quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Tertúlia BD de Lisboa

A Tertúlia BD de Lisboa começou em junho de 1985 por iniciativa de Geraldes Lino.

A Tertúlia BD de Lisboa promove reuniões na primeira 3ª feira de cada mês, ultimamente no restaurante Entre Copos de Lisboa, com a participação de 20 a 40 aficionados de banda desenhada entre os quais se encontram autores (desenhadores, argumentistas/guionistas, coloristas, arte-finalistas e legendadores), editores (profissionais e amadores), fanzinistas, coleccionadores, livreiros, alfarrabistas, mas também simples leitores.

A tertúlia inicia-se às 20 horas e termina sempre três horas e picos mais tarde. Divide-se em três partes: 1) jantar; 2) sorteio de BD; 3) homenagem a um autor consagrado (ou veterano com obra realizada há muitos anos) e incentivo a um autor mais novo.

Esta tertúlia formaliza as suas homenagens aos consagrados com a entrega de um Diploma de Honra e os incentivos aos novos da BD também com um diploma menos formal.

A Tertúlia completou 40 anos de existência em junho de 2025.

PÁGINA NO FACEBOOK https://www.facebook.com/tertuliabddelisboa

Em 2006 chegou a ser feita uma versão digital da Tertúlia BDZine (www.tbdz.net) mas cujo domínio não foi renovado:

O Daniel Maia construiu um site para o TERTÚLIA BDzine, o fanzine da Tertúlia BD de Lisboa por altura do 21º aniversário desta. Mas a coisa tardava em arrancar. Agora sim, já está! Com a ajuda de uma série de malta ligada a sites e blogues conhecidos e referenciados pelo Daniel no dito site, estão lá os TBDzines todos desde o nº 1.

Mas a coisa não se fica pelo TBDZ, fala da Tertúlia, o seu historial, Notícias frescas ligadas a ela, mais uma série de painéis com interesse a quem queira conhecer a Festa Mensal dos Bedéfilos deste país à beira mar plantado (e no geral tão mal amanhado...)

Vale a pena dar uma vista de olhos, não só porque a colecção é histórica, como a sua passagem para a net já fazia falta.


 «Caso único no panorama nacional, a Tertúlia BD de Lisboa, criada e coordenada pelo eminente Geraldes Lino, celebra hoje o seu 21º aniversário. Para comemorar a ocasião, foi preparada uma surpresa para todos os tertúlianos e leitores de BD do país.

A Tertúlia BD de Lisboa e o seu anfitrião, Geraldes Lino, estão de parabéns. Celebra-se hoje o seu 21º ano de existência e de reunião ininterrupta, comemoração que terá lugar em local extraordinário, mas situado perto do Parque Mayer; zona que tem sido a centro nevrálgico destes encontros mensais ao longo dos anos. Assim se marca duas décadas de rendez-vous bedéfilos, iniciados em 1985 de forma a preencher o vazio deixado pela descontinuação dos convívios regulares do Clube Português de Banda Desenhada.

Chamando a si a responsabilidade de estabelecer pontes entre os vários protagonistas do meio, ou ávidos consumidores e coleccionadores, bem como entre estes e as novas gerações de autores e leitores, Geraldes Lino criou o que hoje é já uma “instituição”, promotora de dinamismo cultural e encontro de ideias e pessoas, que em muito contribuiu para a moderna bd portuguesa. Com um percurso que chega a confundir-se com a evolução desta, o encontro foi palco da estreia e primeiros passos na área de muitos actuais valores da nossa bd, assim como foi local de justa distinção a vários dos mais veteranos criadores/editores do século passado.

De forma a prestar a devida homenagem à data, e contribuir para uma nova dimensão da Tertúlia, que tem vindo a aumentar a sua influencia em anos recentes, propus-me preparar uma surpresa para anunciar no encontro aos participantes, e aqui nos websites de informação aos restantes leitores do país. Tal como no acto transacto o 20º aniversário foi marcado pela edição do “TBDZ Arquivo 20 – Marte 2205” (edição especial de 12 páginas a cores, produzido em técnica 3D por Cris Lou (arg.), João Mascarenhas (des.) e Gastão Travado (3D)), este 21º dará inicio à era digital da Tertúlia, com a inauguração na internet de um QG dedicado à publicação regular desta, o “slimzine” Tertúlia BDzine, de modo a que a já vasta história desse fanzine e a da própria Tertúlia não se percam no tempo.

