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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Tintim No Século XXI

«Há 1001 maneiras de parodiar Tintin/Tintim, quer mostrando-o como ancião de noventa e oito anos (é fazer as contas: foi criado, por obra e graça de Hergé em 1929, mas já com dezoito anos de idade), ou, antes pelo contrário, transformando-o num fogoso adolescente em cena amorosa com uma jovem mulher (só graças às paródias é que isso acontece, haja Zeus!).

É óbvio que apenas nos "pastiches" (há quem lhes chame, sabe-se lá com que estranhos desígnios, edições piratas) essas variantes são possíveis, e, afinal de contas, elas enriquecem a personagem, tornam-na humana.

Como sabem os tintinófilos - alguns fortemente escandalizados -, Tintin vive experiências únicas nesses episódios apócrifos, de que é exemplo o meu fanzine Efeméride nº 4, Jan. 2009, onde a obra colectiva "Tintim no Século XXI", é composta por vinte e nove aventuras, realizadas por vinte e nove desenhadores portugueses, localizadas temporalmente já no presente século.

Estas edições enfurecem sobremaneira os herdeiros de Hergé, ou seja, a sua viúva alegre Fanny Vlamynck e respectivo consorte, o irascível Nick Rodwell, sem se aperceberem como são importantes - na minha opinião muito pessoal - estas constantes aparições que ajudam a manter viva e atraente, para as novas gerações, a personagem da poupa e seus comparsas.»

Geraldes Lino (2010)

Efeméride Nº 4 - Tintim no Século XXI - Data da edição: Janeiro de 2009

Fanzine dedicado a homenagear personagens de Banda Desenhada

Editor - Geraldes Lino

http://divulgandobd.blogspot.com

http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com

http://geraldeslino.interdinamica.pt

62 págs. – a cores - formato A3 (29,7 x 42 cm

Tiragem: 100 exemplares

https://tintinofilo.weebly.com/pastiches.html

                                Capa da autoria de Ricardo Santo

PARTICIPAÇÕES:

Alex Gaspar,  (Alex) Algarvio, Álvaro, André Oliveira, Antero Valério, Augusto Trigo, Carlos Pedro, Carlos Rico, Errecê,  Carlos Sêco, Derradé, Estrompa, Hugo Teixeira, João Mascarenhas, José Abrantes, Luís Belerique, Manuel Freire, Mário Freitas, Mário Teixeira, C. Moreno, (Outro Nuno) Nuno Duarte, Paulo Seabra, Pedro Massano, Pedro Morais, António Pilar, Ricardo Cabrita, Ricardo Correia, Ricardo Leite (Ric, Toybroker), Rodrigo, Rui Ramos, Santo, Sofia Mota, Vasco Gargalo, Vidazinha, Zé Manel.

Nota: algumas imagens não estão disponíveis ou podem não estar em grandes condições mas dá para ter uma ideia da qualidade desta edição. 

Para outros números da "Efeméride" ficam ligações de outros sites com algumas imagens. 1] Nemo, 2] Principe Valente,  3] Super Homem ,4, 5] Corto Maltese, 6-1] AD ,6-2] EM EM6-3] MZ ,6-4] (fbd)

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Já está cá fora o novo número do fanzine Efeméride de Geraldes Lino, com o tema "Tintim no séc XXI" e com capa e uma short story by yours truly! Quem quiser adquirir um exemplar, vá ao Festival de BD da Amadora, que acaba este fim-de-semana. - Ricardo Santo 04/11/2009

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https://bdportuguesa.com/2009/01/01/efemeride-4-tintim-no-seculo-xxi/



quarta-feira, 15 de julho de 2020

Os alunos celebraram os 80 anos do Tintin!

Em janeiro de 2009 foi lançado um desafio aos alunos da Escola EBI da Glória (Aveiro) para fazerem um desenho sobre o Tintin.

