domingo, 13 de julho de 2014

Tintin por Tintim


Cartaz

título: Exposição Tintin por Tintim

edição:  [S.l. : s.n.], 1990

dimensões: 42 x 31 cm.

descritores: Artes visuais

Texto do cartaz: António Mendes - Alvim - Carlos Barroco - Carlos Ferreiro - Caseirão - Jorge Camões - José Eduardo Rocha - Luís Cruz - Luísa Ferreira - Manuel San Payo - Miguel Horta Romualdo - Vitor dos Reis - Vitor Rua; Pintura, Escultura, Fotografia, Vídeo, 6 de Abril a 9 de Maio de 1990; Espaço Litoral - Novo Século Rua do Século 4 - B - C, 1200 Lisboa

lugar de impressão: Lisboa

nome do impressor: Litografia Tejo

URL

http://sinbad.ua.pt/cartazes/CT-ML-I-4077

http://sinbad.ua.pt/cartazes/CT-ML-I-4077.1

https://arquivo.sinbad.ua.pt/Cartazes/2011000778

TEXTOS

TINTIN por TiNTiM

A ideia desta exposição, que inicia a abertura de um novo espaço em Lisboa, encontrou a aderência de vários operadores estéticos que se sentem ligados à experiência da Galeria Novo Século.

Sem ter a pretensão de uma exaustiva homenagem nacional ao criador desta personagem, familiar a várias gerações de portugueses, a exposição TINTIN por TINTIM, pretende assinalar uma atitude lúdica e diversificada da interpretação do herói da B.D. na área das Artes visuais no início dos anos 90.

Em paralelo, à exposição, objectos design sobre o mesmo tema irão reforçar a homenagem internacional ao criador, Hergé.

Esta é a primeira aventura no ESPAÇO LITORAL.

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No dia 10 de Janeiro de 1929 surgiu pela primeira vez a personagem de Hergé conhecida com o nome de Tintin. Tratava-se da sua primeira aventura Les aventures de Tintin Reporter du Petit Vingtième au pays des Soviets.

Um ano mais tarde esta história foi publicada em Álbum, a preto e branco, com a tiragem de cinco mil exemplares – valendo hoje, cada um deles, uma pequena fortuna.

Voltou a ser impressa em 1969, numa tiragem de quinhentos exemplares, por vontade expressa de Hergé, destinada a ser oferecida aos amigos! E voltou a ser reimpressa.

De 1929 a 1976 Hergé criou vinte e duas histórias de Tintin e dos seus companheiros, com tiragens muito elevadas em diversas línguas, com frequentes reedições, o que representa uma longa permanência junto de milhões de leitores de diferentes gerações.

As aventuras de Tintin permitem acompanhar a evolução da humanidade ao longo de cerca de cinquenta anos, sendo o herói de Hergé muito sensível a acontecimentos decisivos do nosso tempo. Deles deu o Autor uma interpretação e ilustração pessoal, frequentemente contraditória, nunca deixando de castigar os maus, os corruptos, os vendedores e traficantes de armamentos, os políticos sem escrúpulos, os negociantes de droga.

Procurou Hergé divertir os leitores com uma linguagem límpida, recheada de efeitos cómicos, com uma sábia utilização da cor, apresentando factos reais, inventando situações nascidas da sua fantasia e imaginação, surgindo Tintin como o repórter por excelência do Século XX.

A homenagem de artistas portugueses na exposição Tintin por Tintim pretende exaltar a obra de um artista muito interessado pela arte moderna e que não teve tempo para pintar porque dedicou a vida a escrever e a desenhar histórias aos quadradinhos.

Vasco Granja

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Quando era miúdo, na praia onde eu e meus irmãos passávamos as férias, organizámos uma sociedade secreta que tinha como símbolo uma tábua com a forma de um porco – Assim surgiu a "Máfia do Porco", que todos os verões semeava o terror entre os banhistas e crianças indesejáveis.

Era a época do Tintin, o repórter, com todas as suas aventuras e simbolismos.

Anos mais tarde, quando conheci a minha mulher, ela usava como brincos duas conchas de Cardium (berbigão), reconheci nisso um sinal de bom agouro. Em "O Caranguejo das Tenazes de Ouro", o chefe da quadrilha de traficantes do ópio traz ao pescoço um par de tenazes, símbolo dessa confraria do crime. Sempre achei que essas tenazes de sapateira, quase despercebidas pela reduzida dimensão dos quadradinhos e proliferação de filactares, seriam uma obra prima de joalharia...