Premiado duas vezes como Melhor Fanzine pelos prémios Zé Pacóvio e Grilinho do FIBDA (2003 e 2004), e uma vez pelos Troféus Central Comics (2004), o Tertúlia BDzine mantém o recorde para mais duradouro e regular edição amadora nacional, tendo recentemente passado até a marca dos 100 números; número esse que só será apresentado em Julho para dar espaço à edição especial de aniversário deste mês, o Tertúlia BDZine Boletim!»

Daniel Maia, 06/06/2006

logo no nº3, Out. 1993, [do Tertúlia BDzine] há um divertido cartune [de Zé Manel] alusivo à Tertúlia BD de Lisboa e ao bigodudo e pencudo organizador. (GL)


Tertúlia BDzine

Como meio de divulgação da Tertúlia BD de Lisboa é editado aperiodicamente, desde Janeiro de 1992, o fanzine "Tertúlia BDzine", que é distribuído gratuitamente a todos os participantes. Nas dezenas de números já editados, foram publicadas bandas desenhadas de tema livre, mas também dedicadas a temas específicos, como foi o caso das homenagens a Tintim, aos "Peanuts" e ao "Spirit". No ano 2000, o organizador da tertúlia decidiu recriar o imaginário da ficção científica, propondo aos desenhadores participantes naquela associação informal para realizarem bedês sob o título "Super-Heróis no Ano 3000". Em 2001, novo tema foi lançado: "3001 Odisseia no Futuro". E já está na mente do "tertuliano-mor" aproveitar o facto de a "Wonder Woman" ter surgido em Dezembro de 1941, para desafiar jovens autoras de BD a criarem episódios dedicados às "Super-Heroínas no Ano 3000", a partir de Dezembro de 2001. 












(aparece uma referência a Milou)
número extra - 25 anos - junho 2010

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Foguetão


Num foguetão igual a este fui à lua, derivei para marte e ainda trouxe o Tintin, Capitão Haddock e Milou de volta à Terra.

Avenida EUA, Bairro de Alvalade | arquivo CM Lisboa

Aquilino Machado, 10/01/2019

Tintin

Lembro-me muito bem deste foguetão também fui muitas vezes à lua nele! Morava mesmo em frente... (Maria Paula Cayatte Azevedo)

Também "Viajei muito" neste foguetão que via todos os dias da janela do meu quarto e que dava para as traseiras da minha praceta. Muitos anos mais tarde, a minha filha ainda brincou nele! Hoje, infelizmente, já não existe; assim como os baloiços de ferro e os jogos "da macaca" em pedra. (Isabel Nunes Borges)

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Tintin em Portugal


Numa iniciativa do GICAV (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), a Exposição «O MUNDO DE TINTIN» da Fundação Hergé, estará patente na Feira de São Mateus em Viseu até ao próximo dia 19 de Setembro [de 1993].

A iniciativa só se tomou possível através do interesse e apoio dos Serviços Regionais do Instituto da Juventude e da Câmara Municipal de Viseu.

O Grupo de Viseu que ainda há bem pouco levou a efeito as suas jornadas de Banda Desenhada onde tem homenageado vários artistas nacionais, tem desenvolvido um trabalho meritório na divulgação das histórias em quadrinhos, tornando Viseu um polo privilegiado da BD em Portugal, acolhendo pela primeira vez na Península Ibérica esta exposição sobre um dos heróis mais populares da banda desenhada, TINTIN.

A exposição, que estará patente no pavilhão C da Feira de S. Mateus, cobre uma superfície de 91 m2 e é constituída por quatro células de 16 m2 cada, com uma altura total de 2 metros e 75.


As quatro salas estão divididas por temas, onde poderemos encontrar os vários elementos que constituíram o universo fascinante das aventuras de Tintin e Milou. Na primeira sala poderemos encontrar os personagens que continuam a entusiasmar leitores em todo o mundo, como o capitão Haddock, o professor Tournesol, a soprano Castafiore ou os detectives Dupond e Dupont. A sala seguinte pretende mostrar os variados locais por onde as aventuras de Tintin nos transportaram. Na terceira sala, encontraremos os mais variados sinais da aventura. Por fim na sala 4, encontraremos a evocação de todo o trabalho de Hergé na criação de uma história aos quadradinhos, a partir do material do «Voo 714 para Sidney», recentemente editado [pela primeira vez] em Portugal pela Verbo.

