Depois disso, organizou também uma exposição no Hotel Sheraton, para a Câmara de Comércio Luso-Belga, em 2007, integrada na Semana da Gastronomia Belga e Luxemburgesa. Nesse mesmo ano tinha organizado uma pequena exposição, comemorativa do nascimento de Hergé, em Cascais, na Biblioteca Municipal.

Já agora e a título de curiosidade, o cartaz da expo "O Repórter em Sintra", no Museu do Brinquedo em 2004 com a silhueta de Tintin e Milu a caminho do Palácio da Pena, é um "pastiche" feito pelo Ricardo para a mesma. Embora não se considere autor de BD, fez mais umas incursões na 9ª Arte, inclusive uma homenagem a Tintin, incluida no Fanzine "Efeméride" de Geraldes Lino. 

Conheci o Ricardo Leite há cerca de 20 anos, andava ele a pensar organizar uma exposição dedicada ao coleccionismo STAR WARS, no Museu do Brinquedo, que acabou por se concretizar em 1999, por ocasião da estreia do Episódio 1. Colaboramos juntos em múltiplas exposições dentro da temática do brinquedo com maior ênfase no universo Star Wars onde inclusive, juntamente com o Gastão Travado entre outros, fizemos a que foi provavelmente a maior exposição de merchandising sobre a temática alguma vez feita em Portugal. Partilhamos o gosto pelos brinquedos e muito tenho aprendido com ele (e ele comigo apesar de lhe ser mais difícil admitir… LOLLL).

David Ribeiro, Mundo das Figuras Em PVC, 12/10/2018

ALGUMAS EXPOSIÇÕES:

+ BRINQUEDOS DE BD - 15 de Janeiro a 8 de Abril de 2004 - CNBDI 

+ 1ª exposição de artigos Tintin em Portugal - Museu do Brinquedo de Sintra - 2004

+ expo FIBDA 2004 "75 anos de Tintin"

+ Cascais - 2007

A partir de hoje, dia 10 de Setembro de 2007, a Rede de Bibliotecas de Cascais, assinala o centenário do nascimento, de Georges Remi (Hergé), criador da personagem de banda desenhada, Tintim.

Na Biblioteca Municipal, Casa da Horta da Quinta de Santa Clara, em Cascais, vai estar patente a exposição, «Hergé, vida e obra do Pai de Tintim», constituída por objectos da colecção de Ricardo Leite, com miniaturas dos personagens, publicações raras e censuradas, réplicas de automóveis e de um barco.

https://www.guiadacidade.pt/pt/art/centenario-do-nascimento-do-criador-de-tintim-16164-11

A Rede de Bibliotecas Municipais de Cascais homenageia este mês o centenário do nascimento do criador de Tintim, o belga George Remi (mais conhecido por Hergé) (...).

Na Biblioteca Municipal de Cascais - Casa da Horta da Quinta de Santa Clara está "Hergé: vida e obra do pai de Tintim", uma exposição na qual poderá encontrar diversos objectos da colecção pertencente a Ricardo Leite (coleccionador de miniaturas de BD), entre livros raros e censurados, personagens em PVC e articuladas, entre outros.

Bedeteca, 24/09/2007

+2015 Salão de Brinquedo em Lisboa

http://tintinemportugal.blogspot.com/2015/02/salao-do-brinquedo-em-lisboa.html

+ Também organizou em 2018 o encontro de coleccionadores "Brocante Tintin" no Tintim Café da Av. Roma.

http://tintinemportugal.blogspot.com/2018/10/mercado-de-coleccionismo-tintim.html

+ Lucky Luke 2021

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Viriato Teles

TINTIM POR TINTIM [18.1.2004]

Esta semana, Tintim fez 75 anos. Os jornais de todo o mundo deram-lhe honras de primeira página, os intelectuais exultaram, os políticos e a sociedade civil desdobraram-se em congratulações. A verdade, porém, é que o êxito das aventuras do repórter do Petit Vingtième é um enigma só comparável ao mistério das pirâmides. Se não, vejamos:

O Tintim é um chato: não bebe, não fuma, não nada.

O Tintim é um reaccionário: além de anticomunista primário é frequentemente racista e de um moralismo atroz.

O Tintim é um ser de sexualidade duvidosa: não se lhe conhece uma namorada e os seus melhores amigos são um bêbedo fedorento (o Capitão Hadock), um cientista maluco (o Professor Girassol) e um cachorro larilas (Milu).

