sábado, 22 de dezembro de 2018

Figuras de Tintin #61 - O general Alcazar de uniforme

Nesta entrega da colecção em epígrafe, temos o general Alcazar em todo o seu esplendor, rutilante no seu uniforme militar bordado a ouro, com cabelo impecavelmente alisado com brilhantina e uma atitude roda e severa, típica dos militares.

Figuras Tintin #61 - O general Alcazar de uniforme, livro+estatueta+passaporte, Éditions Moulinsart, distribuição em Portugal pela Altaya, 12,90€



sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Figuras de Tintin #65: Milu meio-anjo

Milou, quando a tentação lhe bate à porta, apelando-lhe aos sentidos ou ao seu gosto ancestral pelos ossos... está tudo estragado! Nesta estatueta, temos Milou, apanhado num momento em que um cruel dilema existencial o atormenta: escolher entre o fruto proibido e a sua consciência, o prazer imediato e a obediência, o vício e a virtude!

A referência da figura encontra-se na vinheta D2 da prancha 45 da aventura Tintin no Tibete.

Figuras de Tintin #65 - Milu meio-anjo, estatueta+livro+passaporte, Éditions Moulinsart, distribuído em Portugal pela Altaya, 12,90€



sábado, 24 de novembro de 2018

Figuras de Tintin #66: O coronel Sponsz contrariado

Após quatro meses de ausência nas bancas, a Altaya portuguesa recomeçou o lançamento da colecção oficial Figuras de Tintin com a figura do coronel Sponsz. Relembramos que a colecção inicialmente contaria com 60 entregas, mas a editora decidiu prolongá-la com mais dez, das quais esta é a segunda entrega.

O coronel Sponsz é o chefe da polícia secreta bordura, estreando-se no episódio "O caso Girassol", reaparecendo, mais tarde, no último álbum acabado da série, "Tintin e os pícaros".

A referência da estatueta entregue está na vinheta C2 da prancha 56 do episódio "O caso Girassol".

Figuras de Tintin #66: O coronel Sponsz contrariado, Éditions Moulinsart [edição portuguesa da Altaya], livro de 16 pp. + estatueta + passaporte, 12,90€


As aventuras de Putin no Canal Q



terça-feira, 20 de novembro de 2018

Diabrete

Com a lamentável caligrafia que jamais consegui corrigir, escrevi numa carta datada de 23 de Agosto de 1948, em Ermesinde, quando aí passava férias com o avô e o irmão, em casa da Tia Aurora: “Minha querida Mãezinha. Agora é a minha vez de escrever, mas não sei o que hei-de dizer. Há tanto tempo já que não vejo nem Mosquitos, Diabretes e Camaradas. Mande dizer se já começou alguma história nova ou qualquer coisa engraçada que tenha vindo”…

Creio que este banal escrito resume com rigor as vivências pessoais dominantes. Os quadradinhos continuavam a marcar a minha vida.


Como que premiando esta fidelidade, O Diabrete devolver-me-ia em Março de 1949 o contacto com Tintin. Em vez de fragmentos soltos das suas aventuras nas Américas do Norte e do Sul, na China, no Oriente, em Angola e cá pela Europa, em especial na Escócia, agora viajaria com ele pela Bordúria e pela Sildávia, por terra e mar na busca do tesouro de Rackham, o Terrível, e envolvido no mistério das 7 Bolas de Cristal… Tinha perdido o vibrante colorido d’O Papagaio mas conquistado o direito às histórias continuadas semana a semana. Tim-Tim era o mesmo mas Rom-Rom tinha passado de cadela a cão… Pormenores, apenas.

(...)

António Martinó de Azevedo Coutinho

Os quadradinhos continuaram a dominar a minha despreocupada existência. O Diabrete, “o grande camaradão de todos os sábados”, como se auto-intitulava, era o companheiro semanal sempre aguardado com enorme expectativa. Ao meu irmão, como compensação, começaram a comprar-lhe O Mosquito, apanhado já a meio do seu percurso de vida, no entanto “picando” duas vezes por semana. Eram jornais diferentes, mas ambos transbordando de interesse.

Ainda não tinham sido inventados os álbuns, com histórias completas, onde a gente acharia pouca piada ao instantâneo passar das folhas, roubando-nos a prazer da antiga e criativa impaciência de dispor apenas de uma página de cada vez e com uns dias de intervalo…

Passou por aqueles anos um outro jornal que só durou de Março de 1943 a Dezembro de 1944, mas que ainda assim também marcou esse meu tempo. Foi O Faísca, talvez por ter sido um “relâmpago”, por acaso mais brilhante e colorido do que os seus colegas.

(...)

António Martinó de Azevedo Coutinho


domingo, 14 de outubro de 2018

Editorial Ibis


Fundada em 1958 a Editorial Ibis, que estava sediada na Venda Nova (Amadora), foi a primeira grande editora que existiu em Portugal, especializada, sobretudo, na edição de colecções/cadernetas de cromos e álbuns de banda desenhada. 

Entre 1958 e 1969, a Editorial Ibis editou várias colecções/cadernetas de cromos [algumas das quais reproduzidas a partir das suas homólogas editadas em Espanha], a maioria das quais, diga-se a propósito, de grande qualidade, quer em termos gráficos, quer em termos do conteúdo informativo veiculado através de cromos bem desenhados e coloridos ou reproduzidos com rigor. 

A partir de meados da década de 60, a Editorial Ibis passou também a editar álbuns de banda desenhada exclusivamente de origem franco-belga.