Um momento a não perder para todos aqueles que admiram a Banda Desenhada e a obra de Hergé em particular.

FG (Francisco Baptista Gil), Algarve Região, 02/09/1993

ver também 

https://zenodo.org/records/7954378


https://www.cienciavitae.pt/D817-E011-0B9A



quinta-feira, 9 de outubro de 2025

As Leituras do Pedro


A editora Escorpião Azul vai lançar o livro "As Leituras do Pedro - 40 anos de boas leituras" que é uma colectânea de textos de Pedro Cleto publicados por aqui e por ali, entre Dezembro de 1985 e Junho de 2025. Muitos incluídos no blog As Leituras do Pedro que existe desde Maio de 2009.

A primeira tentativa de escrita sobre BD foi na Comicarte #8 de Dezembro de 1985.

A capa do livro é de Paulo J. Mendes. Paulo Jorge iniciou-se para a BD no fanzine Comicarte e foi um dos colaboradores dos primeiros Salões de BD do Porto. Regressou em força à BD com "O Penteador".

O lançamento e apresentação do livro está previsto para o dia 2 de Novembro de 2025. Mas já estará disponível no Amadora BD, a partir de 25 de Outubro.

O livro terá de certeza bastantes informações sobre as personagens de Hergé. Textos deste conceituado autor também constam do nosso blog mesmo alguns com mais interesse para os fãs de Tintim e que podem não constar da colectânea.

Na excelente capa do livro tem vários motivos de banda desenhada incluindo o (inevitável) foguetão do Tintin e um desenho de um boneco de Tintin.

Na capa aparecem referências a locais onde escreveu como o Comicarte, O Primeiro de Janeiro e Jornal de Notícias e aos programas de rádio (Quadrifonia). Aparecem bonecos e estatuetas como Lucky Luke, Fantasma, Tex, Calvin e Hobbles, Tintin e também o já referido foguetão. Nas estantes tem volumes de Gaston Lagaffe, Blake & Mortimer, Batman, etc Na mesa estão ainda edições do "Mundo de Aventuras" e "(A Suivre) 12", "Jim del Monaco", etc Ainda aparece a edição de "Maílis" da série Simon du Fleuve bem como outras obras. A imagem do Mercado Ferreira Borges será uma referência aos Salões Internacionais de Banda Desenhada do Porto onde colaborou.

O BLOG

    Abertura

E pronto, aqui está o meu primeiro blog. A vontade já vinha de há muito, a ocasião propícia surgiu agora.

Sem grandes pretensões, quero utilizá-lo para fazer aquilo que me ocupa há alguns anos: escrever sobre banda desenhada. Em especial, mais do que escrever laboriosos tratados, partilhar impressões, sentimentos, vontades e emoções que me deixam as muitas leituras de BD que tenho o privilégio de poder fazer.

Sem periodicidade nem um modelo fixo; por prazer, não por obrigação.

Fiquem bem, leiam muito e passem por cá de vez em quando!

PEDRO CLETO, 28/05/2009

(Geraldes Lino foi uma das pessoas que comentou logo nos primeiros dias)

    PEDRO CLETO

    No Blogger desde maio de 2009

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NOVO CABEÇALHO DA AUTORIA DE PAULO J. MENDES

Esta é uma boa oportunidade para abordarmos o cabeçalho do blog de Pedro Cleto onde também aparece  o foguetão de Tintin.

13/02/2021


Assim nasceu um cabeçalho...

Há cerca de 15 dias, As Leituras do Pedro estrearam um novo visual, cujo principal elemento é uma bela ilustração do Paulo J. Mendes.

Dar a conhecer alguns aspectos da sua génese, é o propósito deste texto.