O Tintim não gosta de música: Castafiore, a única mulher do universo tintiniano, é muito provavelmente a responsável pela conversão de Santana Lopes aos violinos de Chopin.

O Tintim é uma fraude: diz-se repórter, mas nunca escreveu uma linha...

Mas o pior de tudo é que, mesmo assim, eu também o li. Todo.

Viriato teles

https://arquivo.pt/wayback/20040405235945/http://viriatoteles.com.sapo.pt/principal.htm

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Livros de autocolantes

As edições ASA lançaram em 2003 dois livros de autocolantes reutilizáveis.

Tintin Em Moulinsart


Tintin no Mar


Edições ASA

Dois álbuns de pequeno formato, com autocolantes reutilizáveis, que servem de base para divertidos jogos de observação e são um desafio à imaginação de cada um, ao mesmo tempo que permitem aos mais novos (e aos muitos fanáticos da obra de Hergé) (re)criarem cenas, diálogos e episódios das mais marcantes aventuras de Tintin, Milu, Haddock Tournesol e dos restantes companheiros que preencheram o imaginário de sucessivas gerações.

Pedro Cleto, JN, 10/01/2004

Autocolantes reutilizáveis

Autocolantes reutilizáveis / Hergé. - 1ª ed. - Porto : Asa, 2003-. - v. : il. ; 25 cm. - [1º v.]: Tintin no mar. - [16] p. [2º v.]: Tintin em Moulinsart. - [16] p. - A partir dos 5 anos. - ISBN 972-41-3238-2. - ISBN 972-41-3239-0

Link persistente: http://id.bnportugal.gov.pt/bib/bibnacional/1159013 

domingo, 26 de setembro de 2004

Tintim e a Alph-Art

Editorial verbo comemora os 75 anos de Tintim com a publicação de um álbum facsimilado, que reproduz a edição de 1934 publicada no “Petit Vingtième”- “Os Charutos do Faraó” e com a edição de um livro muito especial “Tintim e a Alph-Art”!

Tintim e a Alph-Art é o último trabalho do criador de Tintim. Trata-se de um álbum com uma «quase» aventura, uma série de pranchas onde se vê o desenho e o texto do que, com tempo, haveria de ser mais um álbum para os fãs de Tintim.

Aqui se encontram muitos personagens já conhecidos de outras histórias, implicados desta feita numa intriga que envolve o mundo da arte moderna. Apesar de incompleta, não faltam a esta aventura os ingredientes habituais de humor, os trocadilhos, as críticas inteligentes, as alusões a factos verdadeiros e os mal-entendidos, que geram sempre, por parte do leitor, reacções de surpresa e de gargalhada.

É um livro inédito, indispensável a qualquer fã, coleccionador ou apreciador da obra de Hergé!

Este álbum inédito é publicado por ocasião do 75º aniversário do nascimento do famoso personagem  

Tintim e a Alph-Art

AUTOR Hergé

EDITOR Difusão Verbo

62 págs., € 10,99

Que mais há ainda a conhecer sobre Hergé e a sua mais notável criação, o famoso repórter Tintin? A resposta é este álbum, que vem completar a edição portuguesa das aventuras do herói. Discretamente, o editor refere na capa que é o "argumento" de uma derradeira história que o criador belga já não pode acabar, integrando a totalidade dos diálogos e algumas das pranchas esboçadas a lápis. É uma obra indispensável para fãs e admiradores incondicionais, mas de interesse um pouco mais problemático para leitores comuns que procuram sobretudo o prazer da aventura e do entretenimento nas histórias aos quadradinhos.

Fugas Público, 25/09/2004

A derradeira aventura

Um pouco de história: a 3 de Março de 1983, Hergé falecia na Bélgica, aos 75 anos, vítima de leucemia e deixava incompleta aquela que deveria ser a 24.ª aventura de Tintin, o mais célebre repórter dos quadradinhos - mesmo se foram poucas as linhas por si escritas.

Eram apenas 42 páginas, só esboçadas, aqui e ali com o desenho um pouco mais avançado, ainda com indecisões de nomes, nalguns casos com sequências alternativas.

Em termos de argumento e diálogos, a obra estava mais adiantada, mas terminava igualmente nas primeiras quatro vinhetas da página 42. Nelas, Tintin encontra-se em situação desesperada, avançando devido à pressão de uma pistola nas suas costas, sendo o seu destino... a imortalidade. Não como o célebre herói de BD que é, mas transformado em estátua, quando o seu corpo for coberto com poliéster líquido, para ser trabalhado por um famoso escultor.