Encerrou as suas atividades em Novembro de 1972 fundindo-se com a Livraria Bertrand.

http://www.guiadosquadrinhos.com/editora-estrangeira/editorial-ibis/2065

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A Editorial Ibis, que estava sediada na Venda Nova (Amadora), foi a primeira grande editora que existiu em Portugal, especializada, sobretudo, na edição de colecções/cadernetas de cromos e álbuns de banda desenhada. 

Porém, antes de começar a editar álbuns de banda desenhada, exclusivamente de origem franco-belga, a Editorial Ibis iniciou a sua actividade através da edição de colecções/cadernetas de cromos, algumas das quais reproduzidas a partir das suas homólogas editadas em Espanha.

Assim, entre 1958 e 1969, a Editorial Ibis editou várias colecções de cromos, a maioria das quais, diga-se a propósito, de grande qualidade, quer em termos gráficos, quer em termos do conteúdo informativo veiculado através de cromos bem desenhados e coloridos ou reproduzidos com rigor. 

A partir de meados da década de 60, a Editorial Ibis passa também a editar álbuns de banda desenhada, cujas histórias e respectivos heróis são provenientes das duas melhores revistas europeias de banda desenhada da época: a revista belga “Tintin” (1946-1988) e a revista francesa “Pilote” (1959-1989). Até 1972, a Editorial Ibis edita, em parceria com a Livraria Bertrand (no início da década de 70), vários álbuns (a maioria com a capa cartonada) de alguns dos mais importantes e famosos heróis da banda desenhada franco-belga. 

Já em 1968, a Livraria Bertrand associava-se à Editorial Ibis e lançavam, como co-proprietárias, aquela que se viria a tornar numa das mais famosas revistas portuguesas de banda desenhada do século XX: a revista “Tintin”. 

Contudo, a partir de Novembro de 1972, a propriedade da revista fica apenas na posse exclusiva da Livraria Bertrand, uma vez que a Editorial Ibis cessa a sua actividade e existência, acabando por se fundir na própria Bertrand. É assim que, a partir de 1972, a Livraria Bertrand passa definitivamente a ocupar o lugar que era anteriormente pertença da Editorial Ibis, no que diz respeito à edição exclusiva de álbuns de banda desenhada franco-belga. 

Para além da edição de colecções de cromos e de álbuns de banda desenhada, a Editorial Ibis também enveredou, durante as décadas de 60 e 70, pela edição de livros juvenis, integrados em colecções dirigidas especificamente a jovens rapazes e raparigas, cujas histórias pertenciam ao género “romance de aventuras”. 

Algumas dessas histórias eram também adaptações de séries famosas de televisão, como por exemplo, “Rim-Tim-Tim”, “Lassie”, “Bonanza” e do cinema, como “Tarzan”. Os livros tinham a capa cartonada e a cores e, no seu interior, o texto alternava com o formato em banda desenhada a preto e branco.

Adaptado do site http://timtimportimtim.com.sapo.pt/

Séries publicadas:

Astérix, Barba-Ruiva, Bernard Prince, Blake & Mortimer, Blueberry, Bob Morane, Chick Bill, Clifton, Howard Flynn, Humpá-pá, Lucky Luke, Michel Vaillant, Spaghetti, Strapontan, Tanguy & Laverdure, 3 As (Os), Turma (A)

[actualizado em 21-12-2014]

https://bedetecaportugal.weebly.com/ibis.html

https://biblobd.blogspot.com/2018/01/editorial-ibis-ensaio-de.html

Em 1968 por iniciativa de Jaime Mas, o catalão filho de Francisco Mas da Editorial Íbis, iniciou-se a publicação em Portugal de uma revista congénere da «Tintin» belga. A editorial Íbis e a editora Livraria Bertrand eram sócias.

Tinha como diretor o Jaime Mas e como chefe de redação o Dinis Machado, que foi ocupar na Íbis o lugar do Roussado Pinto que fora abrir uma editora própria.

https://bloguedebd.blogspot.com/2015/10/a-vida-interior-das-redacoes-dos.html

As colecções de cromos Ver e Saber com a história da Aviação e a história da Marinha foram editados pela Editorial Íbis. A caderneta de cromos "O Templo do Sol" foi composta e impressa nas oficinas gráficas da Editorial Ibis.

DINIS MACHADO

Um dia, telefona-me o Roussado Pinto a perguntar se eu queria ir trabalhar com ele. Fui para a Íbis, que era um mastodonte de coisas incríveis, subprodutos que vinham de Espanha, anedotas, colarinhos de beatos, Kansas City… O Tintin surgiu porque ele, além de querer ocupar as máquinas, também queria uma revista de banda desenhada. Quando a Íbis faliu, continuei a fazer a revista para a Bertrand.

https://arquivo.pt/wayback/20191115124048mp_/http://ofuncionariocansado.blogspot.com/2008/10/dinis-machado-entrevista-ler-em-2002.html

Bom, mas antes de ser o escritor de "O Que Diz Molero" e ao contrário do que muitos dos seus leitores julgam, já Dinis Machado se metera nas lides da ficção. Foi na década de 50, depois da gloriosa aventura do "Diário Ilustrado", jornal que provocou um redemoinho tão forte na paz podre do regime salazarista que acabou por se asfixiar a si mesmo. E deixou Machado casado e desempregado.