Miguel Horta

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"LES AVENTURES DE TINTIN, PAR VITOR RUA"

O homem das cavernas pintou as paredes com figuras do homem caçando bisontes.

Os egípcios faziam "cartoons" colocando cabeças de animais em corpos de homens ou mulheres para fazerem sátiras.

Quando era pequenino brincava muitas vezes de Tintin. Ficava horas a ler o Tintin a comer bolachas moles com limonada. Ler o Tintin fez com que eu gostasse de viajar e de aventuras, embora eu seja menos corajoso do que ele. Gosto muito de Tintin.

Vítor Rua

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"Bandidos! Assassinos! Ladrões! Deixem-me! Devolvam-me os rolos!"

Luísa Ferreira

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Deslocação

Aventura é ter um corpo.

Tintin dá-nos consciência da existência de corpo.

É este sentimento de deslocação que permite a apropriação do espaço e do tempo da narrativa.

Em cada quadrado se vai estruturando um novo outro tempo, um novo outro espaço.

Reestruturamos em rapaz (de "calções") com um cão inseparável, e companheiro de aventura, numa "história" que conta, porque se estrutura para ser contada, ser possível, ser real.

Ter uma forma tridimensional...

Existência, cujo figurino de herói, resulta da sobreposição de um personagem (de "calções") e cão com uma aventura desinteressada total, portanto...

Deslocação.

Jorge Camões

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A PROPÓSITO DA OBRA DE ARMANDO CASEIRÃO...

O Tintin não usa óculos, salvo quando se disfarça para escapar aos seus inimigos, o que acontece em muitas situações.

Devia usar. Ajudavam-no a ver o mundo de outra maneira. Mas ele é saudável como todos os meninos devem ser. É bonzinho, honesto, inteligente, trabalhador, tão perfeito que chega a irritar.

Reconforta vê-lo cravado de pregos ou pendurado no pescoço de um caçador de cabeças.

De súbito, tudo se revela: a expressão perversa, o arrependimento tardio.

Ele próprio parece tirar algum prazer do seu papel de vítima, e no entanto, da sua boca saem ainda palavras amargas e cruéis: "E o Miú? Ele também merecia!"

É verdade. Mas esse fica para uma próxima oportunidade.

Pedro Monteiro

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- Senhoras e senhores, terei a honra de interpretar a grande ária das jóias, de Fausto – A – A - Ah, chega a rir de me ver tão bela neste espelho.

– Formidável, hein?

- Sim, é essa a palavra adequada.

- AAAAAh, a rir!

- Sempre que a oiço me lembro de um ciclone que se abateu sobre o meu navio, certo dia, quando navegava pelo mar das Antilhas!

- Responde-me, responde-me, responde, responde-me depressa!

- Auau! Au! Auauuuu! Auauuuu!

- !!

- Auau! Auau! Auuu! Auuu! Auauuau!

- Não! Não! Não! Não és mais tu!

- Céus, que é isto?!

- Uma esfera de fogo! Se afaste, professor!

- BEMM

- Bianca! Milu! A múmia!

- Meu Deus! A múmia!

- Raspac Capac desapareceu!... Evaporou-se!... Volatizou-se!... Só restaram suas jóias!

- SOCORRO!

- É Bianca!... Depressa!

- Que foi, Bianca? Porque gritou?

- Eu... ah... tive um pesadelo terrível. Raspac Capac entrou no meu quarto... Trazia na mão uma grande bola de cristal e jogou-a com toda a força no chão...

- É extraordinário. Sonhei bem a mesma coisa!

- E eu!

- E eu!

- Também eu!

Vítor Dos Reis

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Allo?. Pardon?... Non, madame, ce n'est pas la Boucherie Sanzot!... Non, madame, pas le 431... Le 421, madame! Il n'y a pas de quoi, madame... Non, madame, ce n'est pas la boucherie Sanzot!... Je... Comment?... Oh! Pardon, de... HEU... Le Comment? les lunettes du capitaine Auguste? En France? OH! Pardon. Je... HEU... Le capitaine? Non, pas pour le moment. Il est en promenade...

Romualdo

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"RECADO DE BRUXELLOS"

Cumé? Tudo Juca Juca!!!

"Golo é gouoolo guooooolulu!..."

Milk and cat - Muito bife, muito leite

Fazer Kanuko é estranho.

The King of the paintings

F. Alvim

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... Não me deixem sozinho nesta ilha!

Carlos Barroco


(A propósito da Exposição Tintim por Tintim - 1990)



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