A vontade de mudar o visual deste blog - algo que já acontecera - de forma menos evidente - algumas vezes ao longo dos quase 12 anos que já tem de existência - era um propósito antigo, mas a intenção era ir mais além do que fundos, tipo de letra e disposição dos elementos. Não que houvesse algum problema com a imagem que acompanhava As Leituras do Pedro desde Maio de 2009, da autoria de Pedro Nogueira, não para este espaço, mas como elemento de um cartaz que anunciou durante meses o programa de rádio que mantive em duas rádios(-piratas...) da zona do Porto.

Se alguma inércia e falta de tempo foram adiando esta mudança, quando descobri as ilustrações (não utilizadas) feitas pelo Paulo J. Mendes para as guardas do seu surpreendente e muito aconselhável O Penteador, desde logo pensei que o seu estilo seria o ideal para a tal mudança. Curiosamente - não sei sequer se ele se lembra disso - foi ele que desenhou - há demasiados anos! - o meu primeiro cartão de visita...

Aproveitando algum tempo livre, no final do ano passado dispus-me a avançar e propus-lhe então ser o autor desta mudança. Na 'nota de encomenda' garantia "total liberdade" embora pedindo "que a imagem estivesse relacionada com a leitura e/ou divulgação de banda desenhada".

Adiantava algumas hipóteses de concretização: "eventualmente uma recriação da ilustração original", com a introdução de "um calendário - que servirá mensalmente para ilustrar o Calendário BD do blog - e uma outra imagem - uma prateleira com livros...? - que possa ilustrar os textos que resumem todos os lançamentos do mês..."

O convite foi aceite pelo Paulo "com todo o gosto; fazer um cabeçalho para o blogue que, ao longo destes anos em que estive afastado da BD, deu um importante contributo para que me fosse mantendo minimamente actualizado, é algo que não me dará muito trabalho e será divertido de se fazer". Passados quatro dias chegou o primeiro esboço - a primeira prenda do Natal 2020! - bem próximo já do desenho final: uma estante, à esquerda, repleta de livros e com algumas figuras, o calendário na parede e, principalmente, a forma como (eu) me reconhecia no leitor nela presente, pois, acrescenta o Paulo "imediatamente me ocorreu a ideia de que teria que ser o próprio a figurar, juntamente com os elementos que me eram pedidos - estante, calendário, etc."

Poucos dias depois, recebi uma nova versão, mais avançada, já passada a tinta, com um dos elementos que mais apreciei no conjunto: a introdução do cartaz original... actualizado, com o 'locutor' de há 30 anos substituído por alguém mais volumoso, com menos cabelo, de óculos... Ideias que os desenhadores de quadradinhos vão buscar sabe-se lá onde!

Entre estes dois desenhos, tinha andado indeciso quanto à edição que estava a ler. Após considerar várias possibilidades, a escolha recaiu no Mundo de Aventuras #47 (II série), a revista que me serviu de porta de entrada numa BD mais adulta e na qual me 'formei' enquanto leitor de BD.

Para além daquelas alterações, as figuras no topo da estante - outra escolha difícil! - desenhadas a partir de fotos que enviei ao Paulo, já eram as definitivas: o (inevitável) foguetão do Tintin, um (facilmente reconhecível) Tex e, um Iron Man escolhido por dois motivos: era na altura a última figura entrada na minha colecção e originária de um universo completamente diferente dos outros dois já representados.

Como o Paulo não se mostrava satisfeito com o título - "a maior dificuldade foram, contudo, as letras do cabeçalho, pois o desenho de letras é algo que não domino e tentei que saíssem o mais soltas e 'bedéfilas' possível" - fez rapidamente nova proposta, com uma fonte digital. Se numa primeira leitura parecia uma boa solução, com o tempo tornava-se algo cansativa e sem ligação ao lado 'artesanal' dos restantes elementos.

Diz o Paulo: "da troca de ideias e sugestões foram surgindo títulos de livros e figuras emblemáticas para figurarem na estante, e cheguei a pensar que não conseguiria encaixar tudo, dadas as pequenas dimensões do desenho original. Melhor ou pior, e para minha surpresa, funcionou!" E foram bem mais do que as pensadas inicialmente, que fui indicando conforme o espaço 'crescia'! Não as identifico, para que possam descobri-las - se estiverem para aí virados - sendo certo que todas elas foram - são - importantes no meu percursor de leitor de banda desenhada.