Roussado Pinto, "escritor compulsivo", que depois da funesta experiência do "Diário Ilustrado" se convertera em "editor de fancaria" através da Ibis, convidou-o para trabalhar com ele. Foi de resto aqui que nasceu a edição portuguesa do "Tim-Tim" e também a colecção "Rififi" - policiais que sobravam à "Vampiro" ou que esta se descurara em reservar os direitos. Este era o pelouro de Machado, que um dia, num aperto de prestações por pagar, decidiu que era capaz de escrever "policiais melhores do que aqueles". Mas precisava que lhe paguem adiantado

Com alguma surpresa Roussado Pinto concordou e estabeleceu logo ali as condições do contrato: três livros por ano a seis contos cada. Havia outra condição: arranjar um pseudónimo americano, para dar verosimilhança ao autor. Ele próprio agia assim e adoptara o nome literário de Ross Pyn.

(...) cumpriu o compromisso de Dinis Machado para a Ibis, que algum tempo depois foi à falência e vendida aos bocados.

"O Tim-Tim e eu com ele fomos comprados pela Bertrand" - e assim se iniciou um outro ciclo da vida de um "puto reguila" que "filosoficamente foi sempre do Bairro Alto".

António Melo, Público, 04/02/2001

sábado, 29 de setembro de 2018

Jorge Fiel

19 dias a enganar meninos

Surdo como uma porta (apesar de ele dizer que não, que só ouve mal de um lado), o professor Tornesol é o meu personagem preferido das aventuras de Tintin. Também adoro o irascível capitão Haddock - a sua criatividade no insulto é uma moca! - e tenho um fraquinho pela dupla de polícias idiotas, Dupont e Dupond. E, como não podia deixar de ser, dedico um carinho especial ao nosso compatriota Oliveira de Figueira, vendedor de mão-cheia, capaz de impingir frigoríficos aos esquimós e aquecedores aos guineenses.

Não deixa de ser curioso que o mais insípido e insosso da luxuosa galeria de personagens desta série seja o que lhe dá nome - o próprio Tintin. A vida tem destas coisas.

Com três PhD (Física Nuclear, Cálculo e Astronomia), Tryphon Tornesol estreia-se em "O Tesouro de Rackham Le Rouge", construindo um protótipo de submarino individual, em forma de tubarão, que seria de grande utilidade a Tintin não só nesta aventura mas também na seguinte ("O Segredo do Licorne").

Impecável no seu sobretudo verde, com um chapéu da mesma cor a cobrir-lhe a careca, óculos redondos e barbicha, Tornesol é distraído como todos os cientistas, mas a surdez não assumida aumenta-lhe o alheamento da realidade e é mãe de saborosos e divertidos equívocos.

Hergé é genial a tirar partido do potencial cómico da surdez de Tornesol, o único dos seus personagens a manifestar sentimentos pelo belo sexo (mais uma razão para ser o meu preferido!) em "As Joias de Castafiore", em que revela a sua galanteria, ao inventar uma rosa em homenagem a Bianca Castafiore.

Para mim, "As Joias de Castafiore" é, de muito longe, a melhor de todas as 23 aventuras do Tintin. Ao longo das 62 páginas do álbum, Hergé captura a nossa atenção com uma intriga astutamente urdida, recheada de pistas falsas, enganos e mal-entendidos (o maior dos quais proporcionado pela surdez de Tornesol), até que chegamos à última página e percebemos que, afinal, não se passou nada, a esmeralda da Castafiore não foi roubada, mas antes levada para o ninho por uma pega - e tudo ficou na mesma, acabando como começou!

Durante 19 dias deste estranho mês de julho (meteorologicamente falando), esteve em cartaz, em centenas de páginas de jornais e de horas de rádio e televisão, uma crise política a que não liguei nenhuma - e ainda bem. Estou muito satisfeito por não me ter ralado com ela, pois poupei tempo (e tempo é dinheiro) e preocupações (e o stress faz mal ao coração).

Ao fim e ao cabo, a tal crise não passou de uma imitação reles da fina comédia de enganos com que Hergé nos brindou em "As Joias de Castafiore": na substância, não se passou nada. E tudo acabou como começou. Foi como mascar um chiclete. Um engana-meninos - ótimo para um livro de quadradinhos, mas péssimo para um país que balança à beira do abismo da falência. Mas enfim, eles lá sabem as linhas com que se cosem.

Jorge Fiel, JN, 25/07/2013

Morte aos tolos pessimistas

A fantástica galeria de personagens do Tintin ficou mais rica, em Charutos do Faraó, com a chegada de Oliveira da Figueira, bem disposto comerciante, sempre pronto a oferecer um cálice de Vinho do Porto para agilizar a conversão em cliente e amigo de um novo conhecido.

A facilidade em convencer os outros a comprar-lhe artigos de utilidade duvidosa é a principal característica deste português, a que Hergé recorreu em mais três aventuras (No País do Ouro Negro, Carvão no Porão e Joias da Castafiore).

Menino para vender ventoinhas as esquimós e aquecedores na Guiné, Oliveira da Figueira simboliza o desenrascanço e o espírito aventureiro que fazem parte do nosso código genético e se revelaram em todo o seu esplendor na empresa dos Descobrimentos e da expansão marítima, em que demos novos mundos a conhecer ao Mundo, enquanto fazíamos negócio com o ouro da Mina e a pimenta da Índia.

Este nosso jeito não desapareceu com o fim do Império e foi ele que, aliado à grande capacidade exportadora da indústria do Norte, poupou o país à bancarrota na dúzia de anos que mediou entre a perda das colónias e a admissão no clube que nos deu dinheiro fácil.

Após 25 anos em que a fonte que jorrava de Bruxelas disfarçou a incompetência da governação, assegurada à vez por PS e PSD, Portugal volta a balouçar à beira do abismo, por culpa de um modelo errado de desenvolvimento que apostou todas as fichas nos serviços e em Lisboa, criou uma abundante classe de corruptos e parasitas (Duarte Lima e Oliveira e Costa são apenas a ponte do iceberg) e negligenciou a agricultura e a indústria, produtoras de bens transacionáveis.