Isto porque, em "Tintim e a Alph-Art", o herói evolui no meio da pintura moderna. A arte foi, aliás, um dos temas que apaixonou Hergé no final da sua vida, enfrentando um bando de falsificadores e traficantes de arte, liderados por um místico que, a ter continuado a história, acabaria por se revelar um dos seus grandes inimigos, o pérfido Rastapopoulos.

Para acalmar os rumores de uma eventual conclusão da obra pelos seus colaboradores, três anos depois, em 1986, era editado um álbum com dois cadernos: um, reproduzia as 42 páginas esboçadas por Hergé; o outro, continha a transcrição dos diálogos. A partir dele, rapidamente surgiram no mercado, a preços exorbitantes e com pequenas tiragens, diversas versões pirata "finalizadas" da história, algumas das quais ainda circulam na internet.

No início deste ano, a 29 de Janeiro, aproveitando o pretexto dos 75 anos de nascimento de Tintin, e tentando revitalizar um catálogo onde há muito faz falta uma novidade, foi editado em França, no formato habitual e ao mesmo preço da restante colecção (tal como a Verbo faz agora no nosso país), "Tintin e a Alph-Art", que reproduz as tais 42 pranchas e transcreve os respectivos diálogos. O volume foi enriquecido com alguns documentos entretanto descobertos, quase todos respeitantes a uma fase mais inicial da obra. Aí, Hergé explorava ainda diversas possibilidades temáticas, nomeadamente o tráfico de droga.

E mesmo estando a história numa fase tão embrionária, uma justificação surge de imediato para a edição: descobrir a forma de trabalhar de Hergé. Como ele ia esboçando a narrativa, como aqui e ali uma ou outra imagem ganhava mais importância, levando-o a aperfeiçoá-la ainda no esboço, como as ideias iam surgindo, sendo postas de parte ou integradas no relato, obrigando, quantas vezes, a renumerar as páginas.

E ver, igualmente, a sua forma de desenhar, repetindo o traço diversas vezes, de forma sobreposta, até encontrar a versão ideal que, mais tarde copiaria, por decalque, para o original.

Há também um princípio de história - quase dois terços de um álbum - escrito já de forma consistente, com diálogos que, em muitos casos, se adivinham definitivos, com um fio condutor consistente e capaz de prender o leitor que chega à fatídica página 42, em que tudo fica em suspenso - desta vez para sempre -, sem se saber qual a sorte do herói. Mas confiando que ele se irá libertar, mais uma vez, de uma situação delicada e aparentemente irresolúvel.

Como nas outras 23 apaixonantes aventuras, que Hergé escreveu e desenhou, muitas delas autênticas obras-primas, que fizeram de Tintin um dos ícones mais celebrados da banda desenhada e do século XX.

F. Cleto e Pina, JN, 22/08/2004

http://jn.sapo.pt/2004/08/22/cultura/a_derradeira_aventura.html

terça-feira, 14 de outubro de 2003

Ano Tintin

2003 celebra Hergé

Correu o mundo e foi à Lua 15 anos antes de Neil Armstrong, pela mão de Hergé, Tintim tornou-se um herói e mudou o mundo da banda desenhada. Duas décadas depois da sua morte, o autor belga continua a viver através das aventuras do pequeno repórter e multiplicam-se as homenagens, os estudos e as biografias.

A capital europeia da banda desenhada banda desenhada (BD), Angoulême (França) rebatiza, este mês, uma das suas ruas centrais com o nome de Rua Hergé. Uma prova de que Hergé e Tintim estão empatados em termos de notoriedade.

Herói acidental

Tintim já tem 72 anos, nasceu na Europa, numa época em que as histórias em quadrinhos na Europa ainda estavam em fase pré-histórica. O repórter veio à luz no dia 10 de Janeiro de 1929, em Bruxelas, na Bélgica, mais precisamente num suplemento juvenil do Jornal "Le Petit Vingtième" pela mão de Georges Remi.

Georges usava o pseudônimo de Hergé, que o deixou famoso. Her é o som em Francês da letra R de Remi, e Ge de Georges. Os estudiosos do personagem garantem que Tintim teria sido o repórter que autor não conseguiu ser. "Naquela época, o arquétipo do jornalista era o de um grande viajante, como Albert Londres ou Joseph Kessel, e meu pai queria que eu fosse um pouco o sósia deles", admitiu o criador ao contar o nascimento casual de Tintim, numa entrevista à revista "Lire", em 78.