Havia no entanto um problema: se a nova versão do cartaz era uma mais-valia a manter, tinha desaparecido o Calendário BD. A solução foi 'apertar' o título do blog e colocá-lo à esquerda da ilustração.

E já com uma letragem manual mais de acordo com o estilo geral, chegou a versão seguinte.

O passo seguinte foi a introdução da cor. E que cor! Para além de dar vida ao cabeçalho, ajudou também a tornar mais facilmente identificáveis os álbuns nele representados. Entre eles e as figuras do topo, há um ponto comum, a diversidade de propostas e estilos.

Estava quase aprovada a ilustração final, havia pequenos pormenores a limar. Descubram as diferenças!

Um dos meus pedidos originais, era que o desenho pudesse ser 'desconstruído' para que os seus elementos ilustrassem algumas entradas recorrentes aqui no blog: o Calendário BD, os Lançamentos mensais, as minhas Leituras.

Foi o ponto final de um percurso cujo magnífico resultado está à vista aqui em As Leituras do Pedro desde o dia 24 de Janeiro.

Obrigado Paulo J. Mendes e... boas leituras!

PEDRO CLETO. 13/02/2021

(sugere-se a leitura do post original onde se pode ver as imagens relacionadas com as mudanças no cabeçalho)

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Painel de azulejos

Painel de Azulejos executado a pedido de cliente colecionador do Tintin.

— em Rota dos Saberes e Sabores (2024).


 

sábado, 4 de outubro de 2025

A Estrela Misteriosa

«... Numa noite de inverno, que história estarei eu a evocar? O fim do mundo está próximo. Havia um careca e um cientista, uma expedição pelo mar. Um cão branco, whisky...? Mas o cientista também era careca...! Algo que comi...?»


Nos 25 anos da Bedeteca - Leituras Desenhadas, aqui em boa companhia. O cogumelo e o cientista da Estrela Misteriosa da série Tintin por Hergé, entraram-me pelos sonhos e pesadelos dentro, 1977 - dos 7 aos 77 anos. Aqui também a revista [Tintin] original que ainda possuo. Haverá uma edição em papel para breve. Boas leituras.



Os 25 dos 25 pelos 25

Depois da divulgação da obra Leituras Desenhadas : Uma celebração dos 25 anos da Bedeteca de Lisboa, a Junta de Freguesia dos Olivais – que gere a Bedeteca de Lisboa e que tem como logotipo institucional um desenho digno para uma cabeleireira –  continua o seu ciclo de apresentações com alguns dos artistas envolvidos. O terceiro encontro foi ontem com Filipe Abranches no Facebook da JFO. Fique a conhecer um pouco do seu percurso artístico, da sua ligação à Bedeteca e à obra/ autor escolhidos como inspiração para este projeto – neste caso A Estrela Misteriosa de Hergé (1907-83). Entretanto amanhã já há o quarto autor: André Carrilho que escolheu A Balada do Mar Salgado de Hugo Pratt (1927-95). Uns clássicos estes rapazes…

Filipe Abranches é um dos participantes na publicação comemorativa dos 25 anos da Bedeteca, que junta páginas de BD criadas por 25 autores, inspiradas nas suas obras de referência.



quinta-feira, 2 de outubro de 2025

João Victor Teixeira

A exposição organizada pelo projecto Conversas de Ilustradores esteve em 2020 no Coimbra BD – 5ª Mostra Nacional de Banda Desenhada para ser apreciada.

Eis a lista dos 18 ilustradores que participaram:

1 - Delfim Ruas - desenha Corto Maltese

2 - João Victor Teixeira - desenha Tintin


3 - André Caetano - desenha Hellboy

4 - Hugo Besteiro - desenha Mafalda

5 - Antó Monteiro - desenha Batman

6 - Miguel De Veneza Ruivo - desenha Blacksad

7 - Guilherme Albino - desenha Spawn

8 - Alya Kuznetsova - desenha Snoopy

9 - Paulo Costa - desenha Head lopper

10 - Gabriela Torres - desenha i kill giants (Barbara)