(...)

Jorge Fiel, JN, 20/05/2012

Viver dentro das Jóias de Castafiore

https://tintinemportugal.blogspot.com/2011/11/viver-dentro-das-joias-da-castafiore.html

https://bussola.blogs.sapo.pt/189463.html



sábado, 22 de setembro de 2018

Cavaleiro Andante

Passaram 65 anos sobre aquele dia 5 de janeiro de 1952 em que o meu pai apareceu em casa com o n.º 1 de uma nova publicação para jovens: o Cavaleiro Andante. Apesar de eu ainda estar a começar a juntar as letras, ele comprou e encadernou as revistas seguintes, de que pude desfrutar mal aprendi a ler. E o entusiasmo foi tanto que passei boa parte da minha infância, e depois da adolescência, já na segunda metade da década de 50, em casa da vizinha do lado, no 27 da Travessa do Possolo, a folhear as coleções que ela fizera para a filha, bem mais velha do que eu, tanto de O Papagaio – revista para miúdos, encerrada em 1941 – como de O Senhor Doutor – um amigo que diverte, educa e instrui, que acabara em 1943 – e até de alguns exemplares avulsos de O Mosquito – o semanário da rapaziada, publicação que terminou em 1953: que belas tardes essas!

Para um miúdo preguiçoso como eu, devorar banda desenhada foi decisivo para o meu futuro. No Cavaleiro Andante, por exemplo, além de me iniciar nas obras de Hergé (Tim-Tim), Edgar P. Jacobs (Blake & Mortimer), Edgar Rice Burroughs (Tarzan, que o Estado Novo viria a proibir) ou Johnston McCulley (Zorro) – fiquei a conhecer mitos como Viriato, Baden Powell, Fausto Coppi ou o Rei Sol, li histórias como Beau Geste, Alice no País das Maravilhas ou A Tulipa Negra, e acompanhei epopeias como a conquista do Evereste ou a colonização dos EUA.

E tantos anos volvidos, sinto ainda que o Cavaleiro Andante faz parte da minha vida.

Adolfo Simões Muller: o visionário que fazia as publicações acontecerem

Foi na rádio oficial que conheci Adolfo Simões Muller, já não se publicava o Foguetão. Tive uma deceção, pois o amigo que respondia ao correio dos jovens leitores do Cavaleiro Andante era, afinal, um homem fechado e nada popular junto dos trabalhadores mais novos, que o ligavam ao salazarismo. Mas é imperioso fazer justiça ao seu espírito de iniciativa: entre 1935 e 1961, ele fundou e dirigiu, sem interrupção, quatro títulos históricos de banda desenhada: O Papagaio (quando tinha 26 anos!), Diabrete, Cavaleiro Andante e Foguetão. O grande visionário da literatura juvenil deixou-nos em 1989, quase aos 80 anos.

Alexandre Pais,  Sábado, 19/01/2017


domingo, 9 de setembro de 2018

Missão em Lisboa

Lisboa na Banda Desenhada - Arco da Rua Augusta - Tintin em Lisboa-Autores: C.Moreno (des.), C. Moreno e G. Lino (arg.) - Centenário de Hergé (IV)

Capa do fanzine Tertúlia BDzine (nº 28- Dez. 99) com o episódio Missão em Lisboa, um 'pastiche' publicado como homenagem à série Hergiana, quando passavam setenta anos após a criação de Hergé em 1929


Os cenários lisboetas, estupendamente desenhados por C. Moreno, servem de base a um dos treze episódios (doze em banda desenhada e um em cartune) publicados no acima citado fanzine, editados para serem oferecidos aos participantes na Tertúlia BD de Lisboa.

Tintin e o Capitão Haddock ouviram dizer que, algures no Parque Mayer, existe um local onde, mensalmente, se reúne o maior número de autores-artistas da Banda Desenhada por metro quadrado, isto em Lisboa. Daí que tenham vindo propositadamente à capital portuguesa, e daí que os vejamos à entrada do dito Parque Mayer, onde participaram, embora fugazmente - com muita pena minha -, na Tertúlia BD de Lisboa. Como quer que seja, foi um momento virtual marcante.

https://arquivo.pt/wayback/20080215032238/http://geraldeslino.interdinamica.pt/artes/ger/x16yv74w.htm



Blog Divulgando em BD


domingo, 26 de agosto de 2018

Figuras de Tintin #67: Szut, o amigo do capitão Haddock

Inicialmente prevista uma colecção com 60 números, a Altaya decidiu prolongar com mais 20 entregas. A desta quinzena é dedicada ao amigo de origem russa do capitão Haddock de nome Piotr Szut, que se estreou nas aventuras de Tintin no episódio "Carvão no porão", reaparecendo mais tarde na aventura "Voo 714 para Sidney". 

Figuras de Tintin #67: Szut, o amigo do capitão Haddock, Moulinsart com distribuição em Portugal da Altaya, estatueta+livro de 16 pp.+passaporte, 12,90€


terça-feira, 21 de agosto de 2018

terça-feira, 14 de agosto de 2018

domingo, 12 de agosto de 2018

Tintin na revista "Visão História"

A revista Visão História nº 42 de Junho de 2018 dedicada ao tema Guerra Fria apresenta um artigo sobre o Tintin e a visão de Hergé sobre aquele período da história mundial.



segunda-feira, 23 de julho de 2018

Vasco Granja


Pessoal... e Transmissível

De Segunda a Quinta-feira, às 19h.

