Fundada em 1958 a Editorial Ibis, que estava sediada na Venda Nova (Amadora), foi a primeira grande editora que existiu em Portugal, especializada, sobretudo, na edição de colecções/cadernetas de cromos e álbuns de banda desenhada.
Entre 1958 e 1969, a Editorial Ibis editou várias colecções/cadernetas de cromos [algumas das quais reproduzidas a partir das suas homólogas editadas em Espanha], a maioria das quais, diga-se a propósito, de grande qualidade, quer em termos gráficos, quer em termos do conteúdo informativo veiculado através de cromos bem desenhados e coloridos ou reproduzidos com rigor.
A partir de meados da década de 60, a Editorial Ibis passou também a editar álbuns de banda desenhada exclusivamente de origem franco-belga.
Encerrou as suas atividades em Novembro de 1972 fundindo-se com a Livraria Bertrand.
http://www.guiadosquadrinhos.com/editora-estrangeira/editorial-ibis/2065
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A Editorial Ibis, que estava sediada na Venda Nova (Amadora), foi a primeira grande editora que existiu em Portugal, especializada, sobretudo, na edição de colecções/cadernetas de cromos e álbuns de banda desenhada.
Porém, antes de começar a editar álbuns de banda desenhada, exclusivamente de origem franco-belga, a Editorial Ibis iniciou a sua actividade através da edição de colecções/cadernetas de cromos, algumas das quais reproduzidas a partir das suas homólogas editadas em Espanha.
Assim, entre 1958 e 1969, a Editorial Ibis editou várias colecções de cromos, a maioria das quais, diga-se a propósito, de grande qualidade, quer em termos gráficos, quer em termos do conteúdo informativo veiculado através de cromos bem desenhados e coloridos ou reproduzidos com rigor.
A partir de meados da década de 60, a Editorial Ibis passa também a editar álbuns de banda desenhada, cujas histórias e respectivos heróis são provenientes das duas melhores revistas europeias de banda desenhada da época: a revista belga “Tintin” (1946-1988) e a revista francesa “Pilote” (1959-1989). Até 1972, a Editorial Ibis edita, em parceria com a Livraria Bertrand (no início da década de 70), vários álbuns (a maioria com a capa cartonada) de alguns dos mais importantes e famosos heróis da banda desenhada franco-belga.
Já em 1968, a Livraria Bertrand associava-se à Editorial Ibis e lançavam, como co-proprietárias, aquela que se viria a tornar numa das mais famosas revistas portuguesas de banda desenhada do século XX: a revista “Tintin”.
Contudo, a partir de Novembro de 1972, a propriedade da revista fica apenas na posse exclusiva da Livraria Bertrand, uma vez que a Editorial Ibis cessa a sua actividade e existência, acabando por se fundir na própria Bertrand. É assim que, a partir de 1972, a Livraria Bertrand passa definitivamente a ocupar o lugar que era anteriormente pertença da Editorial Ibis, no que diz respeito à edição exclusiva de álbuns de banda desenhada franco-belga.
Para além da edição de colecções de cromos e de álbuns de banda desenhada, a Editorial Ibis também enveredou, durante as décadas de 60 e 70, pela edição de livros juvenis, integrados em colecções dirigidas especificamente a jovens rapazes e raparigas, cujas histórias pertenciam ao género “romance de aventuras”.
Algumas dessas histórias eram também adaptações de séries famosas de televisão, como por exemplo, “Rim-Tim-Tim”, “Lassie”, “Bonanza” e do cinema, como “Tarzan”. Os livros tinham a capa cartonada e a cores e, no seu interior, o texto alternava com o formato em banda desenhada a preto e branco.
Adaptado do site http://timtimportimtim.com.sapo.pt/
Séries publicadas:
Astérix, Barba-Ruiva, Bernard Prince, Blake & Mortimer, Blueberry, Bob Morane, Chick Bill, Clifton, Howard Flynn, Humpá-pá, Lucky Luke, Michel Vaillant, Spaghetti, Strapontan, Tanguy & Laverdure, 3 As (Os), Turma (A)
[actualizado em 21-12-2014]
https://bedetecaportugal.weebly.com/ibis.html
https://biblobd.blogspot.com/2018/01/editorial-ibis-ensaio-de.html
Em 1968 por iniciativa de Jaime Mas, o catalão filho de Francisco Mas da Editorial Íbis, iniciou-se a publicação em Portugal de uma revista congénere da «Tintin» belga. A editorial Íbis e a editora Livraria Bertrand eram sócias.
Tinha como diretor o Jaime Mas e como chefe de redação o Dinis Machado, que foi ocupar na Íbis o lugar do Roussado Pinto que fora abrir uma editora própria.
https://bloguedebd.blogspot.com/2015/10/a-vida-interior-das-redacoes-dos.html
As colecções de cromos Ver e Saber com a história da Aviação e a história da Marinha foram editados pela Editorial Íbis. A caderneta de cromos "O Templo do Sol" foi composta e impressa nas oficinas gráficas da Editorial Ibis.
DINIS MACHADO
Um dia, telefona-me o Roussado Pinto a perguntar se eu queria ir trabalhar com ele. Fui para a Íbis, que era um mastodonte de coisas incríveis, subprodutos que vinham de Espanha, anedotas, colarinhos de beatos, Kansas City… O Tintin surgiu porque ele, além de querer ocupar as máquinas, também queria uma revista de banda desenhada. Quando a Íbis faliu, continuei a fazer a revista para a Bertrand.
https://arquivo.pt/wayback/20191115124048mp_/http://ofuncionariocansado.blogspot.com/2008/10/dinis-machado-entrevista-ler-em-2002.html
Bom, mas antes de ser o escritor de "O Que Diz Molero" e ao contrário do que muitos dos seus leitores julgam, já Dinis Machado se metera nas lides da ficção. Foi na década de 50, depois da gloriosa aventura do "Diário Ilustrado", jornal que provocou um redemoinho tão forte na paz podre do regime salazarista que acabou por se asfixiar a si mesmo. E deixou Machado casado e desempregado.
Roussado Pinto, "escritor compulsivo", que depois da funesta experiência do "Diário Ilustrado" se convertera em "editor de fancaria" através da Ibis, convidou-o para trabalhar com ele. Foi de resto aqui que nasceu a edição portuguesa do "Tim-Tim" e também a colecção "Rififi" - policiais que sobravam à "Vampiro" ou que esta se descurara em reservar os direitos. Este era o pelouro de Machado, que um dia, num aperto de prestações por pagar, decidiu que era capaz de escrever "policiais melhores do que aqueles". Mas precisava que lhe paguem adiantado
Com alguma surpresa Roussado Pinto concordou e estabeleceu logo ali as condições do contrato: três livros por ano a seis contos cada. Havia outra condição: arranjar um pseudónimo americano, para dar verosimilhança ao autor. Ele próprio agia assim e adoptara o nome literário de Ross Pyn.
(...) cumpriu o compromisso de Dinis Machado para a Ibis, que algum tempo depois foi à falência e vendida aos bocados.
"O Tim-Tim e eu com ele fomos comprados pela Bertrand" - e assim se iniciou um outro ciclo da vida de um "puto reguila" que "filosoficamente foi sempre do Bairro Alto".