11 - Diogo Carvalho - desenha Dr. Strange

12- @Joana Lopes - desenha Taako de TAZ

13 - Luis Miguel Fernandes - desenha tio patinhas 

14 - Rossella Conversano - desenha Dylan Dog

15 - Abel Costa - desenha Pokémon

16- biakosta - desenha Mónica

17 - Ricardo Baptista- desenha Bone

18 - Paul Hardman - desenha Akira

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Explorando o filão Tintim (2004)

No ano em que se comemora o 75º aniversário da criação de Tintin, o herói de Hergé é notícia em Portugal, por várias razões, entre as quais, a publicação de “Tintin e a Alph-Art”, o álbum que a morte de Hergé em 1983 deixou inacabado, ainda em estado de esboço e que agora surge com a mesma apresentação gráfica do resto da colecção.

Apesar do estado ainda demasiado embrionário do álbum deixar apenas adivinhar que poderíamos estar perante uma boa aventura de Tintin, em que Hergé guia o seu herói pelos meandros da arte contemporânea, este “Tintin e a Alph-Art” revela-se uma óptima forma de o leitor descobrir as várias etapas do método de trabalho de Hergé e a complexidade dos trabalhos preparatórios que o depuramento e a aparente simplicidade da “linha clara” escondem.

Igualmente revelador da evolução do estilo de Hergé é a versão facsimilada da edição original a preto e branco de “Os Charutos do Faraó”, que a Verbo lançou no Verão passado e que, se não tem ainda a perfeição do traço e a eficácia narrativa da nova versão redesenhada e colorida pelos Estúdios Hergé, tem uma espontaneidade ingénua e dimensão da aventura em estado puro, que de alguma forma se perdeu na versão que a maioria dos leitores conhecem.

O aparecimento destas duas edições, prova que há público interessado e entusiasta em número suficiente para justificar o lançamento de obras destinadas mais ao coleccionador informado do que ao leitor casual, o que não é de estranhar pois Portugal foi o primeiro país não-francófono a publicar as aventuras de Tintin. E isso aconteceu a partir de Abril de 1936 no “Papagaio”, revista dirigida por Adolfo Simões Muller, onde Tintin apareceu a cores, numa altura em que na própria Bélgica as suas histórias ainda eram publicadas a preto e branco, tornando-se rapidamente num dos símbolos da revista, com participações especiais em outras séries (de que Hergé não deve ter tido conhecimento) como o fabuloso “Boneco Rebelde”, de Sérgio Luís.

Mas, apesar da popularidade da série em Portugal e do herói de Hergé ter dado o nome a uma revista que formou toda uma geração de leitores, actualmente entre os trinta e os quarenta anos, a verdade é que a bibliografia sobre Hergé em português é reduzidíssima. As (honrosas) excepções são o rebuscado “Tintin no Psicanalista” de Serge Tisseron, o excelente dossier sobre os 70 anos da série no nº 1 da 3ª série da revista “Quadrado” e o livro “As Aventuras de Hergé”, de Bocquet, Fromental e Stanislas, já aqui abordado nestas páginas (ver “Diário As Beiras” de 13/09/2003).

Assim, permanecem inéditas em português obras fundamentais como “Le Monde d’Hergé” e “Hergé, Fils de Tintin”, de Benoit Peeters; “Tintin et Moi” de Numa Sadoul; “Le Coloque de Moulinsart”, de Henry Van Lierde e Gustave du Fontbare; a biografia de Hergé, escrita por Pierre Assouline; “Tintin chez Jules Verne”, de J.P. Tomasi e M. Deligne, “Tracé RG: Le Phénomène Hergé”, de H. Van Opstal; “Tintin et les Heritiers”, de Huges Dayez e “Les Dupondts sans Peine”, de Albert Algoud, pelo que a publicação em livro dos textos que no jornal Público acompanharam a publicação da série, podia de alguma forma ajudar a minorar esta lacuna.

Infelizmente, o que “As Aventuras de Tintin no Público” recolhe, são precisamente os textos menos interessantes sobre os álbuns, em que Carlos Pessoa se limita, de forma algo acrítica e superficial, a debitar algumas banalidades sobre cada título, ficando ausente, talvez por uma questão de direitos, as bem mais interessantes declarações de Hergé a Numa Sadoul a propósito de cada história. Assim, este livro soa um pouco a oportunidade perdida, feita mais com o intuito de aproveitar o sucesso da colecção vendida com o “Público”, do que de constituir uma opção importante em termos da bibliografia nacional dedicada ao criador de Tintin.