(Repete depois do noticiário da meia-noite)

PESSOAL... E TRANSMISSÍVEL1. Vasco Granja2. Vasco Granja3. Vasco Granja

Vasco Granja: gostava de ter sido o Tintin

( 19:07 / 03 Jun 2003)

PESSOAL... E TRANSMISSÍVEL Vasco Granja: gostava de ter sido o Tintin 

1. Vasco Granja 2. Vasco Granja 3. Vasco Granja 

Antes dele a banda desenhada, em Portugal, eram apenas histórias de quadradinhos. Vasco Granja, divulgador de BD e cinema de animação, comunista e vegetariano, é o convidado para a conversa ao fim da tarde. ( 19:07 / 03Jun)

Entrevista de CarlosVaz Marques na TSF

imagem: Diário de Lisboa (1979)

HERGÉ: A escola de Hergé.  (série nº19, supl. 17, 18)

TINTIN, cinquenta anos.  (série nº22, supl. 43)

> Tintin e os seus companheiros. Apresentação por Vasco Granja, de um documentário para televisão.  (série nº 25, supl. 08 )

LUCCA 8 : encontro da BD internacional. Artigo de Vasco Granja que incluem diversos desenhos “dedicatórios” aos leitores portugueses. Foram realizados por alguns conhecidos autores de BD em que se destaca o de Hergé na última página do suplemento. (série nº10, supl. 32 )

https://nerdenthal.blogspot.com/2011/07/vasco-granja-o-divulgador.html

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Disco


Anexo 4 – A proposta de hoje reduz o audiovisual ao simplesmente audio. Porém, pela sua raridade e pelo seu interesse, creio que vale a pena escutá-lo. Consiste na digitalização integral (lado A e lado B) dum disco vinil LP 33 1/3 r.p.m., intitulado O Loto Azul (sic!). É um registo Vértice, produzido pelos Estúdios JORSOM e datado de 1975, espécie de audio-livro avant la lettre que interpreta a obra “homónima” de Hergé em estilo de rádio-novela. A tradução e adaptação é de Elisa e a música de Jorge Costa Pinto.

As personagens são: Tintin – José Carlos; Dupont/Rastapopoulos/Marajá – Albino Santos; Wang/Mitshuirato – Nuno Emanuel; Dupont/Faquir/Tchang – Luís Mascarenhas. 

Portanto, após esta apresentação, o convite é… ouvir O Loto Azul !

https://largodoscorreios.wordpress.com/2012/07/03/o-lotus-azul-iv/

https://wikidobragens.fandom.com/pt/wiki/Tintin:_O_Loto_Azul

Anexo 5 – Como seria lógico, a proposta de hoje consiste na conclusão da audição do disco O Loto Azul, pela disponibilização do lado B, devidamente digitalizado em mp3. Justo será acrescentar que neste trabalho técnico contei com a competência e a disponibilidade de Jorge Santos, do Departamento Audiovisual da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre e, depois, de José Carlos Louro, da Entidade Regional de Turismo do Alentejo. Sem tais colaborações estes Anexos não seriam possíveis, pelo que aqui fica expressa a minha gratidão. 

https://largodoscorreios.wordpress.com/2012/07/05/o-lotus-azul-v/

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Figuras de Tintin #60: O Professor Bergamotte hilariante

Chega ao final esta colecção da Altaya que ao longo de mais de dois anos nos presenteou com sessenta figuras de resina, acompanhadas de um fascículo documental sobre a figura apresentada. O Professor Bergamotte, um dos membros da expedição Sanders-Hardmuth, é a figura escolhida para encerrar esta colecção.

A referência da figura podemos encontrá-la na vinheta A1 da prancha 26 do episódio "As 7 bolas de cristal".

Figuras de Tintin #60: O Professor Bergamotte hilariante, estatueta+livro+passaporte, Éditions Moulinsart, distribuição em Portugal pela Altaya, 12,99€



sexta-feira, 22 de junho de 2018

Figuras de Tintin #59: Toupeira-de-olhar-penetrante

Toupeira-de-olhar-penetrante é o chefe índio, sachem dos pés-pretos, que teve direito a capa do episódio "Tintin na América". Hergé desenhou-o envergando o seu traje cerimonial, com o toucado de penas de águia, um testemunho da sua valentia.  

A referência da figura encontra-se na vinheta D3 da prancha 20 do episódio "Tintin na América".

Figuras de Tintin #59: Toupeira-de-olhar-penetrante, Éditions Moulinsart com distribuição em Portugal pela Altaya, livro+passaporte+estatueta, 12,90€


domingo, 17 de junho de 2018

Ronaldo no país dos sovietes

Aproveitando a presença de Portugal no Mundial de futebol na Rússia, a SIC está a apresentar um conjunto de reportagens sobre aquele país com o título genérico "Ronaldo no país dos sovietes" que nos faz lembrar a primeira aventura do Tintin.


quinta-feira, 14 de junho de 2018

Oliveira da Figueira


Em 01/12/1981, o jornal O Diabo usou Oliveira da Figueira para criticar o Governo liderado por Pnto Balsemão e o Presidente Ramalho Eanes.

(Memórias d'O Diabo, 06/12/2011)

domingo, 10 de junho de 2018

O museu aeronáutico Aeroscopia, em Toulouse (França), acaba de inaugurar uma exposição dedicada à relação das aventuras de Tintim, criadas por Hergé, com o universo da aviação. Criada em colaboração com o Museu Hergé, "Tintin et Ses Avions", que estará ali patente até Janeiro de 2019, explora vivências da personagem de BD com diversas etapas da história da aviação, envolvendo não apenas pranchas e esboços, mas também uma colecção de cerca de 50 modelos de aeronaves. Um dos núcleos da exposição recorda a criação do álbum "Voo 714 Para Sidney".