A promessa foi cumprida e os desenhos dos alunos foram publicados no blogue http://assocpais-eb1-gloria.blogspot.com/search?q=tintin

Mas primeiro tiveram de puxar pela imaginação e pegar nos lápis de cor!




sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A primeira reportagem de Tintim

Faz amanhã 80 anos que um jovem repórter chamado Tintim partiu para a Rússia soviética. Começava a publicação de 'Tintim no País dos Sovietes', a primeira aventura do herói de Hergé, no 'Le Petit Vingtième', suplemento para crianças do diário belga 'Le Vingtième Siècle'

Herói não voltou mais a escrever

No dia 10 de Janeiro de 1929, faz amanhã 80 anos, partia da gare da estação de comboios de Bruxelas, para a Rússia soviética, em serviço do Le Petit Vingtième, o suplemento infanto-juvenil do diário católico e conservador Le Vingtième Siècle, "um dos seus melhores repórteres", Tintim, acompanhado por Milu, o seu fiel fox-terrier branco.

Trajando sobretudo, calças à golfe e casaco de padrão escocês, e com um boné na cabeça, Tintim prometia enviar "postais, caviar e vodka" aos camaradas e amigos que se tinham ido despedir dele, enquanto o seu redactor-chefe dizia: "Boa viagem! Seja prudente e mantenha-nos ao corrente de tudo."

Começava assim a primeira prancha de Tintim no País dos Sovietes, desenhada a preto e branco por um jovem ilustrador chamado Hergé (pseudónimo de Georges Rémi). Começava também a fazer-se história da banda desenhada (BD), pois esta seria a primeira aventura daquele que se tornaria no maior, mais popular e mais universal herói da Nona Arte.

Tintim nasceu porque o recém-criado Le Petit Vingtième precisava de ter um herói-âncora a protagonizar uma história de longa duração que apaixonasse os pequenos leitores deste suplemento infanto-juvenil.

Hergé criou-o em poucos dias, indo buscar o escuteiro Totor, que tinha criado antes para uma revista escuta, Le Boy-Scout Belge, modificando-o e dando-lhe a companhia de Milu. Tintim permite-lhe também escapar à corveia que é desenhar Les Aventures de Flup, Nénesse, Poussette e Cochonnet, que não entrará para a história da BD...

O desenhador tinha o fascínio dos Estados Unidos, mas o abade Norbert Wallez, director do Le Vingtième Siècle, e criador do Le Petit Vingtiéme, anticomunista fervoroso, decidiu orientar a primeira reportagem de Tintim para a União Soviética, então a viver "numa espécie de caos mais ou menos organizado", como escreveu Michael Farr em Tintin, le rêve et la realité (Moulinsart). Tinham passado apenas 12 anos sobre a Revolução de Outubro, e o mundo estava cada vez mais temeroso dos seus efeitos.

Recordou Hergé: "Fui assim inspirado pelo ambiente que se respirava no jornal mas também por um livro intitulado Moscou sans voiles, de Joseph Douillet [1928], ex-cônsul da Bélgica em Rostov-sobre-o-Don, que denunciava com veemência os vícios e as infâmias do regime". No futuro, Hergé documentar-se-á cuidadosamente antes de desenhar os álbuns de Tintim.

Como escreve Pol Vandromme em Le Monde de Tintin, para este jovem repórter com espírito de escoteiro, "a Rússia leninista é uma invenção infernal", e a história de estreia da personagem, que já não é Totor mas ainda não é bem Tintim, "ilustra uma Rússia de pesadelo. Mais exactamente: uma Rússia que não é senão um pesadelo viscoso e sangrento".

Cento e trinta e seis pranchas de sátira anticomunista e peripécias depois, Tintim regressou triunfalmente à Gare du Nord de Bruxelas. No papel como na vida real, uma multidão acorreu a acolhê-lo. Seria a sua primeira e única reportagem.

Eurico de Barros, Diário de Notícias, 09/01/2009

Publié le 9 janvier 2009 par Zetantan