quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Major Alverca

O V IMPÉRIO CONTRA-ATACA

Na década de noventa, Manuel João Ramos colaborou no semanário O Independente, fazendo dupla como desenhador com o argumentista Rui Zink na realização de bandas desenhadas dedicadas ao anti-herói MAJOR ALVERCA (um conto gráfico, de 32 páginas, nunca publicado em livro intitulado "O V Império Contra-Ataca"), criando mais tarde, mas ainda nos anos noventa, a solo, a personagem Alverquinha.

http://divulgandobd.blogspot.com/2017/06/lisboa-na-bd-em-humoristica-ficcao.html

(há algumas referências ao universo de Tintim e até algumas semelhanças dos personagens Alverca e Angelo; Os Dupondt aparecem num episódio que conhecemos e onde se indica que um dos volumes anteriores se chamava "Alverca No País dos Sovietes")



MANUEL JOÃO RAMOS

Filho do actor Jacinto Ramos e afilhado do pintor Sá Nogueira, o novo vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel João Ramos, eleito na lista independente de Helena Roseta, é conhecido sobretudo como o rosto da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados. E, no entanto, além da sua carreira de antropólogo, em que investiga a Etiópia do mítico Preste João, tem uma faceta de desenhador com obra publicada.

Nos anos da revolução - teria uns 14 ou 15 anos, pois nasceu em 1960 -, enviou ilustrações para uma revista de vida efémera que, se a memória não o atraiçoa, era dirigida por Mário-Henrique Leiria (o autor dos Contos do Gin-Tonic) e se chamava Pé-de-Cabra. Nunca foram publicados, como não seriam também as primeiras pranchas que concebeu com o seu antigo colega de universidade Rui Zink, com quem mantinha cumplicidade desde a organização da "Pornex 84" - uma exposição e happening de alunos no ano do título do livro de George Orwell, 1984.

É um "descendente do Vasco Granja", ironiza, para melhor explicar que as suas primeiras influências foram as páginas do Tintim. "O meu pai, certa vez, como castigo, reteve-me a revista que saía todas as semanas." Actualmente, já não aprecia a escola franco-belga - para os menos bedéfilos basta dizer que é a que fez Tintim (Hergé) e Astérix (Uderzo), Achille Talon (Greg) e Philémon (Fred), Blake e Mortimer (Jacobs) e Valerian (Mézières). Agora, opta por americanos e ingleses, no género do Frank Miller, fornecendo-lhe Rui Zink as últimas publicações da editora Marvel e Carlos Mendes, que prepara uma tese sobre a serra da Arrábida, outras novidades. "Não consigo gostar é de mangas japonesas."

Na primeira guerra do Golfo, a dupla Manuel João Ramos e Rui Zink começou a criar umas pranchas sarcásticas acerca da guerra e foram bater à porta dos semanários. Quem pagou melhor foi O Independente e ali nasceria o MajorAlverca (sátira ao nome do velho herói das histórias aos quadradinhos Major Alvega e crítica demolidora ao cavaquismo dominante), que acabaria por ser editado em livro.

A partir daí, no Indy (como os leitores designavam o semanário) ou na revista Kapa, também publicou ilustrações e caricaturas. Luiz Pacheco, o escritor "maldito" de O Libertino Passeia por Braga e de Comunidade, acabaria por lhe pedir uma ilustração para o livro Prazo de Validade. Mantinha, entretanto, o hábito de fazer diários gráficos, cadernos de viagem ilustrados. E quando João Paulo Cotrim, que foi director da Bedeteca de Lisboa, viu aqueles registos, percebeu logo que podiam ser dados à estampa, opinião partilhada pelo editor (e também artista plástico) Manuel Rosa. Assim surgiu Histórias Etíopes - Diários de Viagem e está no prelo Traços de Viagem.

Fernando Madail, Diário de Notícias, 21/07/2007

Os autores dos livros de que gostava  (Hergé foi um dos 10 nomes escolhidos por MJR).

http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/documentos/lmi_mjramos_c.pdf

RUI ZINK

Tem escrito argumentos para vários desenhadores, designadamente Manuel João Ramos, com o qual fez As Extraordinárias Aventuras do Major Alverca (publicadas no semanário O Independente e na revista Kapa, entre 1991 e 1993).

https://divulgandobd.blogspot.com/2016/10/banda-escrita-argumentistaguionista-rui.html

ALVERQUINHA

Alverquinha foi o sucessor do Major Alverca, e este foi, obviamente, como o nome indica, uma paródia ao popular herói de BD Major Alvega.

Fazendo um flashback: o Major Alverca era uma criação da dupla de amigos, ambos amantes de banda desenhada, Manuel João Ramos e Rui Zink, o primeiro a desenhar, o segundo a criar os argumentos, e publicava-se no Independente, um semanário editado em Lisboa.

Por qualquer motivo que não interessa esmiuçar, o Major Alverca deixou de se publicar e, em sua substituição apareceu Alverquinha: Crónicas da Juventude, da autoria completa (argumento e desenho) de Manuel João Ramos.

https://divulgandobd.blogspot.com/2016/05/alverquinha-anti-heroi.html


Sem comentários:

Enviar um comentário