Revista E, suplemento do Expresso de 10.06.2018

sábado, 9 de junho de 2018

A revista Tintin faz 50 anos

"A revista dos jovens dos 7 aos 77 anos". Assim se apresentava, logo no primeiro número, a revista Tintin portuguesa. Chegou às bancas a 1 de Junho de 1968 e mostrava o melhor da banda desenhada franco-belga. O nome vinha do herói da BD belga, Tintin, o repórter criado por Hergé em 1929. Ao longo de 15 anos, foram publicados cerca de 750 números com histórias aos quadradinhos que deliciaram pequenos e graúdos. A revista é agora reeditada para celebrar a data e os seus números são recordados numa exposição. 

Foi através das suas páginas a cores que os portugueses conheceram personagens como Tintin, Blake e Mortimer, Alix, Clorofila, Astérix, Lucky Luke, Ric Hochet, Corto Maltese e Valérian. A publicação era semanal e tinha diversas rubricas, entrevistas e artigos, que permitiram aos leitores portugueses alargar os seus conhecimentos em BD. 

Vasco Granja, que viria a ser um importante divulgador de filmes de animação na RTP, foi uma peça fundamental para o sucesso da revista, ao integrar a equipa editorial, escrevendo e traduzindo artigos.

O título foi detido até 1974 pela Livraria Bertrand e passou depois para a Livraria Internacional no Porto que, devido a problemas financeiros, fechou a revista em 20 de Outubro de 1982. A história "Tintim no país dos sovietes" ficou incompleta, devido ao encerramento da revista.

A Tintin divulgou também autores portugueses, como Fernando Relvas, autor de O Espião Acácio, uma crónica humorística da I Guerra Mundial, publicada originalmente pela revista em 1978 e que agora, 40 anos depois, é reeditada integralmente e chega às livrarias pela mão da Turbina Associação Cultural, sob o selo Mundo Fantasma

O lançamento coincide com a exposição que comemora os 50 anos da revista Tintin, patente na galeria da Bedeteca da Amadora, até 1 de Setembro, organizada pela Câmara Municipal da Amadora em parceria com o Clube Português de Banda Desenhada. A mostra "Revista Tintin, 50 anos" apresenta originais, todos eles pertencentes à colecção do município, dos autores José Ruy (com Dinis Machado), José Garcês, Augusto Trigo (com Jorge Magalhães) e Fernando Relvas, que faleceu em 2017. 

A revista de banda desenhada Tintin tornou-se um valioso título, procurado por coleccionadores e antigos leitores. A colecção completa pode valer mais de mil euros.

In Jornal de Negócios

sábado, 2 de junho de 2018

Desenhos de Tintin vendidos por 364.000 euros

Desenhos originais de um livro de banda desenhada das aventuras de Tintin, "Carvão no Porão", foram hoje leiloados por 422.000 dólares (364.000 euros) em Dallas (Texas, sul dos Estados Unidos), divulgou a casa de leilões Heritage Auctions.

As duas tiras de banda desenhada, assinadas pelo "pai de Tintin" Hergé, foram adquiridas por um coleccionador de Bruxelas que "deseja permanecer anónimo", indicou, em declarações à agência noticiosa francesa France Presse (AFP), um porta-voz da leiloeira, Eric Bradley.

O leilão de hoje foi transmitido em direto em vários locais, nomeadamente na sede da casa de leilões holandesa Heritage Auctions, perto de Utrecht (centro da Holanda).

Dias antes do leilão, a Heritage Auctions antevia que as ilustrações, desenhadas à mão por Hergé em 1957, uma a lápis (35,2 x 50 cm) e a outra a tinta da china (30,7 x 47,7 centímetros), poderiam render entre 720.000 e 960.000 dólares (entre 618.000 e 825.000 euros).

O valor alcançado hoje acabou por estar abaixo destas expectativas.

Nas tiras divididas em doze vinhetas, vê-se o Tintin, o Capitão Haddock, o seu fiel companheiro Milou e o piloto estónio Piotr Szut com uma pala preta no olho, a olhar para o mar.

Sob os seus pés, nas profundezas do oceano, um mergulhador tenta prender uma mina ao navio, antes de ser atingido por uma âncora, que o deixa inconsciente.

É raro os desenhos originais de Hergé serem colocados no mercado, porque o artista não os ofereceu, senão ocasionalmente, como presentes, a amigos próximos, segundo a Heritage Auctions.

Tintin é uma estrela incontestada dos leilões. Um desenho em tinta da china para as capas dos álbuns publicados de 1937 a 1958 foi vendido por 2,65 milhões de euros em 2014, o que foi considerado um recorde mundial.

In DN

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Dois desenhos raros do Tintim vão ser leiloados no sábado

Desenhos originais do livro de banda desenhada das aventuras de Tintin "Carvão no Porão" vão ser leiloados no sábado, nos Estados Unidos, numa sessão que deverá chegar às centenas de milhares de dólares.

Ambas desenhados à mão pelo artista belga Hergé em 1957, estas ilustrações, uma a lápis (35,2 x 50 cm) e a outra a tinta china (30,7 x 47,7 centímetros), poderão render entre 720.000 e 960.000 dólares (entre 618.000 e 825.000 euros), de acordo com a casa de leilões Heritage Auctions, que as colocou à venda em Dallas, no Texas.

A empresa de leilões vai transmitir o evento em direto, a partir da sua sede holandesa, perto de Utrecht (centro).

Os dois esboços representam a página 58 das aventuras do famoso repórter da poupa loura, no 19.º álbum do Hergé, publicado em 1958.