(“Tintin e a Alph-Art”, de Hergé, Difusão Verbo, 56 pags, 14,50 €

“As Aventuras de Tintin no Público”, de Carlos Pessoa, Público/Oficina do Livro, 64 pags, 4 €

“Os Charutos do Faraó” (edição facsimilada), de Hergé, Difusão Verbo, 130 pags, 18 €).

João Miguel Lameiras, Diário As Beiras, 25/09/2004

Copyright: © 2004 Diário As Beiras; João Miguel Lameiras


NUMA SADOUL

Também sobre o universo de Tintin (ou Tintim?) e sobre o seu criador – entrando um pouco no domínio da investigação que se segue (entrevistas, inquéritos e dados estatísticos) - foram publicadas no jornal Público ao longo do ano de 2003 (continuando em 2004) 17 entrevistas de Numa Sadoul a Hergé sobre as diferentes histórias do Tintim que iam sendo publicadas juntamente com o jornal. De notar que todas as entrevistas se encontram disponíveis quer no site do Público, quer no site da Bedeteca.

Adalberto Barreto, 2004

«ficando ausente, talvez por uma questão de direitos, as bem mais interessantes declarações de Hergé a Numa Sadoul a propósito de cada história». JML

Entrevista de Carlos Pessoa a Numa Sadoul (1993)

A COLECÇÃO DO PÚBLICO



- Explorando a Lua 26-09-2003

- A Ilha Negra 03-10-2003

- O Ceptro de Ottokar 10-10-2003


- A Estrela Misteriosa 24-10-2003


- O Tesouro de Rackham o Terrivel 07-11-2003


- O Lótus Azul 21-11-2003

- Voo 714 Para Sydney 28-11-2003

- Tintim na América 05-12-2003

- Carvão no Porão 12-12-2003

- Tintim no Tibete 19-12-2003

- Tintim no Congo 26-12-2003

- A Orelha Quebrada 02-01-2004


- O Caso Girassol 16-01-2004


- Tintim E o Lago dos Tubarões 30-01-2004


- Templo do Sol 13-02-2004

- Tintim No País dos Sovietes 20-02-2004

- Tintim E Os Pícaros 27-02-2004



Informações complementares:

1 - entretanto terão surgido outras obras fundamentais que poderiam ter edição portuguesa.

2 - a edição portuguesa de "Hergé, Filho de Tintim" foi editada em 2007.

3 - Foram editadas em português duas edições anteriores de Albert Algoud dedicadas a Tournesol e Haddock. O autor lançou uma obra em francês sobre Oliveira da Figueira.

4 - A edição ilustrada de “Tintin Et Moi : Entretiens Avec Hergé” de Numa Sadoul foi reeditada em Maio de 2025. 






terça-feira, 16 de setembro de 2025

Philippe Goddin (1944-2025)


O universo de Tintin perdeu um dos seus nomes maiores: o belga Phillipe Goddin, erudito enciclopédico da obra de Hergé e do seu herói, morreu aos 81 anos. Entre outros títulos de referência, Goddin escreveu a monumental 'Hergé-Chronologie d'Une Oeuvre', em sete volumes, a biografia 'Hergé: Lignes de Vie-Biographie' e 'L’Aventure du journal Tintin'.

O incansável "hergeólogo", como era conhecido, estava agora a publicar, com a colaboração de Dominique Maricq, a série de livros 'Tintin-Hergé: Les Coulisses d'Une Oeuvre', sobre os bastidores da criação dos álbuns de Tintin, um por álbum, tendo saído há pouco tempo o trabalho relativo a 'A Ilha Negra'.

Especialista também em Paul Cuvelier, o "pai" de Corentin, e grande apreciador de Edgar P. Jacobs e 'Blake e Mortimer', Philippe Goddin foi Secretário Geral da Fondation Hergé e era uma das figuras de proa da Association Les Amis d’Hergé, em cuja revista escrevia há várias décadas. Como escreveu Didier Pasamonik no site 'ActuaBD', "a sua desaparição deixa um vazio imenso (...) voltou-se uma página, é o fim de uma época".