Em busca da perfeição

Tudo começou com "Tintim no País dos Sovietes" em 1929, seguido de outros 22 títulos e uma obra inacabada "Tintin and Alpha-Art", publicada em 1986 . A obra sofreu uma uniformização: uma redução para 62 páginas e uma intervenção cosmética com algumas das primeiras histórias redesenhadas e coloridas à excepção do primeiro livro.

Pouco atento à veracidade histórica das aventuras de Tintim, Hergé muda de atitude em "Lótus Azul" quando conhece Tchang Tchong-jen, um estudante chinês, que o alerta para a necessidade de uma fundamentação rigorosa das aventuras de Tintim. Quase todos os livros da década de 40 são considerados no mundo da BD obras-primas, principalmente os "visionários" álbuns lunares.

Da Terra à Lua

O reconhecimento do papel revolucionário de Hergé no desenvolvimento da banda-desenhada e no estabelecimento de regras básicas é inegável. Um feito memorável, sobretudo porque foi conseguido através de um jornalista que nunca escreveu uma linha, sempre um bom samaritano e que percorreu várias vezes o mundo árabe e desertos, a Ásia Oriental, a América Latina, a Europa Balcânica, os EUA, a África, e até mesmo... a Lua.

Cristina Alves, Expresso, 07/01/2003

https://arquivo.pt/wayback/20050701145629/http://www.bedeteca.com/index.php?pageID=recortes&recortesID=753

Tchang, o amigo de Hergé e... Tintin! Obra sobre Tchang-Tchong Jen apresentada hoje. Lançamento faz parte das comemorações do “Ano Tintin”.

Hoje, dia 17 de Março, as Éditions Moulinsart vão apresentar o livro “Tchang! Comment l’amitié déplaça des montagnes”, uma completa biografia de Tchang-Tchong Jen, o amigo chinês de Hergé. O seu lançamento é a primeira grande edição daquilo que se convencionou chamar o “Ano Tintin”, iniciado no passado dia 3 de Março, com o assinalar dos 20 anos da morte de Hergé e que se concluirá em Janeiro de 2004, quando se celebrarão os 75 anos da publicação da primeira prancha das aventuras de Tintin.

De Tchang, até hoje, apenas se conheciam os aspectos da sua vida relacionados com Hergé: o encontro dos dois, em 1934, quando o abade Gosset sugeriu a Hergé que se documentasse sobre a China, antes de para lá enviar Tintin; a sua contribuição para a história e a escrita dos caracteres chineses reproduzidos em algumas legendas de “O Lótus Azul”; a sua inclusão, como personagem, neste álbum, ao lado de Tintin; o seu salvamento, após um desastre de avião, em “Tintin no Tibet” (1958), cujo trama tem por base a grande amizade entre as duas personagens de papel e serviu a Hergé para expurgar fantasmas pessoais; o seu reencontro com Hergé, em 1981, após longos anos de contactos diplomáticos para que as autoridades chinesas o autorizasse a sair do país.

O livro lançado hoje, cinco anos após a sua morte, a 10 de Outubro de 1998, para além de aprofundar estes aspectos, revela especialmente o homem e o artista (pintor e escultor), por trás do homónimo do amigo de Tintin, em paralelo com as mudanças que sofreu a China na qual viveu durante quase um século (1907-1998) e que afectaram sobremodo a sua existência, passando de autor conceituado e respeitado a proscrito pela Revolução Cultural de Mao Tsé-tung.

“Tchang!”, tem quase duzentas páginas profusamente ilustradas com fotos, documentos e desenhos de Tchang e Hergé, e é da autoria de Jean-Michel Coblence, historiador e apaixonado pelo extremo oriente, e de Tchang Yefei, uma das filhas de Tchang-Tchong Jen.

Pedro Cleto, Jornal de Notícias, 17/03/2003

(Caixa à parte)

Tchang autografa Tchang

Hergé desenhou-se a ele próprio e a alguns colaboradores (Bob de Moor, E. P. Jacobs) como figurantes de diversos álbuns de Tintin e muitas das suas personagens foram inspiradas em pessoas reais. Mas apenas duas figuraram nos álbuns com o seu próprio nome: Al Capone, que Tintin enfrenta e derrota em “Tintin na América”, e Tchang-Tchong Jen, que Hergé introduziu em “O Lótus Azul”, e que recuperou, mais tarde, em “Tintin no Tibete”. E dos dois, por razões compreensíveis, apenas Tchang autografou os álbuns em que surge ao lado de Tintin.

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