No início desta prancha, dividida em doze vinhetas, vê-se o Tintin, o Capitão Haddock, o seu fiel companheiro Milou e o piloto estónio Piotr Szut com uma pala preta no olho, a olhar para o mar.

Sob os seus pés, nas profundezas do oceano, um mergulhador tenta prender uma mina ao navio, antes de ser atingido por uma âncora, que o deixa incosncente

Estas pranchas "são excelentes exemplos da técnica de desenho da linha clara", o estilo gráfico rigoroso em que se destacou Hergé, salientou o especialista belga em banda desenhada Eric Verhoest.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Figuras de Tintin #58: Haddock coberto de tinta

Na companhia de Tintin, Haddock chega à Sildávia, ao Centro de Investigações Atómicas de Sbrodj, convidado por Girassol, que está a preparar o seu foguete lunar. Enquanto visita as instalações vestido com o fato-macaco regulamentar, um gesto descontrolado do professor leva alguém a esguichar-lhe um jorro de tinta escarlate, aliás, de muito bom gosto. Com a cara, o dorso e o boné manchados de vermelho, nem conseguiu livrar-se do cartaz muito elucidativo que leva pendurado no pescoço. 

A referência desta figura encontramos na vinheta D2 da prancha 16 do episódio "Rumo à Lua".

Figuras de Tintin #58: Haddock coberto de tinta, livro de 16 pp. + estatueta + passaporte, Moulinsart, distribuição em Portugal pela Altaya, 12,99€


quarta-feira, 23 de maio de 2018

Figuras de Tintin #57: Cabo Díaz um terrorista desastrado

O cabo Díaz pertence ao exército de San Teodoro. Despromovido de coronel para cabo pelo general Alcazar, Díaz é incapaz de suportar uma tamanha humilhação. Assim, não hesita um segundo em pôr a mascarilha de uma sociedade secreta para perpetuar a sua vingança contra o general, o que acaba de beneficiar Tintin. Este desastrado aprendiz de terrorista chega sempre atrasado ao atentado ou mal equipado. É um incompetente na arte de matar. Um relógio desregulado acaba de vez com a sua conspiração. Vítima da sua máquina infernal, Díaz acaba por rebentar!

A referência da figura desta entrega situa-se na vinheta D4 da prancha 23 do episódio "A orelha quebrada".

Figuras de Tintin #57: Cabo Díaz um terrorista desastrado, livro de 16 pp. + estatueta + passaporte, Moulinsart, distribuição em Portugal pela Altaya, 12,99€


sexta-feira, 18 de maio de 2018

Mário Cláudio: "Tintin jamais escreveria as suas memórias"

O escritor Mário Cláudio radicalizou o tema do seu novo livro e recriou alegadas biografias de heróis da banda: Corto Maltese, Bianca Castafiore e Príncipe Valente.

Não é a primeira vez que Mário Cláudio escreve memórias, afinal já inventou um poeta com princípio, meio e fim de vida, que foi Tiago Veiga, só palpável em livro. Desta vez, em Memórias Secretas, recria a biografia de três personagens de banda desenhada: Corto Maltese, Bianca Castafiore e o Príncipe Valente. E Tintin poderia ter sido recriado? O escritor diz que não: "Tintin jamais escreveria as suas memórias, e muito menos as secretas. Um eunucóide não tem vida sexual, pièce de résistance desse género literário." Um livro inesperado, até para o próprio autor.

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Como foi traduzir o "mau estilo" de Bianca Castafiore nas suas Memórias?

Castafiore encarna um mito tragicómico, não um sex symbol. O distanciamento mostrar-se-á aí, talvez, um pouco maior, mas sem anular o respeito alegre, e a compaixão cristã, que a senhora merece. Adora-se aquela mulher, como uma tia que nos leva ao McDonald"s, ou como uma diva que se presenteia com uma corbeille de flores, mas que irá alimentar, depois, uma série de anedotas: o excesso de peso, os caprichos da vedeta operática, ou os amores serôdios.

Era impossível não escarnecer de Mussolini no encontro de ambos?

Mussolini constitui o reverso negro de Bianca Castafiore: igualmente ridículo de empáfia, semelhantemente volumoso de proporções, e não muito diverso na terribilità mediterrânica. Mas Mussolini não faz rir, ou quando o faz, conduz a que o riso se nos gele nos lábios. Aquilo que possa ter de burlesco resultará, no meu texto, do contágio com a prima donna e dos excessos que ambos repartem entre si, sem se darem conta disso. O episódio das mamas de Bianca, gulosamente cobiçadas pelo Duce, foi um acaso que saudei com aquele gosto que experimenta um escritor, quando lhe salta ao bico da pena algo que o surpreende e o delicia.

Conseguiu apurar qual o bolo que mais encantou Castafiore: éclairs, babás, merengues ou duchesses?

Ela delirou com as duchesses, e isto numa época em que não era obrigatório ir aos pastéis de Belém. As duchesses deram-lhe certeiramente no goto, planturosas como poucas maravilhas da pastelaria, e proporcionadoras do êxtase da ulterior lambidela dos dedos.

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quarta-feira, 16 de maio de 2018

The Tintin Shop Lisboa: o mundo de Hergé está todo em Belém


Abriu em Março, na Rua da Junqueira, e é a primeira loja oficial em Portugal da personagem criada por Hergé. Para descobrir livros, mas também figuras, peças de colecção, t-shirts e sacos.

Nas prateleiras encontram-se outras edições especiais, como a cronologia da obra de Hergé em inglês e francês, livros especialmente dedicados aos aviões, carros, barcos e comboios, usados nas histórias de Tintin, e, uma edição especial do livro Le Musée Imaginaire de Tintin e a respectiva colecção de figuras de resina, com o mesmo nome, que integra peças como as estatuetas Arumbaya e Raspar Capac e o homem-leopardo. Quanto aos preços, variam entre um euro, custo de um postal, e peças que podem ultrapassar a centena.

Não é preciso procurar muito para os olhos se fixarem em figuras de outras colecções, uma perdição para os fãs destas aventuras. É o caso da Les Icônes com o submarino-tubarão ou o pote com Tintin e Milou à espreita, imagem que fez capa da aventura O Lótus Azul. Normalmente, “cada pessoa gosta de uma personagem, mas aqui encontram-se todas”, explica Nathalie.

In Visão



quarta-feira, 25 de abril de 2018

Figuras de Tintin #56: Tintin com a mala

A entrega desta quinzena retrata Tintin com a mala e o seu sobretudo na aventura Tintin na América. A referência da figura está na vinheta C2 da 2º prancha dessa aventura de Tintin.

Figuras de Tintin #56, livro de 16 pp.+passaporte+estatueta, Éditions Moulinsart, distribuída em Portugal pela Altaya, 12,99€


sábado, 14 de abril de 2018

Figuras de Tintin #43 - Wang Jen-Ghié

A presente entrega repõe o número em falta desta colecção da Moulinsart, distribuída em Portugal pela Altaya.

O senhor Wang é um sábio, quase um nego. Possui uma essência oculta que combina bondade e força de carácter, juízo absoluto e profundidade, com o equilíbrio exacto entre serenidade e cautela. No entanto, o cabecilha dos Filhos do Dragão não é um contemplativo, pois, sem falsa modéstia, empenha-se totalmente no serviço dos outros e no combate contra  tráfico de ópio.

A referência da figura encontra-se na vinheta A1 da prancha 23 do álbum "O Lótus Azul".

Figuras de Tintin #43 - Wang Jen-Ghié, figura+livro de 16 pp.+passaporte, Éditions Moulinsart, 12,99€


sexta-feira, 6 de abril de 2018

Figuras de Tintin #51: Didi enlouqueceu

A figura desta quinzena é de Didi Jen-Ghié, que tem por missão proteger discretamente Tintin nas ruas de Xangai. Mas, atingido por um dardo tóxico com o veneno radjaidjah, Didi enlouquece. Armado com um sabre, Didi só consegue pensar em cortar a cabeça aos seus interlocutores para lhes dar a conhecer a verdade, conforme os princípios de Lao-Tsé. Comovido diante do desespero da família do pobre Didi, Tintin enfrentará mil e um perigos para encontrar a forma de libertá-lo da sua loucura.

A referência desta figura encontra-se na vinheta C4 da prancha 57 de O Lótus Azul.

Figuras de Tintin #51: Didi enlouqueceu, estatueta + livro de 16 pp. + passaporte, Moulinsart, distribuição em Portugal pela Altaya, 12,99€ 

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Já abriu a primeira loja oficial do Tintin em Portugal

Lisboa acaba de receber a primeira loja oficial do Tintin. Fica na Rua da Junqueira, em Belém, e tem todas peças, livros e acessórios que pode imaginar sobre o mais famoso repórter do mundo. 

A nova loja de Lisboa é uma das 12 oficiais do Tintin e que estão espalhadas pelo mundo. Existem muitas outras, mas não vendem exclusivamente a marca Tintin. Se já passou pelo espaço original em Bruxelas, na Bélgica, vai perceber que muitas daquelas peças também existem por aqui — tal como os preços, que são pouco simpáticos. O famoso foguetão que levou Tintin à lua, por exemplo, custa mais de mil euros. Mas também existem porta-chaves a 3,20€. 

A parede do fundo da loja está forrada com todos os títulos do Tintin e em várias línguas, como inglês, espanhol, francês ou, claro, português.

Nathalie e Louis, proprietários da loja, mudaram-se para Portugal há quase um mês, mas já tinham comprado aquele espaço há um ano. Aquela antiga oficina de carros — que funcionou na década de 60 — estava bastante degradada, por isso, as obras acabaram por se prolongar durante todo este período. 

A ideia de abrirmos esta loja surgiu em Bruxelas, quando nos começámos a aperceber que os portugueses e brasileiros conhecem bastante bem o Tintin, e apreciam muito os seus livros. Mas, na verdade, a relação entre o Tintin e Portugal já é de longa data. Portugal foi o primeiro país no mundo a traduzir as aventuras do Tintin, ainda antes da guerra, por volta de 1936.”

É verdade, os portugueses tiveram o primeiro contacto com o jovem repórter através da publicação portuguesa “O Papagaio”. Essa foi a primeira internacionalização da banda desenhada de Hergé em língua estrangeira. Mais: foi em Portugal que os seus desenhos apareceram pela primeira vez a cores.

A banda desenhada foi originalmente criada em 1929, pelo belga Georges Prosper Remi, mais conhecido por Hergé. A primeira vez que o público teve contacto direto com Tintin foi no “Le Petit Vingtième”, um suplemento do jornal “Le Vintième Sècle”, dedicado aos miúdos.

A série de sucesso começou por ser publicada em semanários de vários países. Mais tarde, cada história foi reunida em livros. Depois, ganhou uma revista própria com grande tiragem – Le Journal de Tintin —, foi adaptada a versões animadas para televisão, para o teatro e, mais recentemente, para o cinema. Hoje em dia, os livros do repórter são traduzidos para mais de 50 línguas e já venderam 200 milhões de exemplares. 

In NiT